Imagens do Fin del Mundo

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Eu estive lá. De frente para a vida!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Ushuaia - Dia 07/01/2013

Considerando que havíamos decidido ter um dia da preguiça, depois de tantos dias rodando e correndo sem parar, acordamos algumas vezes, mas resistimos e dormimos novamente. Me lembro de ter acordado às 9:00 e comentado com a Bê, - se vamos tomar café teremos que levantar agora; e ela disse, - vamos dormir mais um pouco?

Tudo bem, virei para o outro lado. Quando acordei novamente o relógio marcava 12:30. Caramba! Como estávamos cansados e precisando de um bom dia de sono reparador e reconfortador. Nos arrumamos e saímos para a cidade.

Foro do nosso quarto no raiar dos meio-dia e meia.

La Tratto - Almoço do dia.
Passeamos um pouco pela cidade e ao passar na frente do restaurante La Tratto, sugerindo ser um restaurante italiano decidimos que iríamos comer ali mesmo. Paramos a moto em frente e entramos para o almoço, que a esta altura o relógio já marcava mais de 2 da tarde. Lógico que comemos o cordeiro patagônico com massa e estava uma delícia.

Rosas em El Calafate.
Realmente as rosas são muito abundantes em El Calafate, por vários locais onde passamos a Bê falava, olha que lindas estas roseiras. Estas ligações são atávicas pois tanto para ela como para mim, as rosas faziam parte dos jardins das nossas casas. A minha mãe adorava as roseiras e a dela também, logo, a imagem dos jardins de roseiras trazia para nós boas lembranças.

Oficina onde troquei o óleo da moto.
Saindo do restaurante fomos atrás de posto de combustível para trocar o óleo da moto. No YPF em que fomos nos informaram que não tinha óleo sintético, na loja ao lado do posto, que também era YPF e vendia lubrificantes, tinha apenas óleo mineral e não tinha óleo Motul. Perguntei se tinha algum local onde se pudesse achar o Motul e me indicaram uma oficina de motos e fomos até lá.

A esta altura do campeonato a Bê já estava meio cansada desta rotina que interessava muito mais a mim do que a ela. Logo ela se agilizou para ficar no hotel enquanto eu corria atrás das coisas. Deixei ela lá e fui atrás da oficina, onde encontrei um local muito limpo e organizado e o mecânico, um rapaz relativamente novo, acho que uns 35 anos no máximo, que parecia ser o dono da oficina trabalhava com a ajuda de um auxiliar.

Quando me viu chegar foi logo ver a moto e perguntar o que eu desejava. Expliquei e ele me disse que já havia trocado óleo de Harleys, mas que nunca tinha visto uma Ultra. Depois de algum papo ele disse que não tinha óleo sintético e me indicou um distribuidor de lubrificantes onde eu poderia encontrar o Motul.

Lá fui atrás do local, que foi fácil de achar e embora não tivesse o Motul 7100, que eu queria, mas tinha o Motul 5100, o semi-sintético. Como nós iríamos começar o nosso retorno no dia seguinte e teríamos que rodar uns 4.800 km, logo, daria para ir até Florianópolis com aquele óleo.

Retornei até a oficina e coloquei a moto dentro da oficina e fui conversar com ele sobre os detalhes do retentor do parafuso, da fita de vedação, etc. Mas o cara sabia muito, inclusive tinha um anel de vedação para colocar no lugar do anterior, que quando o parafuso é apertado o anel é perdido e não pode ser reaproveitado.

Troca de óleo na oficina em El Calafate.
Depois da troca de óleo, deixei o restante do litro com o mecânico e ele disse que aproveitaria o óleo usado que tirei da moto para a moto trail dele, pois estava muito bom, de fato, acho que estava mesmo muito melhor que muitos óleos novos que vendem por aí.

Quando cheguei no hotel, junto a Bê, a gente se programando para ir dar umas voltas pela região, aí a Bê disse: - a Sibele postou no face que acabou de chegar aqui. Incrível! Nem imaginávamos que eles estariam já para chegar em El Calafate, pois no Ano Novo estavam em Santiago e como estavam viajando com muito mais tempo do que nós, achei que demorariam mais um pouco para chegar.

Fomos imediatamente para nos encontrarmos com eles suspendendo o passeio que estávamos planejando de imediato, tanto que hoje, enquanto escrevo, nem me lembro mais para onde iríamos.  Chegamos ao Hotel em que eles estavam e de cara encontramos a Siba ali fora pegando algo na moto.

Que bom foi encontrar alguém conhecido depois de tantos dias, tendo assim com quem compartilhar as experiências e ouvir um pouco das histórias deles também. Uma outra coisa boa era poder passar para eles a nossa experiência no rípio e as técnicas que eu havia desenvolvido tanto para pilotar no vento como no rípio.

Foi uma festa legal, encontrar o pessoal de Curitiba tão longe, Claro que estavam cansados, assim como nós, mas numa felicidade também parecida com a nossa. Tiramos algumas fotos que não ficaram muito boas, acho que o flash estava desligado, mas que valeu para registrar o fato.

Nosso inacreditável encontro.

Que delícia de encontro. Foto tirada no hotel delas.
Da esquerda para a direita: Marcelo, Eliane, eu, Bê e a Siba.
Saímos para passear e indicamos os locais onde havíamos comprado os pins e adesivos da região. Eles queriam comprar lembranças e fomos passeando à pé pela avenida principal da cidade onde entramos em shoppings a céu aberto, nos mesmos moldes dos que se pode encontrar em Gramado.

A Bê com um boneco na rua.

As motos deles na entrada do Calafate Hostel.
Aí entramos em um restaurante para jantar, tomamos uma Qilmes deliciosa, como sempre, mesmo ali onde a temperatura não era exatamente alta. Como não estávamos com muita fome foi mais para acompanhar mesmo.

Nossa janta. Só alegria.
Como eles estavam cansados, retornamos ao Calafate hostel, onde eles estavam hospedados e tomamos mais umas cervejas escuras e claras. Papeamos um monte sobre os caminhos por onde deveriam seguir, sobre os passeios que fizemos e o quanto valeu à pena cada um deles. Falamos também sobre os caminhos e desvios, trechos de asfalto e de rípio possíveis de evitar, etc. Foi muito bom, até que o sono realmente bateu neles e fomos todos dormir. No dia seguinte era o nosso dia de retornar.

Isso também merece um registro, é que como o dia seguinte ainda seria terça-feira, achei que ainda deveria ser possível aproveitar um pouco em algum local, pois teríamos que estar em Floripa somente no domingo. Depois de fazer as contas, vi que não tinha mesmo jeito, teríamos que voltar na terça mesmo, pois seriam cerca de 4.800 km, considerando que entraríamos na Península Valdez o que acrescentaria 180 km, pois daria uma média de 800 km/dia.

Assim fomos dormir para mais 6 maravilhosos dias sentados na moto rodando muito, para os outros não sei, mas para mim e para a Bê isso era uma maravilhosa notícia. Dormi feliz por isso.

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