Imagens do Fin del Mundo

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Eu estive lá. De frente para a vida!

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

ENCONTRO EM VIÑA DEL MAR - 2019


ENCONTRO EM VIÑA DEL MAR - 2019.NOV.21 A 24


Posteriormente fiz 20 vídeos e postei no VLog no meu Canal do YouTube "Luiz Bianchi" cujo Link encontra-se abaixo, é só clicar e estar conectado na internet que vai:

https://www.youtube.com/playlist?list=PLo6mrqvLWmIVc21SyGKKYj7x3jsgJFRu6

São praticamente as mesmas fotos complementadas por alguns vídeos que eu havia feito ao longo da viagem, entretanto, como a idéia de fazer os vídeos surgiu depois tem muitas fotos e poucos vídeos.

Vão lá para ver e checar o que acharam.


O que dizer de um grupo de amigos que, com muito desejo de viver novas experiências e apaixonados por motocicletas, decide partir para uma aventura até o Oceano Pacífico?​Mais do que isso, um grupo que em sua maioria, já tem mais de 30 anos. Seria mais honesto dizer mais de 40, ou 50. Bem, no meu caso, mais de 60. Deixa isso para lá, já que isso não é importante uma vez que a idade só pode dar a dimensão real da nossa temporalidade neste planeta e, por esse motivo, nos faz ainda mais dispostos que os jovens, pois esses pensam possuir a eternidade.​Verdade que durante o trajeto, houveram momentos em que julgou-se adequado a presença de uma ambulância no bonde. Mas, apesar de tudo, ninguém teve algum problema sério e todos retornaram com os corpos cansados mas com os corações exultantes de realizações, superações, sonhos realizados que qualquer um pensou serem intangíveis. Tantas emoções e aventuras vividas que nossas almas ficaram em festa!


​Essa turma foi uma das melhores experiências que eu e a Bê tivemos em nossas vidas de motociclistas, pois durante todos os 21 dias, apesar das tensões normais provenientes do cansaço e dos muitos dias seguidos rodando pelas estradas, parando apenas para abastecimento e comer alguma coisa leve evitando o sono, que com o calor e as retas intermináveis da Argentina são um risco enorme, na verdade, esse foi o nosso maior inimigo, todo o restante era prazer em poder ver imagens e paisagens que, duvido, alguém tenha imaginado que seriam tão exuberantes.​A ansiedade era tanta que iniciamos o planejamento da viagem com uma antecedência, que confesso, eu nunca havia feito. Quando eu e a Bê saímos para uma viagem como essa, nós planejamos de forma simples o caminho, pois já fomos muitas vezes até o Chile, Mendoza, Santiago, San Pedro de Atacama, e desde a primeira vez que fomos descobrimos o prazer da viagem e das paisagens andinas em um sistema mais ou menos Free Rider. 



Então, dessa vez, quando iniciamos o plano da viagem com mais de 3 meses de antecedência, confesso que fiquei até surpreso com a ansiedade do pessoal.​Compreendendo a ansiedade do grupo que nunca havia ido e ainda por se tratar de um grupo que inicialmente era composto de 23 pessoas em 14 motos e uma camionete, pensando na disponibilidade de hotéis para todo esse pessoal, realmente era necessário antecipar os planos. Traçado do caminho subdividimos as quilometragens diárias, considerando que os locais mais próximos podem ser visitados em outra viagem, a viagem de fato se iniciaria depois de rodados ao menos 1.500 km. 


Uma boa iniciativa foi o convite que o Adair e a Leila nos fizeram para irmos passear até Pato Branco, fazendo assim uma prévia da viagem, ao menos com alguns dos participantes.

Planejamos e fomos numa sexta-feira, dormimos no Hotel em Pato Branco e no sábado fomos até Abelardo Luz, onde nos hospedamos no Hotel com vista para as cataratas que banham a cidade. Um patrimônio muito importante e bonito que a cidade tem.

Foi um passeio de 985km, realizado em um fim de semana no qual deu para ver que a turma era mesmo muito boa. Corrigimos alguns pontos e já fomos nos ajustando para a empreitada que nos aguardava logo mais à frente.


Nós chegando no Hotel Loriza em Pato Branco.

Ainda na chegada no Hotel Loriza em Pato Branco.

Antes do jantar na casa o Adair, enquanto eles preparavam tudo para nós, fomos tomar umas cervejas no Bodeguero.
Jantar oferecido pelo Adair e Leila na casa deles, onde tomamos muito Jack Daniels super especial.

Depois de muito comer e beber, fomos passear pela cidade. Até a Igreja São Pedro Apóstolo e vimos os efeitos de final de ano.

Passeio pelo Parque do Alvorecer na cidade. Muito lindo o local.
Elas fazendo graça!

Leila e Cida nos jardins do Parque.
Lago do Parque Alvorecer.

Na escultura do "Pato Branco", hehe. No Parque de Alvorecer. Eu a Bê, Eda e Eduardo, Pilinski e Cida e Adair e Leila.
Nesse passeio participaram 5 motos das 7 que seguiriam para o Chile. Sendo que o Adair e a Leila foram somente de Pato Branco a Abelardo, ida e volta, o que também já ajudou na prévia da viagem.

Uma viagem é sempre complicado pois cada uma das pessoas dirige de uma forma diferente e tem hábitos de direção diferentes. Propiciar que haja uma padronização na condução do grupo é realmente uma façanha.

Nossa chegada no lindo Quedas Park Hotel. Localizado bem de frente às quedas do Rio Chapecó em Abelardo Luz.
As quedas de Abelardo Luz no rio Chapecó. Um espetáculo da natureza!

Inserindo nós na paisagem. Hehehe.

Nossas motos e a Bê com as quedas ao fundo.

Nosso almoço no Quedas Park com vista para as quedas que deram o nome ao Hotel.
Comida e paisagem incomparáveis.

Todo o passeio do final de semana foi uma maravilha. Pegamos até mesmo um trecho de estrada ruim, o que possibilitou ver como cada um se comporta quando a estrada fica péssima ou quando fica boa. Pegamos chuva também e trechos ótimos. Foi mesmo uma experiência fantástica!​

As nossas reuniões eram sempre festivas, pois o objetivo era poder curtir o máximo possível a viagem, mesmo antes dela iniciar, já antecipando o espírito aventureiro e dando a linha feliz dos dias que compartilharíamos, o que de fato se realizou.

Foram feitas camisetas estilizadas e ainda decalques representativos de nossa viagem. Assim no futuro poderemos nos lembrar do realizado.



 O modelo não é muito adequado, mas a camiseta ficou bonita.


Eu, Pilinski, Lauro e Eduardo. A última das reuniões festivas com a entrega das camisetas.
Toda a turma que estava no último encontro. Lembrando que faltam outros 7.

PARTICIPANTES

Grupo de Curitiba:

1. Luiz Bianchi – Road Glide Ultra 2018 – Preta – QIR-6289

2. Bernadete C. Oliveira– Road Glide Special 2018 – Vermelha – QIU-1599

3. Adair Guth e Leila Pandini –Ultra Comemorativa 2018 - Azul e preta - GJA-0115

4. Lauro Luiz Stremel - Ultra Limited 2013 - Preta - AYU-1965

5 Arnaldo Will e Janete - Ultra Limited 2014 – Vermelha – ESR-7440

6. Eduardo Dubinski e Eda Terezinha – Ultra Limited 2014 – Preta - AKH-7733

7. Augusto Pilinski e Maria Aparecida – Ultra CVO 2015 – Prata – AOH-0062

8. Dilmar Condrati e Helena, Paulo Fagundes e Terezinha – Fiat Toro - Bordô - BAS-7189

9. Ro Pasqualin (solo) – Avião



- Resumindo: são 15 pessoas se deslocando em 7 motos, 1 carro e 1 pessoa irá de avião.

Grupo residente do Chile:

10. Ricardo Sadir - Está no Chile
11. Joyce Sadir – Está no Chile

Grupo de Floripa:

12. Roberto Reckzigel - Ultra Glide 2007 – Preta – MMB-6010

13. Neuza Genovez - De Luxe 2018 – Vermelha – QIU-4735

14. Consuelo Zen - Street Glide 2017 - Branca – QJR-1212

Plano das Estadias:

Para podermos planejar quem deveria estar conosco em cada um dos dias da viagem tivemos um plano de estadias, que depois, cm a desistência de alguns foi ficando mais simples, mas no início era meio complexo.

Ainda houveram os Hotéis, endereços, contatos, como foi feita a reserva, como seria o pagamento, quanto custaria para cada um pois nem sempre os quartos eram idênticos. Muitas coisas para registrar. Aí, eu já tinha uma planilha da viagem, mas como eram muitas variáveis, o Dilmar, que participou de quase todas as reuniões do planejamento, fez uma planilha super detalhada, inclusive com preços em US$, R$, AR$, valores para cada casal em qual tipo de quarto, etc. etc. Uma quantidade enorme de informações, abaixo tem as imagens de parte dessas planilhas.


Planilha com as pessoas, dias e participações.

Parte da Planilha com os dados das reservas. Tudo muito bem feito.
Nunca havíamos planejado tanto uma viagem. Para mim e para a Bê o esquema é mesmo meio "Ease Rider" mesmo. Pouco planejamento e muita estrada. Mas compreendemos que viajar em 2 pessoas e em 15 pessoas, tem muita diferença.

Pontos de Encontro:

No caso de alguém se perder do grupo, o mais importante é sempre manter a calma e tranquilidade e seguir algumas instruções que poderão auxiliar na solução.



• Saída prevista para as 07h00m;

• O pessoal que partirá de Curitiba: Posto 100 - BR-116, localizado em Frente ao CEASA, logo após o Trevo da Linha Verde com o Contorno;

• Passo Fundo – Adair Guth e Leila Pandini nos encontrarão diretamente no dia 15/11 no Hotel Travelling pois partirão de Pato Branco;

• Em caso de alguém se perder durante o deslocamento, nas estradas, o Ponto de Encontro será sempre o próximo posto;

• Em caso de alguém se perder em uma cidade onde estivermos hospedados o ponto de encontro será no hotel;

• Em qualquer caso, buscar por um local com internet, compartilhar a localização no nosso Grupo de WhatsApp e assim encontramos uma solução.



CHECK LIST

Documentação:

• Moto em nome do viajante e, se for o caso, autorização do agente Financeiro para viajar ao exterior com a moto;

• Documento de propriedade do veículo referente a 2019;

• A questão dos Seguros: Claro que aqui estou colocando aquelas informações que eu conheço, cada um deverá pesquisar por conta própria, junto a seus corretores, evitando problemas posteriores. Estou passando as informações conforme eu faço.

• Seguro da Moto, onde conste a remoção do veículo sem limite de distância para toda a América Latina ou, ao menos, para os países por onde circularemos;

• Fazer um seguro saúde (Seguro Viagem) pessoal que cubra possíveis necessidades durante a viagem nos países onde passaremos. Normalmente pensamos somente em acidentes, entretanto a vida continua e permanecemos à mercê de quaisquer problemas como: crise do nervo ciático, hérnia de disco, diarreia, caxumba, infarto, pneumonia, apendicite, amigdalite, pedra nos rins, etc., etc., etc. Para tanto, precisamos estar segurados e tranquilos;

• Carta verde do veículo (equivalente ao nosso DPVAT para os Países do Mercosul (no caso Argentina);

• SOAPEX - Seguro Obrigatório de Acidentes Pessoais para Veículos Estrangeiros, exigido no Chile. Obtido pela Internet junto à Magallanes Seguradora ou à HDI, vale a pena fazer contato com seu corretor, pois algumas seguradoras fornecem daqui. O SOAPEX também pode ser comprado na fronteira, mas sempre tem o risco de não ter alguém vendendo no dia;

• Passaporte ou Carteira de Identidade (Não valem os documentos de classe, CREA, OAB, etc. que no Brasil substituem a CI mas no Mercosul não). Eu e a Bê preferimos Passaporte sempre, pois facilita com o VISA;

• Carteira de Habilitação válida (verificar a data da validade) inclusive a PID (Permissão Internacional para Dirigir) que é obrigatória no Chile que não pertence ao Mercosul;

• CI deve ter menos de 10 anos da data de expedição (a foto tem que ser parecida com a pessoa hoje)

• Vacinas – não são necessárias, mas se tiver é bom levar a Carteira de Vacinação Internacional.

Equipamentos:

• Caneta para preenchimento de documentos na fronteira

• Celular e carregador para comunicação nas redes Wi-Fi e/ou rede móvel (para quem tem Claro o Pacote América Latina custa 12 x R$9,90 – ou compra de chips locais);

• Máquina fotográfica e/ou filmadora

• Computador

• Colete reflexivo. Pode ser adquirido nos postos de gasolina na Argentina mesmo, mas se tiver é bom levar.

• Comunicador e o carregador (se for o caso)

• GPS com mapas atualizados.

• Quem não tiver GPS pode baixar no Celular o software MAPS.ME e baixar os mapas dos locais onde passaremos. Ele funciona Off Line em todos os locais (eu já instalei o meu). Esse software funciona no modo Avião do Celular inclusive, não necessitando de nenhuma conexão com a Internet. Lembrar que o Waze funciona sem internet, mas se perder o caminho ele simplesmente não consegue recalcular a rota.

​Para a moto:


• Tyre Repair (Para quem não tem Nerver Flat – vacina) ou o kit reparo com tubos de ar comprimido. Segundo informações da The One o Kit Reparo (minhoca) não funciona no pneu de moto. Algo relativo ao tipo de composto da borracha;

• Chaves básicas (para pequenos reparos), fita silver tape, fita Hellerman (enforca gato), aranha, extensor;

• Manual da Moto;

• Chave e FOB reserva guardados em local diverso daquele de utilização e obviamente fora da moto (eu protejo o contato da pilha do FOB fora de uso com filme plástico para conservar a bateria);

• Certificar-se de que conhece o PIN da sua Moto e de que alterou o mesmo em relação aos 5 últimos dígitos do número do Chassis;

• Verificar estado dos pneus e demais condições das motos. Como faremos uma viagem de aproximadamente 8.000 km, a vida dos pneus não deverá ser superior a 7 ou 8.000 km na saída. Nesse item ainda, verificar a data de validade dos pneus, que está escrito na lateral dos mesmos (validade dos pneus é de 5 anos). Verificar ainda se o pneu não apresenta rachaduras, o que é comum nos pneus Dunlop, originais da HD.

• Para quem quiser, lá no Chile, durante o Evento, costuma ter oficina e venda e colocação de pneus. Parece que neste ano a Concessionária HD de Santiago estará presente no Evento.

• É possível ainda prever uma revisão da moto lá no Chile. Não sei os valores se são maiores ou menores que os nossos. Se alguém tiver interesse seria interessante entrar em contato com a Concessionária de lá.

Roupas para condução:


• Bom Capacete com vedação para ruído e sem passagem de vento pela viseira;

• Bandanas para absorver o suor e proteger o capacete de mau cheiro;

• Roupas de segurança para estrada: calça, jaqueta, luvas – Lembrar que deveremos pegar calor (45ºC) e frio (0ºC);

• Botas adequadas para pilotagem;

• As roupas devem proteger da desidratação intensa do deserto e do Chaco Argentino;

• Lembrar que o vento refresca entretanto desidrata muito rapidamente, o que pode levar a desmaios e consequentes acidentes. Não é possível repor a perda de água bebendo devido à velocidade com que perdemos água no vento com ar quente ou seco;

• Roupas impermeáveis para chuva e frio;

• Luvas normais e para frio;

• Sugestão: Segunda pele; Blusa tipo Polar (à venda na Decatlon); Jaqueta ventilada ou de couro; Impermeável para o frio e chuva;

• Lembrar que as roupas íntimas devem ser confortáveis e de material natural (algodão) para evitar assaduras depois de muitas horas sentado na moto.

Sugestão de Roupas:


• 1 ou 2 Calças jeans (fora aquela de pilotagem)

• 6 Camisetas

• 6 cuecas

• 6 pares de meias

• calção de banho

• bermuda

• Chinelos

• Boné

• Nos dias que estivermos parados utilizaremos os serviços de lavanderia nos Hotéis

Saúde:


• Remédios de uso contínuo (cobrindo todo o período com folga)

• Relaxante muscular

• Gelol, Bengê, etc... ou creme massageador para luxações ou dores normais

• Higiene pessoal

• Protetor Solar

• Toalha compacta

• Cortador de unhas

• Aparelho de barbear
• Kit de primeiros socorros

TRAJETO PLANEJADO


O plano da viagem foi iniciado considerando algumas alternativas. Poderíamos ir até Viña del Mar e retornar, dentro de um percurso direto, ou, depois de Viña seguirmos até Bariloche e retornarmos pelo Uruguai, ou, depois de Viña seguirmos até Ushuaia pela Ruta-40 e retornarmos pela Ruta-3, ou ainda, o mais romântico trecho, que seria retornarmos pelo Deserto do Atacama, passando por San Pedro de Atacama.


Minha vontade era a de seguir até Ushuaia pela Carretera Austral, no Chile, e depois subir pela Ruta 40, mas esse trajeto eu apenas comentei com o pessoal esperndo que não viria a ser aprovado tendo em vista o grau de dificuldade do mesmo. Considerando que a maioria do grupo não havia realizado uma grande viagem achei que seria mesmo demais. O trajeto que acabou sendo escolhido pela maioria do pessoal foi o trajeto mais romântico, ou seja, retornarmos pelo Deserto do Atacama.


O planejamento computou 7.481km, entretanto, devido aos passeios e locais de visitas como Caracoles, Mirador de Hornocal entre outros, acabamos por rodar algo como 8.400km. Entretanto o Adair e a Leila rodaram um pouco menos, pois residem em Pato Branco - PR, o Arnaldo e a Janete rodaram mais, pois residem em Pomerode e o pessoal de Floripa rodou menos pois foram até San Juan e depois retornaram via Uruguai.


​O planejamento original é que o Encontro de Viña del Mar fosse realizado em Viña del Mar, logicamente, mas nós tivemos a sorte de participarmos de um encontro exclusivo, pois o mesmo além de acabar sendo realizado em outra cidade ainda teve que ser realizado em outro País, em San Juan na Argentina, pois manifestações sociais começaram a eclodir em muitas cidades do Chile, incluindo Santiago, a capital, Valparaíso, Viña del Mar, Antofagasta e ainda bloqueio de estradas em muitos locais. Desta forma a coordenação e organização do Evento - 19 Encontro Internacional de Viña del Mar - realizada pelo Che Mário e pela sua esposa Coca Kirmeling, decidiram com apenas 15 dias de antecedência ao início do encontro, mudar o local para San Juan, na Argentina.



Esse foi um ato de muita coragem que se mostrou muito acertado, pois não teríamos as condições de segurança necessárias para a realização do Encontro no Chile. Muitas manifestações ocorreram, durante o período, inclusive em frente o Hotel O'Higgins, onde seria realizado o Evento em Viña del Mar.



Desta forma, tivemos que alterar o nosso plano da viagem considerando o novo destino. Eu achei que ganhamos com a mudança, pois o Hotel Bono Park de San Juan é mais novo e mais luxuoso que o O'Higgins.



Entretanto esta mudança acabou por afetar muito diretamente a participação de muitos. Nosso grupo se manteve coeso, mas houveram momentos em que muitos pensaram em desistir de ir até o Chile, devido aos levantes que poderiam colocar em risco não somente as motos, mas também as pessoas, devido aos atos de vandalismo.




Trajeto originalmente planejado para a viagem.

TRAJETO REALIZADO

Considerando as questões de segurança do Chile, decidimos que iríamos subir pela Argentina até o Paso de Jama e dali segue até San Pedro de Atacama, pois lá poderíamos ter a segurança que necessitávamos. A ida até Antofagasta e até a Mano del Deserto também foi cancelada, assim como todo o trecho do litoral do Pacífico.

Como iríamos até Mendoza, um dia antes da nossa partida, eu me deitei na cama e, inconformado, pensei que não poderíamos deixar de passar pelos Caracoles, pois é um local muito procurado pelos motociclistas e somente eu, a Bê e o Lauro havíamos passado por lá, sendo que mesmo assim gostaríamos de retornar.

No dia seguinte, propus ao grupo que ao invés de passearmos dois dias por Mendoza, que ficássemos somente um dia e no outro poderíamos fazer o passeio pelos Caracoles tendo em vista que não deveríamos ter problemas com as manifestações assim tão longe de Santiago. O pessoal concordou imediatamente, pois realmente esse era o interesse de todos, conhecer o maior número de locais possível.

Em contato com o pessoal de Floripa, capitaneados pelo Reckzigel, propuz que eles se esforçassem em chegar um dia antes em Mendoza para que pudessem seguir conosco, o que foi possível de realizar e eles nos acompanharam no passeio. Foi um dia maravilhoso e de muito proveito para todos.

Como desculpa para o trecho, propus que fôssemos comer a melhor empanada do Chile (mesmo que alguns não concordem, hehe), em local logo após os Caracoles e aipos a Policia Caminera, em Los Andes.

Na noite anterior à nossa partida para os Caracoles (se pronuncia caracóles) encontramos um casal de motociclista que também estavam indo para o evento. Eles nos disseram que não era seguro irmos ao Chile em hipótese alguma, entretanto eu estava mais do que convencido de que ir até lá e não realizar o sonho de muitos que nunca haviam estado lá não seria possível, assim, graças a Deus, mantivemos o programa.

Plano de viagem com os Hotéis.
Plano somente com os trajeto macro, sem os detalhes de trechos menores.

Mapa com o Trajeto realizado. 

PREPARATIVOS PARA A SAÍDA E REGRAS DE SEGURANÇA

​Antes de partir para a estrada é prudente que se tome alguns cuidados, visando as dificuldades que possam surgir durante a viagem, além de tentar antever e evitar boa parte das emergências.

Assim deveremos ter alguns cuidados essenciais:

a. Estar sempre preparado para qualquer imprevisto, a qualquer momento durante a viagem, principalmente durante a pilotagem;
b. Qualquer situação em que a pessoa se encontra em risco é o que eu costumo chamar de "quase acidente". Os quase acidentes um dia acabam dando certo e viram um acidente. Devemos antecipar todas as situações de risco para evitar perigos;
c. Como a viagem será muito longa, em muitas horas de pilotagem, tendemos a nos distrair um pouco, como se num transe ou em alfa. Assim as distâncias entre as motos deve ser maiores que aquelas utilizadas normalmente nos deslocamentos do HOG, eu diria que algo como 2 a 5 segundos seria mais razoável, ou cerca de 70m a 150m, dependendo da estrada e da velocidade;
d. Como em alguns locais da Argentina existem muitos animais soltos, cães, porcos, cavalos, jegues, etc., devemos andar com muito cuidado buscando ver de longe a presença deles, entretanto é bom saber que os Guanacos, Llamas e Vicuñas, se camuflam muito bem na paisagem devido às suas cores;
e. Os motoristas argentinos costumam andar em altas velocidades, aliás, como aqui no Brasil, pois as estradas deles são relativamente desertas, se derem sinal de luz quando ultrapassando reduzir e abrir espaço;
f. Os acostamentos na Argentina são normalmente de rípio, ou seja, se sair em velocidade é tombo na certa;
g. O sinais de pisca para ultrapassagem na Argentina também são diferentes dos nossos. O pisca para a direita quer dizer que vem carros em sentido contrário e o pisca para a esquerda depende de interpretação. Se forem 2 a 3 piscadas significa que pode ultrapassar, mas se o pisca ficar ligado, significa que ele vai sair para a esquerda. Lembrem-se que lá não tem acostamento e as conversões à esquerda se dão diretamente da pista, como nós fazemos quando estamos na cidade;
h. O cruzamento dos Andes deve ocorrer sempre nas horas mais quentes do dia, pois o clima é muito imprevisível e podem ocorrer nevadas a qualquer hora do dia. Riscos com água congelada na pista (black ice) também são grandes se a temperatura estiver próxima de zero graus. Devemos lembrar que em altitudes como as dos Andes a água congela acima de zero graus;
i. Ainda temos que considerar que no interior da Argentina assim como do Chile, não chove com frequência, sendo um clima desértico, de sorte que qualquer água avistada sobre a pista pode representar a perda da aderência da roda dianteira e, consequentemente, chão, devido à presença de óleo na pista. Isso já aconteceu comigo e depois de muito avaliar o que me derrubou deduzi que foi algo muito simples. Diferença de carga entre as duas bolsas laterais. O que gera o efeito de compensação no guidão mantendo o deslocamento retilíneo, se soltamos a mão do guidão e a moto sai da linha reta seja para a esquerda ou para a direita, significa que existe uma compensação com o guidão. Assim, para passar em poças ou trechos molhados é bom checar se está compensando a diferença de carga, porque se estiver, o risco de queda é grande;
j. Em altitudes superiores a 4000m, é altamente recomendado mascar folhas de coca que são relativamente fáceis de encontrar por lá. Ela atua contra o chamado “mal da altitude". Eu, quando acima de 4500m, tenho enjoo direto se não tomar o chá ou mascar a folha de coca;
k. Cada um de nós deverá ser responsável por si mesmo e pelos demais. Ninguém pode fazer nada pelo piloto a não ser ele próprio. Todo cuidado é fundamental para que ao final tenhamos uma viagem excelente e cheia somente de maravilhosas recordações;
l. Os atritos são normais durante o deslocamento, seja por questões maiores ou por questões menores. Mas deveremos encontrar formas de contornar com educação e tolerância. Acreditem, uma viagem assim longa não é muito fácil de administrar as diferenças interpessoais;
m. Todos devem considerar que eu e a Bê estamos fazendo de bom grado, todo o esforço para propiciar que tenhamos uma excelente experiência juntos, formando laços maiores e melhores. Lembrar que cada um faria um planejamento diferente e talvez muito mais completo ou melhor que o nosso, entretanto esse é o que temos e funciona;
n. Uma outra preocupação é o Chaco argentino. Trata-se de uma reta muito longa, 732km, e que é extremamente quente no verão. Tanto que quando passamos por lá no passado, em início de Janeiro, pegamos mais de 50ºC, com jaqueta e calça de couro. Tem que estar o tempo todo muito bem hidratado pois pode ocorrer tonturas ou até mesmo um desmaio e, ainda por cima, todo cuidado é pouco, pois além dos animais soltos na região, ainda temos os inimigos internos, como o sono, o cansaço, o stress e os diferentes desejos de cada um por exemplo;
o. Podemos dormir pelo cansaço, pela monotonia ou pela desidratação. Não nos esqueçamos disso por favor;
p. No Chaco as viseiras dos capacetes deverão estar completamente fechadas, pois a falsa sensação de frescor cozinha nossos rostos e, quem usa lentes de contato, poderá ter suas lentes ressecadas e desidratadas, ficando sem elas. Devemos nos lembrar dos árabes que utilizam roupas de lã para se proteger do calor do deserto;
q. Jamais tirar a jaqueta para andar de camiseta no Chaco ou no deserto. Além da proteção necessária, ainda tem a desidratação violenta. Nem bebendo água é possível fazer frente à forte desidratação das regiões secas e quentes do Deserto do Atacama (o mais seco do mundo) e do Chaco argentino, se estivermos na moto sem proteção;
r. Como a reta do Chaco argentino tem 732km de extensão, o planejamento da viagem divide o trecho em dois, o primeiro até Presidência Roque Saénz Peña e no dia seguinte, finalizando o trajeto;
s. Este ano de 2019 estamos tendo o fenômeno El Niño e, ao que parece, resulta em temperaturas mais amenas, devido às constantes frente frias. Desta forma, temos a esperança de que não esteja tão quente, até mesmo porque estaremos no final da primavera e não no verão;
t. Em contrapartida do menor calor ao longo do Chaco, surge a possibilidade de menores temperaturas nos Pasos Cristo Redentor e de Jama, quando cruzarmos a Cordilheira dos Andes. Sempre poderemos pegar muito frio lá em cima (de 0 a -10 graus C), portanto, levar roupas apropriadas para enfrentá-lo é necessário, mesmo que nem as utilizemos. Além é claro, da preocupação com as chuvas, que nas altitudes da cordilheira, podem significar neve. O importante para a viagem é estar alerta para qualquer problema que possa vir a ocorrer, antevendo os mesmos e atenuando os seus efeitos;
u. Uma das principais coisas que aprendemos ao longo desses anos de viajantes de longas distâncias, foi que a pressa não ajuda, muito pelo contrário, funciona como um estressante enorme. Logo vamos com calma e tomando todos os cuidados necessários para curtir o caminho. Devagar, além de se ir ao longe, podemos ver por onde vamos. Esse tem sido o nosso lema e a cada dia estamos mais treinados para viajar de forma segura. Meu velho pai ainda me acompanha e lembro que ele dizia: “Quem tem pressa, vai mais devagar!”;
v. Quando fomos para o Ushuaia, aprendi uma lição importante sobre a resiliência. Se eu quero e gosto de andar de moto, chegar não é meu principal objetivo, andar de moto é! Quando a viagem acabar sentirei saudades de estar lá, naquelas estradas lindas e maravilhosas, logo, manter a calma e a capacidade de curtir são fundamentais ao motociclista de longas distâncias;
x. As paradas não podem ser muito frequentes. Paramos comumente a cada 2 ou 3 horas (dependendo da presença ou não do sono) depois de rodar em média 200km – 250km. Muitas paradas, faz com que a viagem não renda e o cansaço domine. As paradas também não devem ser muito longas, pois no destino teremos tempo para descansar, hidratar-se e comer. Se fazemos 2 paradas em um dia de deslocamento, na terceira, teremos rodado aproximadamente 750km;
y. Finalmente, é possível fazer alguma revisão da moto em Santiago ou Viña del Mar, colocando o carimbo internacional no Manual.
z. Para completar o alfabeto, é importante levar um drink para brindar as realizações com os companheiros assim que o dia termina. Festejar a vida.

Ao final, seguindo todas nossas regras e recomendações de segurança, tivemos uma viagem tranquila, embora não tenhamos evitado nenhum local de acesso difícil, e olha que foram muitos, nos quais fiquei muito preocupado com a integridade do grupo. Mas, graças a Deus, todos se saíram muito bem e estão de "PARABÉNS!" Pois não tivemos nenhum caso de susto de qualquer tipo e todos fomos e retornamos com segurança.



Dia 1 - 15.11.2019

Trajeto Casa - Passo Fundo - 560km



Trecho percorrido no primeiro dia entre o Ponto de Partida e Passo Fundo - 538km.
A distância percorrida desde o ponto de encontro, Posto 100, localizado em frente ao CEASA, resultou em 538km.

Levantamos muito cedo, pois o horário de partida do ponto de encontro estava marcada para as 07h00. Saímos de casa 06h20 da matina e quando chegamos ao ponto de encontro o pessoal já estava lá dizendo que a lanchonete do posto ainda não estava aberta e que não seria possível tomar o café da manhã.  Esperamos um pouco e a lanchonete abriu.


Tere, Janete, Eda, Cida, Bê e Helena no café da manhã no Posto 100, Nosso ponto de encontro.

Considerando que há pouco tempo fizemos o passeio até Pato Branco e Abelardo Luz e que naquela viagem retornamos por General Carneiro e a estrada estava muito boa e devido ao fato de ser dia 15 de Novembro, um feriado nacional, o que poderia refletir nas condições de tráfego da BR-116 Sul, já de início alteramos o traçado para as BR-476 e BR-153, indo por São Mateus, União da Vitória, General Carneiro, passando por Erechim até Passo Fundo.


Nosso time super animado e ansioso com a realização de um sonho, reunidos para a partida no Ponto de Encontro.

Esse primeiro dia de deslocamento foi muito tranquilo, o movimento na rodovia estava muito baixo, e aproveitamos para ir ajustando pequenos problemas do nosso deslocamento, posicionamento no bonde, velocidade, cuidados com as ultrapassagens, etc., ajustando as características de pilotagem de cada um, visando manter a segurança de todos.

O casal Adair e Leila não estavam rodando conosco ainda. Eles saíram junto conosco só que de Pato Branco, no oeste do Paraná, e estavam seguindo por outros caminhos neste primeiro dia. Nos encontraríamos com eles à noite no hotel.

Chegamos ao cruzamento da BR-153 com a BR-280 onde paramos em um bom Posto com restaurante e combustível e, principalmente banheiro, pois o pessoal já estava apurado, como se diz em Curitiba. 

O piso dos postos nas proximidades das bombas de combustíveis, a fim de evitar acumulo de óleos prejudiciais ao meio ambiente, por exigência da ANP, recebe um acabamento tipo cimento queimado, o que para nós motociclistas é um problema, principalmente quando molhado por ser muito liso.

O Pilinski deu uma bobeada e escorregou com a roda dianteira tombando a moto para a direita. Como estava quase parado, o que é uma coisa normal para quem anda com motos pesadas como as nossas, nenhum problema mais sério aconteceu. Ajudamos ele a levantar a moto e pronto. Como ele estava mancando fomos ver o que houve e ele acabou batendo a perna, logo abaixo do joelho esquerdo, possivelmente na alavanca de câmbio, levantando um calombo. 
Aí está a primeira "compra de terreno" da viagem. 

Ficamos preocupados com ele, mas a vontade de seguir era tamanha que ele dizia somente que não era nada e que nem estava doendo, embora mancasse ao caminhar. Parecia não ser nada mais grave que um "galo na canela", coisa que eu nunca tinha visto.


Assim que chegamos no estacionamento do Hotel a primeira coisa que fizemos foi abrir o litro de Bulleit para fazermos um brinde ao nosso primeiro dia. Tivemos que pegar copos de plástico do hotel para tomar um gole cada. Foi uma  sensação maravilhosa. Precisaremos reavaliar a quantidade de bebida, pois éramos em 15 pessoas e no primeiro brinde já se foi mais da metade da garrafa, de onde se conclui que deveríamos ter comprado pelo menos 2 litros.


Hora de abrir o litro de Bulleit para comemorar o dia maravilhoso que tivemos. Eduardo e eu.


Nosso brinde quando da chegada ao Hotel Traveling, em Passo Fundo, em copinhos de café mesmo, o que importa é a felicidade da realização e o brinde.
Depois de fazermos o checkin no hotel Traveling, que era o antigo Motel Karibe, tomamos um banho e fomos caminhando até o restaurante do irmão do proprietário do Domenico Ristorante e Pizzaria, localizada no Juvevê, onde somos clientes e adoramos comer o Fusillet, que é um prato de filé mignon com fusilli, gratinado com molho branco, recomendo. Ele é harleyro e também gosta de viagens de grande distância. O restaurante ficava há uns 2km do hotel, o que foi ótimo, pois assim pudemos caminhar um pouco.


Eu e o Lauro a caminho do Restaurante em frente a Prefeitura de Passo Fundo.
A cidade de Passo Fundo é uma típica cidade do interior do Rio Grande do Sul, embora não seja uma cidade pequena, com seus cerca de 200.000 habitantes, mas ainda assim, um local muito tranquilo, onde se pode andar pelas ruas sem medo. Fomos pela Avenida Brasil Leste, por onde entramos na cidade, seguindo pela pista de caminhada. Muitos passaram por nós caminhando ou correndo, ou ainda de bicicleta e até mesmo empurrando carrinhos de bebe.

Povo todo esperando pela abertura do restaurante, que demorou uns 5 minutos.
Nós todos jantando!
Neste primeiro dia já pudemos ver que se tratava de uma turma coesa e muito bem humorada além de resiliente e cuidadosa no deslocamento na estrada. A vontade de acelerar para chegar o mais rápido possível é grande para alguns que ainda não aprenderam o prazer de estar rodando e que, a velocidade, só reduz o tempo de prazer, ou seja, se você realmente gosta de andar de moto então tem que ir mais devagar para rodar por mais tempo.

Dia 2 - 16.11.2019

Trajeto Passo Fundo - Paso de los Libres - 595km

Trecho percorrido no segundo dia entre Passo Fundo e Paso de los Libres - 595km.

Acordamos cedo para o café da manhã, pois nosso plano era sair às 8h00 da madrugada (hehe), e fomos tirar uma foto do grupo todo que agora já estava reunido. Faltando apenas o pessoal do Chile e de Florianópolis que seguiriam por caminhos diversos do nosso e ainda a Rô Pasqualin que iria de avião até Santiago e se encontraria com a Joyce e o Ricardo que vivem em Santiago e seguiria ao encontro juntamente com eles.



Hotel Traveling, em Passo Fundo. Turma completa com Adair e Leila!


Antes da partida, fizemos uma oração pedindo por proteção e, principalmente, agradecemos as Graças recebidas!
Fizemos alguns agradecimentos e rezamos um Pai Nosso de mãos dadas, o que traz uma boa energia ao grupo assim como um sentimento de irmandade e amor. Ao final da oração eu reforcei ao pessoal o pedido de que Deus nos ajude a ver aquilo que podemos ver e que Ele nos proteja daquilo que não podemos ver, mas que principalmente, nós cuidemos de nós mesmos. Cada um de si e dos demais da mesma forma, pois pedir proteção divina e não tomar os cuidados que nos cabem nas estradas, não resolve e nos colocaria diante de riscos desnecessários. 

Quando viajamos em grupo o sucesso de todos depende do sucesso de cada um individualmente. Uma pessoa que venha a ter qualquer problema, de qualquer tipo que seja, acaba por interferir diretamente com todos os demais no grupo, ou seja, nenhuma corrente pode ser mais forte que o seu elo mais fraco.

Toda a nossa turma na saída do segundo dia. Da esquerda para a direita: Pilinski, Arnaldo, Janete, Edu, Eda, Tere, Paulo, Lauro, Dilmar, Helena, eu, Bê, Leila, Adair e Cida. 15 sonhadores que realizando juntos essa grande aventura.

Nitidamente o Hotel, até pouco tempo era um Motel, o que nos possibilitou uma estadia ainda mais confortável, pois as motos puderam ficar estacionadas em baixo dos apartamentos. Algumas das suítes eram equipadas com banheiras de hidromassagem, o que foi ainda melhor para quem foi premiado.

Foto tomada entre São Luiz Gonzaga e São Borja na BR-285, a Rodovia dos Argentinos, pois é o caminho deles para o litoral de Santa Catarina.


O bonde formado na estrada seguindo para São Borja. Pilotos: Eu a Bê, Pilinski, Lauro, Adair, Eduardo (escondido) e Arnaldo.

Seguimos muito tranquilamente até São Borja, pois havia pouco movimento, onde paramos no Posto BR 144 para abastecimento e almoço. Pouco adiante desse posto já tem a saída para a direita que leva à Ponte Internacional. Assim entraríamos na Argentina com os tanques cheios e já almoçados.

Todos sabendo que deveriam controlar o almoço a fim de evitar o sono na parte da tarde, cada um responsável por si. De qualquer forma, comemos pouco para não pesar demais.




Nós 15 almoçando no Posto BR 144 em São Borja.
Neste local mantivemos a escolha de cruzar a fronteira em São Borja e descermos pela Argentina tendo em vista que as condições da BR-472, que vai até Uruguaiana, que seria a nossa alternativa de trajeto, encontra-se em péssimo estado de conservação, além do que, antecipar o nosso contato com as estradas argentinas seria bom. Não somente pelo fato das estradas argentina serem normalmente melhores que as brasileiras, mas por que muitos densos deveriam estar um tanto ansiosos para rodar no exterior, o que seria minorado antecipando a ações e reduzindo a ansiedade. No final do dia recebi retorno de alguns dizendo estar impressionado com a boa qualidade das estradas argentinas.
Fronteira Brasil - Argentina em São Borja - SantoTomé.


Todos posicionados no guichê da migração sa fronteira. Era muita alegria!

Cruzamos a fronteira com a Argentina entre São Borja-BR e Santo Tomé-AR. No controle nos pediram os documentos pessoais dos passageiros de cada veículo e os do veículo. Apresentamos e carimbaram a entrada na Argentina no Passaporte. Depois fizeram o registro de entrada do veículo no país também.


Quando saí do guichê um outro oficial da fronteira me questionou se estávamos todos juntos e eu disse que sim. Perguntou de onde estávamos vindo e para onde iríamos, expliquei, perguntou se todos sabiam da exigência de ter Carta Verde para o acesso no país e eu respondi que sim, aí ele me perguntou se precisaria consultar a cada um e eu disse que não pois todos estavam munidos do documento, pois nosso plano era irmos até o Chile.


Aí fui eu quem perguntou se ele saberia me informar onde teria uma casa de câmbio para comprar Pesos Argentinos e ele me indicou o prédio que estava ao nosso lado. Que ali havia 2 Casas de Câmbio. Perguntei se poderíamos estacionar as motos num coberto que havia mais à frente num bolsão de estacionamento. Ele me disse que não poderia para em baixo da cobertura que era local reservado. Mas aí, um outro funcionário que estava ali disse que poderia para lá do lado direito que não estaria sendo utilizado naquele dia. O primeiro confirmou e eu estacionei ali, assim como os demais, conforme desenrolavam os seus trâmites na migração.


Vimos que o valor do Peso estava um pouco diferente entre as 2 Casas de Câmbio e a Casa de Câmbio Argentina estava um pouco mais favorável para nós. 


No passado estávamos acostumados a lidar com as notas de AR$100,00, entretanto, devido à situação política e econômica do país, a inflação tem estado alta nos últimos anos, desta forma, as notas que fazem algum sentido passaram a ser as de AR$1.000,00, que são hoje equivalentes a uns R$65,00, ou seja, pouco mais que uma nota de R$50,00. Eu troquei US$500 e mais R$2.000,00, que resultaram em pouco mais de AR$63.000,00.


O restante do pessoal me questionou se eu não estaria comprando muito peso, mas como estaríamos no país por quase 20 dias achei que estava bom assim.


Rodaríamos uns 4.000km na Argentina, a 20km/l resultaría em 200 litros de gasolina. O custo do litro lá gira no entorno de AR$55,00, o que já consumiriam AR$11.000,00 e como estávamos eu e a Bê, são AR$22.000,00 só para combustível. Os demais, é claro que consumiriam menos, pois estavam com apenas 1 motocicleta. A previsão era de pagar os hotéis com cartão de crédito até mesmo porque neste caso teríamos desconto de 21% referente ao IVA para turistas estrangeiros.


Nos tardamos mais de 1 hora para conseguirmos seguir em frente e somente depois é que descobrimos o motivo da demora. Os últimos que foram fazer câmbio tiveram um problema com as notas de AR$1.000,00 que haviam esgotado na casa de câmbio e o pessoal teve que pegar notas de 100, logo, teve gente com necessidade de adquirir um reboque para levar o dinheiro. Hehehe. Lembrar que 1 litro de gasolina custa cerca de AR$55,00. 


Quando saímos seguimos em direção à Ruta 14, que passa por Santo Tomé, e dali descemos para o sul, acompanhando o Rio Uruguai e a fronteira com o Brasil ao longo de todo o trecho, em direção a Paso de los Libres onde ficaríamos hospedados no Hotel Casino Río Uruguai.



Foto tomada já próximo a Paso de los Libres, mostrando uma paisagem muito similar à do RS.
Dilmar e a turma do carro. Nossos motociclistas que foram de carro!


Seguindo pelo trecho argentino da Ruta 14.
Depois de muito calor pela parte da tarde tivemos a grata surpresa de encontrar um hotel de excelente qualidade. Localizado na Ruta 117, quase na cidade de Paso de los Libres.

Passamos em frente ao hotel mas estávamos na pista principal e precisaríamos tomar a pista auxiliar para termos acesso ao Hotel Río Uruguai. Seguimos em frente em busca de um retorno. O primeiro estava muito ruim e segui mais adiante. Encontramos um que estava melhor, mas tinha um bolsão de areia. Avaliei por onde seguir e fui bem pelo cantinho interno da curva onde a areia parecia menos espessa. 


Na hora pensei, alguém vai acabar tombando aqui, pois a minha moto jogou um pouco. Acompanhei a Bê pelo Retrovisor e ela veio bem pelo mesmo caminho que eu. O Lauro passou também, o Pilinski, quando chegou o Eduardo, assim que olhei pelo retrovisor, vi a moto dele escorregando e os 2 caindo no chão. Caramba! Me pareceu que poderiam ter se machucado pois foi mesmo um espalhamento. 


Fiz a volta e retornei até lá. mas já estavam levantando a moto com a ajuda do Arnaldo, Eda e Janete. Depois ele contou que estava com a perna dolorida pois havia ficado com o pé torcido e preso em baixo da moto e que se virou para girar a perna reduzindo a torção e aí sim conseguiu retirar a perna. Graças a Deus, a segunda compra de terreno não resultou em tragédia. Mas estávamos mantendo a média de uma por dia. Hehehe. Pensei: "creio que a minha vez chegará também!".


A segunda compra de terreno, dessa vez foi o Eduardo na arreia do retorno para o Hotel.
Assim que vimos que tinha uma piscina,  trocamos as roupas e fomos para lá tomar umas cervejas e dar um mergulho para lavar a alma, fosse na piscina ou na cerveja.


Esse foi um momento valiosíssimo da viagem!


Bê, Leila, Eda e Janete na piscina, sofrendo como se pode observar.
Depois de um dia de muito calor nada melhor que refrescar o corpinho!
Havia um outro grupo de motociclistas no hotel, composto também por brasileiros, de São Paulo. Eles estavam viajando com uma empresa de turismo, com motocicletas do tipo Big Trail, alugadas. 


Vista de outro ângulo, mostrando a amplitude do local.


Paulo, Tere e Cida distraídos.


Helena e Dilmar. Esses estavam curtindo! O Dilmar é um motociclista que anda de carro. Hehe.
Iria ter uma festa de casamento no Hotel mais à noite, e havia um espaço reservado para eles que estava sendo decorado, até pensamos se não poderíamos invadir a festa para jantar, mas como seria muito tarde decidimos jantar mais cedo. Hehehe.

Mas teve gente que não resistiu e foi dar uma olhada mais de perto.



Um luxo só! Pessoal aproveitou que haveria um casamento no hotel.
No corredor dos quartos do hotel. Uma turma feliz!


Depois da piscina, fomos ao restaurante para comermos o primeiro bife de chorizo, já passava das 22h00, mais do que na hora de jantar.

Apesar da festa de casamento ter seguido noite a dentro, em nosso quarto ao menos, não fomos incomodados. Ouvia-se ao longe um barulho do "tuc-tuc" da música, mas nada que pudesse atrapalhar o nosso sono. Na manhã seguinte teve gente que reclamou do barulho e que não tinha podido dormir bem. Possivelmente devido à localização do quarto, mais próximo à festa.

Durante o café da manhã encontramos novamente com o pessoal das Big Trail e pudemos conversar um pouco com alguns. Enquanto eu tomava meu café ouvi uma conversa em uma mesa próxima, onde comentavam que as Harley são capazes de ir aos mesmo locais onde as motos deles íam, pois ele tinha alguns colegas que viajavam de HD pela América Latina e que não tinham nenhum problema.

Fiquei rindo por dentro, pois parece que o rapaz explicava aos demais que as HD podem ir longe, ou seja, alguns deles acreditavam que isso não seria possível.

O mais interessante foi quando fui na fila para pagar a conta. O rapaz que estava na minha frente pertencia ao grupo de motociclistas de SP. Ele estava pagando a sua conta com dinheiro e havia espalhado o dinheiro sobre o balcão. Ele dizia para a moça: 

- Eu sou obsessivo compulsivo e para mim isso tudo é muito difícil. Estou tentando manter um mínimo de organização, mas não está sendo fácil. Eu não consigo reconhecer esse dinheiro de vocês e não estou entendendo nada.

Num sentimento de buscar auxiliar o rapaz, que devia ter uns 35 anos de idade, eu acabei por perguntar porque ele não pagava o hotel com o cartão de crédito que ele teria um benefício adicional de 21% referente ao desconto do IVA e ele me respondeu que não estavam pagando o hotel, somente as despesas de consumo, pois a empresa de turismo com quem eles viajavam é que estava pagando tudo.

Bem tranquilo, realmente assim é muito mais fácil de viajar, ao menos para quem não tem experiência ou segurança para andar de outra forma. Ele saiu do balcão e foi conversar com um grupo de pessoas da turma deles, contando os problemas que ele estava tendo. Aí vi que ele havia esquecido um documento sobre o balcão, chamei e ele não me ouviu, aí levei até ele o documento. Quando ele viu o documento ele levou um susto pois era um documento muito importante, sem o qual ele teria problemas para andar no país, ele me abraçou e me agradeceu muito. 

Fiquei satisfeito em poder ajudar e também um tanto impressionado com o sofrimento e as dificuldades do cara em realizar tarefas que são absolutamente regulares para nós.

Dia 3 - 17.11.2019

Trajeto Paso de los Libres - Villa María - 740km


Trajeto "realizado" no Terceiro dia entre Paso de los Libres e Villa María - 890km

O trajeto planejado previa o deslocamento por 740km, passando por Federal e depois por San Francisco, em um dia longo e com uma bela jornada pela frente, onde já esperávamos sofrer um pouco com o calor. Estávamos em nosso terceiro dia na estrada, o que nos colocava em uma condição de conforto maior, já que nossos traseiros estavam mais adaptados ao banco da moto do que nos dias anteriores. 
Letreiro de Paso de Los Libres fotografado na saída.

Entretanto nesse dia tivemos alguns contratempos e mudanças de rota, uma delas por minha responsabilidade e outra por problema de acreditar em informações obtidas junto a pessoas ao longo do caminho. A pior coisa que podemos fazer durante uma viagem é ficar perguntando aos demais sobre o caminho. Normalmente é um "diz que me disse" sem fim e que acaba por prejudicar enormemente a viagem. Já aprendi isso em viagens anteriores mas é incrível como recorremos no mesmo erro diversas vezes, quando o ambiente muda.

O primeiro problema foi que ao invés de seguirmos por Federal, que muitas vezes tem uma estrada em condições não tão boas, seguimos por Concordia, mantendo o trajeto pela Ruta 14 ao invés de seguir pela Ruta 127. Esta alteração aumentou um pouco o trecho mas pudemos transitar por uma estrada de pista dupla com velocidade máxima de 120km/h, o que fez render muito e desgastar pouco o nosso pessoal. 

Parada próxima à Concordia, na RN-14.
Todos nós posando com o Touro. Ah! Esses dias já deixaram saudades.

Mais ao sul saímos pela RN-18 seguindo diretamente até Paraná onde cruzamos, pelo túnel sob o Rio Paraná, que liga a cidade de Paraná a Santa Fé. Até aí tudo bem, pois o programa previa mesmo conhecer essa passagem e andamos por estradas muito melhores mesmo que mais longas.

Sair de Santa Fé deu trabalho, pois haviam muitas obras e não conseguíamos pegar a estrada que nos levaria em direção a Villa Maria. Depois de algumas voltas e retornos, saímos de Santa Fé e pegamos a Ruta 19 em direção a San Francisco, cidade de nossa amiga Mônica, que estudou conosco na Itália e no passado já a visitamos em San Francisco. 

Mas no entroncamento da Ruta 19 com a 13, haviam muitas obras e desvios diversos e acabei pegando o desvio errado, na verdade eu estava tentando chegar no posto Shell e não consegui, e o meu GPS corrigiu o trajeto para descer pela 13. O Eduardo veio e me avisou que o GPS dele estava mandando retornar. Verifiquei e vi que realmente estava errado, logo, retornamos cerca de 5km até o posto Shell localizado naquele trevo cheio de desvios, para averiguar qual caminho seguir.

Nesse posto um frentista disse que o caminho para Villa María seria muito melhor pela 13, pois a Ruta 19 dali para frente estava muito ruim. Além dele um vendedor de biscoitos também nos avisou que ele era morador de San Francisco e que a Ruta estava horrível, com muitos buracos e intransitável. Aí foi quando decidimos mudar o trajeto e seguir pela 13 mesmo do que tinha pista dupla e seria mais rápido que uma pista única cheia de buracos, ou poços, como dizem eles.

Descemos pela 13 até Carlos Pellegrini e depois tomamos um caminho pra lá de enrolado até Villa Maria, o que resultou em dia de aproximadamente 890km, sem considerar os 10km que andamos a mais voltando ao posto depois de tomar o caminho da 13 no trevo.
A Bê e o Lihue em um dos abastecimentos.

Pôr do Sol maravilhoso!
Foi um dia em que o pessoal passou no desafio com nota máxima. Todos foram resilientes e cuidadosos além de parceiros em todo o trajeto. A partir desse momento vi que tínhamos realmente um time de muita qualidade. Todos cansados mas firmes como rocha até o final! Melhor, no final o resultado sempre maravilhoso.

Quando chegamos em Villa María acabamos passando em frente ao Hotel Mérian, caraca! Que maravilha! Seria um pouco mais caro que o Howard Johnson onde ficamos, mas teria sido muito melhor. Desistimos da reserva no Mérian devido ao fato de terem pedido adiantamento para a reserva e não teríamos como cumprir e além disso estava uns 20% mais caro. Claro que ficamos bem acomodados, mas teria sido ainda melhor com a possibilidade de tomar um relaxante na piscina.

Chegamos em frente ao hotel que fica localizado no centro da cidade, se não é no centro é uma zona muito urbanizada. Paramos em frente ao hotel e eu fui até a recepção para ver se estava tudo bem com a reserva e onde ficava a garagem. logo que a funcionária me confirmou que estava tudo certo ela me explicou que a garagem ficava localizada virando a esquina à direita e logo em seguida tinha a entrada localizada também à direita.

O movimento estava enorme, pois era o horário do entardecer e do movimento de final de tarde. Subi na moto e disso ao pessoal que me seguisse até a entrada. O piso estava molhado pois estava garoando, saímos até a esquina onde o sinaleiro estava fechado. Logo depois encontramos a entrada da garagem que logo após a calçada mergulhava em um subsolo. trecho de descida com dois trilhos ranhuras e um trecho mais liso no meio, até mesmo porque é ali onde cai o óleo dos veículos.

Entrei e fui direto para baixo encontrando um local com duas vagas contíguas que poderia acomodar todas as nossas motos. Os demais estavam demorando e voltei à pé para ver o que estava acontecendo. Quando cheguei lá fiquei sabendo que a Bê tinha tombado com a moto, mas já haviam ajudado ela a levantar a moto e aí ela me pediu para levar a moto até a garagem. 

Todos nos acomodamos nas vagas e era chegada a hora de arranjar os copos para fazer aquele drink com o restinho que havia sobrado do nosso Bulleit. O que foi uma delícia.

Tomando uma merecida cerveja depois de um longo dia de sucesso na estrada e calor.
Foi subir com as bagagens até a recepção para fazer o checkin e pegar as chaves dos quartos e o pessoal já estava todo sentado no bar tomando cerveja gelada. Larguei as minhas malas também e fui me juntar ao pessoal. A Bê já havia subido antes de mim e estava com as nossas chaves.
Pessoal já tinha chegado na recepção e estava com a cervejinha.
Bebemos muitas cervejas e comemos umas tábuas de frios também. Estava mesmo muito especial aquele final de dia. Depois de muito comer pedimos a janta e fomos até a mesa comer um bife com salada, para variar, considerando que na Argentina só me interesso em comer carne mesmo.

Parece que eu estava de dieta. Bife com salada. Pensa numa pessoa feliz! Isso se repetiria muito durante os dias de viagem.

Depois, quando chegaram as contas para cada um de nós, vi que a garçonete tinha descoberto o número do meu quarto e acabou lançando a maioria das cervejas e as tábuas de frios no meu quarto. Combinamos que faríamos depois a divisão das despesas, pois alguns já haviam ido para seus aposentos.

Dormimos como crianças naquela noite pois o dia havia sido mesmo uma prova de fogo com muitos kms rodados.

Dia 4 - 18.11.2019

Trajeto Villa María - Mendoza - 722km

Trajeto realizado no quarto dia com 608km.
Compensando o dia anterior, quando rodamos muito mais que o planejado, nesse dia rodaríamos um pouco menos. Afinal de contas mais de 100km a menos. Nenhum de nós estava excessivamente cansado, muito pelo contrário, havia uma vontade enorme de rodar. Eu mesmo quanto mais ando de moto mais fico com vontade de andar, embora não vá negar que fico cansado, mas quando paro, olho para a moto e me dá uma vontade de rodar que não sei de onde vem.

Dia onde esperávamos muitas novidades no trajeto. Calor é uma delas e a outra não era tão boa, o companheiro dos dias de retas e calor na Argentina, o sono. Esse é um inimigo terrível. Muitas retas longas e sem absolutamente nada com o que se distrair, nem sequer movimento. Pista dupla e nem mesmo os postes coloridos que mudam de cor a cada quilômetro consegue manter chamar muito a atenção.


Durante o café da manhã estava chovendo e parecia que poderíamos ter um dia de chuva pela frente. Alguns colocaram a capa de chuva e outros não. Eu e a Bê não colocamos. Eu achei que não duraria muito aquela chuva. Mas, de qualquer forma, mesmo que durasse o calor que viria depois dela acabaria por secar as roupas pois não seria possível que chovesse durante todo o dia.

A rampa da saída da garagem estava muito molhada com a chuva que caía e ainda por cima parecia que o piso estava muito liso. Depois de carregar as bagagens na moto, fui até a rampa a pé e subi, esfreguei o pé para ver que realmente estava muito lisa. Avaliei qual o melhor caminho a seguir, retornei, peguei a moto  segui meu plano direto. Subi com tranquilidade e estacionei a moto do outorgado da rua.

Voltei à pé para pegar a moto da Bê e segui o mesmo plano, conversei com os demais sobre os cuidados e subi a moto dela também. Me ofereci para os demais caso quisessem um apoio para tirar a moto. Todos saímos da garagem numa boa e partimos com a chuva que ia se acalmando e agora não era mais que uma garoa e que logo parou também.


Assim que saímos de Villa María, o mau tempo ficou para trás e a pista já estava secando rápido. Eu, a Bê, Pilinski, Adair, Lauro, Arnaldo e Eduardo.
A RN-158 estava muito boa no trecho, com pista dupla e pouco movimento. A garoa foi parando e logo estávamos rodando em pista seca e segura em direção a Río Cuarto quando o sol já estava mostrando a cara. 
Parada estratégica para banheiro logo depois do pedágio na RN-158. Faz Parte.
Tinha gente muito apertada.

Nossas belezinha estacionadas numa parada para banheiros, abastecimento e café em Río Cuarto, na RNA-005, contorno da cidade que não é tão pequena não.
Parada em Río Cuarto.

Esse é nosso decalque festivo da viagem.
Em Río Cuarto pegamos a RN-8 em direção a Villa Mercedes. A estrada continuava maravilhosa. Pouco movimento, pista dupla e o piso maravilhosamente perfeito.

Nosso pessoal quase chegando em Villa Mercedes na RN-8
Em Villa Mercedes pegamos a RN-7 em direção a San Luis e depois seguindo pela mesma Ruta até Mendoza. Esse trecho é o mais difícil da viagem pois é longo e tem muito pouco com o que se distrair. Inclusive tem poucos postos de combustíveis onde se pode parar para um café, um Red Bull ou ainda lavar o rosto no banheiro. 

Eu enchia minhas mão de água e despejava na cabeça, molhando toda a camiseta até mesmo a calça. Pena que no calor isso não durava muito, mas ao menos dava uma folga para o sono. Mesmo na moto muitas vezes despejei água na cara, direto da garrafa, tomando um banho de água que fica quente na moto. A água quente chegava a dar uma sensação ruim quando caia no peito, mas em seguida, com o vento, a água já ia evaporando e refrescava um bocado.

O postes coloridos da RN-7 já saindo de Villa Mercedes. Esses eram roxos. O pavimento é de concreto armado. 


Nosso pessoal vindo e agora os postes vermelhos na RN-7.


Adoro a imagem do meu retrovisor. Até mesmo porque fico o tempo todo cuidando dele. Hehe.


O outro retrovisor composto com postes de iluminação azuis agora.


Passando ao largo de San Luis pela RN-7. Uma grande cidade do interior da Argentina - Cerca de 450.000 habitantes no senso de 2010.


El Hito - Mirante da cidade de San Luis. Havia um dinossauro ao lado do mirante???


O mesmo motivo. Embora parece o mesmo local este fica depois de San Luis, quase 100km de distância da foto semelhante anterior.
A paisagem é muito bonita mas também é muito igual. Nós adamos cerca de 100km, entre Villa Mercedes e San Luis e a estrada simplesmente é idêntica, como pode ser visto comparando as duas fotos que tirei para trás. Ficar acordado é mesmo uma arte. Considerar que nesse dia que não estava muito quente devia estar fazendo uns 35 graus, infelizmente não anotei a temperatura exata.

Passando por San Luis com céu azul e já com sono. Aí foi quando eu dei uma bobeada com o combustível. Não parei para abastecer em San Luiz e bobeei porque a moto do Pilinski tinha muito menos autonomia que a minha, pouco mais de 100km a menos.

Depois de San Luis, passados uns 40km me dei conta de que logo o Pilinski teria uma pane seca. Busquei no GPS da moto e nada de posto por 120km. Baixei a velocidade para 100km/h a fim de economizar gasolina e comecei a rezar para aparecesse um posto novo, que não constasse do GPS. 

Minhas preces foram ouvidas e logo na frente, depois de 77km de San Luis, apareceu um posto de serviços bem no meio da pista, entre a que vai e a que vem. Era o Comedor El Tata Pancho e um posto YPF Servclub. Todos os problemas estavam resolvidos, poderíamos almoçar, ir ao banheiro, lavar o rosto, tomar café e água, e, principalmente, encher os tanques das motos, sendo que a do Pilinski já tinha entrado na reserva. Aí descobri que a moto do Arnaldo também tinha autonomia muito reduzida, mais ou menos a mesma que a do Pilinski.

O posto tinha um atendimento muito aquém da necessidade, ao menos naquela hora em que passamos por lá. Eles estavam com muita dificuldade em atender aos pedidos e ainda por cima atrapalhados. Mas para nós deu tudo certo. Quando voltei ao balcão para pegar um café vi o Dilmar discutindo com um atendente, ele falava em português com o argentino, mas estava puto. 

Dizia que todos já haviam comido e o lanche deles que era muito simples ainda não havia sido servido. O que estava acontecendo?

O rapaz disse a ele que aguardasse e foi levar algo em alguma mesa. Ele não se contentou e invadiu a área da cozinha falando alto com o pessoal cadê meu lanche?

Aí, dentro da cozinha, em um balcão lateral ele achou os lanches e pegou. Saiu de lá xingando todo mundo. Hahahaha! Eu ri muito da situação, pois nunca imaginei que o Dilmar fosse tão nervoso!

Agora, depois da saída do posto, teríamos cerca de 180km para rodar até Mendoza, ou seja, já estávamos quase lá. Mas ainda tivemos que fazer mais uma parada para espantar o sono, beber água e tomar um café.

Chegando em Mendoza pela Rn-7 depois de um longo dia de calor. Céu lindíssimo.
Chegamos em Mendoza e fomos diretamente ao Hotel Internacional onde nos hospedamos que fica localizado a duas quadras do marco da cidade que é a Plaza Independencia. Depois de nos informarmos sobre o local da garagem para levarmos as motos e de retirarmos as bagagens das motos, fomos guardar as motos na garagem a meia quadra de distância.

Quando chegamos lá nos deparamos com um pé carregadíssimo de damascos. Comemos muitos damascos. Nenhum de nós havia comido damascos frescos anteriormente, posso dizer que são muito bons, lembram um pouco o gosto do pêssego.
Pé de Damascos super carregado no  estacionamento do Hotel em Mendoza.

O hotel não era lá essas coisa mas quebrou bem o galho, por um preço razoável nos acomodamos bem e a sua localização é o que realmente faz a diferença. Tratamos com a atendente do hotel o cititour para o dia seguinte e também um passeio por algumas vinícolas. Assim poderíamos aproveitar bem o dia seguinte porque no outro estaríamos comprometidos com o passeio até o Chile cruzando os Andes pelo Paso Cristo Redentor e os Caracoles.

Todos estávamos muito cansados, tomamos um banho e depois não teve como evitar de irmos na Estancia La Florencia, localizada na esquina de baixo do hotel. Este restaurante tem preços muito acessíveis e uma qualidade excelente. Foi ali que comi os melhores bifes de chorizo da viagem. Entra ano e sai ano mas a qualidade deles não se altera.

Pegamos uma mesa localizada na calçada, pois estava calor e lá fora parecia mais fresco. O garçom que nos atendeu era um tipo simpático e nos serviu vários dias depois desse. Escolhemos alguns vinho nacionais mesmo, para economizar. Tomamos muitos malbecs. O Pilinski é um senhor companheiro para tomar vinho, pois ele topa todos e toma bem. 1, 2, 3, 4 garrafas não tem problema. Não que os demais não bebessem, mas o Pilinski e a Cida, eu e a Bê, éramos os mais animados com a bebedeira. Hahahaha. 

O garçom que nos atendeu praticamente em todas as refeições. Teve uma refeição que não foi ele, mas fez falta pois as carnes vieram muito passadas.

Curiosidade que notamos é que os cachorros ficam rodeando, como o Pilinski adora cachorro e a Bê morre de medo a situação era meio engraçada, um chamando e outro se fugindo.
Só faltou o Eduardo que tirou a foto!


Parrillada completa, belo pedido do Adair e da Leila.


Eu, muito humilde, com meu bifinho de chorizo! Nada mais!
Do outro lado da rua compramos garrafas de água de 2 litros para levarmos para o hotel enquanto esperávamos pela comida, vimos agentes de trânsito multando diversos carros que estavam estacionados em frente ao restaurante, sendo que um dos carros era do proprietário ou gerente de uma loja de vinhos localizada bem em frente ao local. Não sei o que passa na cabeça do cara, mas ele viu a agente multando e nem deu bola. Depois carregou a caminhonete com algumas caixas e manteve o carro ali mesmo. Nem mesmo quando a agente retornou e multou novamente ele se incomodou. Acho que tem alguma coisa que nós não conhecemos sobre o assunto.

Após a janta, enquanto todos os demais foram dormir, nós fomos comer um sorvete no Perin que fica localizado na esquina de cima do hotel.

Comemos um belo sorvete com estilo italiano de verdade. As garrafas de vinho fizeram efeito, não?

Dia 5 - 19.11.2019

Mendoza - Cititour e Vinícolas

Levantamos cedo pois a saída para o tour pelas Vinícolas seria às 8h00 da madrugada, logo teríamos que tomar café logo cedo às 7h30.

No café vimos que o sistema do hotel é muito diferente dos demais. Eu nunca tinha visto um sistema assim. Uma funcionária serve aquilo que você solicita. Tudo estava ali à mostra e você ia pedindo. Quero um desses, dois daqueles etc. O pior é que não tinham ovos de forma alguma, somente croissant doces e salgados, presunto, queijo e algumas frutas, sucos, manteigas e geléias e café da máquina que era ela quem apertava o botão também. Curioso. Não estava ruim mas era bastante simples.

Às 8h00 estávamos a postos para o ônibus que só chegou com uns 20 minutos de atraso. Embarcamos e começou a farra. O caminho do ônibus era o mesmo que faríamos no dia seguinte para o Chile. 

O Paulo e a Terezinha assim como o Arnaldo e a Janete não foram junto pois estavam 

Pessoal que saiu para o tour pelas vinícolas pela manhã. Eu, Adair e Leila, Helena e Dilmar, Cida e Pilinski, Eduardo e Eda, casal desconhecido, Bê e Lauro. Hahaha!
Eu e a Bê estávamos muito felizes e gratos por estarmos novamente em Mendoza! 
O nosso guia nos deu algumas opções de vinícolas a visitarmos e nós escolhemos uma mais antiga e tradicional e uma mais moderna. Escolhemos a Dante Robino, mais tradicional, e a Melipal, uma bodega  mais moderna. Sendo que a Dante Robino foi a primeira.


Entrada da Bodega Dante Robino.
Nós diante dos parreirais. 
A Bê na vinhas. Foi a primeira vez que vimos as telas de proteção contra granizo. Protege somente os cachos de uvas. 
Nós e a Cida no Pórtico da Bodega.


Mocinha muito simpática que nos deu explicações sobre como funciona a produção de vinho.
O lugar é muito bonito e bem arrumado, tudo no lugar.


Estoque das barricas para envelhecimento do vinho.

A Dante Robino foi instalada em 1920 e aí está os processos de fabricação dos vinhos brancos e tintos.
Cida e Pilinski fazendo graça.
Leila e Adair posando no Barril.




Nós todos na visita à Bodega Dante Rubino.

Local das tinas de aço inoxidável usados para a produção de vinho. Antigamente eram barris de madeira.
Nós todos no pequeno museo da Bodega!

A Bê no museu da vinícola. Máquina de colocar rolha de 1937. 
Linha de vinhos da vinícola Dante Robino e os preços. R$1,00=AR$15,00.
Todos os vinhos produzidos na vinícola estavam expostos em uma prateleira no final do caminho da visita. Eu e o Pilinski já estávamos querendo levar todos, não fosse pelo fato de ter que pagar e, ainda pior, acomodar na moto. Os preços variavam de menos de R$14,00 até aproximadamente R$66,00. Considerando a qualidade dos vinhos eram preços muito atraentes para nós.

Mas para podermos tomar a decisão de qual deles deveríamos comprar, ainda, ao final da visita, teve uma degustação que incluía os Grand Dante e Espumante, que nesta vinícola eram produzidos com a técnica francesa, ou seja, as garrafas ficam descansando e sendo viradas durante um tempo longo, cada vez com maior inclinação, até que chegam na vertical, nesse momento em quechegam na vertical, toda a borra do espumante se encontra junto à tampa, que inicialmente do tipo "chapinha" mesmo. Aí eles colocam em contato com nitrogênio líquido e a chapinha salta com o choque térmico e imediatamente se coloca o açúcar e a rolha. Assim a pressão resultante do espumante vem da fermentação do açúcar na garrafa já fechada com a rolha.


Nossa atendente servindo os vinhos para a prova (ela tirou 10. Hahaha).
Embora pareça a Santa Ceia, éramos apenas 11! Tinha vinho mas faltava pão! Alguém poderia dizer que faltavam Jesus e Judas, para completar os 13. Ninguém se julgava digno de representar Jesus ou Judas. Hehehe.
Fizemos grande esforço para atender à expectativa da casa e degustar os vinhos. Hahaha!
Depois da prova não teve como não comprar uma meia dúzia de garrafas. Sendo que uma tomamos lá mesmo, em Mendoza, no restaurante onde jantamos. Mas as demais foram transportadas na minha moto. Sendo que as 2 garrafas de Grand Dante vieram até aqui em casa. Até tentei colocar na caminhonete, mas o Dilmar e a Helena acharam que a caçamba já estava muito carregada e, como caberiam na moto, pois nunca compro mais do que posso carregar, viajaram no Tourpack da moto mesmo.

A van retornou para nos buscar e levar até a próxima vinícola planejada, que seria a Melipal, uma vinícola mais moderna.

A distância entre as duas vinícolas era pequena, pois ficam localizadas na mesma região. A estrutura da Melipal é muito moderna. A mesma foi feita por uma família rica de Buenos Aires, e, pouco depois, foi vendida para uma empresa Russa, inclusive haviam funcionários russos trabalhando no local.


A Bê diante do Centro de Visitantes da Vinícola Melipal.


Local muito bem projetado, bonito e agradável.


Junto às videiras haviam muitas outras plantas, que servem como controle de pragas. A Algarve Azul deve ser uma dessas plantas.


A Bê estava radiante, aliás, como sempre.
A nossa recepcionista explicando como funciona a vinícola e como todo o processo acontece.

Símbolo da Vinícola no porão iluminado por uma abertura com vidro no piso da recepção.
Barris de guarda e envelhecimento do vinho.


Linha de vinhos que são produzidos na vinícola Melipal.


Eduardo e Eda na varanda onde a degustação foi servida.


Eu a Bê e o Lauro brindando a vida.


Aprendendo a avaliar o vinho. Cor, odor, teor alcoólico, etc., etc.
A paisagem do local é simplesmente linda. Tudo absolutamente cuidado.





Olha só a criatividade do povo e olha que ainda nem estávamos tão bêbados. hahaha
Todos nós em uma outra área externa da Melipal.


Depois da visita nos sentamos numa área externa da vinícola para esperar pelo nosso transporte. Estávamos já cansados mas muito satisfeitos com a diversão e os vinhos que tomamos, bem como com os que compramos.



Essa ficou muito boa. Não precisa nem dizer que estavam esperando pela van. Hahaaha!
Depois que saímos da vinícola a van nos deixou longe do hotel. Embora na mesma rua, mas umas 7 quadras do Hotel onde estávamos hospedados. A Helena e mais alguns ficaram possessos com a falta de consideração em não nos deixar na porta do hotel. Realmente andamos um bocado carregando caixas de vinho etc. Eu pessoalmente até que gostei, pois deu para caminhar um pouco pelo calçadão de Mendoza, cruzamos a Praça Espanha, que é o Marco Zero da Cidade e mais umas 3 quadras estávamos no hotel.

Almoçamos rapidinho na nossa churrascaria, localizada na esquina do hotel, pois à tarde teríamos um cititur ainda.
Um bife de chorizo acompanhado do Los Haroldos - Malbec. Ótimo!

No horário marcado o micro-ônibus nos apanhou em frente ao hotel e partimos para o Parque San Matin. Este Parque é realmente impressionante, uma área enorme localizada dentro da Cidade de Mendoza. Tem áreas de laser, de esportes e até mesmo uma Universidade dentro do parque. É um lugar muito agradável.

Mendoza foi construída em terreno desértico, mas que utilizou de técnicas Incas de irrigação. Assim a cidade toda é servida por canais que irrigam as árvores e em algumas horas do dia as comportas são abertas propiciando o fluxo. Desta forma a cidade de Mendoza é verde e fica localizada em região desértica.

Canais de irrigação existentes por toda a cidade de Mendoza.

O calor estava de matar, quando descemos na fonte não teve como não jogar uma água na cabeça para refrescar. Compramos água mineral para tomar também. O pior é que o ar condicionado do ônibus estava muito ruim e quem estava sentado no fundo do ônibus não recebia o vento pois o mesmo estava instalado em cima de nossas cabeças e soprava para frente. Eu e a Bê ficamos cozinhando ali naquele lugar.

Na fonte do Parque San Martin onde nos refrescamos.
 No passeio da manhã fomos em 11 mas no da tarde, que era um cititur, fomos todos os 15 participantes, incluindo o Arnaldo e Janete, Paulo e Terezinha.


Todos nós 15 morrendo de calor no cititur.


Esse é o Monumento ao Exército de San Martin, localizado num morro a 980m.n.m.  
Na Argentina quase todas as cidades tem parques, praças ou avenidas batizados em homenagem o General San Martin. Ele foi o maior herói da Argentina. Responsável pela independência de vários países da América Latina do julgo espanhol. Esse monumento é uma homenagem ao General que conseguiu encontrar os caminhos para cruzar os Andes, acompanhado de seu exército, até o Chile, Perú e nem sei qual país mais que ele libertou.



Estava muito quente e eu e a Bê ficamos em baixo e não acompanhamos o pessoal na escadaria até lá em cima.
Por fim ainda teve uma visita a uma fábrica de chocolates, que eu francamente não gostei muito. Tinha mais firula que informações sobre fabricação de chocolates propriamente dito. Mas parece que as meninas se divertiram. Hehehe. Eu aproveitei tomar muita água, ir ao banheiro e depois comi algumas barrinha da degustação que não eram de má qualidade não, mas não podemos nem pensar em levar chocolates na moto, só se for para virar chocolate quente e teríamos que levar em uma xícara. Hahaha.



Visita à fábrica de chocolates. Elas até que gostaram.
No início até que a gente estava animado, mas depois não prendeu muito a atenção.


Mas nós não estávamos assim tão animados. Ao menos é o que parece.
Foi uma manhã rodando pelas 2 vinícolas e a tarde rodando pela cidade no cirtitur, o que deixou todos com a sensação de que tínhamos aproveitado bem o nosso único dia disponível em Mendoza. Depois de 4 dias andando de moto até que foi muito salutar, termos um dia de descanso sem pegar nas motos que ficaram descansando um pouco no estacionamento do hotel. Até que elas se comportaram muito bem.

À noite, na janta, comemos carne e tomamos uns vinhos comprados.

Depois de uma merecido banho, pois havíamos passado o dia todo suando, fomos novamente à Parrilla Estancia La Florencia, onde comemos as nossas refeições em Mendoza. Restaurante que recomendo muito, por ser de ótima qualidade e preço muito honesto. Eu e a Bê costumávamos pedir um prato para cada um de nós e ainda tomando vinho à vontade, o custo da refeição ficava em aproximadamente AR$1.300 a AR$1.400, o que resulta em menos de R$100,00, já que o câmbio estava na faixa de AR$15,00/R$1,00.

Antes da janta eu fui sozinho até a farmácia localizada na esquina de cima do hotel, do outro lado da rua da sorveteria Perin, para comprar emplastro e uma pomada para dores musculares que a Bê estava sentindo.

Na volta para o restaurante encontrei com o Adair e a Leila, próximo ao hotel, conversando com um casal de motociclistas que estavam indo ao encontro em San Juan também, eram do Rio de Janeiro e já haviam viajado em grupo de turismos da HT Mototurismo, eu acho, para o Canadá ou EUA junto com eles. Eles me apresentaram o casal e depois conversamos um pouco.

O casal comentou que não deveríamos ir ao Chile no dia seguinte pois havia informações de que estariam sendo fechadas estradas, falta de combustíveis e muitos riscos com as manifestações sociais que estavam acontecendo lá e que acabaram por, inclusive, provocar a mudança do Encontro de Viña del Mar no Chile para San Juan na Argentina.

Ouvi as recomendações mas disse a eles que iríamos até lá sim, convidei ao casal para nos acompanhar inclusive, pois o passeio seria muito bonito e inclusive que eles deveriam ir, independentemente de estarem ou não conosco, pois ir até lá e não cruzar os Andes seria algo a se arrepender para sempre. Vendo que a estratégia de me demover do passeio não funcionou, acabaram desistindo e disseram apenas que eles não iriam.

Senti que o Adair estava muito preocupado e comentei com ele que essas coisas não caem do céu. Caso ao longo do caminho a gente acabasse por notar a presença de algum risco é claro que faríamos meia volta e pronto. Mas nada disso era esperado, inclusive a Daya e a Camila (acho que é esse o nome) estavam descendo de San Pedro de Atacama sozinhas, pelo litoral do Chile, até Santiago, onde dormiram e foram na loja da Harley e estariam cruzando para a Argentina por esse mesmo caminho no mesmo dia.

Nas duas noites em que jantamos preferimos sentar do lado de fora, nas mesas da calçada mesmo, pois era fresco e bem atendidos, quer dizer, quando o nosso amigo garçom nos atendeu foi melhor, depois, na segunda noite, quando veio um outro garçom, a coisa caiu bem de qualidade, tanto no tempo do atendimento como no ponto das carnes. Mas, nada que não conseguimos ir contornando.

Do outro lado da rua tinha um kiosko, como chamam eles, que um tipo de banquinha que vende de tudo, onde comprávamos nossa água em garrafas de 2 litros para levar ao hotel e para a viagem, pois na moto precisamos nos hidratar muito.

Comemos bem e cansados fomos dormir meio cedo pois no dia seguinte teríamos um compromisso delicioso. Iríamos cruzar os Andes, pelo Paso Cristo Redentor, seguindo até o Restaurant Sol y Nieve, localizado em Los Andes, onde comeríamos umas empanadas chilenas. Na verdade a empanada nada mais era que um desculpa para cruzarmos os Andes passando pelos caracoles.

Eu já tinha sido informado pelo Reckzigel que ele, acompanhado do pessoal de Florianópolis já estavam hospedados no Íbis localizado na Ruta 7, estrada por onde havíamos chegado de San Luís em Mendoza. Como eles estavam cansados dos dias de estradas, acabaram jantando ali por perto do hotel deles mesmo.

Marcamos de nos encontrarmos às 8h30m, na frente do hotel deles e a partir de lá, partiríamos para nosso passeio. Aí estaríamos quase todos do nosso grupo junto. Ainda deveríamos encontrar no ponto da empanada o Sadir e a Joyce, que trariam com eles a Rô que havia vindo de avião até Santiago e ficou hospedada na casa deles. Assim, no dia seguinte teríamos todo o grupo reunido. Nós 11, mais os 3 de Floripa e os outros 3 que estavam vindo de Santiago.

Dia 6 - 20.11.2019

Trajeto Mendoza - Restaurant Sol Y Nieve - Mendoza - 480km


Trecho percorrido no dia de ida e volta pelo mesmo trajeto.


Levantamos cedo e tomamos nosso café da manhã, naquele esquema de pedir para a moça tudo o que queríamos e fomos pegar as motos.

Partimos em direção ao Hotel Íbis para encontrar com o pessoal de Floripa, quando chegamos lá eles já estavam em cima das motos com os motores ligados e simplesmente se colocaram atrás do nosso bonde. Notei que estava faltando o Marcos, pois pensava que ele teria vindo junto com o pessoal, mas estavam apenas o Reckzigel, a Neusa e a Consuelo. Depois o Reck me explicou que na última reunião que eles fizeram antes da viagem o Marcos informou que o médico o havia proibido de fazer a viagem devido a problemas de saúde e que ele deveria fazer um tratamento cardíaco. Bem esses são inconvenientes que acabam acontecendo.



Parada típica para solicitação de informações que a Gendarmeria argentina faz.
Cruzar os Andes é algo que não me canso de fazer, já cruzei muitas vezes desde 2009 esse Paso Cristo Redentor, mas juro que não me canso. Ouço gente dizendo: -Ah não! Mas lá eu já conheço. Pois eu já conheço, creio que passei por ali mais de 10 vezes e não me canso de forma alguma. Neste momento em que estou escrevendo esse texto, se consultar meu coração, vejo que adoraria estar lá naquele local novamente. Seja nesse passo ou em qualquer outro.


A melhor parte do caminho é mesmo o trecho dos Caracoles (a pronúncia é pronuncia caracóles).
Teríamos que cruzar a fronteira com o Chile, o que seria uma chatice, considerando que haveriam duas aduanas a fazer, uma na ida, para saída da Argentina e entrada no Chile e depois na volta o contrário.

Claro que relembramos todos os cuidados que temos que ter sempre que cruzamos os Andes, cuidados com a condução e principalmente com a questões relacionadas ao clima que é sempre muito instável e que pode acabar resultando em qualquer situação de dificuldade. Mesmo considerando que não era esperado nenhum problema, pois a previsão era de tempo bom e temperaturas amenas, o que de fato aconteceu.


Chegando próximo ao lago que abastece Mendoza.


Saindo do posto em Uspallata, ainda na Argentina, onde abastecemos as motos.


A paisagem é impressionante. Eu não me canso de olhar.
Imagem obtida pelo Dilmar, no final do grupo, praticamente no mesmo local da anterior. Que coincidência!

Olha só a turma rodando nos melhores dias da viagem.
Lindos os lugares incansáveis neste fim de mundo gelado.
Quando chegamos na Aduana, nos deparamos com edifícios novos e mais bem aparelhadas e, graças a Deus a aduana é integrada entre Argentina e Chile, o que de certa forma simplifica pois fazemos a migração indo de guichê em guichê, mas num mesmo local.

Chegando nas novas instalações da Aduana Argentina - Chile.
Trecho de acesso às novas instalações fronteiriças. Ficou 10!


Muita dedicação para preencher a papelada da fronteira para ingressar no Chile.


Pessoal quebrando a cabeça para preencher a papelada da Aduana.


É de dar uma canseira na cabeça e no corpo da turma!


Nossas heroínas só nos aguardando, loucas para rodar por caminhos por elas nunca antes avistados.


De janelinha em janelinha se consegue chegar ao final!
A Bê comprou um terreninho naquele piso ruim dos Caracoles!


Ovelhas soltas na beira da estrada. Todo cuidado é pouco.



Nós novamente nos Caracoles. Que sensação difícil de explicar. 
Foi uma grata surpresa que os escritórios da imigração estivessem com muito pouco movimento. Novas instalações estão disponíveis em local protegido e com muito mais conforto que as anteriores. Uma outra coisa boa é que o controle fronteiriço está unificado entre os dois países o que simplifica muito os trâmites também.

Grande Lauro nos Caracoles.
Elas!

Eles!
Dá para notar que a Bê estava bem desanimada em passar por lá com sua moto.


Parados em um pare-siga de obra da estrada bem próximo ao restaurante.
Ao final aconteceu o que previa. Cruzamos a fronteira e fomos até o Restaurante, já no Município de Los Andes e não tivemos nenhum problema de qualquer natureza. Sequer vimos algo que pudesse indicar algum problema. Acabou que se concretizou aquilo que havíamos sugerido aos amigos do RJ na noite anterior. Uma pena mesmo que eles não se dispuseram a seguir conosco neste passeio que foi simplesmente maravilhoso.


Eu e o Lauro em frente a foto do PHD Chico que nos indicou pela primeira vez o local.


As queridas garotas que cuidam com muito carinho do Restaurante Sol y Nieve. Uns amores!

As empanadas estavam muito boas. São assadas em forno à lenha e por isso são mais gostosas que o normal. O Sadir e a Joyce que conhecem muito mais que nós, pois vivem no Chile, sendo que ela é chilena, disseram que existem empanadas melhores, entretanto gostaram daquela que comemos. Independente disso eu as considero as melhores empanadas do mundo, pois envolvem muitas outras coisas emoções que alteram seus sabores. Hahahaha!


No retorno novamente nos Caracoles.
Essas nossas meninas foram espetaculares! Inimaginavelmente fabulosas!

Nossas motos distraídas na paisagem dos Andes. em El Portillo. Que saudades isso dá!
Após os Caracoles, entramos no estacionamento do Hotel El Portillo, para visitarmos o lago que se encontra logo atrás do complexo turístico. Hoje existem muitos escritórios de empresas que trabalham praticamente em tempo integral na manutenção da rodovia, pois locais de frio intenso durante os período de inverno detonam com as condições das estradas que precisam continuamente de manutenção. Mesmo assim devemos elogiar nossos germanos pois as rodovias estavam em perfeitas condições de uso, como esteve em todas as oportunidades em que passamos por lá.


O maravilhoso Lago localizado junto ao Hotel Portillo. Estação de Esqui. 
Este ano o lago estava na cor azul, que é sem dúvida a mais bonita. Houve oportunidade em que o mesmo tinha a cor verde das águas de degelo e teve vez que estava marrom. esta última cor realmente foi a menos atraente de todas.


Sadir e Joyce. Amigos queridos que hoje residem no Chile e que participaram conosco do Encontro. Embora estivessem de carro são Harleyros também.


Todas as meninas do grupo melhorando em muito a paisagem do lago de El Portillo. Faltaram a Helena e a Terezinha que haviam ido embora.
Nem tudo foi perfeito e tivemos a nossa vez também.
Na volta o Reck havia comentado de subir com a moto até o Cristo Redentor, propriamente dito. Eu me dispus a ir com ele. Entretanto como eu era o primeiro da fila e ele era o cerra fila, não vi o local de acesso ao Cristo e em meu GPS eu não tinha o endereço indicativo. Depois de rodarmos alguns quilômetros o Eduardo veio até mim e disse que o nosso amigo havia desaparecido. Respondi a ele que o Reck devia ter entrado para o Cristo Redentor que eu acabei não vendo o acesso.

Dito e feito. Ele foi mesmo. Quando chegamos no controle fronteiriço o Reck não estava conosco. Fizemos os trâmites e nada do Reck. Aí eu parei no estacionamento do lado de fora e ficamos ali esperando pelo mesmo durante pouco mais de meia hora. Pois no caso dele não retornar teríamos que ir atrás dele. O caminho para o Cristo Redentor não é asfaltado e se trata de um caracoles de rípio muito perigoso.

Finalmente ele apareceu e nós pudemos seguir adiante sem percalços. Para mim é uma regra não deixar nunca ninguém para trás, pois grandes dificuldades podem aparecer.

Depois ele nos contou que havia um carro preso em uma vala de escoamento de água no caminho e que ele infelizmente não conseguiu chegar ao topo onde encontra-se o monumento do Cristo, mas que mesmo assim conseguiu tirar boas fotos lá em cima.
Que saudades me dá ao ver estas imagens! Ai, ai... Bem essa visão que eu tenho durante a viagem.
No retorno passamos novamente no mesmo posto de gasolina em Uspallata, abastecemos novamente as motos e fizemos um lanche. Depois partimos até Mendoza novamente. Nosso grupo de viagem até o Hotel Internacional, onde estávamos hospedados. O Reck e as meninas até o Ibis onde estavam e o Sadir, Joyce e Rô, seguiram direto até San Juan onde haviam realizado a antecipação de um dia em suas reservas.
          
Adivinhem onde a nossa noite terminou. Com o Reck e a Consuelo que nos acompanharam no jantar e no sorvete.

Claro que novamente jantamos no Estacia La Florencia. Cansados mas muito satisfeitos com o passeio. Pelo retorno que o pessoal me dava, parecia que até tudo estava correndo maravilhosamente bem. No dia seguinte haveríamos de rodar muito pouco até San Juan para os 3 dias do 19o. Encontro de Harleyros de Viña del Mar, que neste ano, realizou-se na Argentina, sem dúvida um evento histórico.

Dia 7 - 21.11.2019

Trajeto Mendoza - San Juan - 171km - 1º Dia


Trajeto percorrido para ir de Mendoza até o Hotel Del Bono Park Casino.
Dormimos um pouco mais, pois a distância a percorrer seria pequena e deveríamos chegar para fazer o checkin no Hotel somente depois das 14h00. Assim saímos lá pelo raiar das 10h00 da manhã. Hehehe. O dia já estava quente, na verdade os dias e as noites em Mendoza foram sempre muito agradáveis nestes dias em que estivemos lá.

Como havíamos abastecido as motos no dia anterior em Uspallata estávamos todos com gasolina suficiente para rodarmos mais a distância até San Juan. Assim carregamos as motos, fizemos o checkout no hotel e partimos diretamente para a estrada que estava em obras e o Sadir jáhavia nos informado que estava muito ruim, Mas para nós que estamos habituados a rodar na Brasil até que a estrada estava boa. Ao menos para nós que estávamos rodando de dia, se eles havia rodado mais tarde acredito mesmo que não estivesse assim tão boa. Pois haviam muitos trechos com obras e alguns com buracos e/ou remendos que tornaram a viagem menos confortável que aquelas outras por onde já havíamos passado anteriormente.

Seguimos diretamente até o hotel e paramos em um posto a menos de 200m do hotel para abastecimento e decidirmos o que iríamos comer e se comeríamos algo antes de chegar no hotel, já que ainda era cedo. Mas decidimos ir diretamente ao hotel e depois pensar em algo para comer, afinal, quem sabe não teria algo nos esperando por lá, não é mesmo?


Programa do Evento.


O que de fato aconteceu. Chegando lá tinha vinho à vontade, que já começou no checkin do hotel onde pegamos as chaves e uma taça de vinho. Dali, devido ao calor do dia e da estrada, fomos diretamente aos quartos para deixar as malas e trocar as roupas e com roupas de banhos fomos para a piscina. O Sadir e a Joyce estavam na recepção nos esperando quando chegamos e combinamos com eles de irmos para a piscina, fumar charutos e tomar whiskey (bourbon) e o que mais tivesse lá para nós.
Boas Vindas a todos nós. Adair.

Povo animado já na chegada ao Evento. Joyce, Janete, Arnaldo, Eduardo e Eda.
É realmente uma relíquia. Quanta alegria em estar numa relíquia.


Junto com o Che Mário idealizador do Evento Viña del Mar há 19 anos.


A Bê charlando na piscina. Que dias haviam sido aqueles! Inacreditavelmente bons!
Só tínhamos mesmo muito a agradecer.


Espaço da piscina do Hotel Del Bono Park.
Só curtindo a vida. Vinho,cerveja, charutos, saúde e amigos. Completo!
Nossas meninas se divertiram muito!

Era chegado o grande momento. Todos juntos e felicíssimos!
Além das bebidas tinha hambúrgueres e mais alguns outros quitutes. Ainda bem que decidimos não almoçar e ir diretamente ao Hotel.


A Cida, Adriana, Camila e Daya. A Camila e a Daya que havia rodado pelo Chile de San Pedro até Santiago.
Ainda por cima encontramos com nossos amigos do Brasil e de Curitiba que estavam lá para compartilhar conosco do encontro. Sendo que a Daya juntamente com a Camila, as duas sozinhas, seguiram via San Pedro de Atacama e litoral do Chile, nos mesmos moldes do trajeto que nós havíamos pensado fazer após o encontro e que acabamos por cancelar devido aos problemas das manifestações que comprometeram a segurança para rodar no Chile e elas tiveram a coragem de fazer o traçado, embora no sentido inverso. Parabéns a essas meninas monstruosas, ainda por cima sozinhas.
Nossas Ladies maravilhosas pra lá de felizes. 


Pensando nas alegrias dos dias que antecederam a este. Só sucessos!

Já dá para ver que tem gente mais alta que o normal!!!!

Hummmmm! Respira fundo pra ver a fragrância do choripan!!!!

Joyce e Pilinski na fila para os sandubas. Choripan ou hambúrguer. Que dureza hein Pilinski!!


Nossas maravilhosas meninas brasileiras.
O maior problema é que toda a alegria do encontro e da chegada ao destino com bebida livre, é que a turma foi ficando alta. Aqueles que estavam mais animados ou que tiveram menos controle, ou ainda, que beberam muito rapidamente ficaram meio bêbados a bem bêbados. Hahahaha.

Foram várias Perdas Totais. Do grupo de brasileiros, digamos que a metade aproximadamente ficou alta a ponto de não ter a menor condição de participar do jantar e da festa que aconteceu à noite no salão do próprio Hotel.

Ao final da tarde, acompanhei a Bê até o quarto, coloquei ela na cama e ela dormiu quase que imediatamente. Fiquei preocupado com os demais amigos que estavam ainda na piscina e retornei para ver quem precisava de ajuda. Mas parece que todos acabaram saindo junto comigo com a ajuda de outras pessoas. Ao final todos sobreviveram, mas que teve gente passando mal isso teve. Teve tombo na grama de mais de um. Teve tombo na piscina, graças a Deus nenhum deles resultou em qualquer problema. Deus contava a nos proteger assim havia ocorrido durante todo o trajeto até ali naquele momento.

Tomei um banho, troquei de roupa, tentei acordar a Bê sem sucesso e desci para o salão. No coquetel encontrei o Sadir e a Joyce, assim como a Daya e a Camila e fiquei ali com eles. Depois vi que tinha mais gente do nosso grupo em outro salão contíguo.

Na festa da noite a Coca apresentando todos os esforços realizados para a manutenção do Encontro.
O nosso homenageado que estava de aniversário. Que festa organizamos para ele! Hahaha.

Nossa mesa com os sobreviventes da tarde na piscina.
Além do grupo indicado na mesa acima haviam outros que estavam em uma outra mesa. O Eduardo e a Eda, o Arnaldo e a Janete,


O salão estava muito bonito. Eu até me surpreendi com a quantidade de sobreviventes. Na mesa ao fundo, sobre a cabeça da Neusa, dá para ver a Eda, Eduardo, Janete e Arnaldo.

Dia 8 - 22.11.2019

San Juan - 19º Encontro Viña del Mar - 2º Dia

A Bê foi muito legal em ceder a moto dela para que o Sadir pudesse ir pilotando no passeio do primeiro dia. Ela foi junto com a Joyce no carro. Logicamente o Sadir estranhou um pouco a moto e o tamanho da mesma, mas se saiu muito bem. A moto dele é muito diferente dessa, é uma Softail Slim pintura comemorativa do exército com a estrela. Que é um modelo muito menor que a Road Glide.

Saída do Hotel Del Bono para o passeio e almoço em local aberto com piscina.
Neusa com a sua moto na saída do Hotel.


Cida e Pilinski.


Adair e Leila.


Eu e o Sadir com a moto da Bê.
Seguimos pela avenida que passa em frente ao Hotel del Bono até a Plaza 25 de Mayo, no centro de San Juan. Onde paramos e, literalmente, fechamos o trânsito com o apoio da polícia local. Foi um desfile bárbaro. Devemos considerar que para o povo argentino essas motos são extremamente raras, principalmente em uma cidade do interior, tendo em vista que os valores das nossa motos lá na Argentina é sensivelmente mais alto. Digamos que cerca de 3 a 4 vazes maior, o que, é claro, torna proibitivo comprar dessas motocicletas por lá.


Eu, Reck, Sadir e Jorge. Passagem pelo centro da cidade em um desfile com todas as motos.
Quando chegamos na praça principal vi o Paulo e a Terezinha na calçada nos procurando. Acenei para eles e depois foram nos encontrar juntamente com o Dilmar e a Helena, já que eles estavam hospedados em outro hotel mas na mesma cidade e deveriam seguir viagem conosco após o encontro que terminaria no domingo.


Eu, Camila, Dilmar e Helena (que foram até nós, pois não participaram do encontro), Reck e Sadir.
Rô na Plaza 25 Mayo. A alegria de uma harleyra sem sua HD!
Adriana, Camila, Coca, Daya, Rô e Cida. Uma alegria só!

As motociclistas e não motociclistas do passeio por San Juan.
A Bê foi no carro e a Rô foi comigo na moto. Ela tinha combinado de ir na garupa do Lauro mas acabou que ele saiu mais tarde do hotel, pois perdeu a hora e ela acabou seguindo comigo mesmo.


A Joyce com um Bebê lindo e gordinho que estava na com os pais na praça.
Dali da Praça 25 de Mayo o comboio seguiu para o autódromo que fica localizado um pouco afastado da cidade. É uma autódromo muito novo e de qualidade excelente. Os argentinos são amantes da velocidade, não só pelo exemplo de Manoel Fangio, um grande corredor do início das corridas de carros mas também por receber até mesmo uma das etapas do campeoto mundial de moto velocidade, que acontece na pista de Termas de Rio Hondo. Há alguns anos eu e a Bê fomos conhecer as termas e o autódromo também.


A Bê e a Joyce fazendo graça no carro.
Andar na pista do autódromo foi muito legal. É sempre uma emoção estar em um local de pista bem projetada, segura e feita para rodar a qualquer velocidade. Claro que estávamos em um grupo enorme de motos e não podíamos nos exceder, até mesmo porque ninguém nunca está livre da possibilidade de um acidente. Mas nos divertimos à beça naquelas 4 voltas que demos na pista.


Coisa linda essa imagem das nossas motos pela pista do Circuito de San Juan Villicum.




Eu e a Rô nas curvas do autódromo.
Adair e Leila no Autódromo junto aos demais inclusive eu ao fundo. Hehehe.
Edu e Eda, Arnaldo e Janete, Neusa, Jorge e Adriana, Reck, Leila, Camila e Adair.
Não somente as motos mas os carros também seguiram juntamente conosco. Haviam alguns pilotos um pouco mais afoitos, com caminhonetes ou motos, e então tínhamos que tomar alguns cuidados para evitar qualquer problema mais sério. Foi uma delícia rodar naquela pista com cerca de 4.250m de extensão. Demos uma 3 ou 4 voltas na pista. Foi uma delícia! Mesmo que com garupa e pneu de carro na traseira, Hahaha!


O Gerente do Autódromo à esquerda, Daya, Joyce, Rô, Neusa, Bê, Eu,Sadir, Pilinski, Arnaldo e a bandeira!


Eduardo, Janete, Eda, Leila, Adair e sua moto, e o Arnaldo.




Adair e Leila com a moto no autódromo. Pensa num povo feliz!



Todos nós no autódromo. Eu, Daya, Bê, Neusa, Joyce, Rô, Cida, Janete, Sadir, Arnaldo, Pilinski, Eduardo e Eda. Isso sim é que é uma self profissional!!! Hahahah.


A Neusa e a Bê. Essas motociclistas são maravilhosas.



A moto do Eduardo no autódromo de San Juan. Bandeiras idênticas às minhas. Chile, Brasil e Argentina e não combinamos nada!
No final todos nos reunimos junto à linha de chegada do autódromo para uma foto oficial do nosso evento. Uma turminha mais ou menos grande. Considerando todas as ginásticas realizadas pela equipe organizadora para a realização em outro país, em um prazo de 15 dias, foi para todos nós admirável ver quantos participantes mantiveram as suas participações.

Podem duvidar, mas todos nós estamos na foto.

Toda a turma do encontro!

Uma segunda foto Oficial do Encontro de Viña del Mar em San Juan. Hehe.

Depois do Autódromo fomos até um sítio especialmente preparado para recepções onde estacionamos as motos nos gramados e haviam muitas mesas arrumadas para nos receber. Como o evento, na verdade, era chileno, ao invés de parola foram servidas paella valencianas e de frango. Eu e a Bê comemos a valenciana e estava uma delícia.

Nosso almoço. Diversos tipos de Paellas, dentre elas a valenciana. Delicia!!!


A expectativa é sempre muito grande quando vemos umas maravilhas dessas! Quase uma ansiedade.
Essa Paella que não chega! Vou acabar bêbo! Hahaha.


Foto do Grupo de brasileiros. Falta muita gente ainda!

Ao final, depois dos aperitivos, os garçons passaram servindo o pessoal, levando até cada um um "prato feito" da paella que cada um escolhia conforme o garçom ia passando. Eles foram bem organizados levando de mesa em mesa com a coordenação de um deles que ia indicando onde servir. Bem rápido e bem organizado.


Mesa em que nos instalamos
Eu, casal Che Mário e Coca, e a Bê. Delícia de organizadores do Encontro.
O Che Mário, que é argentino de Mendoza, e a Coca (chilena de Santiago) são um casal fantástico. Pessoas realmente muito especiais que sabem organizar um encontro agradável assim como receber os convidados fazendo com que cada um de nós se sinta absolutamente singular assim como peça fundamental para o sucesso do evento. Parabéns novamente. Esse foi o terceiro evento de Viña del Mar que eu e a Bê participamos e eles sempre foram muito especiais para conosco.


O local escolhido foi uma chácara em local privilegiado e muito agradável.


Olha nós aí com o Banner de chamada do Encontro! Onde constou Viña/San Juan. Hehe.
Para quem está lendo este Blog mas nunca participou de um evento com esse fica difícil explicar o que acontece. É mais ou menos a mesma coisa que tentar explicar para alguém o prazer de andar de moto. Para quem sabe não é necessária nenhuma explicação e para quem não sabe não adianta explicar. É uma coisa meio assim mesmo.


E dá-lhe charuto com Bulleit Bourbon. Ver a coincidência. Esse o Sadir que trouxe sem saber daquele que secamos.
No caminho de volta haviam muitos desvios. Olha quem comprou terreno para a Bê! Sadir! Hehehe. Como ele nunca tinha andado de Touring, se saiu muito bem!


Todas as gatinhas da nossa turma de Curitiba, embora nem todas daqui,  na recepção do hotel preparadas para a saída para a festa da noite.
Nós também nos aventuramos no saguão do Hotel. Hahaha.


Saída do hotel para o passeio noturno. A Consuelo e o Jorge logo atrás de mim.
Passeio noturno realizado pela cidade até uma sanduicheria e praça de alimentação/cervejaria.
Depois do passeio fomos até uma sanduicheria e cervejaria onde havia um carneiro maravilhoso preparado na moda de San Juan, muito bem feito, lembrando de certa forma o cordeiro patogênico. Comemos e nos lambuzamos com a especiaria. Tudo absolutamente muito especial.

Neste segundo dia as pessoas acabaram o dia muito mais inteiras do que no dia anterior, até mesmo porque não tem fígado que aguente dois dias consecutivos no padrão de consumo que havia sido a tarde anterior na piscina do Hotel.


À noite na Sanduicheria onde foi servido um sanduíche especial de cordeiro assado!
Adair nos cordeiros assados para nossos sanduíches.
Chê Mário, Eda, Eduardo e Coca! Noite deliciosa.
Pior que ainda teve gente, no início da organização de nossa participação, que ficou questionando que por ser um evento all inclusive, não poderia faltar nada, se poderiam beber durante todo o dia, sei lá, parece que estavam perguntando se quisessem tomar uma cerveja às 3h00 da madrugada poderia ser que não tivesse, ou ainda, se no domingo, lá pelas 11h00 da manhã, antes de sair para a estrada, não poderiam servir um almoço, já que era all inclusive, sendo que o café da manhã é servido até as 10 da manhã. Meio incrível esse tipo de coisa.

Pois, aqueles que efetivamente se inscreveram e participaram conosco do evento, são testemunhas de que o empenho dos organizadores é enorme, as bandas estão presentes em todos os dias e são de excelente qualidade, não faltou nem comida e nem bebidas para ninguém, sendo que foi até demais gerando algumas PT's. De maneiras que não faltou nada. Mas para aqueles que reclamar se torna um hábito de vida, talvez seja melhor que nem acompanhe o grupo para espalhar mau agouro.

Dia 9 - 23.11.2019

San Juan - 19º Encontro Viña del Mar - 3º Dia

Ainda tínhamos o sábado para curtir o nosso Evento maravilhoso. Todo o nosso grupo estava extremamente satisfeito o que para mim era um alívio muito grande, pois quando a gente convida as pessoas para irem a um encontro e as coisas não vão bem fica uma situação realmente desagradável.

Tinha que ser considerado ainda que a equipe organizadora teve apenas 15 dias para alterar todo o programa do encontro. Todos esses motivos eram motivos de preocupação, mas que nada, tudo estava perfeito, os organizadores realmente estavam de parabéns. Não perdeu em nada para os encontros anteriores que nós havíamos participado e ainda mais, o hotel foi melhor que o O'Higgins, que já é um pouco antigo de mais.

Pessoal se organizando para a saída na saída do estacionamento do Hotel.
Eu e o Julián (filho do Che Mário) que estava de fotógrafo na minha garupa neste dia.


Eduardo e Eda no deslocamento para o Dique Punta Negra!


Pilinski e Cida e atrás vem o Reck de capacete vermelho.




Adair e Leila, o casal mais festeiro!


Paisagem da estrada fotografada pelo Julián na garupa da minha moto.


Lauro e Rô entre os eucaliptos e logo atrás o Reckzigel.

Eita alegria dessas nossas meninas! Companheiras de verdade!
Garotas no Dique Punta Negra. Joyce, Bê, Cida, Rô, Camila, Daya, Coca, Eda. Algumas das Ladies me desculpem mas não me lembro os nomes.
Leila e Adair no Dique Punta Negra.

Eu e o Che Mário com bonés iguais. O meu é de 2016 de Viña.
Essa é uma parte das Ladies maravilhosas!


Todos nós na foto oficial no Dique Punta Negra! Sei que estava no fundo mas não me lembro onde.


O Dique Punta Negra é muito bonito. Dá para ver que a região é seca de onde se vê a importância do Dique.


Eu a Bê e o Sadir e a Joyce. Esses nossos queridos amigos vivem no Chile hoje e nos encontramos no Encontro, já que eles também são Harleyros.


Aí já se trata de uma produção artística do Pilinski. Hahahaha.
Depois da foto nos deslocamos até a sede de um Clube de Campo ou centro de eventos do Del Bono Hotel, onde nos foi servido o almoço. As estradas eram simplesmente fantásticas, pois as curvas e a topografia assim como a paisagem em geral. Deu para entender muito bem que realmente San Juan é um oásis no meio do deserto.



Foi muita festa nos festejos e prêmios. As Ladies que foram pilotando ganharam prêmios.


As nossas Ladies brasileiras muito felizes.
A Bê mais uma vez sendo homenageada por ter ido de moto até o Evento.
Ninguém é de ferro.... Pausa para um descanso! Hehe.


O Clube de campo no qual nos reunimos era simplesmente espetacular.
Na volta decidimos retornar por um outro caminho e nos deparamos com uma região desértica também como as demais só que de um material muito fino e silvoso que resultava em uma erosão estranha formando uma paisagem muito estranha.




A Bê na minha moto em um local muito diferente. Topografia desenhada pela erosão e material granular, ou areia fina ou silte. Muito interessante.





Minha menina posicionada muito longe de casa no meio de lugares inóspitos e muito, mas muito, bonitos! Tudo isso com pneu de carro (Yokohama) atrás.


Minha moto, a do Lauro e a Pilinski descansando e embelezando a paisagem!


A Bê não estava de moto, pois estava com a Joyce no carro. Tenho certeza de era com dor no coração.


Joyce nos morros desérticos.


Lindo o local. Eu e a Joyce felizes!

Retornamos ao Hotel por um caminho indicado pelo GPS que foi muito interessante. Passamos por bairros residenciais e por vilas, avenidas recém implantadas e praças com academia ao ar livre, enquanto seguíamos pelos caminhos mais estranhos repentinamente chegamos na esquina do hotel, saímos na rua que chegava exatamente em frente ao hotel. Foi uma grata surpresa que o GPS nos reservou.


A estrutura do Hotel Del Bono Park - San Juan, um belo hotel.


As escadarias do Hotel eram um caso à parte. Lindíssima!
À noite ainda teve a festa de encerramento na piscina do Hotel Del Bono Park, com competição de marcha lenta e ainda entrega de prêmios e homenagens e sorteio de inúmeros brindes para os presentes.

Decidi participar da competição juntamente com o Arnaldo e o Eduardo. Quando chegou a minha vez o Sérgio (de Bariloche) concorreu comigo e na largada ele simplesmente ficou com o pé no chão por alguns segundos. Eu larguei e, claro, perdi. Hehehe.


Eduardo se divertindo com a competição do Marcha Lenta.
Toda a nossa turma com a camiseta da Daya.

Eu sendo homenageado pela Coca. Levamos o maior grupo de brasileiros.


Leila sendo sorteada em um brinde, ganhou um relógio de parede. Colocar na moto é que não foi fácil. Hahaha
 Ao final quase todos os brasileiros foram sorteados e levaram algum brinde. Teve um momento em que o Che Mário disse que se saísse mais algum brasileiro no sorteio até ele iria começar a desconfiar de que havia alguma coisa de errado no sorteio! Hahahaha. Mas a nossa sorte não parou, continuamos ganhando, Inclusive a Bê foi sorteada e depois eu também fui.


A Bê também foi sorteada e ganhou um belo prêmio, além de agitar muito. A Coca é muito linda!


Eu também acabei sendo sorteado e ganhei uma caneca. Dá-lhe Che Mário.


E dá-lhe fazer festa. Hahahaha! Nesta foto com a Emi (à esquerda).


O Reck também foi sorteado.



Adair e Leila depois do sorteio.
A Coca ainda homenageou a Neusa e a Consuelo (que recebeu no dia seguinte) por terem ido de Moto ao Evento, assim como as demais Ladies.
Ao final o encontro foi tão fantástico quanto os anteriores, se não melhor. Acho que devido a todas as dificuldades, acabou que os organizadores se esforçaram muito mais com todos os detalhes e assim tudo estava perfeito.

Dia 10 - 24.11.2019

Trajeto San Juan -  Catamarca - 596km

Neste domingo o encontro se finaliza e nós iríamos seguir em frente com nosso plano de viagem. Pena que não poderíamos subir pela costa do Pacífico, em território chileno tendo em vista as manifestações "populares" de lá. Assim estávamos aproveitando para conhecer alguns lugares que ainda não conhecíamos.

Um desses locais fica próximo de San Fernando del Valle de Catamarca, ou Catamarca simplesmente. Ao lado da cidade tem uma formação geológica muito íngrime chamada Cuesta del Portezuelo. Decidimos subir esta Cuesta e nos hospedarmos em uma pousada localizada lá em cima, bem na beirada do despenhadeiro chamada Hosteria Polo Gimenez.

Embora o nosso plano previsse subirmos pela RN-40 até Belén e depois Purmamarca, entretanto, decidimos que passaríamos pela Cuesta del Portezuelo, próximo a San Fernando del Valle de Catamarca e no dia seguinte iríamos até Purmamarca, seguindo o plano geral. Essa estradinha parecia ser uma experiência fantástica.


Nosso trajeto subindo pela RN-40 depois pelo Parque Provincial de Ischigalasto e finalmente Catamarca.


Levantamos cedo, tomamos nosso café da manhã no Hotel, que era muito bom, embora não tivesse aquela moça para pegar tudo aquilo que queríamos. Hahaha. Brincamos muito com isso. Era espetacular o café.

Fechamos nossas contas no hotel e carregamos as motos, nos despedimos do pessoal todo e partimos em direção ao Norte pela Ruta 40, lendária estrada argentina pela qual já rodamos em vários trechos, inclusive muitos trechos não são asfaltados, mas nessa altura a estrada estava muito boa. Havia a previsão de pegar cerca de 21km de rípio para alegrar o espírito da turma.


As paisagens da RN-40 são simplesmente inacreditáveis!


Estávamos rodando com os Andes à nossa direita, não muito próximo e uma outra formação à direita (onde tem a Cuesta del Portezuelo).
Sempre tem alguma dificuldade a ser superada. Assim a gente se forma! Um Baden muito sujo e em operação.
Posto em San José de Jáchal onde fomos ao banheiro mas não abastecemos. Edu colando nosso adesivo da viagem.
Mesmo posto em San José de Jáchal. Povo chegou desesperado por banheiro. Hehehe.

Nossa turma na estrada. Eu, a Bê, o Adair. Depois Pilinski, Lauro, Eduardo e Arnaldo, fechando o grupo a Toro do Dilmar.
Decidimos alterar o traçado da nossa viagem para Catamarca e assim subimos pela RN-40 somente até San José de Jáchal, onde abastecemos as motos e retornamos alguns quilômetros até o cruzamento com a RN-150 passando pelo Parque Provincial Ischigualastro. Um lugar fantástico mas devido ao tempo que estava ruim, muita serração e garoa, não daria para ver nada. 


Formação típica do Parque Provincial Ischigualastro. Imagem do Google, não fomos lá.
Infelizmente vimos apenas as formações vermelhas que aparecem ao fundo, pois quando passamos na estrada que daria acesso ao parque propriamente dito estava uma serração muito fechada e não tinha como ver nada. Até a estrada estava ruim de ver.


RN-150 já em Catamarca. A topografia no local é muito bonita. 


O meu retrovisor sempre maravilhoso. 


Guanacos na serrinha do Parque Ischigualastro.


A serração já estava mais alta nesse trecho. A estrada era muito boa.
Chegamos em San Fernando del Valle de Catamarca, já no final da tarde, e paramos em um posto YPF localizado na estrada, já depois da entrada da cidade. Abastecemos as motos e conversamos um pouco sobre nosso destino que era subir a Cuesta. Todos concordaríamos em dormir na Hosteria Gimenez que fica localizada no alto da Cuesta e com vista para a cidade de San Fernando.

De tanque cheio iniciamos a subida. As primeiras curva já mostraram que não seria fácil a situação. Uma estrada muito perigosa do padrão da Serra do Corvo Branco, a diferença é que aqui na Cuesta são umas 20 curvas a mais, todas de 180 graus e extremamente fechadas, do tipo que se faz com meia embreagem, pé no freio traseiro e controle do acelerador. Depois de algumas curvas vi que dava para fazer a manobra sem a embreagem, apenas acelerando, sempre em 1a marcha, e controlando com o freio traseiro.


Visão típica de trecho retilíneo da subida da Cuesta del Portezuelo. Sem proteções laterais.
De um lado sempre a montanha e do outro o abismo, na maior parte do trecho sem guard-rail. Assim, se desse qualquer problema mais grave e a pessoa caísse no abismo teria um problema de morrer de fome, pois ia demorar muito até chegar lá em baixo. Hehehe.

Mas fomos indo com cuidado e confesso que o local vale muito a pena, mas com as 6 motos que me seguiam, fiquei preocupado. Primeiro com a Bê, que vinha logo atrás de mim e depois com os demais, qualquer bobeada seria fatal.

Subimos até o Mirante que tem no meio do caminho e paramos para algumas fotos. Como eu estava muito preocupado com o pessoal queria saber a opinião deles sobre continuarmos ou não na subida pois a estrada era muito estreita, em alguns trechos deveria ter menos 3,5m e em outros um pouco maior. Mas como desciam caminhonetes e até microônibus era preocupante fazer as curvas que, inevitavelmente, alguém acabava invadindo a outra pista. Na frente eu ia sinalizando a todos que desciam para cuidar que haviam muitas motos subindo atrás de mim.


A Bê no Mirante em meio a uma paisagem incrível!


Eu e a Bê no Mirante.


Todos nós no Monumento que tem no Mirante em homenagem à "Paisaje de Catamarca".
Monumento "Paisaje de Catamarca".


Lá em baixo se ve San Fernando del Valle de Catamarca, chamado de Catamarca, o mesmo nome da Província.
Visão geral do Mirante, Bê e Adair e as nossas motos, além da paisagem.


Indicativo da altitude do Mirante.
No Mirante tivemos que decidir se seguiríamos em frente ou se retornaríamos daquele ponto, pois eu não poderia tomar a decisão por conta própria. Cada um teria que se responsabilizar por si mesmo. Estávamos aproximadamente na metade do trecho.


Cuesta del Portezuelo com a indicação da posição do Mirante e da Hosteria Paulo Gimenez.
No Mirante todos decidiram seguir em frente. O lugar é realmente maravilhoso mas as dificuldades são grandes para as motos. Como todos estávamos muito bem de manobras, fomos em frente. Ainda faltava subir quase 1000m.

A estrada toda tem aproximadamente 18km de subida, sendo que até o Mirante tinha uns 7km apenas. Seguimos em frente com muita calma e em baixa velocidade para evitarmos qualquer problema maior. Todos estavam indo muito bem. Incrível como o nosso pessoal estava bem de condução. Nenhum problema, nada, a menos de um medo normal para nos manter vivos até o final.

Chegamos lá em cima e fomos direto à Hosteria Paulo Gimenez. Foi uma festa quando chegamos tendo em vista as dificuldade para chegarmos lá. No dia seguinte teríamos que retornar pelo mesmo caminho, ou seja, teríamos que descer aquele mesmo trecho que havíamos acabado de subir.


Nossa chegada na Hosteria Paulo Gimenez.
Qual foi a nossa surpresa quando ficamos sabendo que não tinha luz na hosteria. Caramba. Banho gelado e sem luz. Uma parte do pessoal se animou a ficar ali mesmo sem luz. Tomaríamos banho de checo. Hehehe. Aí o Arnaldo falou que não ficaria por problemas pessoais dele, quanto à questão de não ter banho e de dormir no escuro. Ele estava com alguns problemas de saúde. O Eduardo veio me dizer que para o Arnaldo seria impossível ficar e que ele, Eduardo, iria descer com o Arnaldo.

Se não ficam todo não fica ninguém. Descer aquela serrinha sozinhos nem pensar. Aí eu disse que iríamos junto com ele. Dificuldade de um é de todos. Também informei que se alguém não quisesse descer conosco, era livre e poderia ficar, sem problemas, mas que nós desceríamos novamente.

Todos resolveram acompanhar e ninguém ficou. Não pudemos jantar, tendo em vista que iria anoitecer e que descer a serra à noite seria ainda pior e mais perigoso. Aí tive a idéia de pedir ao Dilmar que fosse na frente do grupo abrindo espaço para nós que íamos de moto. Foi a decisão mais acertada, pois a descida foi muito mais tranquila devida a isso.

Mantivemos as motos em primeira, um ou outro momento em segunda marcha, para podermos utilizar do freio motor, pois descer usando freio seria muito perigoso. Imagine 17km freando, o óleo do freio entraria em ebulição e caso alguma moto tivesse um pouco mais de água no óleo de freio poderia ficar totalmente sem freio. Aí sim o risco de acidente seria altíssimo. Combinamos isso com todos os demais.

Assim fomos descendo, quase que sem usar o freio e sem pressa. Quando chegamos lá em baixo, na RN-38 já estava escurecendo. Retornamos até o mesmo Posto YPF de onde havíamos partido e começamos a buscar por algum hotel. Acabamos encontrando no Booking o Hotel Arenales. Hotelzinho simples, por um bom preço, com café da manhã incluso. Claro que tudo muito simples, mas ao mens tinha garagem para as motos ficarem protegidas, mesmo que a céu aberto, mas como lá é desértico também, não se esperava por chuvas.


Igreja de Nossa Senhora do Vale - Catedral Basílica de Catamarca. Uma Igreja lindíssima.


Plaza 25 de Mayo - em frente a Igreja.


Plaza 25 de Mayo - San Fernando del Valle de Catamarca.
Descarregamos as motos no hotel, tomamos um banho e fomos jantar. Quando passamos pela Praça 25 de Maio vimos que haviam vários restaurantes e cervejarias cheias de gente. Uma pedida muito boa a nossa janta.
Nós jantando no restaurante em San Fernando del Valle de Catamarca.

Comemos até que bem, alguns pediram pizza outros carne, inclusive eu, e tomamos vinho e cerveja. Na hora de fechar a conta o garços apareceu com mais algumas cervejas e liguei para o Eduardo que tinha saído um pouco mais cedo e ele me autorizou a pagar as cervejas. O que acabei fazendo.

Depois ele e o Arnaldo ficaram achando que o garçom havia errado na conta. Realmente parece que algo não saiu bem naquela conta. Mas, como eu não tinha nada a ver com isso, fiquei consternado com a possibilidade de termos sido enganados pela casa. Mas não sei e não saberei nunca o que de fato aconteceu. Sabem que depois de algumas cervejas as pessoas ficam meio ruins de conta também.

Depois passeamos pelo largo da Catedral e pela Praça 25 de Maio. A noite estava quente e muito agradável. Nem dava vontade de voltar ao hotel, mas na manhã seguinte teríamos ainda mais de 600km para rodar.

Dia 11 - 25.11.2019

Trajeto Catamarca - Purmamarca - 626km



Trajeto de San Fernando del Valle de Catamarca até Purmamarca.
Nosso caminho era subir pelo RN-38 e depois pegar diretamente a RN-9 até Purmamarca. Passaríamos ao largo de Salta e de San Salvador de Jujuy, capital da província de Jujuy. Mas como passaríamos por Salta - La Linda, na volta do Chile, passamos direto.

Depois que saímos do Hotel, combinamos de irmos até o Largo da Catedral para tirarmos uma foto do pessoal. Saí do Hotel e virei à esquerda, depois novamente à esquerda, e na segunda, viramos novamente à esquerda chegando na frente da Igreja. Quando chegamos vi que somente a Bê estava atrás de mim. O Pilinski que era o próximo havia se perdido e foi seguindo reto. Perrengue!

Esperamos por uns 10 minutos e nada do pessoal. Aí sim. Falei com a Bê, o nosso combinado seria retornar ao Hotel como ponto de encontro. Foi o que fizemos. Nada deles.

Aí decidimos ir até o Posto onde havíamos parado no dia anterior, quem sabe estariam lá. Mas quando ainda estávamos rodando, pois era longe, parei para conversar com a Bê. Não era possível que eles não estivessem conseguido encontrar a Catedral. Conversamos e decidimos retornar até a Catedral. Aí o Eduardo havia informado no WhatsApp que estavam na Catedral.
Nosso ponto de encontro diante da Catedral de Catamarca. Juntou muita gente para ver as motos.
Eu e a Bê voltamos até lá e eles estavam ali parados, nos esperando. Aí ficamos sabendo que o Pilinski parou na esquina e deixou os carros passarem, embora a preferencial fosse nossa, e aí ele não viu mais eu e a Bê e acabou seguindo reto até que alguém teve a idéia de pararem e conversarem sobre ir até a Catedral e voltaram. Hehehe. Foi bom, porque assim vimos a importância de termos um ponto de encontro para esses momentos.


Foto do interior da Catedral de Catamarca. Muito bonita a Igreja!


As estradas em direção ao Norte estavam maravilhosas. Asfalto liso e bem sinalizada.


Agora o Lauro estava atrás de mim e a Bê mais atrás. Assim o arranjo ficou melhor.


Essa foto ficou de mais! 


Incríveis as paisagens. Eu sou apaixonado por elas.


Rio de degelo lateral à RN-9.
Assim como quando saímos de San Juan, estávamos em local próximo à Cordilheira do Andes. Isso significa que durante o inverno o acúmulo de gelo é enorme e depois que o inverno termina o degelo é muito forte. Assim existem ao longo da estrada, alguns rebaixos por onde as águas do degelo passam sobre a via. Existem alguns desses locais onde pode ter mais de 1m de lâmina d'água. Imagine a gente de moto passar por um lugar desses. Nem carros são capazes de tal façanha, a menos de veículos fora de estrada que tem muita altura e tomada de ar com chaminé acima do nível d'água.


Como a natureza é dadivosa para com a Argentina!


A estrada entre San Salvador de Jujuy e Purmamarca.
Quando chegamos em Purmamarca, como não tínhamos reservas em nenhum hotel, passei direto para ir até o Hotel Luna Daniela, onde já havíamos nos hospedado no passado. Acabei passando direto e andamos uns 5km a mais e nada do Hotel. Aí parei e coloquei no celular e vi já tínhamos passado. Bem, fazer o que? Pedi desculpas ao pessoal e retornamos até o hotel.

Quando chegamos lá paramos as motos no estacionamento e fui até a porta que estava fechada. Chamei pelo cara que estava sentado lá dentro e, depois de muito insistir, ele veio, muito mal educado dizendo que estava fechado. Perguntei se teria como nos receber, éramos 15 pessoas. Ele só falou: Não está vendo que está fechado? Caramba! que cara mais mal educado! Falei com a Bê que nunca mais iríamos nos hospedar lá.
Nossa chegada em Purmamarca.

Todos aguardando a negociação para hospedagem em Purmamarca.

Retornamos até a entrada de cima da cidade onde tinha uma Hosteria del Virrey. Como o acesso era de rípio, pedi ao pessoal que aguardasse e fui até lá. Logo depois o Eduardo chegou também para ajudar. Mas o rapaz disse que não tinha lugar porque haviam alguns ciclistas poloneses que estavam lá e que a cidade estava lotada.

Pedi a ele que nos ajudasse a encontrar um lugar e ele ligou a uma outra pousada próxima dali. Lá teriam os lugares, mesmo que não exatamente quartos duplos. fomos até lá para ver como era. O nome do local era "Huaira Huasi - La Casa del Viento", um nome um tanto incomum.
Trecho próximo a Purmamarca, onde o terreno é desértico, montanhoso e colorido.


Na entrada da Pousada onde ficamos.


A Pousada Huaira Huasi onde nos hospedamos em Purmamarca!


Os morros são muito bonitos. Vista da Pousada.
Visão geral dos jardins da pousada.

Aí é bonito. Meninas sentadas no banco em frente nosso chalé.

Leila e Adair no jardim da Pousada em Purmamarca.


Eu e a Bê na Pousada. 

Fomos recebidos pela proprietária que já havia falado com o rapaz da outra hosteria. Ela nos mostrou os quartos disponíveis. Um apartamento com 2 quartos, onde ficaram os casais Dilmar e Paulo. 1 suíte para um casal com BWC, onde ficaram o Adair e a Leila. Outra suíte onde ficaram o Pilinski e a Cida. 1 apartamento com 2 quartos e banheiro, sendo 1 quarto para 4 pessoas, onde o Eduardo, Eda e Arnaldo e Janete poderiam compartilhar, o outro para casal onde eu e a Bê ficamos e ainda mais um espaço no térreo que poderia acomodar o Lauro. Todos toparam a distribuição e nos instalamos.

Tomamos nosso banho e fomos jantar em ou hotel - SPA, muito legal, que ficava localizado mais para baixo a cerca de 1 ou 2km. Chamamos um taxi para nos levar e para nos trazer. O pessoal não se animou a ir de moto, até mesmo porque a área de estacionamento era com pedras grandes e difícil de controlar a moto e para andar à pé não deu muito ibope, assim, uma parte foi à pé e outros de taxi.

O jantar foi muito bom. Comida andina. Não tinha carne de llama mas comemos algo típico da região acompanhado de bom vinho, também da região. Mesmo considerando que Purmamarca é uma região de turismo internacional, logo, compremos altos, para nós brasileiros até que não ficou assim tão caro.

Ao final da noite todos foram dormir e eu e o Lauro ficamos conversando sentados em um banco do lado de fora. A noite estava muito agradável e o céu, como sempre costuma estar no deserto, muito limpo. A cidade de Purmamarca é muito pequena e tem poucas luzes e ainda, na região toda existem poucas luzes, desta forma o céu fica extremamente visível.

Podíamos ver estrelas que normalmente não se vê. Eu fiquei olhando para o céu a procura de estrelas cadentes, que são relativamente comuns, mas que devido ao nosso estilo de vida quase nunca as vemos, pois na verdade, nunca olhamos para o céu. Creio que tenhamos muitos atrativos aqui na terra e por esse motivo o céu ficou algo quase esquecido, a menos das chuvas é claro, que em Curitiba são muito frequentes.

Nesta noite vi 3 estrelas cadentes em aproximadamente uma hora que ficamos lá fora. Duas passaram em linha reta, de forma regular, sendo uma delas foi tão persistente e durou tanto tempo que avisei ao Lauro e deu tempo de ele olhar e ainda ver a estrela se deslocando e finalmente sumir. 

Uma delas foi interessante porque ela entrou brilhando e se deslocou em uma espiral fechando ao invés de uma linha reta. Muito interessante. Devia ser algo viajando a uma velocidade muito grande e devia ser leve ou de gás para poder realizar uma trajetória espiralada. Foi incrível. Mais um presente!

Dia 12 - 26.11.2019

Trajeto Purmamarca - San Pedro de Atacama - 411km


Trecho percorrido entre Purmamarca e San Pedro de Atacama.
Acordando pela manhã, eu e a Bê estávamos na quarto ao lado e o Eduardo, Eda, Arnaldo e Janete compartilharam um quarto com 4 camas de solteiro. Graças a eles que concordaram em compartilhar o quarto e ao Lauro que concordou em dormir em uma cama montada na cozinha do nosso chalé é que foi possível todos nós ficarmos na Pousada Huaira Huasi, de outra forma teríamos que procurar outros lugares para complementar espaço para a nossa turma de 15 pessoas.


Como o Edu, Eda, Arnaldo e Janete se dispuseram a compartilhar esse quarto foi possível ficarmos nessa Pousada.

Cactos muito comum naquela região.

Amostra de cactos seco, depois de morto.

Exemplo de porta feita com a madeira do cactos. Muito bonita e na região esta madeira é muito usada.

Café da manhã na Pousada Huaira Huasi.

Neste dia teríamos 411 melhores quilômetros, pois cruzar os Andes pelo Paso de Jama é algo sempre especial. A estrada vai muito alto, sendo que passaríamos por muitas horas acima dos 3.000m.s.n.m. de altitude. O ponto mais alto acontece no Chile e chega a 4.860m.s.n.m.

Saímos lá pelas 9h30 em direção a Susques, onde cruza a RN-40. Não colocamos de início muitas roupas de frio, mas sabíamos que deveríamos pegar frio em alguma parte do trajeto, o que de fato aconteceu.

Já de início pegamos trechos de serras formando caracoles maravilhosos.


Já no momento da parada teve gente comprando terreno! O que o freio dianteiro não faz!


Paramos logo acima dos caracoles para apreciar a beleza do local!
Assim que saímos de Purmamarca, subindo pelas curvas dos Andes.
Eda e Eduardo no Marco da maior altitude em Jujuy.

Eu e a Bê no ponto mais alto de Jujuy, no Paso de Jama.
Todos nós no marco do ponto mais alto do Paso de Jama na Argentina.

Nós todos parados no local do marco de altitude maior.

No trecho de serra do Paso de Jama. No alto de um caracoles.
Nós todos nos deslocando pela RN-52 em direção ao Chile.


Essas paisagens são de tirar o fôlego, mesmo depois de passar por lá 10 vezes.


Essa é a minha visão de piloto! Delícia!


Aí está a nossa altitude - 3661m.s.n.m.


Visão de longe ao chegar no Gran Salar argentino. 
Nós e ao fundo o Gran Salar Argentino.

Trecho da estrada sobre o Gran Salar.

Chamada para o parador operado pelos índios da região.

Estilo simples das construções que não são moradias.

Local para receber turistas e vender artesanatos regionais.
Depois de rodar um tanto pelas terras secas chegamos ao Gran Salar. O que é um salário? Trata-se de um local onde se forma um lago com o escoamento das chuvas que são muito raras. O processo é assim. Chove e a água escoa através do solo, dissolvendo o sal do solo e indo até o ponto mais baixo que é o lago.

Como não chove muito, durante os milhões de anos o lago não transbordou e a água chega escoando e sai apenas por evaporação, sendo que o sal fica. O processo é o mesmo que acabou salgando o mar, entretanto aqui os volumes são muito menores e o sal acumulado é muito maior. Como quase toda a água evapora o piso acaba ficando sólido somente com sal. Quando chove fica molhado, mas depois vai evaporando e seca.


Pelo jeito venta muito. Olha o estado da bandeira. Dilmar e Helena e Eda e Eduardo.

As heroínas que nos carregaram com maestria e sem choro!

Eda e Eduardo na placa indicativa de direções e distâncias.

Eduardo colando o adesivo comemorativo da nossa viagem.

Placa indicativa das Salinas Grandes.


Salinas Grandes Argentinas. Tudo de sal. Chão, esculturas, tudo.
Nós no Salinas Grandes Argentinas. Falta pessoal do carro.


Nós no meio do Gran Salar. Muito sal e muito grande.
Só Festa!

Eita turminha boa!


A Bê nas Salinas Grandes. Linda a imagem.
Rodamos até chegarmos em Susques, na Argentina, onde a Ruta 40 cruza com a RN-52 por onde seguíamos. Chegando lá aproveitamos para abastecer as motos e dessa vez a gasolina não estava muito boa não, teria sido melhor esperar chegar ao Paso de Jama onde tem um posto YPF.

Junto ao posto tem uma Pousada e um restaurante muito simples mas bonzinho. Aproveitamos para almoçar uma milanesa de carne ou de pollo. A RN-40 não é asfaltada naquela altura e vimos o ponto onde ela chega do sul e onde sai para o norte.

Em Susques a temperatura estava boa. Agradável para andar com roupas normais de condução, pensei que não seria mesmo necessário utilizar roupas de frio.
Chegada à Bomba de abastecimento junto à Pousada em Susques.

Eda e Eduardo colando nosso decalque na vidraça da Pousada. Vai ficar o registro da passagem.


Almoço em Susques.
Saímos de Susques  e seguimos em em frente em direção à fronteira onde tem um belo posto de abastecimento YPF e as instalações de controle de migração. Pelo caminho vimos poucos animais, normalmente existem mais animais pastando como lhamas, vicunhas, guaiacos, ovelhas, cabras, etc.

A paisagem é sempre de tirar o fôlego. Eu não me canso de vê-las.


O céu é muito louco naquela região e as paisagens então!!!!
Paramos no YPF da fronteira, fomos ao banheiro e compramos água, café, etc. e seguimos para o controle fronteiriço. Não tinha movimento o que ajuda muito no processo que muito burocrático, principalmente no Chile, pois o mesmo não faz parte do Mercosul o que resulta em um controle maior das pessoas e principalmente dos veículos.


Chegada no Controle Fronteiriço do Paso de Jama.


Todos na fila para fazer os procedimentos de migração. Só nós Graças a Deus!

A tensão nem era grande, certo Eduardo?

Logo depois da fronteira se inicia uma subida onde tem a divisa dos países e paramos para uma foto na placa da divisa. Infelizmente a placa do Chile não estava afixada no pórtico somente a da Argentina. Mas fizemos uma foto de lembrança no local.


Nós na fronteira Argentina - Chile logo após o Controle Fronteiriço Paso de Jama.
Eduardo e Eda na fronteira. Mas com frio, não?

A placa está ficando ilegível!

Indicação turística dos caminhos do deserto.


Placa indicativa aos turistas sobre os pontos de visita e atrações turísticas do deserto que não são poucas.
A Bê feliz no deserto. Neste ano tinha vegetação devido às chuvas que devem ter caído em algum momento.
O deserto do Atacama é o mais seco do mundo. O mais quente é o Saara e o mais seco é o Atacama. Entretanto, existem anos em que  ocorrem chuvas e aí o deserto floresce, pois as semente encontram-se na terra em estado latente, o que demonstra que a vida é persistente neste magnífico planeta.

De todas as vezes que passamos por aí, nunca havia visto essas plantas nesses locais. Era somente pedras e areia mesmo, então essa foi para nós uma grande novidade.


Que coisa mais linda essas nuvens!
O mais curioso e inacreditável que quando cruzamos os Andes, pelo Passo de Jama, a maior parte do trajeto é composto mesmo de retas e não de curvas como seria de se esperar, principalmente para nós que vivemos no sul do Brasil onde a geologia é mais nova do que lá. São muitos e muitos quilômetros de retas a altitudes muito grandes.

Para enfrentar a altitude, muitos de nós lançamos mão das folhas de coca que combatem o mal de altitude, outros não quiseram, tudo bem. Mas ajuda e muito com o mal estar.

A gente anda a mais de 3000 metros de altura durante cerca de 2 horas. Depois subimos para cerca de 3500m e por mais de 1 hora estivemos rodando nessa altitude. Entre um planalto e outro sempre tem um trecho de curvas e assim fomos subindo. Depois chegamos a 4000 metros de altitude e finalmente a 4500 e depois em um trecho de serra chegamos a mais de 4800m. Em altitudes como esta é muito fácil ficar com o estômago embrulhado e com tonturas.


E mais sal ainda por vários pontos onde a água se acumula. Mas o céu é sempre incrível!
 Conforme fomos subindo as temperaturas foram caindo e quando chegou aos 5ºC a coisa ficou mesmo feia. Eu estava com as luvas e agasalhado mas sem a segunda pele e a Polar. Passei um frio do cão. Pois o trecho era meio pequeno e preferi torcer para começar logo a descida para San Pedro de Atacama e assim a subida das temperaturas. Mas não estava fácil não.

Alguém poderia perguntar, mas porque você não parou para colocar mais roupas? Bem a resposta é simples, nessa altitude quando se para e coloca os pés no chão o risco de sofrer de mal de altitude é grande e quando ele te pega a coisa fica feia, muito enjôo e tontura e só passa quando as altitudes diminuem. É colocar os pés no chão e sentir que o chão está macio, quando isso acontece pode acreditar que em pouquíssimo tempo você vai estar com o estômago embrulhado. Como dirigir a moto passando mal? Melhor aguentar o frio e seguir em frente suportando. Afinal, acima de 0ºC a gente não corre riscos de congelamento e morte.


Frio de 5ºC a uma altitude de 4.827m.


Final de tarde, indo para oeste, o sol de frente, as motos e ao fundo o Vulcão Lican Cabur! Que visual! Notar a vegetação presente no deserto!


Ônibus queimado abandonado na paisagem. É muito comum os veículos que se acidentam ficarem largados na paisagem.
O curioso é que nas vezes anteriores em que passamos por lá nunca vimos vegetação e desta vez haviam arbustos por todos os locais. Muito interessante. Agora o deserto mais seco do mundo estava  um pouco mais úmido possibilitando o aparecimento da vida. Coisa rara mas que acontece quando chove. Hehe.


A descida que leva a San Pedro de Atacama é uma reta que acompanha a declividade da paisagem, numa rampa de que deve ter algo como 8% de inclinação. Uma reta só.


Descida para San Pedro de Atacama. Paisagem geral da descida.
Depois que passamos do ponto mais alto da rodovia a estrada entra em uma reta que vai descendo direto até San Pedro de Atacama. O asfalto até que está sempre bom, principalmente porque sendo seco a água não congela estourando o piso durante o rigoroso frio do inverno. O mais interessante é que a declividade do terreno é relativamente baixa possibilitando que a estrada tenha sido implantada em uma única reta com 36km de reta com descida constante desde os 4800m de altitude até cerca de 2400, que é a altitude de San Pedro. Incríveis 2400 de desnível praticamente em uma única reta.

Chegando em San Pedro cruzamos a cidade em direção ao Hotel Don Raul onde tínhamos reservas e ficamos hospedados. Para quem não conhece San Pedro é um lugar muito estranho pois tudo lá é construído de adobe com a aparência e tecnologia de 400 anos de história. Assim, tudo é antigo. As ruas não são pavimentadas e nem podem vir a ser devido ao fato de ser patrimônio da Humanidade e precisa ser preservada da forma como era e sempre tem sido.

Seguimos pelas ruas de areia, o que já nos obriga a uma atenção maior na condução das motos e para alguns é mais fácil e para outros mais difícil, mas é uma excelente oportunidade de se tornar mais hábil na condução das motos pesadas.

Fizemos o checkin no hotel e a recepcionista nos informou que poderíamos parar as motos numa área de estacionamento que ficava localizada a céu aberto na área do hotel, que diga-se de passagem, já ficamos outra 3 vezes anteriormente, e que a cada dia está maior, com mais quartos. É tudo muito lindo e simples, não tinha ar condicionado na maioria dos quartos, mas na minha opinião também não é necessário pois à noite normalmente esfria um bocado e chega abaixo dos 19ºC, sendo que para sair é bom se leve um casaco pois se venta fica frio.
A visão do Vulcão Lincan Cabur é mesmo impressionante.
Todos nos acomodamos em nossos quartos e depois de um banho e troca das roupas de estrada fomos jantar em um restaurante localizado na Calle Caracoles, que é Peatonal, ou seja, rua para pedestres, que se inicia na esquina do hotel, que é muito bem localizado.

Eu a Bê, Pilinski e Cida, Eduardo e Eda, Dilmar e Helena e o Lauro, saímos para o jantar e fomos caminhando pela Caracoles até que achamos um local interessante e entramos. Fizemos nossos pedidos e jantamos comida típica Andina, depois de algum tempo apareceram o Adair e a Leila que nos viram lá dentro do pátio do restaurante, mas eles já haviam jantado.

Nós nos divertimos muito, tomamos vinho e comemos, depois retornamos ao hotel caminhando para dormir pois não era cedo. O pessoal marcou passeios para os Geisers e Lagunas etc. Eu e a Bê acabamos não nos interessando pois já havíamos feito os passeios anteriormente. Eu queria ir até o Valle de la Luna, mas acabamos não indo, o pessoal não se animou muito a pegar as motos para sair.

Dia 13 - 27.11.2019

Em San Pedro de Atacama 

Um belo e merecido dia de descanso. Ficamos passeando pela cidade à pé, sob um sol de rachar.


Eu e a Bê no início da Caracoles.
Eu, Lauro, Pilinski, Cida e Bê na Caracoles - Peatonal - caminhando um pouco pela cidade.
 Nossas motos estacionadas no pátio do hotel San Juan. Cobertas para alguma proteção contra o sol e a poeira.

Essa é um pátio interno do Hotel San Juan.

Área de convívio no caminho do restaurante e salão de café da manhã.
 Eu a Bê, o Pilinski e a Cida e o Lauro ficamos passeando pela cidade.


Cida e Pilinski na Igreja de San Pedro de Atacama.


Eu e a Bê na Igreja de San Pedro de Atacama.


Imagem do interior da Igreja de San Pedro


Almoço no Restaurante Lola que o Pilinski e a Cida encontraram. 
Depois de passear pela praça principal onde havia uma feira de artesanato, aquela onde as pessoas usam drogas e não tomam banho, pelo que se pode ver. Achamos que a feirinha estava um tanto  decadente neste ano, fomos almoçar num local que o Pilinski e a Cida disseram que haviam visto anteriormente e que era muito legal. 

Na esquina da Caracoles com a Toconao tem o Lola's Restaurante, de comida típica chilena. Comemos ceviche de peixe e frutos do mar, um prato misto de ceviches que estava muito bom, a Bê, o Lauro e o Pilinski pediram esse e o Pilinski e a Cida ainda pediram uma massa. Como o Pilinski come pouco eles sempre dividiam um prato. O restante do direito de comer ele toma em vinho que aí cabe muito mesmo!!!! Hahahaha.

Eu pedi um prato de quinoa com camarão e outros temperos, como alho poró e nem sei mais o que, tudo estava uma delícia. A cozinha em San Pedro é muito especial e cara, por ser local turístico e ainda por cima quase tudo vem de longe.

Casal Pilinski no almoço no Lola's.


Eu e a Bê com os nossos pratos de almoço no Lola's.
Depois do almoço fomos até uma cafeteria pois eu queria muito tomar um café. Acabamos encontrando um lugar na esquina do hotel que tinha um bom café. Depois nos encontramos com o Paulo e a Tere e fomos até a sorveteria, também próxima ao hotel, onde tomamos um sorvete delicioso. O Paulo gosta muito de sorvete e acaba que pegou um prato grande com quase 1 kg de sorvete. hehehe. Ele é mesmo exagerado para sorvete! Eu já sou meio enjoado com essa questão de sorvete e não consigo comer muito. Uma bola me satisfaz e não pode ser muito doce senão não consigo comer. É muito enjoativo para o meu paladar.


O pessoal marcou de ir visitar a Laguna Piedra na parte da tarde. Pela manhã fizeram também um rolezinho pela cidade.


Rolezinho por San Pedro de Atacama antes do almoço.
Na praça de San Pedro, em frente a Prefeitura - Adair e Leila.

No muro da Igreja. Lamentando do sol? Hahaha. Helena, DIlmar, Janete, Arnaldo e Eda.

Igreja de San Pedro. Edu, Eda, Janete, Arnaldo, Helena e Dilmar.

Almoçando antes do passeio pela Laguna Piedra.

Aguardando pela Van que os levariam ao passeio. Até nós estávamos junto.

Grupo super animado no passeio com a Van.
Todos ansiosos a caminho do banho na Laguna Pietra.

Olha a alegria de todos ... e não é que não afunda mesmo.

Vista da Laguna, com suas barraquinhas para troca de roupa, deixar os pertences e se proteger do sol escaldante

Depois do banho na Laguna, um delicioso café para repor as energias.

Passeio na Laguna Cejar.

Depois dos passeio nas Lagoas, fomos aguardar o por do sol.

Vista interessante do solo que é arado para não ocorrer erosão em caso de chuva, onde fica visível o sal depositado no solo quando a água evapora.

Dilmar e Lauro apreciando a natureza do local.
Pessoal aguardando por do sol.



Nosso guia fazendo explanações interessantes sobre a região.

Dia 14 - 28.11.2019

Em San Pedro de Atacama


Muitos partiram para os passeios aos Geigers e às lagoas. Maravilhas que existem na região. Eu, o Lauro e o Pilinski e a Cida acabamos ficando na cidade para passear e descansar um pouco, tendo em vista que já conhecíamos os locais. A menos das lagoas que não conhecíamos ainda mas que também não nos chamou no desejo de irmos conhecer.

Restaurante onde almoçamos na Toconao.

Lauro, Pilinski, Cida, Bê e Eu no restaurante Ayllu, localizado na Toconao, onde fomos almoçar. 
Um prato com carne de Guanaco. Interessante!


Lindo painel decorado no caminho do Mercado Livre.


A Bê matando a vontade de comer Mote con Huesillo.


Eu e o Lauro também. Isso é uma coisa muito simples e boa do Chile.


Nós com a senhora que atendia na barraca.


Bê comendo cerejas frescas do mercadinho popular.


Agora com a mocinha que ajuda nos serviços da barraca. Povo muito educado e receptivo.
Pilinski, Eu, Eduardo e Lauro. Todos muito preocupados no patio de convívio do Hotel.


Calle Caracoles - Peatonal.  Rua Caracoles - Pedestres.


Nós caminhando na Caracoles.
No caminho de volta do mercado para o Hotel, encontramos o Eduardo, sempre disposto e animado nos convidando para um passeio à noite para ver as estrelas e astros. Gostamos da idéia e fomos junto com ele buscar pelas alternativas.

Acabamos indo a uma empresa de turismo que dizia fazer e acontecer. Bem concordamos em mudar de companhia pois seria interessante gastar menos mesmo que com menos direito a fotos.

Quando caminhávamos de volta ao nosso Hotel o Eduardo me chamou em particular e me falou que o Paulo gostaria de conversar com nós dois. Perguntei o que seria e ele me disse que sabia apenas que ele e a Tere estavam com algum problema.

Depois que chegamos no Hotel fomos conversar com o Paulo e ele nos explicou que teriam que nos deixar por razões pessoais dele e da Tere e que sentiam muito, mas que já estavam vendo passagens para irem embora. Como nós estaríamos indo até Salta, caso eles pudessem esperar alguns dias, seria possível eles embarcarem em Salta 02/12. Como eles tinham pressa tentaram comprar passagens de ônibus, mas não tinha disponível nos dias que eles precisavam. 

Foi uma correria deles mas ao final concordaram em estar conosco até o dia 02, quando estaríamos em Salta e assim poderiam seguir conosco um pouco mais até Tilcara e etc. ficando mais tranquila a viagem deles.

Mas ainda teve o passeio do pessoal que foi aos Geseres del Tatio.


Chegada ao Geiseres Del Tatio. Fica a 98 km de San Pedro, a uma altitude de 4.380 m (passamos por 4.500 m).


Acesso aos Geigeres.

O efeito da luz do sol nascente sobre as torres de vapor d'água é muito bonito. Por esse motivo o passeio é muito cedo.

O local está muito bem cuidado.

Dá para notar a grande quantidade de turistas que visitam diariamente o local.

Guia explanando sobre a natureza do local.

Estava muito frio. às 07h00, fazia -8ºC. Congelando mesmo!
E por incrível que pareça, tem alguns malucos que até tomam banho nesse frio, mas a água é quente e oriunda dos geiseres.

Notei que teve gente que não se animou a tomar banho!

Depois do passeio, um delicioso café da manhã, que tinha queijos, sucos, ovos mexidos e doces.

Vicunhas, animais tipicos da região, se alimentam dessas gramíneas.
Alguns chamam de banquinhos de sogra?


E explicou o nosso guia, que eles se alimentam somente de um lado da planta, preservando o restante para o futuro o que, possivelmente, facilita a rebrota.

Os Camelídeos da região são: Lhamas, Alpacas, Vicunhas, Guanacos, esses dois últimos de origem silvestre.


No caminho de volta, passamos pelo vilarejo Machuca. Existem 7 moradores fixos na cidade, que se revesam semanalmente.

Vilarejo de Machuca, visto de cima.

Rua principal do vilarejo de Machuca.

Casa típica do vilarejo.

Trecho desértico que percorreram no retorno a San Pedro.

Vilarejo de Vado Putano (abandonado) que passamos no retorno.
O guia explicou que era feita extração de enxofre nesse povoado e que o mesmo era necessário para o beneficiamento do cobre, após sua extração bruta nas minas. Também comentou, que recebeu esse nome, tendo em vista que os Italianos, moradores locais, por ficarem isolados na região, costumavam levar as “tias” para fazerem companhia. 


Vista do vilarejo Vado Putana.

Vulcão Putana. Vulcão ativo onde podem ser vistos 3 pontos de fumaça ao centro.

Vista panorâmica onde pode ser visto o Vilarejo Vado Putano e o Vulcão Putana.

Até nesse fim de mundo os Carabineros aparecem.
A turma no Lago dos Flamingos.
Para coroar, no final da viagem, passamos por esse lago onde todo ano passam migrações de flamingos.
O Adair conseguiu fotografar um ñandu (ema).
Flamingo no lago. Esse deve ter gostado de viver como imigrante.
Ao final foi uma pena termos mudado a empresa de turismo que faria o passeio noturno, até me sinto parcialmente responsável por isso, embora nunca saberemos no que teria dado o outro passeio, pois não o fizemos, mas esse estava bem mais ou menos. Foi legal porque vimos Saturno que estava visível no céu, vimos algumas nebulosas e outras estrelas, mais jovens e mais antigas também. 

O que foi mais legal é que durante a apresentação das constelações que se encontravam no céu visível, enquanto o instrutor apontava algumas estrelas com um potente facho de laser verde, apareceu uma estrela cadente. Embora ela tenha queimado muito rapidamente, como sempre aliás, ainda assim todos a vimos por estar exatamente no ponto em que o rapaz apontava o laser.


Foto do nosso grupo no Passeio Astronômico. Focou mais ou menos!


Proporção dos astros do nosso Sistema Solar. Júpiter e Saturno são mesmo enormes. A Terra é quase do tamanho de Marte, parecem pequenos.


Dia 15 - 29.11.2019

Trajeto San Pedro de Atacama - Tilcara - 436km



Trecho percorrido de San Pedro de Atacama a Tilcara.
Novamente um dia lindíssimo para nós, cruzar os Andes pela quarta vez nesta viagem, sendo que agora retornando do Chile para a Argentina pelo Paso de Jama novamente. Felizmente nesse dia estava menos frio que no dia em que fomos e as temperaturas estavam um pouco mais agradáveis.

O café da manhã no Don Juan é excelente. Tem de tudo um pouco e agrada a grande maioria das pessoas. Um café daqueles para se tomar sem pressa, mas nesse último dia teríamos um trajeto bom pela frente. Eu queria sair lá pelas 10h00 para evitar de pegar muito frio. Mas normalmente, não sei porque as pessoas ficam ansiosas para partir cedinho. Tinha gente querendo sair às 7 da manhã. Só desejei boa viagem e disse que nos encontraríamos em Purmamarca. Eu não partiria tão cedo com a chance de pegar temperaturas inferiores ao 0ºC. Sofrer de bobeira não. 

Expliquei novamente ao pessoal as dificuldades de pegarmos frios intensos a mais de 4800m de altitude. Acabamos por combinar sair às 9h00, depois de passaríamos pelo posto para abastecimento das motos e seguiríamos em frente.

Tivemos a sorte de não estar tão frio naquele dia, nem sequer como esteve no dia em que havíamos cruzado na ida para San Pedro de Atacama. as temperaturas foram muito mais amenas, chegando no mínimo a cerca de 10ºC. Tivemos muita sorte, pois no dia em que partimos de Tilcara para SAlta, vimos que a saída para Purmamarca estava nublada e com chuva. Imagino o que passou o pessoal que pretendia cruzar os Andes naquele dia. Deus é nosso companheiro e amigo mesmo.

Nossa saída de San Pedro de Atacama em frente ao Hotel Don Raul.


Painel da moto com os dados que temos para viajar! Saindo de San Pedro de Atacama rumo à Argentina.
Quando saímos de San Pedro estava fazendo 17ºC e parecia que poderia estar mais quente no Paso de Jama, com a ajuda de Deus, mas se começasse a esfriar demais poderíamos reduzir a marcha pois para seria uma loucura, como disse antes, parar em altitude pode disparar problemas de labirinto e estômago.


As paisagens me tiram o fôlego! Na frente se via o Vulcão Lincan Cabur.


Paisagem típica do trecho sobre os Andes. Retas muito grandes e altas.
Os trechos de retas se seguem persistentes mesmo com as grandes altitudes. As paisagens são sempre diferentes e ao mesmo tempo sempre semelhantes. A gente não se cansa de rodar e apreciar a magnifica natureza que nos cerca.

Lembrando é claro que as paisagens da ida são sempre diferentes das paisagens da volta, ou seja, são duas viagens diferentes, já que quando olhamos de um lado ou de outro a paisagem muda.


Pode uma coisa dessas? Pensar que era eu aí na foto!!!!
As vegetações eram o grande fato novo dessa viagem para nós.


Início de um dos trechos com curvas para mudança de altitude.




Cruzando a fronteira Chile - Argentina.




Nós saindo do Posto YPF no Paso de Jama.


Rodando nas alturas onde a moto da Bê chegou a marcar 760km de autonomia. Eu, Lauro, Pilinski, Bê. A Bê cedeu lugar ao pessoal.


Trecho em reta a 4.129m de altitude. Parece mentira.

Muito louco esse lugar. Uma verdadeira maravilha.
O Gen. San Martin foi muito ovacionado por ter cruzado os Andes com um exército, mesmo que muito mais ao sul do Paso de Jama, mas mesmo assim temos que bater palmas a ele pelo feito. É muito fácil se perder e ficar anos procurando o caminho, como aliás aconteceu com o pessoal que se acidentou na queda do avião sobre os Andes. Quando estamos seguindo a estrada ou temos GPS fica simples, mas quando não se tem nada disso a situação é mais de morte que de vida, sem água e sem comida a muitos quilômetros de qualquer lugar.

Grande menina que me levou e trouxe de volta com maestria! Nenhum problema!

A Bê mais uma vez nos Andes pilotando a sua máquina. Dessa vez uma Road Glide Special.


Muito orgulho dessa minha minha corajosa mulher que aprendeu a pilotar aos 53 anos e anda sem medo pelo mundo em lugares que muitos homens experientes teriam medo de se aventurar!

É incrível como o horizonte é muito mais distante do que aqui no Brasil. Aqui a topografia possibilita um horizonte sempre mais próximo. Lá as distâncias são enormes e como o ar é muito seco, enxergamos a distâncias muito maiores, o que gera uma certa ilusão de que os lugares são mais próximos do que realmente se encontram.


Podia estar gordinho mas que estava feliz lá isso estava! Hehe.
Eda e Eduardo No meio do deserto e nas alturas.



Cada idéia que passa na cabeça de motociclista! Hahaha! Uma humilde homenagem ao Beatles!


As cores variam muito e se vê ao longe e parece que não tem fim.




Muitas vezes podemos ver vórtices que se formam com o vento lembrando o Sacy Pererê! Hahaha!



A gente rodando direto e de repente encontramos um casal de argentinos em uma moto 125 ou 150cc. Aí é que podemos ver o quanto somos coxinhas. A gente achando que está realizando grandes coisas e aparece alguém assim, numa motinho, realizando seus sonhos. Imagina a potência de um motorzinho desses a mais de 4500m de altitude. Se os nossos motores ficam fracos esses pequenos então viram bicicletas.

Por falar em bicicletas, vimos várias cruzando os andes também. Não me lembro de ter visto pessoas andando à pé, mas costuma ter também.


Na passada eis que encontramos um casal de argentinos viajando em uma motinho nas alturas. Só na alegria.




Chegada em Susques.
Chegando na Pousada e Restaurante Pastos Chicos.





Não consigo me cansar de olhar para essas paisagens. São inacreditáveis. Tudo a mais de 3.500m de altitude.


Novamente passando pelo Gran Salar.


Passando novamente pelas Salinas Grandes.

Descendo as serras e caracoles para Purmamarca.
Caminho baixando para chegar em Purmamarca. Caracoles maravilhosos!
Andar de moto em Purmamarca não é coisa de amador. As ruas são parecidas com as de San Pedro, muita areia, pedras soltas e altos e baixos. Coisa de doido mesmo. Mas é assim que vamos nos tornando motociclistas melhores, superando as pequenas dificuldades conforme as mesmas vão se apresentando no dia a dia das viagens.


Chegada em Purmamarca. Lugarejo muito típico e Andino.

Todos em fila indiana perfeita! Hahaha.

Olha só que beleza as avenidas em Purmamarca!

Foto de uma Lhama (ao centro). As outras são a Eda e a Helena. Hahaha!


Na igrejinha do Pueblo de Purmamarca! Edu com a placa de "no sacar fotos".

Nós todos na praça em Purmamarca.
Praça central de Purmamarca.
Depois de uma parada relativamente rápida em Purmamarca seguimos para Tilcara que fica muito próximo e a RN-9, por onde seguimos rumo ao norte, é muito bonita e cheia de morros coloridos e diferentes de tudo aquilo que temos como paisagem aqui no Brasil.


Placa na entrada da Cidade de Tilcara.

Cordeiros em closed. Uma delícia!


Já em Tilcara na entrada do restaurante Los Puestos onde comemos Cordeiro no fogo de chão à moda local. Hummmm!
Quando Chegamos em Tilcara foi dureza. Paramos no Posto YPF na entrada da cidade para abastecimento e depois cruzamos a ponte entrando em Tilcara. Seguimos até o final da rua e viramos à esquerda e depois à direita. Mamma mia! A rua era de rípio e começava com uma subida meio forte em meio a buracos e pedestres. Respirei fundo, acelerei a moto e fui. Uns 100m à frente vi uma pousada, achei que fosse lá e entrei. Não era! Tivemos que sair daquelas britas soltas e seguir quase até o final da rua onde finalmente encontramos o Al Sereno - Hotel Panoramico. Caramba! Na primeira vez a gente fica meio nervoso, mas usando as técnicas necessárias, ninguém tombou a moto e chegamos ao estacionamento do hotel que ficava localizado ainda mais acima.

Dia 16 - 30.11.2019

Trajeto - Tilcara - Humahuaca - Ida e Volta - 90km


Trecho para visitar o Cerro de 14 Colores.
Nosso dia previa o passeio até Humahuaca e depois até o Cerro de 14 Colores, visto a partir do Mirador de Hornocal. Embora já tenhamos ido diversas vezes até Tilcara, principalmente para abastecimento, nunca havíamos ido ao mirante para ver esta maravilha.


Nossas motos e Toro no estacionamento do Hotel, britazinha danada no chão.


Eduardo, Eda, Arnaldo e Janete na sacada do Apartamento do Arnaldo.
Pegamos as motos e partimos. O Paulo e a Terezinha assim como o Arnaldo e a Janete ficaram pois o Arnaldo não estava passando muito bem naqueles dias, oscilação de pressão e não sei mais exatamente o que. Torcendo para que ele se recuperasse bem para seguirmos viagem tranquilos.

A idéia era irmos de moto até Humahuaca, pois não tínhamos certeza de que valeria a pena encarar o trecho de rípio até o Mirador de Hornocal, de onde poderíamos admirar o Cerro de 14 Colores. Chegando em Humahuaca buscaríamos por algum transporte turístico para nos levar adiante, a menos é claro do Dilmar que estaria com a sua caminhonete.

Eduardo e Eda em frente a placa da cidade de Tilcara. 



Placa receptiva que avistamos assim que chegamos em Humahuaca.


Nossa chegada na Praça Central de Humahuaca.
Em Humahuaca, logo que chegamos, ao lado da praça central da cidade.

Imagens alusivas ao Carnaval de Humahuaca, onde é lícito liberar os demônios.
Pintura referida ao carnaval, Diablada, na praça central de Humahuaca.
No caminho vimos que tinha um bar com um tipo de palhaço com chifres que deveria ser algum folclore regional. Realmente, perguntando ao pessoal de Humahuaca depois, soubemos que tem uma festa do tipo carnaval, onde este personagem significa a perda do controle e se deixar tomar pelos demônios mesmo. Coisa de doido que participam das tradições humanas visando liberar as tensões criadas pelos constantes limites a que a sociedade nos impõe. O interessante é que depois fazem oferendas para o Diabo fique calmo até o próximo ano.
"No carnaval grande começam as procissões de pessoas mascaradas e fantasiadas de diabo, comemorando o “desentierro del diablo carnaval”, o sol vermelho, que fecunda Pachamama (a mãe-terra), gerando boas colheitas. Um boneco feito de trapos representando o capeta é desenterrado e o diabo fica literalmente à solta. Sente-se no ar o perfume da albahaca (manjericão), considerada afrodisíaca, oferecida ao diabo. Foliões fantasiados e às vezes meio “altos” jogam uns nos outros (e nos turistas…), água, serpentinas, talco ou farinha; por isso, se quiser voltar para o hotel ileso, não se aproxime demais. Ou então, relaxe, tome um drinque e caia na bagunça. No Domingo de Tentación termina o carnaval, com a cerimônia de enterrar o diabo no seu leito de pedras, rodeado de folhas de coca, garrafas com bebida alcoólica e cigarros. (O básico para mantê-lo tranqüilo até o carnaval do ano seguinte…)" - Fonte:  https://manualdoturista.com.br/festas-quebrada-de-humahuaca/
Chegando na Praça central de Humahuaca, uma cidadezinha que me surpreendeu pelo seu tamanho e infraestrutura, tanto que em uma próxima vez, poderemos considerar ficar hospedado lá. Muitos bares e restaurantes, pousadas, hotéis e um monumento muito interessante, claro que homenageando San Martin. Até o nome já indica que o povo canonizou o General.

Adair e Leila no Monumento aos Heróis.

A Bê nas escadarias do Monumento aos heróis de Humahuaca.

Cida e Pilinski estavam curtindo muito tudo!

Mapa da Cidade de Quebrada de Humahuaca - Jujuy.

Estacionamos as motos ao lado da Praça.
Assim que chegamos na praça um agente de turismo, desses que ficam correndo atrás de clientes, nos abordou oferecendo guias e cititur. Falamos a ele que precisaríamos de alguém para nos levar no Mirador de Hornocal e qual seria o preço por pessoa, ou mesmo para todo o grupo. Ele ligou para um conhecido a fim de ver se tinha disponibilidade e imediatamente nos retornou que sim e que caberiam 7 pessoas na caminhonete 4x4. Ficou marcada a nossa saída para as 14h00. Aproveitamos para arranjar um local para almoçarmos.

Seguimos uma quadra para trás e entramos em um Bar Restaurante na esquina. Como parecia bem arrumado e muito movimentado entramos e pedimos pratos simples para o almoço. A má notícia foi que depois vimos que o dono do local tinha uma certa fixação no Serial Killer Che Guevara. Muito louco, mas... o que fazer? Cada um tem o direito de ser aquilo que melhor lhe apraz, seja por ignorância ou por desconhecimento, tanto meu como dele.

Ao longo da quadra até o restaurante tinham muitas lojinhas de lembranças e artesanatos, onde  compramos algumas lindas toalhas de mesa, por um preço bastante convidativo. Tanto para nós como para dar de presente aos nossos entes queridos.

Retornamos à praça e na hora marcada o rapaz já nos esperava com a caminhonete. Embarcamos e partimos. Avisamos ao nosso guia que a caminhonete Toro vermelha estava com um pessoal nosso e que ele deveria ir cuidando para que eles não se perdessem.

Eu fui na caminhonete contratada e a Bê foi na Toro.

Eu e o Lauro no mirante localizado no caminho de Hornocal.
No meio do caminho o nosso gui parou em um mirante onde tiramos algumas fotos. Um local muito bonito já a 4200m de altitude. Ali mesmo pegamos algumas folhas de coca para mascar a fim de evitarmos a mal de altitude.

Eu e a Bê no Mirante do caminho a 4.200m de altitude

Abaixo o caminho que nós iríamos fazer de moto no rípio.

Só elas. Leila, Eda, Bê e Cida.
Todo o nosso Grupo no Mirante a caminho de Hornocal.
Placa alertando aos turistas sobre os perigos da altitude.

Eduardo, eu e o Lauro. Só gente bonita em um lugar maravilhoso.

A estrada seria possível mas judiaria das motos.
 Depois do mirante a estrada continuava a subir. O motor vai ficando cada vez mais fraco e a Toro já não tinha muita facilidade em nos acompanhar. A perda de potência é gritante.

Mirador de Hornocal. Vista do Cerro de 14 Colores. 600 milhões de anos expostos em camadas.
 Quando finalmente chegamos ao Mirador de Hornocal ficamos muito impressionados com a visão que tivemos. Eu tinha uma preocupação de que as fotos que havia visto na internet tivessem sido tiradas em algum dia de iluminação muito especial e com filtros na máquina fotográfica, mas que nada. A visão é realmente explendorosa.

Detalhe das camadas geológicas do Cerro de 14 Colores.
Pilinski e Cida radiantes naquela paisagem mais radiante ainda.
É mesmo uma visão impressionante. Recomendo que visitem!


Nós no muro de pedras do Mirante.

Placa explicativa mostrando que os dinossauros viveram há 200 milhões de anos.
Que tal? 
Delícia de dia, de passeio, de viagem, de local, de companhia e tudo o mais!!!


A visão do Cerro é realmente impressionante.

Nós todos na caminhonete que nos levou no passeio.
A turminha do carro do Dilmar.
Retornamos para Humahuaca e o nosso guia nos deixou na mesma praça de onde havíamos partido. Pegamos as motos e partimos em direção a Tilcara novamente, Entre Humahuaca e Tilcara, paramos em um Ponto de Comércio de Artesanatos. Um lugar bem interessante, compramos alguns vinhos locais bons e baratos. Tinham também cerâmicas e uma quantidade enorme de produtos. Os preços eram muito bons, mas tínhamos que cuidar com onde carregar.

Eu vi que tinham umas terrinas muito interessantes, pintadas à mão e queimadas no forno. Compramos e a moça arrumou tudo bem embalado e protegido com jornais, acomodadas dentro de uma caixa de papelão com muita fita para lacrar e colocado em duas sacolas plásticas impermeáveis, uma com a boca para e cima e outra com a boca para baixo, assim no caso de chuvas não molharia evitando que o papelão se desmanchasse. Coloquei sobre o banco do garupa de minha moto e prendi com uma aranha e extensores. O arranjo ficou bom e teria que vir até Curitiba, o que de fato aconteceu sem nenhum problema.

Dilmar caminhando no ponto de venda de artesanatos.

A decoração do local era bem típica. Olha o tamanho da Lhama que construíram.
Eduardo e Eda na Grande Lhama do deserto.

Mercadorias no interior da loja.
Teve gente que resolveu tirar um cochilo. Hahaha.

Eu, Eda e Lauro.

Trecho da estrada excelente entre Tilcara e Humahuaca.

Ao longo do caminho somente o Vale do Río Grande era verde.

Já chegando em Tilcara.

Ponte sobre o Río Grande em Tilcara.
Depois de um grande dia nada com esticar as pernas.

Foi trocar de roupas e entrar na água para refrescar!
Só alegria. Tomando vinho e espumantes na piscina. Assim a gente fica mal acostumado.

Igreja localizada na rua do Hotel. Prédio muito antigo e típico.
 No final do dia, o pessoal se reuniu e houve um momento muito agradável onde cada um pode manifestar suas experiências e alegrias adquiridas durante toda a viagem, tendo em vista que já estávamos indo para os trechos mais finais e os dias estavam se esvaindo muito rapidamente.

Qual foi a minha surpresa quando me deram de presente um tabuleiro de Xadrez com pedras representado a batalha entre os espanhóis e os Povos Andinos. Nossa! fiquei muito feliz com a iniciativa deles, que é claro não era de forma alguma necessária, mas já que fizeram fiquei muito feliz mesmo.

Um reconhecimento pelo esforço, que na verdade foi de todos, no planejamento da viagem, mas, acredito eu, principalmente pelo fato de já sendo conhecedores dos locais por onde passamos nos dispomos a ir novamente guiando o pessoal com a segurança que foi possível compartilhar com pessoal. Meu muito obrigado pelo reconhecimento! Fiquei mesmo muito feliz!

O jogo agora está montado na saleta do mezanino do escritório aqui de casa.

Jogo de Xadrez que me presentearam!

Lindas as peças!


Dia 17 - 01.12.2019

Trajeto - Tilcara - Salta - 175km

Trajeto percorrido entre Tilcara e Salta.
Tomamos nosso café da manhã tranquilos pois o nosso trajeto no dia não seria muito longo, apenas 175km, pois seguiríamos pela Ruta 9 até San Salvador de Jujuy e depois sairíamos fora da auto-pista para continuarmos pela RN-9 seguindo pelo trecho histórico da estrada até Salta.

O dia amanheceu muito bonito, como todos os demais haviam estado, mas as previsões eram de chuvas para aquele dia. Tudo bem. Sabemos que quando chove em locais desérticos, devemos tomar muito cuidado com a pista que fica extremamente escorregadia, principalmente no início da chuva quando a água ainda não lavou o óleo e a poeira do asfalto.


Nossa turma no dia da saída de Tilcara em frente ao hotel La Serena. Faltando a turma da caminhonete.
Fomos até o estacionamento localizado na mesma rua, cerca de 100m do Hotel La Serena Panoramico, e pegamos as motos. Trouxemos até na frente do hotel e carregamos as motos para a viagem.

Descemos a Calle Dr. Ernesto Padilla até a Belgrano onde viramos à direita e  demos a volta na praça central da Cidade, retornando pela Lavalle até a Av. Villafañe, cruzamos a ponte e tomamos à esquerda na RN-9, sentido Purmamarca e San Salvador de Jujuy.

O céu foi ficando nublado muito rapidamente e começou a garoar antes de chegarmos no entroncamento com a RN-52, acesso a Purmamarca e ao Paso de Jama. Qual foi a minha surpresa ao ver que a estrada estava molhada e até onde a vista alcançava o céu fechado e chovendo. Comentei com a Bê no comunicador que se tivéssemos que cruzar para o Chile naquelas condições, com certeza sofreríamos muito, não só com o frio, mas muito provavelmente com chuva e neve ou pior, Black Ice. Mas como Deus é nosso amigo e companheiro, naquele dia seguiríamos em frente.

Como o piso estava molhado e a garoa era leve, que acabava não lavando a pista, fomos muito lentamente, a 60km/h aproximadamente pelas curvas do caminho. Aquele trecho é mesmo perigoso, cheio de curvas e ainda por cima radares móveis de fiscalização e tudo que um policial argentino quer é que a gente cometa uma infração de excesso de velocidade para nos incomodar à beça.

Estávamos sem capas de chuva e fui tocando até encontrar um lugar seguro para pararmos com as 7 motos e a caminhonete, o que aconteceu vários quilômetros depois do entroncamento da RN-52.


Nós parados em segurança colocando as capas de chuva, inclusive com os cachorros apavorando a Bê e ainda por cima bem na frente dela. Hehehe.
Depois de colocarmos as roupas de chuva, em local seguro, seguimos descendo pela RN-9 até San Salvado de Jujuy, e viramos à direita para seguir pela RN-9 até Salta, conhecida como La Linda!

Lembrando que essa é a estrada cênica de acesso a Salta e estava chovendo, o que seria um desafio e mais uma superação. Entretanto não quis deixar de mostrar ao pessoal essa lindíssima estrada, mesmo que estivéssemos em um dia não tão belo assim.

Em Carmen, entramos na cidade para abastecimento e banheiro. Tivemos que andar uma 4 quadras para dentro da cidade até o posto e depois retornar para a RN-9. A partir de Carmen começam as curvas e a pista vai ficando muito estreita. Cruzar com carros que se deslocam em sentido contrário é perigoso, principalmente onde a pista é mais estreita o que acontece quase o tempo todo.



Trecho da Ruta 9 entre San Salvador de Jujuy e Salta.
Assim eu ia sinalizando a todos os carros para reduzir a marcha, pois haviam muitas motos vindo atrás de mim. Pior que eu tinha que sinalizar sem esticar o braço pois poderia facilmente bater a mão nos carros de tão estreita que era a pista. O mais curioso foi que o Lauro que vinha atrás de mim fez esse comentário comigo pois ele viu que esse risco existia.


Paramos as motos logo após a Churrascaria.

Eu, a Bê, o Pilinski e a Cida na Churrascaria.
Chegamos em Salta ainda com chuva, que nos acompanhou por todo o trajeto. Às vezes era chuva e na maioria do trajeto apenas uma garoa. Quando terminamos o trecho mais difícil de curvas fechadas e pista muito estreita, já era hora do almoço e imaginei que o pessoal estivesse com fome. Assim fui buscando por algum local para comer, pois o Paulo principalmente tem dificuldade de ficar muito tempo em jejum.

De repente, uma zona mais urbanizada, nos arrabaldes de Salta, creio que era em Vaqueros, vi uma churrascaria grande e muito cheia de gente. Imediatamente busquei por um local para estacionar e consultar o pessoal sobre a possibilidade de almoçar ali, estávamos já bem perto do hotel.

Todos concordaram imediatamente e estacionamos as motos e fomos até o local. Tiramos nossa roupas de chuva e pedimos por mesa. Teríamos que esperar muito para conseguir mesa para todos, então decidimos ir dividindo o pessoal conforme liberassem as mesas. 

Assim fizemos e aos poucos foi acomodando todo o pessoal. Eu o Pilinski e o Lauro fomos os últimos e ficamos acomodados num salão anexo, também muito grande. Um belo local, ao final achei que ficou melhor que a encomenda, pois nem em sonho imaginei que comeríamos em um local tão bonito e agradável.

Do restaurante seguimos direto ao Hotel La Linda, onde tínhamos nossa reserva para todo o grupo. Chegamos na frente do hotel e nos deparamos com um local muito central sem possibilidade de estacionamento em frente ao hotel. Parei a moto ali mesmo, junto ao meio fio e fui consultar a recepção para saber onde era o estacionamento e ela me indicou um local para parar, mas que não era incluso no valor da diária do Hotel, coisa que já sabíamos, pois no Booking constava que teríamos que pagar pelo estacionamento.

Depois que descarregamos e guardamos as motos foi conversar com a senhora da recepção sobre cititur e ela me disse que não seria necessário pois como o hotel era muito bem localizado poderíamos fazer todo o percurso aos pontos turísticos mais interessantes no dia seguinte caminhando mesmo. Estávamos localizados a uma quadra da Plaza 9 de Julio de Salta, onde estava localizada a Catedral Basílica de Salta.


Mapa turístico da parte histórica de Salta.
Fotografei o mapa para que no dia seguinte pudéssemos seguir caminhando mesmo. Era bem possível e a melhor parte que poderíamos esticar um pouco as pernas.

Enquanto tomávamos banho alguns saíram para ir comprar vinho em uma loja na esquina do Hotel. 


Eduardo, Lauro, Paulo e Pilinski saindo do Hotel La Linda para ir comprar uns vinhos.
Tomamos um banho e nos encontramos na recepção do hotel para sairmos para dar uma volta e jantar. Havíamos ouvido no rádio que a N. Sra. de Lujan, padroeira da Argentina, estaria chegando na cidade naquele dia e diversos de nós comentaram que gostariam de ir participar do evento. 

Saímos caminhando em direção à Praça 9 de Julio e vimos que havia muita movimentação. Eis que nos deparamos com a Catedral cheia de gente e uma grande festividade da chegada da Santa, inclusive vimos a Santa no Andor sendo carregada em procissão até a Catedral Basílica. Muito interessante as coincidências com que nos deparamos.


Infelizmente o Paulo e a Terezinha não foram conosco. Eles, por motivos pessoais, teriam que retornar antecipadamente ao Brasil e haviam comprado passagens aéreas quando estávamos em San Pedro de Atacama, assim na manhã seguinte eles deveriam embarcar bem cedo. Assim ficaram no hotel para arrumar ou separar as bagagens que levariam e creio que para descansar também. Uma pena que não puderam nos acompanhar do começo ao fim. Foi uma perda, mas a vida é assim mesmo e cada um sabe de si.

Aí está o Terraza Grill. Sem comentários. Local escolhido por unanimidade.


Aí estava a nossa janta. Ao menos um pedacinho disso! Hehehe.
A caminho da praça já nos deparamos com uma churrascaria maravilhosa e combinamos de retornar ai para a janta. Tinha até mesmo carneiro de fogo de chão.


Nos deparamos com o Andor da N. Sra. de Lujan que chegava na Cidade.

Incrível que o pessoal queria ver a Santa e olha como ficamos próximos dela.

Catedral Basílica de Salta muito movimentada e completamente cheia.


A Praça 9 de Julio é muito linda e os edifícios históricos nem se fala.
Depois da visita à Catedral e termos sido presenteados com a proximidade da N. Sra. de Lujan, retornamos até o Terraza Grill para jantarmos. Claro que eu e a Bê nem pensamos no que comer, era o cordeiro assado no fogo de chão, como sempre, acompanhado de um bom vinho da região.


Nós no Terraza Grill, para o jantar. Povo cansado mas feliz. Só faltou o Paulo e a Tere
Aconteceu um fato inusitado no jantar. Quando foram servindo os pratos que havíamos pedido, o garçom vinha e perguntava quem havia pedido iss ou aquilo. Muito bem, quando chegou a vez do Dilmar e da Helena, chegou dois pratos enormes, extremamente bem servidos. Como eles não estão acostumados a jantar e por esse motivo já haviam pedido um prato compartilhado, para os dois, ambos ficaram olhando para o prato com uma cara de tristeza enorme.

Eu não acreditei e comentei com eles que nunca havia visto alguém ficar assim tão triste a ponto de perder o apetite por ter vindo muita comida, era comer o que quisessem e pronto. Hahaha! Foi uma cena muito interessante. 

Acho que eles não perceberam que o senhorzinho que cuidava do estacionamento era devoto de N. Sra. e que ele não havia jantado e possivelmente rezou a noite toda para que conseguisse um prato de comida. Pois foi atendido. Ao final eles pediram que embrulhasse para viagem um dos pratos e dividiram o outro. 

Quando passamos na frente do estacionamento eles tiveram a ideia de oferecer a janta ao senhorzinho que ficou muito feliz e aceitou prontamente com alegria a oferta. Vá rezar bem assim lá adiante. Eu também teria ficado ficado extremamente feliz com um prato maravilhoso daqueles para o jantar.

Nas paredes haviam fotos de muitas personalidades que já haviam visitado o restaurante, realmente um local muito tradicional e de excelente qualidade. Foi um dia cheio de acertos.

Comentei com o pessoal sobre as dificuldades da RN-9 que havíamos encontrado naquele dia e até me desculpei com eles por ter escolhido aquele caminho, entretanto também disse a eles que quando eles contassem que haviam ido a Salta, fatalmente as pessoas que conhecem o lugar perguntariam se conheceram a estrada antiga e eles poderiam dizer que sim e que ainda por cima chegamos por ela em um dia de chuva. Pois de Jujuy a Salta pela autoestrada não teria a menor graça, embora seria muito mais seguro e chegaríamos muito mais rápido.


O Eduardo concentrado em uma caipirinha que já se tornou um drink mundial.

As Ladies estavam cansadas mas nem por isso se entregaram.
 Ao final seguimos para o hotel e ainda fomos à área do café da manhã, onde pedimos ao rapazinho que estava cuidando da recepção que nos conseguisse alguns cálices e, como tínhamos algumas garrafas de vinho, tomamos alí mesmo. A maioria foi dormir e ficamos eu e a Bê, O Pilinski e a Cida e mais o Lauro. Mas também não nos tardamos demais não.

Aquele havia sido mais dia de desafios e superações de todos nós. Afinal um motociclista não nasce pronto, aprende a caminhar conforme caminha e com o caminho em si, pois esse é quem apresenta as dificuldades que nos obrigam a sermos cada vez melhores. Assim é que a gente vai se formando. 

Dia 18 - 02.12.2019

Em  Salta La Linda


No dia seguinte acordamos não muito cedo e tomamos nosso café da manhã, que era dos bons, para o padrão argentino de café da manhã, fique bem claro. Mas ao menos no La Linda tinha como pedir ovos mexidos ou omelete. Eu pedi um omelete para mim e outro para mim e para a Bê.

Depois do café saímos para uma caminhada. O primeiro local onde fomos foi na praça 9 de Julio novamente, só que agora de dia, em busca de casas de câmbio, pois alguns de nós já estavam sem AR$ (Pesos Argentinos).

A Bê se animou em fazer companhia a uma figura da cidade ali imortalizada. Incluíndo as empanadas. Hehehe.
O cara era bom de papo e pelo jeito velhos amigos!!!!

Chegando na praça o pessoal já tinha localizado uma casa de câmbio e o Adair disse que havia comprado pesos de um argentino. Os argentinos sempre foram muito mais ligados ao Dólar do que nós brasileiros, até mesmo porque durante muitos anos houve a paridade do Peso com o Dólar e eles têm a cultura do Dólar. 

Tinha muito movimento na casa de câmbio para comprar Dólares por parte do povo argentino e assim fica fácil comprar pesos diretamente das pessoas ali mesmo na fila. Mas acontece que tem uma turba de cambistas na frente e nas imediações. Ficam como se fossem ratos atrás do queijo. A gente nunca sabe quem é bandido e quem não é e para comprar pesos falsos fica muito fácil, ou até mesmo a pessoa trocar a sua nota verdadeira por uma falsa e te devolver dizendo que é falsa. O pessoal é dureza mesmo.

Eu entrei na fila ca casa de câmbio e não quis saber de comprar dos transeuntes. Afinal por causa de uma diferença muito pequena eu não me dispunha a correr o risco. Na minha vez, tirei a nota de US$100,00 no bolso entreguei à atendente que verificou e me entregou os pesos nos câmbio do dia que era algo como AR$ 61,00/US$1,00.

Aconteceu um fato desagradável que devo relatar aqui. Em um dado momento, depois que saí de dentro da casa de Câmbio, o Eduardo tirou da pochete dele um saco plástico transparente com um bolo de pelo menos 1cm de dólares, e começou a mexer no dinheiro. Em volta aqueles ratos todos espalhados pela galeria, que são super ligados, com os olhos arregalados olhando. Quando eu vi a cena eu disse a ele esconde isso cara! Pelo amor de Deus! Estamos aqui na boca do lobo e você me abre isso? Esconde! Esconde!" Falei baixo mas buscando esconder a situação pois alguém poderia matar por aquele dinheiro. Situação, que eu julguei naquele momento, de grande risco.

Quem me conhece sabe que eu sou muito sutil. Hehehe. Desculpem-me pessoal, mas é que eu sou mesmo um tanto agressivo. Bem, depois desse momento vimos que tinha um pessoal, um dos cambistas que estava por ali, que pegou o telefone e ficou falando com alguém, e que ficava nos sondando ao longe, já do lado de fora da galeria da casa de câmbio. Ele estava vestindo um moletom vermelho, logo era fácil de localizar no meio da multidão. 

Depois demos umas despistadas, tentamos entrar em um café para fazer hora, o Lauro havia entrado com a Bê em uma loja para ver algo que ele achou interessante, nesta loja tinha Jack Daniels também para vender por um bom preço mas estávamos já no final da viagem e ninguém se animou muito não.

O clima estava tenso, embora estivéssemos em um grupo grande, aí o cara de moletom vermelho passou com uma outra pessoa que ele estava aguardando da chamada telefônica, pensamos nós em nossa neura. Passou por nós sem nem olhar e foi embora. Aí nós aproveitamos para seguir na direção oposta a deles, viramos a esquina e fomos embora para o nosso passeio, mas no começo com o passo bem acelerado para sumir logo. 

Final da história. Quando chegamos em Presidência Roque Saénz Peña, no dia seguinte, o Eduardo foi olhar a sua pochete e ela estava com o zíper fechado mas vazia. Ele não soube como explicar o que tinha acontecido. Mas o saco plástico com todo o dinheiro havia simplesmente desaparecido. Nem ele nem a Eda nem ninguém soube explicar  que poderia ter acontecido. Simplesmente sumiu sem explicação.

Fica a lição, quando em viagem, tem que entrar em um banheiro ou em no hotel, antes de sair para a rua, deixa o dinheiro separado para o câmbio, assim, caso você seja roubado, apenas uma parcela do dinheiro se vai e não tudo. 

Ainda agradecemos a Deus por terem conseguido levar o dinheiro sem que tenhamos percebido, pois assim estávamos todos vivos e com saúde, porque o dinheiro eu acho que eles levariam de qualquer jeito, nem que para isso tivessem que assassinar alguém.
Igreja de San Francisco de Assis - Basílica Menor. Monumento Histórico Nacional.
Seguimos em frente pela rua de baixo do nosso hotel La Linda pela Calle Caseros até a Basílica de San Francisco de Assis e depois, mais adiante na mesma rua o Mosteiro de San Bernardo. 

Este mosteiro teve o início de construção em 1582 e depois de várias construções e destruições por terremotos etc. teve sua forma final que perdura até hoje por volta de 1870, sendo a fachada de 1872. É um prédio muito antigo e histórico que preserva a história de uma época muito diferente da nossa.

Nesse mosteiro também habitam irmãs Carmelitas que nunca tem contato com o mundo exterior, passando toda a vida em reclusão e oração.

A Bê diante do Mosteiro de San Bernardo.
Bê na porta toda esculpida em algarrobo por artesãos.
Na Porta do Convento de San Bernardo - Monumento Histórico Nacional.
Esta porta de Madeira foi esculpida por artesãos locais em 1762, em madeira de Algarrobo. É uma obra lindíssima com motivos religiosos. Essa porta pertenceu à Família de Bernardo de la Cámara, família importante da cidade e depois foi transferida para a nova porta do Convento, sendo que a porta antiga, que servia anteriormente de acesso à antiga função do prédio que era um hospital, foi lacrada pelas Irmãs Carmelitas que ficaram em Clausura.

Depois do Mosteiro de San Bernardo, continuamos seguindo pela Caseros até a Av. Hipólito Yrigoyen onde viramos à direita em direção ao Parque San Martin, claro que tinha que ter um Parque San Martin, senão não seria Argentina, de onde parte o teleférico para o Cerro de San Bernardo.

Chegamos até a Estação do Teleférico, passando por vielas muito interessante e por locais agradáveis onde vimos jovens namorando e muitos pombos ciscando.


Nossa chegada na Estação do Teleférico.

Nosso pessoal na Estação de Embarque do Teleférico - Bilheteria.
Chegando na Estação alguns de nós foi diretamente ver a passagem e outros, incluíndo eu, fomos tomar um café, pois ninguém é de ferro e um café costuma cair bem sempre.


Nós na rampa de acesso ao teleférico.

Nós todos aguardando para embarcar nas gaiolas do teleférico.

E aí foi uma parte da turma.
Adair, Cida, Leila e Pilinski no bondinho!

Depois fomos nós também.
Casal 20! Motociclistas sem moto! Hehe.

E lá vamos nós morro acima.
Cruzando com um carrinho que descia.

O morro é bem alto e vista da cidade de Salta fica fantástica.
A subida é bem longa e demora um tanto. Não marquei no relógio, mas não é muito rápido não. O teleférico chega em alguns pontos creio que a mais de 100m do chão, o que dá um certo frio na barriga quando se pensa: - e se esse cabo arrebentar? Vixi. Melhor não pensar. Seria muito azar acontecer bem na hora em que estávamos ali e, afinal das contas, estávamos mais do que protegidos por Deus em nossa viagem. Tudo estava funcionando perfeitamente bem.

Chegando lá em cima na estação de desembarque.
Vale salientar que San Bernardo, por ter vivido algum tempo como ermitão em Salta, é o padroeiro da cidade.

Alguém teve a idéia de fazer um sistema de cachoeiras no topo do morro.
Acabou resultando em um lugar muito interessante para passear.


A gente passeando novamente por essas águas.



Vista lá de cima do Morro de San Bernardo.
Olha nós aí!

Relógio de sol construído no morro.
Lauro e eu no Relógio de sol na praça no Morro de San Bernardo.

Leila aos pés da imagem de San Bernardo.
Desembarcando do bondinho.

Depois do passeio decidimos que não almoçaríamos lá em cima, tendo em vista que tinha apenas um restaurante que servia mais petiscos do que propriamente refeições, e descemos novamente para a estação inferior.

Dali do Parque de San Martin, retornamos caminhando pela mesma Av. Hipólito de Yrigoyen e lá pelas tantas, depois de uma ou 2 quadras, avistamos um restaurante bem interessante, pequeno e que nos pareceu ser muito bom.

Cruzamos a avenida e vimos que haviam 2 restaurante com o mesmo nome, sendo o El Rey del Bife 1 e ao lado o El Rey del Bife 2. Hahaha. Com certeza devem ser de um mesmo proprietário, mas os garçons ficaram nos disputando, pois eles tinham interesse em nós, mais que o dono da casa que na verdade tanto faz. 

Acabamos por entrar no 2. Pedi um bife de chorizo rugoso, pra variar um pouco, e estava realmente maravilhoso. Pedimos também um vinho regional que também estava muito bom. Tudo bom, até mesmo os preços na Argentina estão muito bons para nós neste momento.

Laurinho medindo se caberia dentro de um Citroen! Haha!
Depois do almoço seguimos descendo a mesma avenida a fim de visitar a Praça onde tem o Monumento ao General Martín Miguel de Güemes. Caminhamos algumas quadras e lá estava ele. Muito majestoso. Gosto que os argentinos tem um grande respeito pela sua história e pelos seus heróis. Creio que isso tem ajudado o país deles e a nós nos falta mais atenção a esse fato.

Placa comemorativa aos 200 anos, em 17/06/2010.


Eu e a Bê no Monumento ao Gral. Martín Miguel de Güemes.


Parte do pessoal no Monumento ao Gen. Güemes. Eduardo, Eda, Leila, Janete, Cida, Arnaldo e Adair.

Palacetes localizados ao longo da Av. Gral. Martín Güemes.
Depois de uma bela caminhada nada mais interessante que passar pela sorveteria para chupar um sorvete argentino que, pela proximidade cultural com a Itália, tem ótima qualidade.

Local onde tomamos um excelente (Imagem Google).
Quando chegamos na sorveteria, vimos uma senhora sentada do lado de fora da sorveteria, tomando um sorvete em uma casquinha que poderia ser considerada pornográfica. Hahaha. Tendo em vista a forma da casquinha. Nossas mentes devem mesmo ser muito sujas. O Eduardo foi o primeiro a fazer um comentário conosco e, ao final, adivinhem qual foi a casquinha que ele pediu? Exatamente aquela. Hahahaha! Foi ótimo.


Nós todos tomando sorvete na Sorveteria Roamari.
Todos já estávamos cansados de caminhar e andamos mais duas quadras e meia para chegarmos ao hotel novamente.

O Arnaldo e o Pilinski tiveram problemas com a embreagem na volta de San Pedro, assim pensamos que seria conveniente buscar um local para trocar o fluido de embreagem das motos deles. Em Salta não tem Harley Davidson mas eu tinha algumas indicações de oficinas mecânicas menores que poderiam nos atender.

Liguei para uma delas e fomos nós três de moto até o Nico Motos. Não era muito próximo do Hotel e foi um passeio bem interessante pelas ruas de bairros da cidade. Lembrei muito do interior do Estado de São Paulo.

Quando chegamos vimos que era uma garagem bastante simples e que a maioria das motos que eles trabalhavam ali eram motos chinesas. Era o que tínhamos e fomos lá conversar com o Nico e com o Marcelo que são os 2 sócios da oficina.

O lugar era bastante simples mas o pessoal parecia entender de mecânica embora não de Harleys o que é diferente.

A primeira moto a colocarmos lá dentro foi a do Arnaldo, o lugar era maio chato de manobrar. O Marcelo começou a desmontar abrindo o reservatório superior e depois ficou procurando onde estaria o local do dreno inferior do fluido da embreagem, que não aparecia em lugar nenhum. Vendo a situação que estava ficando complicada liguei imediatamente para a oficina do Célio Dobruck, aqui de Curitiba e pedi para falar com o Josué que é o mecânico dele e que tem muita experiência.

Conversando com ele ele medisse que ficava dentro de uma tampa falsa localizada na lateral inferior da moto e a Lucy me mandou a foto da tampa. Eu fui perguntando mais sobre o procedimento e o Josué, sempre apressado me disse: - Mas o cara não é mecânico? Se ele é mecânico de moto ele sabe como fazer. É igual a todas as demais.

Wow! Tudo bem. Agradeci e vi que na verdade eu é quem estava meio preocupado e inseguro com a situação ali, pois estava em dúvida quanto à competência do mecânico desconhecido. De fato, ele abriu a tampa e lá estava o sistema de drenagem do fluido de embreagem. 

Conforme o serviço avançou parece que tudo foi ficando tranquilo. Ao final, claro que ficou ar na tubulação e a embreagem não estava funcionando. O rapaz soltou o parafuso que firma o cabo na saída superior e nesse momento eu falei para o Arnaldo: - Estou preocupado! 

Ele me olhou assim meio achando graça, mas eu estava mesmo preocupado, tanto que eu estava pensando. Depois dessa nem vamos colocar a do Pilinski, pois estava achando que a moto do Arnaldo teria que ir de guincho até a outra oficina. Tamanha a minha preocupação. Mas que nada, depois de algum tempo a moto ficou show de bola.

Fato é que o fluido de freio da moto do Arnaldo estava muito escuro e sujo. Ele disse que o mecânico dele havia trocado o fluido antes da viagem, mas pelo jeito não aconteceu.



O Marcelo drenando o fluido e o Pilinski em cima.


Minha moto e a do Pilinski estacionadas e a Oficina do Nico Motos que é só a porta mesmo. Encostada no muro atrás está a moto do Francisco que é corredor de trail.
Esse rapaz estava lá na oficina, se chama Francisco Budonnet e é campeão corridas de moto trail.
Tiramos a moto dele e o Pilinski colocou a moto dela lá dentro e o mesmo serviços foi realizado. As duas motos ficaram show de bola. Ao final saímos de lá super satisfeitos e eu digo aqui que quem precisa de apoio mecânico em Salta pode procurar pelo Nico Motos que será muito bem atendido. Inclusive não precisamos esperar a nossa vez, o rapaz nos atendeu na hora e cobrou um preço mais do que justo, ou seja, coisa de R$27,00/moto, se me falha a memória, o que foi muito barato para nós, pois nossa moeda está mais forte nesse momento.


Passeio que o restante do pessoal fez enquanto estávamos na oficina.
À noite quase ninguém quis sair para jantar. Eu a Bê, o Lauro, mais o Pilinski e a Cida fomos caminhando até um restaurante indicado pela moça da recepção do Hotel.

Realmente o local era super chique e parecia muito caro, mas quando vimos os preços eram bastante razoáveis. Lembrando que nós estávamos jantando com carne e vinho, entradas e tudo o mais por menos de R$100,00 por casal, muitas vezes por menos de R$60,00/casal.

Pilinski e a Cida no El Charrua - Restaurante e Parrillada.
Eles pediram pratos diferentes que estavam deliciosos, eu provei, mas eu me mantive fiel ao meu bife de chorizo, até mesmo porque tinha que considerar que nosso período na Argentina estava terminando e eu sentiria muitas saudades desses maravilhosos bifes que eles tem por lá.

Na sobremesa pedimos uma panqueca flambada com licor de não sei o que. Um doce típico de lá, que tinha um nome estranho. Mas estava muito bom embora meio doce demais.

Aquela era a nossa última noite em Salta, onde passamos um dia inteiro, ou seja, dormimos duas noites, e foi muito corrido mas acima de tudo muito proveitoso, pois conseguimos ver muitas coisas.

Dia 19 - 03.12.2019

Trajeto - Salta - Presidência Roque Saénz Peña - 650km

Trajeto percorrido de Salta a Pres. Roque Saénz Peña.
Não somente a canseira, mas a tristeza começa a rondar por razão da viagem estar chegando ao seu fim. Quando a coisa não é boa queremos que acabe logo, mas quando é muito boa, não queremos que acabe nunca. Assim somos todos nós, e nós não éramos diferentes disso. 

Mas ainda teríamos coisas muito boas pela frente sendo que uma delas era passar e conhecer o Chaco argentino, por onde passaríamos nesse nosso novo dia de pilotagem. 

Estávamos todos sabendo que poderíamos pegar temperaturas muito altas no Chaco, mas, considerando que ainda estávamos no início do mês de Dezembro, final da primavera, normalmente poderíamos ter temperaturas mais suportáveis como eu e a Bê havíamos pegado em 2017.

Tomamos nosso café da manhã e era hora de levar as bagagens até a moto, fazer checkout no hotel e pagar o estacionamento saindo para a estrada. Levantamos cedo para não pegar muito movimento na cidade, o que de certa forma funcionou, e partimos pela Ruta 9, que na verdade era a continuação daquela estrada cênica que chegamos em Salta, indo em direção à Ruta 16 que é a estrada do Chaco.


Rodando já na Ruta 16 logo depois de sair da RN-34. Já são retas. 
ê
turma toda. Eu, Lauro, Pilinski e Bê



Pouco mais adiante. Ver como o céu muda.

Aí o GPS da moto. Faltando 487km para Pres. Roque Saénz Peña. Aquela é a reta do Chaco.

Agora já na reta do Chaco, Depois de Joaquin V. Gonzales.

Na grande reta do Chaco!

Dos poucos caminhões. Transportando gado vivo.
Cada ano tem menos animais soltos, mas ainda tem muito.
Quando chegamos em Monte Quemado a coisa começou a ficar muito feia. Os buracos foram aparecendo e dentre poucos quilômetros a pista asfaltada simplesmente deixou de existir, eram muitos buracos. Tantos que o acostamento, que é de rípio estava sendo mais usado que a estrada. Tentei andar no acostamento mas não era melhor para a minha moto não.

Foram aproximadamente 40km terríveis desviando de buracos o tempo todo. Pena que não parei para tirar uma foto, pois merecia. Nunca vi um trecho tão ruim. Nem mesmo em desvios costuma ser tão ruim assim. Andamos a 10km/h e mesmo assim com muitos solavancos.

Colando o adesivo da nossa viagem no vidro do Posto em Monte Quemado.
Ao final do trecho terrível, em Pampa de los Guanacos, paramos em um posto para abastecimento, quando pessoal disse que dali em diante estaria melhor a estrada e perguntamos sobre local para almoçar. Nos indicaram um hotel que havia logo mais à frente.

Quando chegamos no hotel me lembrei que eu e a Bê já havíamos nos hospedado lá, não me lembro quando, mas me lembrei do local onde estacionei a moto atrás do hotel na calçada que existe lá. A novidade ficou por conta de uma piscina que não existia mas, ainda assim, estava vazia.

O restaurante era bonzinho e tinham algumas alternativas, entre elas milanesas, bife de chorizo (mas era fino), empanadas, chorizos (linguiças), entre outras opções. Comemos bem mas não muito, para evitar o sono no calor da tarde. 

A partir de Pampa de los Guanacos a pista foi melhorando e ficou normal, sem buracos.

Se me perguntar se a estrada está muito ruim? A resposta é sim, está muito ruim. Mas vale a pena desviar por Santiago del Estero, rodando 150km a mais? Não, na minha opinião, não vale a pena não, mas se você não gosta de andar em estrada ruim é bom avaliar a possibilidade, pois no trecho ruim é ruim mesmo! Não é exagero não. Mas acredito que o governo deverá arrumar logo pois não é possível que fique assim tão diferente das demais estradas do país.
Chegamos até que ainda cedo em Pres. Roque Saénz Peña e paramos em um posto para abastecer, assim sairíamos já com os tanques cheios na manhã seguinte e depois fomos diretamente ao Hotel Gualok, onde tínhamos nossa reserva.

Depois de estacionarmos as motos na garagem do hotel, localizada no subsolo, bem protegidas, fizemos checkin e fomos trocar as roupas no quarto e descemos para a piscina. ganhamos um drink de cortesia e tomamos algumas cervejas acompanhadas de boas empanadas argentinas.

Conversamos muito e rimos mais ainda na beira da piscina onde arrumamos algumas mesas com cadeiras.

Dia 20 - 04.12.2019


Trajeto - Presidência Roque Saénz Peña - San Ignacio Míni - 550km


Trajeto percorrido no penúltimo dia de viagem.
A tristeza já estava chegando pois era o penúltimo dia de viagem. Mas poderia ser que conseguíssemos assistir à apresentação do show de som e imagens nas Missões em San Ignacio Míni

O café da manhã estava legal, o Hotel é muito bom para a cidade em que o mesmo se encontra e tem até Cassino e SPA. Saímos em direção a Corrientes para terminar o caminho do Chaco


"Chaco. O Segredo da Argentina". Região que se estende da Argentina ao Paraguai.

Depois de algumas viagens aprendi que a melhor alternativa é dividir o Chaco em duas partes dormindo em Pres. Roque Saénz Peña, assim o calor fica mais suportável e as retas também.

Quanto mais perto de Resistência/Corrientes a gente chega mais se vê caminhões carregados com madeira e lojas de móveis na beira da estrada. Essa é uma região de produção de móveis muito intensa.

Nosso objetivo era visitar as Missões de San Ignacio Míni, sendo que os demais sítios que tem na região não estão tão conservados como esse. Nós já estivemos nos demais no passado e, para falar a verdade, não vale muito a pena a menos que se tenha um tempo para ficar ali na região.

Entrar em Posadas também pode ser muito legal, pois tem uma avenida que vai costeando o rio que é muito bonita e urbanizada, mas também não valeria a pena entrar na cidade somente para ver isso, aí teríamos que ter pernoitado na cidade.


Passando por Resistencia. O tempo continuava bom e o calor agradável para rodar.

RN-16 em Resistencia.

A estrada estava uma delícia. Pista duplicada e tudo.

Abastecimento em Resistencia.
Bem interessante que o posto onde paramos para abastecer as motos e descansar um pouco, banheiros e tomar água, estavam terminando de construir uma sanduicheria para motociclistas. Na próxima vez que passarmos por lá poderemos para ali para um lanche. O local é muito bom.

Letreiro turístico da cidade de Resistencia.


Subindo na ponte que liga Resistencia a Corrientes.

A ponte sobre o rio Paraná é muito bonita. Na verdade todas a passagens sobre o rio Paraná são grandiosas.

Na ponte olhando para trás se via a turma toda maravilhada e cansada, acredito eu.

Depois de Corrientes novamente temos muitas retas até Posadas.

O painel da minha moto, como eu vejo.

O garoto chegando para abastecer a moto em General Paz e o Pilinski aprontando! Hahaha.

Mucho Loco esse polaco! Hahaha. O garoto curtiu.
Passamos direto por Posadas e seguimos em direção a San Ignácio, a distância é pequena, cerca de 65km apenas. 

Quando chegamos em San Ignácio estava chovendo e a preocupação que me surgiu foi quanto ao acesso à pousada que havíamos reservado, pois eu não sabia exatamente onde estava localizada.

Com o destino no GPS, que era o endereço da pousada eis que teríamos que sair da rodovia em uma estrada de terra, ou melhor, naquela situação era uma estrada de lama, inclusive com um córrego passando na baixada que teríamos que cruzar.

Claro que não entrei. Nem cheguei a ligar o pisca para entrar. Seguimos até a entrada da Pousada onde ficamos anteriormente mas que estava com um preço muito ruim no Booking além de não ter disponibilidade para todos nós.

Juntamos todo o pessoal para conversarmos sobre o que faríamos. O Dilmar se dispôs a nos levar até lá para avaliarmos as condições da estrada, quem sabe poderíamos acessar a pousada, não sendo o piso muito liso. Mas, quando a Toro começou a dançar deu para ver que seria pedrada.

Fomos até a pousada e nos apresentamos à proprietária explicando a nossa situação e ela foi muito compreensiva pedindo que solicitássemos o cancelamento da reserva no Booking que ela concordaria imediatamente.

Assim fizemos e deu certo. Aí teríamos que encontrar um outro local para ficarmos. Consultamos a pousada em que havíamos parado na frente e alí haviam chalés para todos mas era meio caro. Aí pessoal resolveu ir até o centro da cidade procurando por hotéis/pousadas.

O Arnaldo e o Eduardo encontraram uma pousadinha muito boa na uma esquina que dá acesso às ruínas e os preços estavam muito bons. Tinha disponibilidade de garagem mas não tinha café da manhã para o horário em que pretendíamos sair.

O pessoal estava muito cansado e alguns não estavam bem do intestino e ficaram no hotel para jantar uma canja. O problema é que eles pensaram na canja brasileira e ficaram super animados, ao final a canja argentina não se parece com a nossa em nada. Imagino a decepção deles. Hahahaha.

Eles não quiseram saber de sair, fosse para visitar as ruínas ou para jantar. Fomos somente Eu e a Bê, o Lauro, Adair e Leila, Pilinski e Cida caminhando para esticar as canelas. 

Descemos a rua em busca de restaurantes mas aí decidimos ir até a praça das ruínas para ver se tinha algo para ver. Mas, infelizmente, estava tudo apagado. Possivelmente devido às chuvas o show havia sido cancelado. Uma pena.

Fomos retornando em paramos em um restaurante que nos pareceu bom. Jantamos ali onde havia pizza, minutas, pratos. Eu novamente pedi um bife de chorizo mal passado e alguns pediram pizza e outras coisas. Foi muito bom pois ficamos papeando, rimos pra caramba e aproveitamos a nossa última noite e refeição em território argentino.

A pousada era boa, tinha uma quantidade enorme de quartos e pudemos dormir muito bem e o Pilinski aproveitou para comprar mais algumas garrafas de vinho.

Dia 21 - 05.12.2019

Trajeto - San Ignacio Míni - Curitiba - 844km


Trecho percorrido no nosso último dia.
O nosso último dia era uma pedrada. Teríamos que rodar 844km, tendo que fazer uma fronteira no meio do caminho, que é sempre uma perda de tempo.

Fomos até Bernardo de Yrigoyen onde abastecemos as motos em um posto ACA, que seria o equivalente ao nosso antigo Touring Club do Brasil, sendo que os postos dessa rede são sempre muito bons. Dali partimos para a fronteira com Barracão/Dionísio Cerqueira no Brasil.
Todos aguardando a pesquisa das multas realizada pela Policia argentina entre Bernardo de Yrigoyen e Barracão.

Passamos com as motos e retornamos para fazer a migração, aí o policial pediu todos os documentos para averiguar se tínhamos multas, pois em caso afirmativo, teríamos que pagá-las antes de sairmos do país. Caramba! Me deu até um frio na barriga, mas mantive a linha. Peguei os documentos de todos e fui sozinho até o escritório da polícia.

Pensei, vão me ferrar esses caras. Vão querer me tirar contribuciones. Mas fiquei falando com um sargento enquanto o outro pegou todos os documentos e foi consultar no computador. Isso demorou muito, acho que uma meia hora mais ou menos, e eu papeando com o Sargento ali. Até que o pilicial retornou e disse: - Meus parabéns, nenhum de vocês teve infração. - Ufa!!!! Que alívio. 

Agradeci pela atenção e fui até nosso pessoal, parabenizando a todos e devolvendo os documentos de cada um pessoalmente.


Eu estudando alguma coisa no celular. Hehehe.

Todo mundo parado na saída da Aduana.

Saímos da aduana e fomos até uma churrascaria na entrada da cidade que o Adair e a Leila conheciam e nos levaram. Eles insistiram muito para que nós fôssemos até Pato Branco para almoçar, mas achamos que seria consumido muito tempo e tínhamos um belo caminho pela frente até Curitiba e, ainda por cima, o tempo estava ruim, ainda por cima queríamos evitar de rodar muito à noite.

Depois do almoço ainda retornamos até a Receita Federal para confirmar que não tinha mesmo que fazer a saída dos veículos da Argentina, pois senão em um retorno futuro, todos nós teríamos que pagar uma multa ou coisa assim. Mas nos confirmaram que no Mercosul é feito somente um controle e que é mais pelos passageiros de cada veículo do que o veículo em si que importa.

Retornamos até o restaurante, depois de nos perdermos, é claro, e encontramos o restante do pessoal pegando a estrada com nossos tanques cheios de gasolina argentina 98 octanas a preço muito bom.
Saindo de Barracão!
O caminho era longo, quando passamos pela entrada de Pato Branco o Adair e a Leila saíram do grupo e foram embora. Nós seguimos em frente. 

Na região de Guarapuava aceleramos fortemente, embora estivesse chovendo, mas os trechos são retos, para adiantar um pouco a viagem, pois depois que anoitece a situação fica triste, ainda mais com chuva onde as viseiras embaçam pois nem todos tinha anti-embaçantes nas viseiras como nós.


Já na região próxima a Irati.

Antes de chegarmos em Iratí havia anoitecido e estava escuro. Parei no Anila pois ali tem um hotel que poderia nos atender, caso o pessoal resolvesse ficar. Notei que o rendimento do Lauro e do Pilinski haviam caído muito, indicando que eles não estavam enxergando bem.

Jantamos no Anila, que agora tem um restaurante e serve inclusive sopas, saladas, etc. Eu sugeri que dormíssemos ali e saíssemos no dia seguinte bem cedo para Curitiba, já que alguns de nós tinham dificuldades de enxergar à noite. O Lauro manifestou intensão de ficar e o Pilinski também, embora ambos tivessem que estar em Curitiba no dia seguinte. 

O povo todo na Anila em Irati. 

Agora comigo junto!
Ao final ganhou a turma que queria seguir viagem. Ok. Tudo bem. Já que todos decidiram acompanhar, mesmo que mais lentamente.

Eu combinei com o Lauro, que enxerga mal, de ele me seguir mais de perto, assim o farol dele bateria na minha moto e ele poderia ter maior clareza da estrada, o que funcionou muito bem. Mas a mesma coisa não funcionou como Pilinski, desta forma acabamos vindo bem lentamente, tipo 60 a 80km/h.
Todos juntos no trecho de pista simples após a Anila.

Já na pista dupla, chegando em Curitiba.

Todos chegamos bem, Graças a Deus, pois viemos respeitando os limites de cada um e nada de mal nos aconteceu. Chegamos em Curitiba com chuva, molhados, mas muitos felizes porque havíamos cumprido com nossa longa viagem, cerca de 8.400km, sendo que estávamos todos muito bem. A única tristeza era por conta de que no dia seguinte não teríamos mais um trecho para pilotar. Mas, ao menos eu e a Bê tínhamos uma viagem marcada para passar o Ano Novo em Punta del Este com um outro grupo, menor que esse, mas excelente.


F I M