Imagens do Fin del Mundo

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Eu estive lá. De frente para a vida!

sábado, 5 de janeiro de 2013

Ushuaia - Dia 05/01/2013




Trecho percorrido entre Puerto Natales e El Calafate -  Distância 346 km.
Levantamos tarde no dia de ir embora de Puerto Natales. O dia havia amanhecido frio e com chuva. Me lembrei que todos dizem que é muito difícil sair para a viagem quando está chovendo, diferentemente de pegar a chuva no meio do caminho. Ainda fico pensando se concordo ou não, mas acho que alguma razão existe neste pensamento, pois naquele dia preguiçoso a vontade era de nem levantar. Quase perdemos o horário do café da manhã, mas chegamos lá as 10 e conseguimos nosso bom café para acordar.

Arrumamos as bagagens e colocamos na moto assim que terminamos o café da manhã, mas a chuva estava castigando e o frio também. Naquele dia, independentemente de estar ou não chovendo, colocaríamos os impermeáveis por causa do frio, como vínhamos fazendo nos dias anteriores, a vantagem disso é que quando começa a chover pelo caminho não precisamos parar para colocar as roupas.

Assim foi, pagamos o hotel e subimos na moto com chuva mesmo, não podíamos nos dar ao luxo de ficar parados um dia a mais ali, embora a vontade fosse grande. Assim, saímos e fomos até a RN-9 e em seguida subimos pela 250-CH rumo à fronteira. Haviam nos informado que havia um trecho pequeno de rípio naquele paso e que era tranquilo pois estaria bem conservado. Várias pessoas haviam confirmado esta informação. Tudo bem, embora apreensivo, pois o rípio sempre deixa apreensivo, visto que os riscos de algum imprevisto aumentam sobremaneira neste piso. 

Aduana do Chile, no caminho de Rio Turbio - AR.

Paradinha em frente à Aduana, na chuva!

Chegamos na aduana do Chile e nada de rípio, ainda bem, mas eis que encontramos na aduana uma moto parada e adivinha que era? O Sr. de Bs. As. que havia dormido no mesmo hotel que nós em Punta Arenas, aquele que disse ter quebrado a bolsa lateral com uma pedra no rípio retornando de Ushuaia. Pois bem, ele  nos contou que descobriu, quando levou a moto para trocar o óleo, que o amortecedor da suspensão traseira havia quebrado e que quando levantou a moto no mecânico para trocar o óleo o mecânico detectou o defeito e soldou o amortecedor. 

Por Deus que o cara não se matou pelos caminhos pois, lá em Punta Arenas nos disse que estava viajando a 90 por hora no rípio e a 160 no asfalto.



Uma palhinha do caminho. Sem movimento.
A estrada continuava sempre maravilhosa.
Mantive a velocidade muito baixa, pois a pista estava muito escorregadia. Não sei se porque a chuva não havia lavado o óleo que normalmente se acumula na pista ou por algum outro motivo, mas eu sentia que a moto não estava muito firme nas curvas. Ainda bem que tinha muito pouco  movimento e logo chegamos na aduana Argentina.

Depois da Aduana, descemos por uma serrinha e chegamos a uma cidadezinha pequena chamada  Rio Turbio, onde novamente vimos aquele senho do amortecedor, que estava fazendo um retorno, imagino que iria ao posto que havíamos acabado de passar, para conversar e pedir decalques de moto-clubes, para alguns motociclistas que estavam lá parados.


Seguimos em frente e aos poucos a chuva foi parando e o tempo se transformou, melhorando muito. A única coisa que ainda nos incomodava um pouco era o vento que se mantinha forte, entretanto, neste momento ele estava vindo aproximadamente da direção "35 minutos", ou seja, de trás um pouco à esquerda, o que ajudava mais do que atrapalhava. O duro era quando devido às curvas da estrada o mesmo vinha de lado, aí a coisa era feia. Calculamos que naquele trecho o vento devia ter entre 90 e 100 km/h.


Não subimos pelo trecho de rípio da RN-40, pois preferimos andar uma distância maior, indo até Esperanza, onde a RN-7 cruza com a RN-5 e o trecho todo é asfaltado. Em Esperanza tem um bom posto de gasolina, com um restaurante e lanchonete e, do outro lado da rua tem uma Parrilla, bem ajeitada.

Enquanto eu fiquei parado no posto para abastecer a Bê foi até a Parrilla, do outro lado da rua, para ir ao banheiro e ir vendo se valia a pena almoçar ali. Depois de abastecer levei a moto até o restaurante e entrei para almoçar. Comemos um bife que não estava lá essas coisas. Eu queria repassar os Pesos Chilenos que tinham me sobrado mas o cara fez uma conta maluca que me levaria os pesos pela metade ou 1/3 da cotação, jogando uma conversinha que quase me levou no bico.

Quando fiz as contas é que vi que a coisa estava boa demais para ele. Aí ele se atrapalhou todo na conta, como se ele não soubesse fazer as contas e eu acabei foi pagando ele com pesos argentinos mesmo, ainda bem que eu tinha, senão teria me ferrado ali.


Quando paramos para tirar foto em uma placa da estrada o Senho maluco nos passou. Fizemos sinal que estava tudo bem e ele seguiu em frente. Isso vale um registro, quando a gente para na beira da estrada para tirar fotos, temos que informar o tempo todo que tudo está bem, pois todos que passam querem saber se estamos com algum problema. A solidariedade na Patagônia é uma característica muito forte do poco que passa por lá. Creio que seja devido ao fato de que todos que por ali viajam sentem uma certa insegurança quanto a ter que passar por problemas mecânicos, e como todos pensam nisso, quando passam por alguém parado na beira da estrada imediatamente pensam que pode ser alguém necessitando de auxílio.


A caminho de El Calafate.


Serrinha antes de descer para El Calafate.
Subimos uma serrinha, antes de chegar em El Calafate, a cerca de 40km de distância, e, como a serra era alta, nos deparamos repentinamente com uma vista muito bonita. Como sempre eles já tinham preparado um mirante onde parei para tirarmos fotos.

Mirante próximo de El Calafate.

Mirante próximo de El Calafate.

Mirante próximo de El Calafate.

Mirante próximo de El Calafate.

Nosso caminho pela RN-11 para chegar em El Calafate.
A beleza do caminho é animadora, quando chegamos na cidade de El Calafate, fomos direto até o Hotel Posta Sur, que os 2 casais argentinos que estavam no mesmo hotel no Ushuaia nos indicaram. Realmente o hotel era muito bom e o preço também muito bom, US$ 85,00/dia o apartamento duplo.

Após darmos entrada no hotel, deixamos a moto estacionada lá em frente e fomos caminhando até a cidade, cruzamos a ponte e nos deparamos com uma cidadezinha muito bem arrumada, sem dúvida a cidade mais bem arrumada que visitamos nesta viagem. El Calafate é um brinco de cidade, que, de certa forma, lembra Gramado, mas é ainda mais homogênea com casas muito bonitas e coloridas.

Hotel Posta Sur, corredor de acesso ao nosso quarto. 

Minhas meninas em frente o Posta Sur.




A Bê adorou as rosas. Tem por todos os lados.
Ponte de acesso ao centro da cidade.

Paróqia Santa Terezinha em El Calafate. Minha mãe.

El Calafate - Avenida principal.
Caminhamos pela avenida principal, entramos na Igreja da Paróquia de Santa Therezinha, que eu gosto de escrever com h só para ficar igual ao nome de minha mãe, entramos em lojas de lembranças, compramos decalques, passeamos pelos calçadões e ao longo da avenida vimos diversos restaurantes, mas quando passamos em frente à Parrilla e Asados Casemiro Biguá aí ficou difícil de não entrar. Uma senhora churrascaria e não era somente a aparência não, a carne estava mesmo ótima.
Confesso que me senti em casa. hehehe.
Sem palavras...
Para acompanhar pedimos um Luigi Bosca - Reserva, Malbec, em lembrança dos tempos em que o Sadir esteve morando em Curitiba e foi quem nos apresentou este vinho de excelente qualidade para acompanhar uma carne. A Bê não resistiu à imagem na entrada do restaurante e pediu o cordeiro patagônico e eu pedi um... na dúvida foi o bife de chourizo mesmo. hahahaha. Dividimos os 2 pratos.

Tenho que dar a mão à palmatória, desta vez a Bê pediu melhor do que eu, o cordeiro patagônico é realmente uma delícia. Nos 3 restaurantes que pedimos este prato, foi uma surpresa a qualidade da carne, muito bom. Se for à Patagônia não deixe de comer, vale muito a pena.

Nosso jantar no Casemiro Biguá.
Depois foi a vez da sobremesa, eu pedi um crepe com doce de calafate, lógico, não podia deixar de comer o calafate sendo que estávamos em El Calafate. A frutinha da uma geléia de primeira qualidade, lembrando um pouco o mirtilho. É muito bom.

Crepe com doce de calafate. hummmmm...

Mesmo depois da janta é muito bom.
Depois da janta, seguimos pela rua até o hotel novamente. A cidade estava muito vazia, embora nem tivéssemos reparado em alguma insegurança quanto às questões de segurança. O lugar é muito tranquilo. Todas as cidades por onde passamos na Patagônia eram muito seguras, acho que a exceção ficaria por conta das petroleiras Comodoro Rivadávia e Caleta Olívia, mas ainda assim acho que foi apenas uma impressão, pois não vimos nenhum tipo de situação que pudesse gerar algum stress.

Avenida principal na volta do restaurante.
Sem saber muito bem para onde seguir. kkkk.

A ponte na entrada da cidade de El Calafate. Lembrou Innsbruck. +-.
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