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Trecho percorrido entre Puerto Natales e El Calafate - Distância 346 km. |
Levantamos tarde no dia de ir embora de Puerto Natales. O dia havia amanhecido frio e com chuva. Me lembrei que todos dizem que é muito difícil sair para a viagem quando está chovendo, diferentemente de pegar a chuva no meio do caminho. Ainda fico pensando se concordo ou não, mas acho que alguma razão existe neste pensamento, pois naquele dia preguiçoso a vontade era de nem levantar. Quase perdemos o horário do café da manhã, mas chegamos lá as 10 e conseguimos nosso bom café para acordar.
Arrumamos as bagagens e colocamos na moto assim que terminamos o café da manhã, mas a chuva estava castigando e o frio também. Naquele dia, independentemente de estar ou não chovendo, colocaríamos os impermeáveis por causa do frio, como vínhamos fazendo nos dias anteriores, a vantagem disso é que quando começa a chover pelo caminho não precisamos parar para colocar as roupas.
Assim foi, pagamos o hotel e subimos na moto com chuva mesmo, não podíamos nos dar ao luxo de ficar parados um dia a mais ali, embora a vontade fosse grande. Assim, saímos e fomos até a RN-9 e em seguida subimos pela 250-CH rumo à fronteira. Haviam nos informado que havia um trecho pequeno de rípio naquele paso e que era tranquilo pois estaria bem conservado. Várias pessoas haviam confirmado esta informação. Tudo bem, embora apreensivo, pois o rípio sempre deixa apreensivo, visto que os riscos de algum imprevisto aumentam sobremaneira neste piso.
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Aduana do Chile, no caminho de Rio Turbio - AR. |
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Paradinha em frente à Aduana, na chuva! |
Chegamos na aduana do Chile e nada de rípio, ainda bem, mas eis que encontramos na aduana uma moto parada e adivinha que era? O Sr. de Bs. As. que havia dormido no mesmo hotel que nós em Punta Arenas, aquele que disse ter quebrado a bolsa lateral com uma pedra no rípio retornando de Ushuaia. Pois bem, ele nos contou que descobriu, quando levou a moto para trocar o óleo, que o amortecedor da suspensão traseira havia quebrado e que quando levantou a moto no mecânico para trocar o óleo o mecânico detectou o defeito e soldou o amortecedor.
Por Deus que o cara não se matou pelos caminhos pois, lá em Punta Arenas nos disse que estava viajando a 90 por hora no rípio e a 160 no asfalto.
Uma palhinha do caminho. Sem movimento.
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A estrada continuava sempre maravilhosa. |
Mantive a velocidade muito baixa, pois a pista estava muito escorregadia. Não sei se porque a chuva não havia lavado o óleo que normalmente se acumula na pista ou por algum outro motivo, mas eu sentia que a moto não estava muito firme nas curvas. Ainda bem que tinha muito pouco movimento e logo chegamos na aduana Argentina.
Depois da Aduana, descemos por uma serrinha e chegamos a uma cidadezinha pequena chamada Rio Turbio, onde novamente vimos aquele senho do amortecedor, que estava fazendo um retorno, imagino que iria ao posto que havíamos acabado de passar, para conversar e pedir decalques de moto-clubes, para alguns motociclistas que estavam lá parados.
Seguimos em frente e aos poucos a chuva foi parando e o tempo se transformou, melhorando muito. A única coisa que ainda nos incomodava um pouco era o vento que se mantinha forte, entretanto, neste momento ele estava vindo aproximadamente da direção "35 minutos", ou seja, de trás um pouco à esquerda, o que ajudava mais do que atrapalhava. O duro era quando devido às curvas da estrada o mesmo vinha de lado, aí a coisa era feia. Calculamos que naquele trecho o vento devia ter entre 90 e 100 km/h.
Não subimos pelo trecho de rípio da RN-40, pois preferimos andar uma distância maior, indo até Esperanza, onde a RN-7 cruza com a RN-5 e o trecho todo é asfaltado. Em Esperanza tem um bom posto de gasolina, com um restaurante e lanchonete e, do outro lado da rua tem uma Parrilla, bem ajeitada.
Enquanto eu fiquei parado no posto para abastecer a Bê foi até a Parrilla, do outro lado da rua, para ir ao banheiro e ir vendo se valia a pena almoçar ali. Depois de abastecer levei a moto até o restaurante e entrei para almoçar. Comemos um bife que não estava lá essas coisas. Eu queria repassar os Pesos Chilenos que tinham me sobrado mas o cara fez uma conta maluca que me levaria os pesos pela metade ou 1/3 da cotação, jogando uma conversinha que quase me levou no bico.
Quando fiz as contas é que vi que a coisa estava boa demais para ele. Aí ele se atrapalhou todo na conta, como se ele não soubesse fazer as contas e eu acabei foi pagando ele com pesos argentinos mesmo, ainda bem que eu tinha, senão teria me ferrado ali.
Quando paramos para tirar foto em uma placa da estrada o Senho maluco nos passou. Fizemos sinal que estava tudo bem e ele seguiu em frente. Isso vale um registro, quando a gente para na beira da estrada para tirar fotos, temos que informar o tempo todo que tudo está bem, pois todos que passam querem saber se estamos com algum problema. A solidariedade na Patagônia é uma característica muito forte do poco que passa por lá. Creio que seja devido ao fato de que todos que por ali viajam sentem uma certa insegurança quanto a ter que passar por problemas mecânicos, e como todos pensam nisso, quando passam por alguém parado na beira da estrada imediatamente pensam que pode ser alguém necessitando de auxílio.
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A caminho de El Calafate. |
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Serrinha antes de descer para El Calafate. |
Subimos uma serrinha, antes de chegar em El Calafate, a cerca de 40km de distância, e, como a serra era alta, nos deparamos repentinamente com uma vista muito bonita. Como sempre eles já tinham preparado um mirante onde parei para tirarmos fotos.
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Mirante próximo de El Calafate. |
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Mirante próximo de El Calafate. |
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Mirante próximo de El Calafate. |
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Mirante próximo de El Calafate. |
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Nosso caminho pela RN-11 para chegar em El Calafate. |
A beleza do caminho é animadora, quando chegamos na cidade de El Calafate, fomos direto até o Hotel Posta Sur, que os 2 casais argentinos que estavam no mesmo hotel no Ushuaia nos indicaram. Realmente o hotel era muito bom e o preço também muito bom, US$ 85,00/dia o apartamento duplo.
Após darmos entrada no hotel, deixamos a moto estacionada lá em frente e fomos caminhando até a cidade, cruzamos a ponte e nos deparamos com uma cidadezinha muito bem arrumada, sem dúvida a cidade mais bem arrumada que visitamos nesta viagem. El Calafate é um brinco de cidade, que, de certa forma, lembra Gramado, mas é ainda mais homogênea com casas muito bonitas e coloridas.
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Hotel Posta Sur, corredor de acesso ao nosso quarto. |
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Minhas meninas em frente o Posta Sur. |
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A Bê adorou as rosas. Tem por todos os lados. |
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Ponte de acesso ao centro da cidade. |
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Paróqia Santa Terezinha em El Calafate. Minha mãe. |
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El Calafate - Avenida principal. |
Caminhamos pela avenida principal, entramos na Igreja da Paróquia de Santa Therezinha, que eu gosto de escrever com h só para ficar igual ao nome de minha mãe, entramos em lojas de lembranças, compramos decalques, passeamos pelos calçadões e ao longo da avenida vimos diversos restaurantes, mas quando passamos em frente à Parrilla e Asados Casemiro Biguá aí ficou difícil de não entrar. Uma senhora churrascaria e não era somente a aparência não, a carne estava mesmo ótima.
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Confesso que me senti em casa. hehehe. |
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Sem palavras... |
Para acompanhar pedimos um Luigi Bosca - Reserva, Malbec, em lembrança dos tempos em que o Sadir esteve morando em Curitiba e foi quem nos apresentou este vinho de excelente qualidade para acompanhar uma carne. A Bê não resistiu à imagem na entrada do restaurante e pediu o cordeiro patagônico e eu pedi um... na dúvida foi o bife de chourizo mesmo. hahahaha. Dividimos os 2 pratos.
Tenho que dar a mão à palmatória, desta vez a Bê pediu melhor do que eu, o cordeiro patagônico é realmente uma delícia. Nos 3 restaurantes que pedimos este prato, foi uma surpresa a qualidade da carne, muito bom. Se for à Patagônia não deixe de comer, vale muito a pena.
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Nosso jantar no Casemiro Biguá. |
Depois foi a vez da sobremesa, eu pedi um crepe com doce de calafate, lógico, não podia deixar de comer o calafate sendo que estávamos em El Calafate. A frutinha da uma geléia de primeira qualidade, lembrando um pouco o mirtilho. É muito bom.
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Crepe com doce de calafate. hummmmm... |
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Mesmo depois da janta é muito bom. |
Depois da janta, seguimos pela rua até o hotel novamente. A cidade estava muito vazia, embora nem tivéssemos reparado em alguma insegurança quanto às questões de segurança. O lugar é muito tranquilo. Todas as cidades por onde passamos na Patagônia eram muito seguras, acho que a exceção ficaria por conta das petroleiras Comodoro Rivadávia e Caleta Olívia, mas ainda assim acho que foi apenas uma impressão, pois não vimos nenhum tipo de situação que pudesse gerar algum stress.
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Avenida principal na volta do restaurante. |
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Sem saber muito bem para onde seguir. kkkk. |
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A ponte na entrada da cidade de El Calafate. Lembrou Innsbruck. +-. |
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