Imagens do Fin del Mundo

Imagens do Fin del Mundo
Eu estive lá. De frente para a vida!

domingo, 6 de janeiro de 2013

Ushuaia - Dia 06/01/2013

Sala de café da manhã do Posta Sur.

Acordamos cedo, tomamos café da manhã às 7:00 horas e o micro-ônibus passou para nos pegar às  7:30 para um passeio de barco através do Lago Argentino até 3 dos principais Glaciares,  O guia nos explicou que visitaríamos um que solta muitos icebergs, um outro que é o mais alto deles e, por último o famoso Perito Moreno.


Estrada que vai ao Parque Nacional 

Acesso ao pier para embarque no catamaran.
Barcos catamarãs que levam ao passeio pelos Glaciares.


Fomos animados pela estrada que leva ao Perito Moreno e em determinado ponto entramos à direita para embarcar. Haviam vários barcos tipo catamarã  de grande porte, com 2 andares, com capacidade para aproximadamente 150 pessoas, imagino eu.

Chegado o momento, pagas as taxas de entrada no Parque Nacional e demais burocracias e filas, num frio danado que estava, embarcamos e os barcos saíram praticamente juntos. O Lago Argentino, é o maior lago em território argentino e olha que o danado é grande mesmo. A gente está acostumado com os argentinos onde tudo é o maior do mundo, o maior da Argentina, o mais importante, etc. Tudo no superlativo sempre, mas olha que neste caso eu tive que concordar, o lago é mesmo muito grande.


A Bê sentada na Primeira Classe.

No bar que tem atrás do barco.

Nosso banco no barco.
Poltronas para acomodar o pessoal no andar de cima do barco.


Agora sim. A coisa fica perigosa.

Muita querida feliz com o que estávamos vendo e vivendo.

Um barco igual ao nosso.

Icebergs desprendidos do Glaciar Spegazzini.


Navegamos por mais de 1 hora para chegarmos no primeiro Glaciar que era o Spegazzini. Considerado o que mais solta icebergs, e realmente ao longo do caminho que fomos seguindo tinha muitos e muitos icebergs, o que nos deixava muito curiosos com que iríamos encontrar pela frente.

Como o iceberg é sempre muito maior em sua parte submersa que naquela que fica aparente, fora d’água, fiquei a imaginar o tamanho daquelas peças enormes de gelo. Tudo aquilo era novidade para nós e muitas vezes, como sempre vinha acontecendo, eu me lembrava do Lauro e da Edite que infelizmente não estavam tendo aquela mesma sorte de estarem com a gente naqueles momentos maravilhosos.

De qualquer forma, eu havia levado a garrafinha de Jack Daniels a fim de fazer um brinde a nós quatro, eu e a Bê e ao Lauro e a Edite. Principalmente ao Lauro que tanto comentou em  tomar a nossa garrafa de Jack inteira naquele momento tão digno desta homenagem.

O importante é que poucas vezes na vida temos uma oportunidade tão singular quanto esta que estávamos tendo, pela qual agradecemos imensamente a Deus e a todos os que de alguma forma contribuíram para que tivesse se tornado realidade. Sem dúvida o Lauro e a Edite foram peças que tiveram grande influencia naquele momento, seja pela companhia na programação, no companheirismo, mas acredito, que da forma como acabou ficando, com as suas ausências que tornaram estar ali naquele local uma conquista quase impossível, ou ao menos, no limiar da impossibilidade.

Independentemente disso, lá estávamos nós, devedores a muitos por aquela realização, incluindo nossos filhos que não passaram o Natal e nem o Ano Novo juntamente conosco, a todos os familiares amigos companheiros de jornada, amigos e desconhecidos que assim como eu, por gosto ou sabe Deus por que, escreveram suas histórias em blogs como este, que me possibilitaram ler, conhecer, aprender, sonhar, planejar e realizar tudo aquilo que estava naquele momento ali se materializando, para além do Ushuaia, que já havia sido muito.

Creio que nunca entenderei completamente o tamanho e a amplitude do que foi realizado nestes poucos dias que viajamos e agora, neste paraíso em que nos encontrávamos, localizado na Terra, embora fosse difícil acreditar nisso, naquele momento, assim como aconteceu conosco no Deserto do Atacama, onde o mundo se mostra de forma quase que totalmente incompreensível e ilegível com os olhos acostumados com os quais temos o hábito de olhar todas as coisas da vida.

Porém, viajar de HD possibilitou a mim e à minha querida Bê, conhecer um mundo muito diferente daquele que estamos tremendamente acostumados a ver e esta abertura para um olhar diferente tem nos tornado, além de muito unidos, mais abertos à compreensão da vida de uma forma muito mais consciente e maravilhada. Acho que o termo que melhor define seria este mesmo, “maravilhada”. Hoje eu poderia dizer isso ao Gonzaguinha ou até mesmo compreender um pouco melhor o que ele quis dizer.


As esculturas que o degelo gera.
Pedra de gelo coletada na água.
Glaciar Spegazzini. O que mais solta icebergs.
Nós no Spegazzini.
Descobrimos ainda que não é muito fácil tirar fotos neste lugar. Primeiro por causa da chuva constante, que molha a lente da máquina e segundo porque a claridade é muito grande devido ao reflexo da luz no gelo, o que torna muito difícil conseguir fazer com que os nossos rostos aparecessem nas fotos. Ficavam sempre escuros.

Entre um glaciar e outro o barco navegava sempre um bom tanto, desta forma, em cerca de 1 hora a mais chegamos ao Glaciar Upsala. Cuja a característica era ser o mais alto, com um paredão de gelo impressionante.

Para ter uma ideia do tamanho do Glaciar Upsala é só comparar com o tamanho do barco.

O duro é que sempre é frio e chuvoso no glaciar.

Nós em frente ao Glaciar Upsala. Estava bom de mais.
Depois do Upsala fomos para o famoso Perito Moreno, que era o mais esperado. O pessoal avisou que teríamos uma navegação de 2,5 horas até chegar lá. Tudo bem. Acabamos cochilando, tomando um café, que tinha no barco.

Eu estava com a minha garrafinha de Jack intocada, guardada no bolso do colete, pois apenas tomaria o meu Jack com uma pedra de gelo do Perito Moreno, conforme havíamos combinado eu e o Lauro. Esta parte, graças a Deus eu poderia fazer por nós.

Glaciar Perito Moreno.
Agora sim eu poderia tomar o meu Jack. Claro que o Jack eu gosto mesmo é de tomar puro, mas neste caso, confesso que, até onde me lembro, foi a única excessão, tomaria meu Jack com uma pedra de gelo milenar do Perito Moreno.

Fui até o bar do barco e pedi uma pedra de gelo e um copo, me certifiquei de que aquele gelo tinha mesmo sido colhido ali no Perito e não ainda uma sobra de um dos outros dois glaciares que havíamos visitado e coloquei o Jack no copinho.

Era chegado o grande momento e tive que fazer um brinde, tanto eu como a Bê, lembrando dos nossos queridos ausentes.

Agora sim, o grande momento. Tomar o Jack Daniels com o gelo do Glaciar Perito Moreno.

Filme do brinde do nosso Jack Daniels. Homenagem ao Lauro, Edite, Daniel e Ana.



O paredão de gelo é mesmo impressionante.
O guia do nosso barco ainda informou que faz pelo menos 70 anos que a geleira do Perito Moreno não muda de lugar, sendo que está sempre neste mesmo ponto onde encosta contra um trecho de terra em frente ao mesmo.

A cada 40 anos a geleira encosta na terra e fecha completamente a possibilidade de desague do lago que fica retido do outro lado do lago Argentino. Na última vez que o fenômeno aconteceu o lago subiu cerca de 27 m até que conseguiu romper a barreira de gelo formada pelo glaciar.

O Perito Moreno é tão lindo que qualquer um tira uma foto artística.


Meu amor com a geleira ao fundo.

Mas que estava bom isso estava!
Demorou muito para chegarmos de volta à terra firme, pegamos novamente o micro que nos levou de volta à cidade. Pedimos para descer na cidade. Começamos a andar por ali mas não tínhamos o que fazer, na verdade a vontado de voltar ao Perito Moreno, desta vez por terra, era muito grande e vocês sabem como são os desejos. Acabamos indo pegar a moto no hotel e fomos embora. Não pegamos sequer as roupas de chuva o que com certeza seria um problema.

Casa localizada no caminho de volta a El Calafate.

A Bê no Estar do Hotel.

Nós a caminho da visita por terra ao Perito Moreno - As estradas são muito lindas.


Que beleza!
A estrada é muito boa e muito bonita também. Quando chegamos na estrada do Parque Nacional, mostrei que já tinha comprado os ingressos neste mesmo dia e o cara carimbou novamente os ingressos e nos deixaram entrar.

Fomos seguindo pelo caminho asfaltado mas muito estreito e cercado por mata com o lago menor, aquele que quando o Perito encosta na terra represa e acaba subindo muito, estava o tempo todo à nossa esquerda neste trecho do parque. Passamos por um camping e um centro de apoio ao turista. Tinham algumas barracas armadas o que indicava que devia ter pessoas passando um tempo por ali. O frio era suportável, devia estar uns 6ºC o que era uma boa temperatura, pois já estávamos nos acostumando a estas temperaturas.

Estrada de acesso ao Perito Moreno dentro do Parque.
Fomos seguindo pela estrada até que, de repente, avistei o glaciar ao longe. Foi um grande susto já que eu não estava esperando por aquela visão, achei que veríamos apenas quando chegássemos mais perto e que ainda assim seria difícil de ver, necessitando que a gente se deslocasse um pouco.

Mas que nada, o Glaciar é mesmo muito grande e imponente. Tão grande que não se esconde, fica mesmo à mostra descaradamente. O tempo que estava bom acabou mudando e aos poucos uma garoa fria começou a cair. Quando chegamos ao primeiro mirante, onde paramos para tirar umas fotos, estava garoando.

Primeiro mirante.

O primeiro mirante.


Garoa mais o frio, indicava que não poderíamos seguir muito em frente, pois molhado não daria muito certo para seguir. Me arrependi muito de não ter trazido os impermeáveis, mas ainda assim, fomos seguindo mais um pouquinho, pois a garoa parece que estava afinando.

Aos poucos foi parando, parando e quando chegamos no mirante principal não estava chvendo nada. Incrível isso. O vento mudou por alguns instantes e a chuva parou.


Chegamos ao mirante principal sem chuva.
Quando chegamos ao local do mirante principal, que tem uma lanchonete e uma praça com estacionamento e de onde saem uma série de caminhos para a visitação do glaciar. A infra-estrutura é mesmo muito boa.

Andamos um pouquinho em direção à descida da passarela e vimos que tinha uma série de carrinhos amarelos. Era um grupo que estava viajando pela América Latina, a muito tempo já pois parece que saíram da República Tcheca e estavam rodando pelo mundo fazendo um documentário.

Carros dos Tchecos aventureiros.

Dá para ver como é a inversão térmica sobre a geleira. Não para de chover ou nevar nunca.


Vista da passarela que dá acesso às proximidades da geleira Perito Moreno.

Glaciar Perito Moreno da passarela onde fomos.

As imagens falam muito mais e melhor do que eu. Mas a imensidão de gelo tem 244 km². Absurdo!


A nossa visita foi até que relativamente rápida, pois estávamos com um pouco de medo de pegar chuva e termos que ir embora molhados, o que não seria nada fácil.

Fomos embora tranquilos pois não choveu e chegamos em El Calafate de dia, claro, parecia que por lá sempre era dia, pois anoitecia muito tarde, mas muito mesmo, lá pelas 11:30 é que ficava um pouco mais escuro.

Quando estávamos dentro de um outro restaurante que resolvemos experimentar eis que o Raul passa pela frente e, tendo nos visto, veio a nosso encontro. Havia uma moça com ele que ficou do lado de fora. Ele nos contou que era uma amigo do camping e que estavam indo comprar carne para um churrasco e que estava por ali achado tudo muito lindo e que iria embora dali a dois dias.

Dissemos para ele que queríamos ir conhecer El Bolsón e que sairíamos no dia seguinte. Ele acabou indo embora com a amiga para ver a carne do churrasque que o pessoal do camping devia estar esperando.

O Raul Ciccero e eu no restaurante.
Tomamos um bom vinho e comemos novamente um bife de chourizo e um codeiro patagônico. Que coisa boa, agora aqui enquanto escrevo ainda me dá uma vontade enorme de comer aquela maravilha.


Depois de um dia maravilhoso que havia sido aquele fomos ao Hotel para dormir e repensamos se iríamos ou ficaríamos por ali no dia seguinte, pois estávamos cansados e como já havíamos rodado 7.000km, estava meio que na hora de trocar o óleo, pois como na terça-feira teríamos que começar a voltar para o Brasil, seria muito mais difícil de parar para arranjar um lugar para fazer a troca.

Concordamos que seria melhor ficarmos por ali mesmo já que El Calafate nã é pouca coisa não. Merecia mais um dia. El Bolsón ficaria para a outra vez, quem sabe juntamente com o Lauro, Edite, Daniel e Ana ou sabe Deus com quem.

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