Imagens do Fin del Mundo

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Eu estive lá. De frente para a vida!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Ushuaia - Antes da Saída


Viajar ao Fin del Mundo.

Um sonho que nasceu e foi sendo construído aos poucos, nem saberia dizer exatamente como aconteceu. 

Talvez tenha começado logo após a realização da nossa viagem a San Pedro de Atacama, realizada em final de Dezembro de 2009 e início de Janeiro de 2010, quando nasceu o prazer de realizar viagens de longa distância de moto. Quem faz viagens de longa distância sabe que isso é muito diferente de um passeio de final de semana, principalmente quanto às questões relacionadas ao auto-controle, resistência, persistência, capacidade de superar e testar os limites, descobrindo do que cada um realmente cada um é capaz.

Olhar o mapa e traçar o trajeto entre Florianópolis e Ushuaia é um tanto surpreendente. Aparece o trecho no planeta com seus 4.750 km e a partir de Curitiba, 5.050km.

O plano da viagem foi iniciado com um traçado feito por mim e encaminhado para o Lauro e Daniel, pois tínhamos a ideia de irmos em 3 casais, da mesma forma que fomos até Punta del Este e Montevideo em Julho de 2012.

O Daniel e a Ana Paula acabaram não confirmando que iriam junto tendo em vista que somente poderiam sair para a viagem no dia 26 e nós estávamos planejando sair no dia 21 aproveitando 5 importantes dias, tempo quase suficiente para dormir em Rio Gallegos no dia 26, local de onde partiríamos para Ushuaia.

Eu e a Bê estávamos determinados a cumprir com o plano e o Lauro e a Edite, inicialmente também disseram que não daria para eles, pois a Edite não estava querendo passar o Natal longe da família.

Seguimos em frente com a programação do trajeto, nós já havíamos viajado sozinhos para vários lugares, sendo que a maior delas foi a primeira vez que fomos para o Chile de moto e, embora muitas pessoas julguem que é perigoso temos encontrado muita gente, de diversos países do mundo, que viajam sozinhas ou em duas pessoas pela América do Sul.

Aniversário do Ivo, em Curitiba, com muitos mapas.
No encontro de aniversário do Ivo, tivemos um maravilhoso jantar marroquino e nesta noite muitos mapas estavam circulando, pois muitos dos presentes estavam planejando viagens.

Neste dia o Lauro e a Edite já haviam decidido que iriam conosco e o Fernando já havia pensado em ir e desistido pois estava planejando ir com o irmão dele em uma outra data. O Daniel estava planejando ir até Puerto Montt e Puerto Varas, Bariloche, Villa Angostura, ao Vulcão Ozorno, Santiago, Mendoza, etc. em uma viagem pela região dos lagos. Estavamos pensando em como poderíamos nos encontrar para um jantar ou por 1 ou 2 dias. Mas estava difícil de ajustar, mas a esperança sempre continua, pois quando se faz uma viagem longa encontrar pessoas conhecidas pelo caminho é sempre muito agradável.

Praticamente tudo estava organizado mas eu ainda queria saber sobre a condição das estradas que sobem de El Calafate para Ezquel, ou seja, quais as condições da Ruta 40. O mapa que o Daniel apresentou mostrava que o trecho não era asfaltado e seguir por aqueles mais de 600km sobre estradas de rípio não seria nada adequado para as nossas HDs, nem para nós. Na verdade este era um ponto de preocupação desde o início: como nos sairíamos nos 130km de rípio que teríamos que passar para chegar em Ushuaia, entre Cerro Sombrero e San Sebástian, no trecho chileno da Tierra del Fuego.

Ainda tivemos na manhã de quinta-feira, dia 20/12, uma surpresa enorme quando levantamos pela manhã. Havia uma belíssima sexta de café nos esperando que foi enviada de presente de Natal pelos meus filhos, Conrado, Guilherme e Louise. Eles são demais! Foi um excelente presente.




Tínhamos a ideia de sair no dia 20 à tarde, para adiantar um pouco a perna do primeiro dia, dormindo em algum lugar pelo caminho, possivelmente em Torres, entretanto, somente foi possível sair de Floripa no dia seguinte. O Lauro e a Edite saíram de Curitiba às 3:30 da madrugada com o odômetro marcando 35.393km. Nos encontramos às 7:15 da manhã em um posto ALE da BR-101, localizado após o viaduto da entrada principal de Floripa.

Estávamos com o seguinte Plano da Viagem:


O mapa dos locais programados, entretanto este mapa considera a subida pela RN-40. O que foi alterado.
Estávamos com a programação acima traçada entretanto não tínhamos reserva em nenhum local, logo poderíamos alterar à vontade o trajeto. Para o traçado e principalmente para a escolha dos locais, nós fizemos pesquisa na internet visando conhecer um pouco dos locais por onde passaríamos, visando ter uma ideia do que fazer nos locais ao longo do caminho.

De maneira geral estaríamos parados 1 dia a cada 3 dias, para possibilitar algum descanso. Confesso que não me agradava o fato de passarmos a véspera de Natal em Viedma, não sei porque achava que deveríamos passar em Puerto Madryn. Mas era muito longe e não conseguiríamos chegar no dia 23. Desta forma, já estava conversando com o pessoal para ver como poderíamos adiantar um pouco mais, ou até mesmo, roda no dia 24 pela manhã e desta forma chegarmos em Puerto Madryn.

De todo o trajeto a parte que me preocupava era o trecho entre J, K e L, ou seja, no mapa a subida está prevista pela RN 40, que é de rípio.

Aí liguei para o PHD Chico, que é um companheirão com muita experiência em viagens longas, ou seja, é um fazedor de chuva, como eles mesmos se denominam, e pedi a ele algumas dicas sobre este trecho. Aí é que ele me deu a dica de subir de Puerto Natales até El Calafate, via Esperanza, que é asfaltado e depois, para subir a Villa Angostura, ao lado de Bariloche, retornar à RN 3, próximo à Rio Gallego, subindo até Comodoro Rivadávia pela 3 e então derivando para Ezquel, etc. indo até Villa Angostura.

Traçado do trecho entre El Calafate e Villa Angostura, passando por Esperanza e
descendo até a RN-3 próximo a Rio Gallegos.
Fizemos ainda uma adequação do trecho superior do Chile, visando incluir as passagens por 2 passos entre a Argentina e o Chile, cruzando os Andes.

Adequação do trecho entre Villa Angostura e o Chile e o retorno à Argentina.
O PHD Chico me indicou ainda o Check List, que apresento a seguir, adaptado daquele que está apresentado na Expedição Alasca do Site www.phd-sc.com.br, onde qualquer um pode se cadastrar e utilizar as diversas informações que constam do site.

Check List adaptado:
Baseada no site www.phd-sc.com.br


O pneu dianteiro da lista não foi levado nem foi necessário. Além dos itens acima, acrescentei ainda algumas chaves de boca em polegadas, incluindo a de 5/8" que seria utilizada para uma troca de óleo obrigatório, pois eu antecipei a revisão dos 8.000km para 6.000, colocando o óleo Motul 7100, que roda até 8.000km, logo, pelo meio do caminho, teria que fazer uma troca. Procurar pelo mesmo Motul 7100 ou outro óleo, o mais adequado possível, para fazer a troca.

Estávamos com tudo preparado. Para evitar de levar 2 jaquetas, fui com uma jaqueta que eu o Lauro e o Daniel compramos no Uruguai em Julho/2012, que tem um impermeável removível e tem aberturar para ventilação. Com mais uma segunda pele (ciroula e camiseta de manga longa) e uma polar deveriam ser suficientes para as temperaturas próximas de 0ºC que deveríamos pegar e tínhamos ainda que nos preocuparmos com os 45ºC que também pegaríamos nas proximidades de Buenos Aires.

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