Imagens do Fin del Mundo

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Eu estive lá. De frente para a vida!

sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

San Pedro de Atacama III

 CERVAGENS EM SAN PEDRO DE 
ATACAMA 2023 - 2024
PARTE III

DIA 04/01/2024 - DESLOCAMENTO DE TILCARA - SALTA - 287 KM

Primeiro trecho Tilcara - Humahuaca, Depois Humahuaca - Salta.

O Tilcara Rustical Hostal era em um local meio chato para encontrar. Ainda bem que o Walter tinha compartilhado a posição e colocado uma foto do acesso à servidão, onde se entrava para para o estacionamento e para os quartos.

Chegamos em Tilcara muito tarde, passava da uma da manhã. O Walter havia pedido para a administração que deixasse as chaves pelo lado de dentro da nossa habitação, facilitando assim nossa entrada. Ainda bem, porque quando chegamos não havia absolutamente ninguém com quem pudéssemos conversar.

Embora tenhamos dormido tarde, acordamos cedo para o café, que foi simples e rápido, a menos que tivemos que lavar as nossas louças. O lugar era muito simples, talvez esse tenha sido o lugar mais simples que nos hospedamos, nem por isso o mais barato.

Carregamos todas as bagagens e saímos cedo, subindo pela RN-09, seguindo em direção norte, rumo a Humahuaca. Nosso objetivo, era chegar lá e buscar por uma van que nos levasse até o Mirador Hornocal, para que pudéssemos visitar o Cerro de 14 Colores. Um local maravilhoso de ser visitado, entretanto, é mais fácil locar um guia com van, devido às altitudes enormes e à qualidade da estrada de acesso com pedras, trechos íngremes e curvas fechadas.

Quando chegamos em Humahuaca, já na entrada, vimos agentes de turismo angariando clientes para ir até o Mirador Hornocal. Paramos alí mesmo, na entrada e conversamos com eles, pois isso facilitaria nossa vida e agilizaria o pouco tempo que tínhamos, pois iríamos dormir em Salta, onde minha moto deveria estar sendo consertada, àquela hora.

Walter, Mari, Lu e Alfredo que chegaram antes de nós em Tilcara.

A Bê em Tilcara. Enquanto eu ia pagar o boleto do aluguel do carro.

Saindo do Hostal fomos até o centrinho de Tilcara para eu pagar o boleto de aluguel do carro, que eu paguei em Pesos Argentinos em efectivo, como eles dizem, para isso busquei por uma loja Pago Facil. Enquanto isso a Bê foi tirar a foto acima. Na loja Pago Facil aconteceu uma coisa interessante que fala mais da conduta do argentino que de outra coisa. Logo após eu pagar cerca de AR$ 200.000, perguntei se poderia realizar um saque, através de uma transferência via Western Union, que opera junto com o Pago Facil, na Argentina. A moça me disse que eles não tinham dinheiro e que poderiam pagar somente SR$ 30.000. 

Eu argumentei que eu mesmo havia acabado de aportar 200 mil, como eles não tinham papel moeda? A moça foi falar com a chefe e ela perguntou quanto eu queria. Disse que era 80 mil. Aí ela falou para a funcionária, pode pagar. Daí eu vejo que eles são muito malandros, pois sempre que vou sacar, em um posto WU, me deparo com um atendente dizendo que não tem papel moeda.

Formações estranhas que se encontra nas encostas do caminho para Tilcara.

Lugarejo com possível controle policial, muito comum e frequente na região.

Parada de artesanato Arte Guanuco, no caminho para Humahuaca.

Cervagens no Arte Guanuco.

O Arte Guanuco é um local muito atrativo e bonito.

Prédios construídos no interior do Arte Guanuco.

Essa é uma miniatura da vila onde moravam antigos fundadores.

Exposição das comidas servidas no restaurante que fica no topo do morro nos fundos.

Essa moradora local, apresentando os alimentos regionais e históricos que são servidos no restaurante deles. Tudo natural.

Eles cozinham o milho maduro, durante 3 ou 4 horas.

Assistindo a apresentação da moça.

Café construído ao lado da loja principal.


Llamas em demonstração, mansas, defronte ao local dos artesanatos.


O Arte Guanuco é um local muito bem decorado com motivos da região.

De Boituva para o mundo!

Comprar várias lembranças e petiscos e partimos em direção a Humahuaca, que era nosso destino. Já na chegada, quando os agentes de turismo nos pararam para propor o passeio até o Mirador Hornocal, que era exatamente o que estávamos procurando, tivemos que esperar pela chegada de mais pessoas para lotar a van. Assim, ficamos fazendo hora ali, durante cerca de meia hora.

Alfredo na pracinha, onde esperamos para lotar a van, com uma estátua de metal de uma águia. 

A porta da administração de turismo da praça. Também foi alvo do Walter.

Finalmente, com a chegada de várias pessoas, a van acabou lotando e partimos. O dia estava lindo e fazia calor, mas como o ar é, de maneira geral, muito seco, quando o sol se esconde, as temperaturas caem muito rapidamente, chegando facilmente abaixo dos 10ºC.

Todos fomos tranquilos e convencidos de que havíamos pagado barato pelo passeio, tendo em vista as dificuldades do caminho, que poderiam danificar as motos, o que, não teria valido a pena.

Dentro da van, indo para o Mirador. Foto invertida do Walter que estava no lado do carona.

Estrada para acesso ao Mirador Hornocal, do Cerro 14 Colores. Não era propriamente ruim, mas tinha trechos melhores e outros piores.

Depois de cerca de 1 hora de deslocamento, chegamos ao Mirador. Fizeram uma portaria no local e tivemos que pagar um ingresso para cada pessoa. O dinheiro arrecadado, fica para os moradores da localidade de Hornocal, que são oriundos de povos regionais, pré-colombianos. Acho que essa é uma solução boa para a sobrevivência dos povos. AO menos eles têm trabalho empodem subsistir e viver do seu trabalho, não precisando de esmolas do governo.

Existe uma comunidade em Hornocal (Forno de cal), composta de povos pré-colombianos.

Placa alertando para a condição inusitada em que o local se insere.

Quando a luz melhora as camadas saltam aos olhos. É magnífica a formação.

Essa dobra geológica, que originou a paisagem, tem 600 milhões de anos. Anterior à presença dos grandes dinossauros.

Nossas beldades curtindo um local único.

O Walter também foi sentir falta de ar, como todos os demais, com ou sem folhas de coca na boca.

A Mari esteve lá, de frente para a vida.

Só alegria.

Mari e Walter.

Todos nós no letreiro do local.

Havia uma moça que estava fazendo tortillas próximo aos banheiros. Nós entramos em uma fila para comprar. Ela tinha uma prática enorme e vendia tortillas a três por oito, como se diz. Muitas pessoas e ela rapidamente atendia a todos. Abria a massa de trigo, recheava, dentro da cabana que existia atrás dela protegendo os alimentos do sol, imagino eu, e trazia as tortillas já recheadas conforme os pedidos, colocando sobre uma grelha de uma churrasqueira de metal, muito simples.

Ela mesmo alimentava o fogo com carvão, colocando muito pouco para economizar, abanava com um papelão, preparava as tortillas e as assava até o ponto correto para servir. O resultado era absolutamente o mesmo dos demais lugares onde comemos essas mesmas tortillas, inclusive lá nas Salinas Grandes.

Separando dinheiro para comprar tortillas de queijo ou queijo e presunto. 

Vários de nós, inclusive eu, estávamos precisando usar o banheiro. Ficamos em uma fila. Tinham apenas dois banhos e uma mulher que a todo instante entrava com um baldinho de água. Achei aquilo curioso.

Quando chegou a minha vez, paguei o valor para usar o banheiro e aí que eu entendi. O vazo não tem sistema de água instalado, possivelmente, somente uma fossa negra sob a instalação. Desta forma, não tem sistema de descarga, quer dizer que todas as pessoas que usam o vazo, a moça entra com um baldinho de plástico, que ela enche em um tamborão do lado de fora, para jogar no vaso sanitário, como descarga. Assim, quando alguém fazia um número 2, ela entrava e saia várias vezes, buscando baldes de água para limpar o vaso. Muito rudimentar o sistema. Tudo operado por pessoas que pertencem à tribo original que habitava a região. Não sei qual a etnia.


Sinalização no trajeto de retorno a Humahuaca.

Depois que chegamos àquela praça, onde havíamos deixado as motos e o carro, tratamos de partir em direção a Salta. Tínhamos ainda um bom trajeto a percorrer. Haviam nuvens inimigas no céu, para o lado sul e isso poderia incomodar o povo das motos. Descemos direto pela RN-09, passamos pelo trevo com a RN-52, que vai para o Chile e Seguimos em direção a JJujuy (que se pronuncia "rurui", já que o "J" tem som de "R").  Já tínhamos o destino que seria o Posto de Serviço Shell, localizado às margens da rodovia, mesmo que já mais próximo de Jujuy.

Abastecemos os veículos, e aproveitamos para entrar e tomar um café com algo para beliscar, pois já estávamos no trecho há muitas horas e não havíamos almoçado. Já tínhamos combinado que jantaríamos no DisTinto. Aquele restaurante e churrascaria, onde eu e a Bê havíamos jantado na noite anterior. Eu que havia dormido menos ainda, estava pescando e tinha que mascar chicletes e tomar água para ficar acordado.

Shell Select onde paramos na RN-09 para banheiro, café e belisco leve.

O Walter e o Alfredo não deixaram de marcar a presença Cervagem por lá. O Walter ainda encontrou o que ele havia colado quando passamos por lá dois anos atrás.

Acabamos chegando em Salta, no anoitecer. A estrada não estava muito boa, pois havia muitas obras de recuperação da pista, que parece que estava sendo duplicada. Seguimos pela RN-09. Combinamos de não seguir sempre pela 9, pois teríamos que passar por aquela estrada cênica, que é muito bonita, mas que é perigosa também. Muito estreita e demorada. Assim, quando chegou na derivação para a RN-09, simplesmente seguimos em frente, só que a estrada passou a ser a RN-34. Passamos por Jujuy, depois pela entrada do Aeroporto de Jujuy, onde eu havia retirado o carro da Localiza, seguimos até Gen. Güemes, no entroncamento que segue para Salta, pegando novamente a RN-09, só que no sentido inverso. 

Seguimos diretamente até o Hotel La Linda, onde tínhamos nossas reservas. Chegando lá, eu e a Bê nos deparamos com o hotel onde ficamos em 2019, quando fomos com os amigos ao encontro em San Juan.  Salta tem o apelido de La Linda, por ser uma cidade muito bem cuidada, que se deu esse adjetivo. 

A Bê na Porta do Hotel La Linda.

O interior do Hotel La Linda, muito característico e antigo.

Na Entrada do Hotel La Linda.
O susto do Alfredo, ao fundo, quando viu que estaria na foto, não tem preço!

Colocamos as motos e o carro no estacionamento, localizado pouco mais adiante, tomamos nosso banho e em seguida saímos para irmos jantar. Chamamos 2 Uber, um para elas e outro para nós. Elas partiram primeiro e nós acabamos chegando bem antes. O que nos deixou preocupados lá no restaurante DisTinto. Mas, depois de uma desculpa de que o motorista havia se perdido, acabaram chegando. Não haviam sido sequestradas e poderíamos usar o dinheiro para pagar a janta e não o resgate.

Pegamos uma mesa fora, pois estava quente e muito agradável a noite. Lá nã tem insetos para ficarem incomodando, logo tudo é muito mais simples. Novamente pedi o meu bife de Chourizo, porque ninguém é de ferro, afinal de contas, acompanhado de uma salada, para fazer bonito. Afinal é assim que os argentinos comem. Carne com salada, o resultado é que são magros. Eu como da mesma forma, mas ganho peso, não perco. Talvez porque eu coma muito mais que eles. Quem sabe? 

Nós em nossa mesa no DisTinto. Rapidamente já tinha um 
cachorro (perro) esperando por comida, ganhou.


DIA 05/01/2024 - DIA PASSEIO  EM SALTA

Levantamos cedo, pois eu e a Bê, iríamos até o aeroporto de Salta para devolver o carro. Já tinha acertado os valores para devolver em Salta e para as diárias adicionais. Tomamos o café junto com os demais. Isso merece um comentário. O Hotel La Linda tem um café da manhã excelente, para ser argentino. Tinha muitas variedades e até ovos mexidos e bruschetta, muito boa por sinal.

Os quatro foram passear pelo centro e depois nos encontraríamos. A moto já estava pronta nos esperando. Saímos com os aparatos para trazer a moto e fomos devolver o carro no aeroporto. 

Lá no aeroporto, o Sindicato dos taxistas, não permite a entrada de Uber. Então não conseguimos chamar um para nos levar. Eu não gosto de usar taxi, desde que eles tocaram o terror, quando o Uber chegou ao Brasil. Por mais comum que isso seja, acho que essa atitude é lamentável, assim, nunca mais pego taxis em local nenhum do mundo onde vou. Só motoristas por aplicativos mesmo.

Como ali não tinha e para sairmos fora da aárea do aeroporto, teríamos que caminhar muito, vi o preço da corrida do Uber no aplicativo, que nunca achava carros disponíveis, e fomos até um taxi que estava parado na área de desembarque. Perguntei quanto custaria para nos levar até aquele endereço e ele nos disse que teria o taxímetro, nas que daria cerca de AR$2.500. Achei razoável, pois daria algo como R$13,00 e era relativamente distante. O Uber tinha o mesmo valor.

Chegando lá, o valor da corrida ficou ainda menor, cerca de AR$2.000, que valiam R$10,00 aproximadamente. Eu acabei dando AR$ 5.000 para o rapaz, que era muito simpático e que nos atendeu muito bem. Não sei como eles conseguem viver com um valor tão baixo para uma corrida. Cada tortilla daquelas que comemos custava barato e eram AR$ 2.000 cada uma. Imagina quanto o cara tem que rodar para poder comer uma tortilla.

No aeroporto de Salta, para devolver o carro.

No aeroporto, depois de devolver o carro. Esperando o Uber que não deu certo.

Muito atencioso, o Dario calibrando os pneus, antes da nossa saída.

Eu, Alejandro, Bê e o Dario, na oficina Haciendo Caminos.

Recomendo muito a oficina do Dario e do Alejando, Haciendo Caminos. Eles nos atenderam maravilhosamente bem. Atenciosos e competentes. Arrumaram os problemas que eu tinha por preços muito razoáveis, considerando que os recursos disponíveis na Argentina para Harley Davidson, não são muito fartos.

Ainda teve o cachoro que cantava. Veja o vídeo abaixo. Inacreditável. 😂😂😂

Filmagem do cachorro do Alejandro, que canta quando o maestro rege.

Enquanto eu e a Bê fomos ao aeroporto devolver o carro e depois na oficina para buscar a moto, eles ficaram passeando pelo centro de Salta, mas combinamos que retornaríamos a tempo de almoçarmos juntos.



Mari e Walter em Salta.

Alfredo e Luciane.


Em frente ao nosso Hotel La Linda.

Ao lado do nosso Hotel La Linda, tinha uma obra. Quando perguntei ao proprietário do hotel, por que ele não fazia uma reforma de modernização no hotel, pois ele é muito antigo, me respondeu que a prefeitura não o autoriza a fazer a obra, por ser um prédio histórico. Então, ele estava construindo uma nova unidade, reformando o imóvel entre o hotel e o estacionamento onde paramos as motos, para fazer uma ala mais moderna do hotel. Disse ele que teria hidromassagens nos banhos e muito mais conforto.

Todos podíamos estar cansados, mas nós estávamos muito felizes. Viajar de moto, é uma situação para quem gosta muito da coisa. Não dá para ir viajar longe, só para contar para os amigos que foi. Isso é uma besteira que não deve ser feita, pois colocaria a vida em risco. Mas tudo aquilo que fazemos com amor, vale a pena.

Quantas vezes me pego sorrindo sozinho, dentro do meu capacete, sem motivo algum. Apenas estou feliz em estar na estrada com minha moto. Passar a vida sobre o banco de uma moto, pode ser um sonho interessante. Mas isso, já é outro assunto.

Chegamos com a moto direto no estacionamento. O atendente estava lá, eu parei a minha moto, na frente das duas BMW's, que já estavam estacionadas. Esse argentino mereceu meu respeito. Ele me disse que como eu não estava ocupando nenhuma vaga adicional, eu não precisaria pagar o estacionamento, pois as outras duas motos já haviam realizado o pagamento pelos dois dias.

Agradeci ao rapaz, pois no Brasil se cobra cada veículo, dando a desculpa de que é o seguro. Caso algum dia aconteça algo com seu veículo no estacionamento, é bem capaz que você descubra que sequem tem seguro.

Eu havia feito um crédito no Wise, com um cartão de débito, entretanto o Wise não está operando temporariamente na Argentina, ou seja, não é possível converter o saldo para Pesos Argentinos. Possivelmente devido a problemas cambiais que o país está vivendo. No Chile, depois que eu aprendi a usar e converter a moeda do saldo, funcionou muito bem. Inclusive, fiz um pagamento da agencia de turismo, através de uma transferência bancária. Me senti o máximo.

Os demais haviam dado umas voltas pelo centro, enquanto nós tínhamos ido devolver o carro e buscar a moto. A Bê comentou sobre as múmias que o Alejandro tinha citado e eles falaram que já tinham ido ao museu. Logo, eu e a Bê, iríamos buscar o dinheiro no WU e depois visitaríamos o Museu de Arqueologia de Alta Montanha, para ver as múmias de Llullaillaco. Trata-se de duas meninas e um menino, Incas, encontradas a 6739m de altitude, nas encostas do Vulcão Llullaillaco, enterradas a mais de 500 anos

Descrição do Complexo Arqueológico resgatado no alto do vulcão Llullaillaco.

Magníficas cabeças de Condores. Impressionante o tamanho.

Pagé incorporando o espírito do Condor.

Para ter uma ideia do tamanho da pena da asa do Condor.

Quando foram localizadas as múmias.

O achado do conjunto de múmias consiste nos cadáveres bem conservados de três crianças, sem grau de parentesco, bem como cerca de 150 objetos que foram deixados juntamente com os corpos. São consideradas as múmias mais bem preservadas do povo inca já encontradas. 

Segundo estudos realizados com os corpos, as crianças foram sacrificadas num ritual chamado Capacocha, por volta do séc XVI, em que elas foram colocadas vivas numa câmara após terem ingerido uma substância que alterou suas consciências. As três crianças haviam ingerido álcool e coca nos últimos meses antes do sacrifício, sendo que a menina mais velha, conhecida como La Doncela, havia consumido de forma mais intensa que as demais crianças, aumentando o consumo de álcool nas últimas semanas, diferente das outras crianças, em que o consumo se manteve estável.

La niña del Rayo. Foi queimada por um raio muito depois de morta.

A outra menina, conhecida como La Niña Del Rayo, morreu com seis anos aproximadamente, e teve seu rosto danificado por um raio que caiu sobre ela. Seu crânio apresentava alongamento devido ação humana, o que caracteriza o status de nobreza da criança.

O sapatinho do menino encontra-se em perfeito estado até hoje.

O Garoto.

O menino, El Niño, morreu por volta dos sete anos, e sua morte aparenta ter sido traumática devido as manchas de sangue e vômito em suas vestes. As análises, indicam que ele morreu por asfixia. Teve algumas costelas e a pélvis deslocada. Sua roupa indica que ele pertencia à nobreza inca.

A Donzela.

A múmia mais velha, conhecida como La Doncela, morreu por volta dos quinze anos, enquanto dormia. Seu corpo trajava um vestido e um cocar de penas, apresentava o cabelo trançado e uma infecção pulmonar. Provavelmente tratava-se de uma aclla, uma garota escolhida desde os dez anos, para ser esposa de membros da elite ou sacerdotisa, sendo que algumas, eram escolhidas para os rituais de sacrifício. Em seus lábios congelados ainda se encontrava a folha de coca.

La Reina del Cerro. Sacrificada entre 1400 e 1532, numa cerimônia de capac cocha.
Durante o domínio Inca

Saímos do Museu e no caminho do hotel, cruzamos a Praça 9 de Julho, que é a praça central de Salta. Ali vimos um monumento ao Gen. Güemes e também uma demonstração com artistas de rua, de uma dança regional muito bem apresentada.

Monumento na Praça 9 de Julho.

Dança folclórica em plena Praça 9 de Julho.

Então fomos nos encontrar com os demais e nosso programa era ir almoçar no La Fiamma, que, em alguns dias da semana, tem até mesmo cordeiro assado inteiro no fogo de chão, como se fosse o cordero patagonico. Infelizmente, quando chegamos lá, ficamos sabendo que naquele dia não tinha.  Pra variar, acabei comendo um bife de chourizo rugoso, plancha e volta, que estava, como sempre, maravilhoso. 

Quando passamos pela praça 9 de Julho, a Bê foi conversar com o poeta Cuchi.



A Mari também quiz um papinho.

O Alfredo já se jogou logo no colo do homem. Hahahaha.

Nós no Restaurante La Fiamma, com os quadros dos personagens ilustres de Salta.

Todos os famosos estavam presentes.

A adega deles é genial, assim como os preços dos vinhos.

Quantos quadros de famosos de Salta nas paredes. Uma cidade muito producente que valoriza sua cultura.

Para nós brasileiros, chega a parecer estranho tanta valorização das personalidades culturais locais.
Tomando vinho e cerveja

Refrescando a cachola!

Saímos do almoço no La Fiamma, onde não comemos sobremesa, porque pretendíamos ir até uma confeitaria maravilhosa que tem na rua Buenos Aires, que sai da praça ao lado do Hotel Salta, onde havíamos nos hospedado no ano anterior. O local se chama Panaderia e Cafeteria Pan&Pan. Um lugar para gente que adora padarias e confeitarias. 

Imagem interna da Pan&Pan. Só quitutes.

Depois da sobremesa, na confeitaria, fomos até o Cerro San Bernardo. Mas antes, eu e a Bê teríamos que ir a um cartório. Pois ainda não tínhamos feito a carta de poder, ou procuração, para que o pessoal do guincho pudesse trazer a moto da Bê para o Brasil. O Gilson, nosso corretor, passou para a Tókio Seguradora, o endereço da Concessionária FloripaHD, para entrega da moto, assim eles poderiam orçar o conserto. Eu achava que daria perda total, mas como a gente nunca sabe quais os custos e os valores de mão de obra, fica na dúvida.

Fomos todos caminhando até uma Escribania, como eles chamam os cartórios, para fazer a procuração. Durante a espera, o Alfredo disse que a Luciane, estava com dores no joelho, e havia caminhado muito. Combinamos de eles pegarem um Uber e se anteciparem no passeio ao Cerro de San Bernardo e assim fizeram.

Eu e a Bê ficamos aguardando para sermos atendidos. Quando chegou a nossa vez, o escrivão nos disse que não adiantaria mandar o documento escaneado em PDF para o transporte da moto. Na Argentina, todos esses documentos precisam ser em original. Ele não poderia mais fazer o original para nós, pois dependem de uma reunião regional que chancela o documento e que essa reunião já tinha acontecido. Somente no final do dia seguinte é que ele poderia ter o documento em mãos, de forma legalizada.

Bem, o que fazer? Saímos da Escribania, e fomos caminhando por cerca de 2km, até a estação do Teleférico de San Bernardo, que dá acesso ao Cerro de mesmo nome.  Chegando lá, encontramos a eles quatro na fila do bonde. Nos aninhamos a eles e depois de uma meia hora, conseguimos embarcar.

Teleférico de San Bernardo.

Área de embarque na Estação do Teleférico.

Mari e Lu com medo de o teleférico despencar lá de cima.

O Alfredo, como sempre, feliz, curtindo a experiência.


O casal Zarif. Medo e felicidade. Mistura interessante.

Quando desembarcamos lá em cima, alguns foram ao banheiro, que eu e o Walter já tínhamos ido lá em baixo, tivemos contato com a obra de engenharia e jardinagem existente no topo do Cerro San Bernardo.

Existem muitas cachoeiras e lagos, todos artificiais, onde bombas de grande capacidade, mantém uma quantidade enorme de água em circulação, formando diversas estruturas hidráulicas muito interessantes.

Eu e a Bê, a Mari e o Walter e a Lu e o Alfredo no topo do Cerro San Bernardo.

Alfredo e Lu em uma das cachoeiras do lugar.

Nós em uma das belas estruturas.

Olha só que lugar!


São muitas cachoeiras, é água que não acaba mais.

A paisagem lá de cima é maravilhosa. 

Lá de cima pode-se ver, praticamente, toda a cidade de Salta, La Linda.

Como é bom estar viajando e de moto, ainda por cima!

Sem palavras.

Nós no monumento a Salta, também lá no alto do Cerro.

Hora de retornar. Novamente na Estação do Teleférico.

Quando a gente vê carrinhos fora do teleférico, danificados, dá uma sensação muito ruim. Tratamos de descer logo, pois a operação do teleférico tem horário. Embora existam muitos restaurantes e bares lá no alto, o acesso é feito por um estrada que sobe o morro, mas nós que estávamos com o teleférico, se perdêssemos o bondinho, teríamos que descer o morro pela estrada à pé. Aí o joelho da Lu não teria como resistir. 

Essa preocupação com o joelho da Lu, era uma coisa que poderia atrapalhar, pois a gente não sabia se haveria uma melhora, ou se teria uma piora. Assim, íamos sempre pensando onde tinha aeroporto, etc. para o caso de uma emergência e ela não conseguir mais seguir de moto, ela poderia embarcar de avião, retornando e o Alfredo seguiria conosco de moto.

Graças a Deus tudo foi melhorando. Talvez graças ao carro, que ajudou também, pois durante praticamente 4 dias, ela não precisou subir na moto. Depois, o Alfredo, juntamente com todos nós, desenvolveu uma técnica diferente para que ela pudesse subir na moto sem forçar muito o joelho. Isso melhorou a situação e ela resistiu bem a todo o caminho da volta.

Entretanto, quando descemos o teleférico, o Alfredo e a Lu julgaram que seria melhor eles irem de Uber para o hotel. A distância de caminhada não era grande, cerca de 1,2km, mas para a Lu estava difícil andar. Nós 4 voltamos caminhando e desfrutando do caminho. Faltou apenas ir ao Monumento ao General Güemes, que é bem bonito, mas ficava um pouco fora de mão para nós.

Em frente à Igreja de San Francisco de Assis, já na esquina do nosso hotel.

Só gente feliz.

Chegando ao hotel, encontramos o Alfredo e a Lu que estavam acabando de chegar, parece que o Uber deles demorou um pouco para chegar e acabamos nos antecipando a eles.

Combinamos de tomar um banho e eu queria muito ir jantar em um restaurante muito bom, o El Charrúa Restaurante y Parrillada. Um local muito agradável, que já conhecíamos de outras viagens. Seria uma caminhada de 300m, a Lu achou que dava para ir e assim fizemos.

Recomendamos muito esse restaurante. Excelente qualidade, tudo muito bom.

Jantamos e retornamos caminhando até o hotel, os bares estavam lotados e o caminho era muito agradável. Mesas pelas calçadas e pessoas conversando, tanto turistas como residentes. Todas as vezes em que estivemos em Salta, guardamos apenas boas recordações e dessa vez, ainda mais, pois o mecânico cuidou da minha moto e a deixou em perfeito estado para cumprir com o trecho de retorno que seria um tanto longo ainda, pois teríamos cerca de 2500km a rodar com a moto muito pesada, na faixa dos 700kg. Um carro sobre duas rodas. A Harley é poderosa. Sofreu mas foi a primeira vez que tivemos uma quantidade maior de perrengues de tipo.


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