Imagens do Fin del Mundo

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Eu estive lá. De frente para a vida!

domingo, 7 de julho de 2013

Xaim - Nosso Novo Companheiro(a)

Hoje aconteceu um fato memorável, que faço questão de registrar aqui para que no futuro eu mesmo possa recordar dos detalhes.

Fomos ao apartamento novo, que estamos arrumando e pretendemos nos mudar em breve, fica localizado no Itacorubi em Florianópolis.

Eu estava conversando com o Douglas, prestador de serviços que está colocando gesso, luminárias, etc., conforme projeto que eu a Bê e a Lou havíamos feito e que, graças principalmente à Lou, que desenhou tudo, ficou realmente muito bom. Tanto o gesso como a iluminação. Claro que a Arleni da Dellanno, que projetou os móveis, também ajudou muito.

Mas enquanto tentava acertar com o Douglas os detalhes de algumas diferenças em nossas contas, notei que um passarinho havia sentado sobre o parapeito da sacada do apartamento, vi isso através da janela do escritório. Como me pareceu um periquito australiano, o que não é comum de se ver, pois os mesmos vivem apenas em gaiolas, fui até a janela do escritório e era um periquito australiano de cor azul e asas cinzas.

Imaginei que ele voaria quase que instantaneamente, mas para minha surpresa ele ficou ali parado atento em mim. Me lembrei imediatamente do Olavo, irmão do Cláudio, e comecei a falar com ele, chamando o mesmo por xaim, paxaim, fui esticando um pouco o braço direito para fora da janela com os dedos estendidos, como que oferecendo um poleiro para ele.

A Bê chegou perto e disse que ele não viria, também achava que não mas respondi que ele estava demonstrando uma certa vontade de vir, pois havia dado uns 2 passinhos em minha direção, parece que tinha vontade de ir embora mas se sentia atraído. Eu continuava a falar com ele, quando de repente, ele levantou voo e veio direto pousar no meu dedo. Fiquei muito impressionado e a Bê também não acreditava que aquilo estava acontecendo.

Continuei falando com ele e chamando de Xaim. Quando indiquei o caminho ele foi subindo pelo meu braço e chegou ao ombro, me afastei da janela, achando a todo momento que ele acabaria levantando voo, mas, ao invés disso, ele subiu na minha cabeça. Quando me dirigi para a cozinha, a fim de pegar o interfone para ligar para a portaria em busca saber se alguém no prédio tinha perdido um periquito, ele voou direto para o ombro da Bê e ficou brincando com o cabelo.

O Jackson, eletricista que eu apelidei de João Pequeno, pois tem mais de 2m de altura e é enorme, e o Douglas, gesseiro e coordenador dos trabalhos, não acreditavam no que estavam vendo e eu muito menos, somente tinha visto o Olavo fazer isso uma vez e apelidei ele de São Francisco por causa disso. Na reforma o nosso interfone não está instalado e acabei indo ao elevador para ligar para a portaria, deixando o Xaim com a Bê.


O Xaim no chão do quarto reconhecendo o ambiente.
De dentro do elevador, liguei para a portaria que me informou que o Sérgio, nosso zelador, estava pelo prédio, mas não sabia onde. Neste meio tempo, a porta do elevador se fechou e começou a subir, quando parou e a porta se abriu dei de cara com o Sérgio. Achei muito engraçado. Contei para ele o ocorrido e ele me disse que uma vizinha do 611 tinha perdido uma caturrita há alguns dias e que devia ser o dela. Fiquei feliz por ter encontrado o lar do bichinho.

Fomos até o apartamento e ele tentou pegar o passarinho, que a Bê tinha colocado dentro de um quarto fechado. Ao invés de pegá-lo acabou deixando o bichinho estressado, arrancando 2 penas da cauda. Ele desistiu quando sugeri que ele fosse buscar a dona, pois a cena estava dantesca e eu com pena do passarinho.

Neste meio tempo, peguei um pote para colocar água para o Xaim, quando estava dentro do quarto, escutei do lado de fora a Bê gritando: - Então é meu! É meu!

Tentei argumentar que nós viajamos muito e que ficamos fora por vários dias, mas o Sérgio que estava ali disse que não tinha problema e que no caso de viajarmos ele cuidaria do Xaim para nós. Pronto aí a coisa realmente ficou irreversível, não tinha jeito, pois da forma como ele tinha me escolhido e eu a ele, não havia como negar a ligação incompreendida entre nós. No mínimo uma benção para a nossa nova morada. Eu estava na verdade tentando escapar da responsabilidade de ter um animal de estimação em casa, que sempre dá trabalho e acabamos nos apegando.
Chegando de volta com a gaiola amarela e branca na grelha da moto.
Agora vou ter que comprar um capacete para o Xaim ir passear de moto conosco. Hehe.

Sob a insistência da Bê, fomos a um Pet que tem ali perto e compramos a única gaiola de metal que tinha, uma amarela com branco, a coincidência é que combina com a moto. Prendi a gaiola na grelha do tour pack, coloquei a comida do bichinho na moto, retornando rapidamente para o apartamento pois o coitadinho do Xaim parecia estar morrendo de fome.
Parece que ele sofreu muito e está quieto.
Depois de ser tratado ele não quer mais muita proximidade. Acho que recuperou seus instintos.

Arrumamos a água e a comidinha nos potes da gaiola e lá fui eu com a gaiolona, portinhola aberta para ver como é que eu iria fazer para ele entrar na gaiola. Abri a porta e a Bê veio atrás de mim. Ele estava em cima de uma caixa de papelão, e ficou atento, notadamente ele viu a gaiola como algo conhecido e ao invés de buscar se afastar ele se interessou vindo para a borda da caixa, mais próxima de mim, eu não tive dúvida e na hora aproximei a portinhola da gaiola dele e, qual foi a minha surpresa, ele pulou no arame da borda e simplesmente entrou na gaiola, indo direto para o pote e se atracou de um jeito incrível na comida. Acho que ele estava realmente morrendo de fome. A Bê já me sacaneou dizendo que realmente era para ser meu, pois ao menos para comer ...
O Xaim no meio da sala, no pote de comida e a Bê. Todos no meio da bagunça e sujeira da reforma.


Ele está descansando. Afinal, à noite os pássaros ficam com sono. Vamos ver amanhã se ele estará mais animado.

Pelo jeito passou o dia inteiro próximo ao pote de comida, à noite, quando fomos ao apartamento, ele continuava comendo, ficamos preocupados que ele acabaria passando mal. Depois entendi porque ele ficou tanto tempo no quarto e não fez nenhuma sujeira, o coitado estava sem nada no intestino.

Pronto, hoje temos um animalzinho de estimação, que já é muito amado por mim e pela Bê, pela forma como ele se apresentou e entrou em nossas vidas. Esperamos que possa ficar conosco por muito tempo ainda.

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