CERVAGENS EM SAN PEDRO DE
ATACAMA 2023 - 2024
PARTE IV
DIA 06/01/2024 - DESLOCAMENTO DE SALTA - PRES. ROQUE SAENZ PEÑA - 652KM
Trecho percorrido no dia.
Agora sim, começaríamos de fato, nosso regresso. Saindo cedo de Salta em direção ao Hotel Gualok, em Presidencia Roque Saenz Peña, no Chaco Argentino, seguindo o mesmo caminho que trilhamos na ida.
Nosso café da manhã, foi novamente muito bom. Pedi as bruschettas e ovos mexidos. Forneci para o hotel servir de café da manhã, as bananas que eu havia comprado no dia anterior e que não daria para levar na moto.
Bruschetta deliciosa do café da manhã.
Carregamos as motos e partimos cedo, pois teríamos um dia longo e, possivelmente quente pela frente. A moto, graças a Deus, ficou muito boa e, ainda que muito pesada, pois devia estar na faixa dos 700kg, estava respondendo muito bem. Aumentei um pouco a calibragem do pneu traseiro, para fazer frente a esse peso.
Partimos pela RN-09 e no entroncamento com a RN-34, permanecendo na RN-09 até entrarmos na RN-16, que é a estrada que nos levaria até o nosso destino, através do Chaco argentino.
Tocamos direto até Joaquín Victor Gonzáles, cobrindo uma distância de cerca de 230km. Lá paramos para abastecer e o posto estava cheio e com filas para abastecimento. O calor era grande e mesmo assim tivemos que ficar na fila esperando, sob um sol de lascar o coco. Aproveitamos para comer na lanchonete que já conhecíamos da ida. Eles tinham uns paninos com carne e foi o que eu comi, acompanhado por muita água e 1 Coca. Cada local desses comprávamos pelo menos 2 a 3 litros de água, que parecia sumir em meu corpo.
Saímos do posto, sem perder muito tempo, seguindo em frente por mais 164km, chegando em Monte Quemado. Abastecemos as motos e usamos o banheiro novamente. Uma parada mais ou menos rápida. De lá seguimos por mais 185km até o mesmo posto em Pampa del Infierno, onde o guincho havia carregado a moto da Bê.
Nós todos nos hidratando, refrescando e lanchando no posto em Pampa del Infierno.
Embora estivesse quente, era até que suportável.
Durante os trajetos de estrada, principalmente quando é muito calor, eu procuro manter a minha viseira completamente fechada. Assim, parece que fica muito mais confortável. Quando abrimos a viseira, bate um vento, evaporando o nosso suor, que dá uma sensação de frescor. Entretanto, como nosso corpo está a 36 ºC e do lado de fora estava 41ºC, ficava muito mais confortável com a viseira fechada. Não consegui convencer alguns dos participantes, mas creio que cada um também tem uma forma de lidar com o calor e com a saúde. Ainda por cima, cada um sente o conforto térmico de uma forma diferente.
Lá estávamos nós na água novamente. Mas com o calor que estava, até água gelada.
Depois dali, tínhamos mais um trecho curto de cerca de 85km para chegar. O que nos animava a seguir. Chegamos ainda cedo, fizemos o check in no hotel e subimos para os apartamentos para tomar uma ducha e colocar roupas de banho. Novamente descemos para a piscina, pegando algumas empanadas e cervejas para molhar o bico, além do velho Jack, que não poderia faltar.
A parrilla do Raices.
Todos cansado de comer, a sobremesa estava ótima. Panquecas de doce de leite. Hummm.
Mais tarde, nos arrumamos e voltamos a jantar no Restaurante Raices. Que delícia de comida eles tem. Dessa vez, eu pedi um bife de chourizo e um bife de tira, pois esse também parecia ser muito bom. Ambos mal passados, é claro, ou como eles chamam lá "rugoso"ou ainda "plancha e volta". Foi um acerto pois estava demais. Comi como um condenado, quer dizer, se aqui no Brasil eu já costumo comer muito, imagina na Argentina, onde tem as melhores carnes.
Um bife de chourizo e um de tira. Não posso nem ver que minha boca vira um rio.
Lá as temperaturas já estavam muito mais amenas e confortáveis.
Do Raíces, retornamos caminhando diretamente até o hotel, pois na manhã seguinte, teríamos mais um belo trecho a seguir, até San Ignácio Mini. Dormiríamos em uma Redução Jesuítica. Quiçá, conseguiríamos assistir ao show de som e luz, que lá é muito bonito, com projeções 3D e tudo.
DIA 07/01/2024 - DESLOCAMENTO DE PRES. ROQUE SAENZ PEÑA - SAN IGNÁCIO - 652KM
Trajeto percorrido no dia.
Novamente, levantamos cedo, tomamos café da manhã na primeira hora e partimos. Dessa vez o tempo estava bom e não tivemos os mesmo problema da vez anterior. Ufa!
Rodar pelo Chaco, exige paciencia e cuidado. Mas vale comentar que desde 2009, na primeira vez que passamos por lá, até essa nossa viagem, houve muitas modificações nas paisagens da região. Naquela época não tinha nada, somente mato e muitos animais soltos. Hoje os animais soltos se concentram mais na região de Monte Quemado, e nas demais áreas, está cada ano mais seguro de rodar.
Notei ainda que houve um avanço na riqueza da região, o que possivelmente foi resultado de um investimento na produção agrícola que se vê na região. Eles planta muito girassol por lá, mas é muito mesmo. Também vimos milho e até mesmo soja. Além de outras culturas que desconheço.
Posto Shell em Resistência, localizado na RN-16. Muito bom.
Depois que saímos de Resistencia, cruzamos a ponte sobre o rio Paraná, que é sempre uma obra de grande porte, pois o rio Paraná não é brinquedo. Cruzamos a cidade de Corrientes, só que dessa vez, colocamos a velocidade da onda verde e não paramos em nenhum semáforo. Foi bem rapidinho para sair da cidade.
Cruzando a ponte sobre o rio Paraná.
Linda obra da engenharia.
Praia em Corrientes.
Após isso, seguimos em direção a Posadas. Quando passei pelo posto do Adair, que foi onde passou um apuro e o banheiro não tinha papel, ou estava fechado, não me lembro direito, quase entrei para abastecer. Mas tinha um outro posto mais adiante, que já havíamos parado na ida, em Ituzaingó, que seria mais adequado. Além do que, as filas de abastecimento estavam um pouco grandes demais. Bem longe no horizonte parecia que tinham algumas nuvens, mas em nenhum momento pensei que nos atingiria.
Quando estávamos na região de Ituzaingo, não tinha nenhum lugar onde pudéssemos parar as motos com alguma segurança. Fomo indo. Faltavam ainda cerca de 60km para o posto e a tempestade começou a se paroximar, mostrando que tinha força.
Olhei no GPS, afastando a imagem e vi que nós desviaríamos o nosso rumo, um pouco para o norte e que isso poderia nos salvar. De fato, quando viramos para a esquerda eu tive certeza de que deixaríamos a tempestade para trás. Quase comemorei. Mas que nada. Derrepente começou a ventar, a distância até o posto parecia não diminuir nunca. Eu rodando a mais de 120km/h e eles me seguindo.
Esse sorriso só podia ser de nervoso. Ou por achar que escaparíamos.
A coisa estava ficando preta e nem acostamento a rodovia tinha.
Quando viramos para o norte, achamos que escaparíamos.
Até a Rosarita devia estar preocupada com o que estava vindo.
Com o vento, eu sentia a moto jogar, mas não chegava a jogar meu corpo, o que pensei que eram rajadas, não tão maiores que a velocidade do vento em geral. Mas estavamos em uma situação vento de cerca de 100km/h.
O pior foi que o Alfredo e o Walter, baixaram a velocidade e foram ficando para trás. Eu ainda mantinha contato visual com eles, mas estavam se afastando. Até que começaram a ficar longe demais. Enquanto eu pensava nisso tudo, já tinha me convencido de que não chegaríamos no posto, que não tinha acostamento e nenhum local onde pudéssemos parar, ainda que fosse para colocar uma capa.
Não seria possível parar, devido ao vento, que eles estavam longe e não podia deixá-los, que a moto jogava muito e que se baixasse a velocidade isso pioraria. Repentinamente a Bê bateu em mim e mostrou que tinha um abrigo para nós. Era um posto de serviços antigo que estava abandonado e que havia sofrido um incêndio. Freei e desci da pista com a moto, no acesso do local, mesmo que fosse muito ruim.
Local onde paramos para esperar os demais na entrada do abrigo.
Liguei o pisca-alerta e a Bê desceu da moto para alertar a eles, que poderiam passar direto. Mesmo que estivéssemos bem ao lado da pista a menos de 5m de distância. Muito rapidamente eles chegaram e nós nos abrigamos juntamente com um pessoal que estava trabalhando na recuperação de uma 10 torres de alta tensão que haviam caído em um temporal ocorrido em dezembro.
Toyota Hilux adaptada para rodar fora de estrada nos atoleiros.
Roda de uma Toyota Hilux adaptada para rodas nos atoleiros.
Resumo da ópera.
Maravilhosa representação gráfica do vivido, produzida pelo Alfredo.
Quando a tempestade passou, até mesmo a chuva parou e seguimos, mesmo que com o chão molhado. Se corrêssemos muito, poderíamos alcançar a tormenta.
Brindando a nossa chegada em San Ignacio, na Hosteria Pontés.
Quadro típico dos Andes na Hosteria.
Bê pronta para ir assistir ao Show no Sítio Arqueológico San Ignacio Miní.
Quartos e piscina da Hosteria Montés. Recomendo muito.
Caminhando para assistir ao Show de luz e som.
Ruínas da Igreja, iluminada.
Nós na apresentação do show de luz e som. Escuridão da boa.
Outra imagem da apresentação do Show de Som e Luz de San Ignacio Miní.
Uma amostra do que é a apresentação em 3D.
Após o show, retornamos caminhando até a hosteria onde havíamos deixado nosso pedido já feito. Descobrimos que eles deram uma boa incrementada na cozinha e, em um ano, mudou bastante a qualidade das comidas que eles passaram a servir.
DIAS 08 E 09/01/2024 - DESLOCAMENTO DE SAN IGNÁCIO - BOITUVA - 1.263KM
Trajeto percorrido nos 2 dias. Dia 1: até Campo Mourão. Dia 2: até Boituva.
Logo cedo, eles quatro levantaram, muito cedo, tomaram café da manhã e partiram. Eu e a Bê, teríamos que nos separar deles porque ainda não tínhamos feito a tal da Procuração, ou Carta de Poder, para que guincho pudesse trazer de volta a moto da Bê para o Brasil, que estava ainda guardada na garagem da empresa Remol-Car que removeu a moto no posto em Pampa del Infierno.
Assim eles seguiram até a fronteira em Bernardo de Irigoyen, cruzando para Barracão-PR, dali seguiram em direção a Boituva. Depois de rodar o dia todo, pararam para dormir e jantar em Campo Mourão.
Praça em Campo Mourão.
Pensa numa potência.
Esse tá bão de campeonato de quem mija mais longe.
Walter e Mari na Praça da Catedral em Campo Mourão.
Alfredo e Luciane.
No dia seguinte, cobriram o trecho que faltava para chegar em casa. Passando por Londrina e Ourinhos, pegando a Rodovia Castelo Branco até Boituva, cumprindo assim com maestria e felicidade o roteiro planejado da Expedição Atacama.
Moto do Walter na garagem de casa.
Moto do Walter na garagem de casa em perfeita ordem e com a alegria resultante da missão cumprida. Na bagagem, muitas experiências, que somente as estradas poderiam ter acumulado, sem que com isso, houvesse peso ou carga adicionais para a moto. Somente o espírito é afetado pelas alegrias, experiências e superações que acumulamos ao longo do caminho.
Computador de bordo da moto do Walter. Resumo 6.340km rodados.
DIA 08/01/2024 - DESLOCAMENTO DE SAN IGNÁCIO - PUERTO JAVIER - 195KM
Trajeto realizado no dia.
O nosso dia, meu e da Bê, foi bem diferente do que tiveram o pessoal de Boituva. Nós acordamos mais tarde, pois teríamos que buscar pela Escribania, em San Ignacio, só poderíamos fazer isso depois das 10:00 da manhã.
Assim tomamos nosso café mais tarde, quando chegou a hora de sair estava chovendo pesado. Esperamos um pouco, até que a chuva passasse e, quando já era mais de 10:30, fomos até a tal da cartorária, para tentar fazer o documento.
Quando parou a chuva e saímos para A Escribanía.
O Escrivã trabalha na casa dela mesmo.
A Escrivã achou o máximo a Bê ser pilota. Pediu a foto para mandar para a filha dela.
Chegando na Escribanía, que funcionava na casa da Escrivã, com um escritório em porta separada, ficamos esperando um pessoal que estava sendo atendido. Ficamos do lado de fora, sem um banco sem nada para sentar.
Depois de uns 15 minutos de espera, o pessoal saiu e havia um casal já esperando, dentro do carro que haviam chegado antes de nós. Aguardamos que eles conversassem com a Escrivã, mas aí foi muito rápido, só combinaram alguma coisa e foram embora. Então ela nos convidou para entrar e perguntou do que precisávamos.
Explicamos o caso do acidente e da Carta de Poder que precisávamos para mandar a moto de guincho para o Brasil. Ela nunca tinha feito isso, mas ligou para alguém, possivelmente em Posadas, que é a capital da Provicia de Misiones, que explicou para ela como ela teria que fazer isso.
Ela gostou tanto da história da Bê ser motociclista e de estar viajando tão longe que pediu para tirar uma foto que ela disse que mandaria para a filha.
Depois de meia hora saímos de lá com o documento. Ela nos explicou que ainda não estava pronto. Teríamos que ir até Posadas para Legalizar o documento em um local específico, tipo junta dos Escrivães de Misiones. Não poderíamos seguir em frente. Teríamos que retornar até Posadas, o que seria uma ótima oportunidade para comer novamente no El Racho, junto à Rambla.
Chegando em Posadas, fomos diretamente ao endereço que ela nos havia indicado e chegando lá, antes das 14:00, que é o horário que eles fechariam, entregamos o documento. Mais taxas para pagar e ficaria pronto somente no dia seguinte porque eles não tinha nada para fazer e não poderiam fazer na hora. A menos que nós pagássemos por uma taxa de urgência que custava mais caro que a própria legalização.
O que podíamos fazer? Precisávamos do documento e não poderíamos ficar ali até o dia seguinte. Embora a Tokio tivesse me dito que poderíamos mandar a Carta de Poder por PDF, eu estava plenamente convencido de que isso não funcionaria na Argentina, somente com o original é que poderiam passar a fronteira com a moto da Bê.
Pagamos todos os valores, que ao final não ficaram tão caros, pois o dinheiro deles está desvalorizado, mas a taxa de urgência custou uns AR$ 13.000. Correspondendo a uns R$75,00. É caro para nós, imagino para eles. É impagável. Pode ser que cobrem isso apenas para estrangeiros.
Saimos de lá e fomos direto até o El Rancho Assador Criolo, qual foi nossa decepção ao ver que eles estavam fechados. Seguimos pela Rambla até quase o final, para o lado de montante, e encontramos dois Restaurantes abertos. Estacionamos a moto e fomos ao que nos pareceu melhor e que tinha mais clientes. Decidimos ir no Restaurante Itakua, também de boa qualidade.
Restaurante Itakua, onde almoçamos em Posadas na Rambla.
Eu escaneando o documento legalizado para mandar para a Tokio e para a Remol-Car.
Depois do almoço, tracei a rota para nossa casa em Florianópolis, pois não valeria a pena subir até o Paraná. Assim traçamos um caminho via Santa Ana e Oberá até Puerto Javier.
Após o almoço, partimos de Posadas, retornando até Santa Ana, já perto de San Ignacio novamente, e virando para a direita fomos a Oberá, que é uma bela cidade. Seguimos adiante em direção a Puerto Javier, onde pegaríamos uma balsa até Porto Xavier no Brasil. As estradas estavam boas e não tivemos nenhum problema. Quando chegamos, passamos em frente um hotel que me chamou a atenção, Hotel Familiar La Gloria. Logo depois entramos em um posto grande YPF, também localizado ao lado esquerdo. Era cedo ainda, pouco mais das 5 da tarde.
Perguntei pela balsa no posto, para saber qual o valor que eu teria que pagar, pois estava com poucos Pesos Argentinos. Aí me disseram que a barca funcionava apenas até as 5 da tarde. Ou seja, já tínhamos perdido a última barca. Pensamos nas alternativas para cruzar a fronteira e existia uma outra barca, mais ou menos próxima, mas também dificilmente poderíamos pegá-la à noite e ainda teríamos que dar uma volta enorme. Decidimos que ficar por lá seria a melhor alternativa.
Fomos até o Porto e realmente estava fechado e com correntes nos portões. Não tinha ninguém por lá. Apenas algumas carretas estacionadas, que possivelmente haviam chegado depois das 5 também.
Retornamos atrás de hotéis. Achamos alguns na cidade que eram muito ruins e decidi que talvez valesse a pena aquele que eu havia visto na estrada, pouco antes do Posto de Serviços. Retornamos até lá. Falamos com o proprietário que estava sentado em uma cadeira sob a varanda da casa principal. Ele nos informou que tinha um quarto livre e a diária era de AR$ 13.000, o que daria cerca de R$65,00. Mas ele não recebia reais, pois teria que ir até a cidade para trocar e também não recebia cartões. Apenas dinheiro mesmo. Pedimos a ele que reservasse o quarto para nós, pois iríamos até a cidade cambiar, depois iríamos jantar e retornaríamos.
Retornamos até a cidade, onde tinha um mercado que poderia nos fazer câmbio e trocamos um pouco de dinheiro. Fomos a um Restobar, bem bacana, onde comemos milanesas de carne. Aí mandei uma mensagem ao senhor do hotel confirmando que nós já havíamos feito o câmbio, para que ele não alugasse o quarto para outro.
Tomando uma cervejinha com uma milanesa de carne com ovo, bela janta.
Depois voltamos ao hotel, tivemos que acordar o dono para pagar. Ele disse que poderia ser no dia seguinte, mas depois da reação que ele tinha tido, achei melhor pagar na hora. O tempo já estava novamente para chuva e durante a noite choveu.
O quarto era bem confortável e o lugar é top.
Quando consultei meu WhatsApp, vi que a Seguradora Tókio, havia encaminhado uma mensagem dizendo que precisariam do original da Carta de Poder, para poder trazer a moto. Aí respondi perguntando para onde eu teria que mandar, porque não me informaram nada. Embora eu tivesse dito que isso já anteriormente para eles, mas parece que são leigos no assunto. Isso estava meio chato.
Primeiro não souberam me dizer quais termos da carta de poder. Disseram apenas que eu é quem teria que ver, inclusive junto aos agentes de fronteira, pois eles não sabiam informar. Depois me pediram um PDF. Questionei se não teriam que ter o original e me responderam que não. Tudo meio que improvisado.
Me mandaram o endereço para onde eu teria que encaminhar a Carta de Poder. Mas não mandaram o destinatário, pode isso? Tive que perguntar e só então me mandaram o nome da empresa de guincho. Loucura isso.
Moto estacionada no Hotel Glória. Puerto Javier - AR.
Bem agradável o local. Pena que só chegamos à noite.
Esse era o nosso quarto. Quarto 1.
Chique o lugar. Mas é bem simples.
Entrada do hotel que se vê da estrada.
DIA 09/01/2024 - DESLOCAMENTO DE PUERTO JAVIER - SANTO ÂNGELO - 119KM
Logo, na manhã seguinte teríamos que ir ao correio, antes de embarcar para o Brasil. La em Puerto Javier tinha uma agencia dos Correios Argentinos que abria às 10:00 da manhã.
Bem, fomos tomar nosso café da manhã lá pelas 9:00. Aí começou a chover muito forte e com muito vento. Uma tormenta novamente. Não iríamos sair no meio daquela tempestade. Aguardamos por mais de meia hora. A chuva passou e saímos em direção aos correios. No caminho, vimos que ao sul tinha uma formação semelhante àquela de Ituzaingo, vindo em nossa direção.
Não deu outra. Quando chegamos ao correio, enquanto eu postava a correspondência, entrou a tempestade novamente. Os fios de luz começaram a se encostar e foi faisca para todo lado. O funcionário do correio correu para mudar o carro dele de lugar para evitar danos e eu, mais que rápido também fui. A Bê me mostrou que poderia estacionar na entrada, em um lobby de entrada. Fiz isso.
Estacionei a moto na entrada dos Correios Argentinos.
Novamente a tempestade passou, rapidamente, cerca de meia hora. A funcionária dos correios nos informou que as barcas paravam para o almoço, ao meio dia e somente retornariam às 13:30. Quando passou a tempestade, seguimos até a balsa que era perto. Fizemos os trâmites migratórios e fomos pafra a fila. Ainda estava garoando um pouco, mas não chegava a incomodar.
Mai uma curiosidade. Chegou uma barca e eu perguntei se poderia ir descendo a rampa. Aí o guarda me informou que aquela barca era a brasileira e que teríamos que esperar pelo outra que era argentina. Curioso. Cada país tem a sua barca e eles não conseguem compartilhar os serviços. Incrível.
Na fila esperando para embarcar.
Já na balsa, com a moto bem na frente.
Durante a travessia ficamos sentados e protegidos da chuva.
A Bê e eu, olhando para o céu e vendo que vinha mais uma cortina de água. Que dia.
Assim que saímos da barca do lado brasileiro, em Porto Xavier, aquela tempestade que vimos na barca estava chegando. Entrei em um posto Shell, na rua central de Porto Xavier para nos protegermos da nova tormenta. Parecia que não acabava aquilo. Nem era questão de colocar roupas de chuvas, com ventos fortes e chuva não se deve circular de moto, pois qualquer coisa que venha voando, arrastada pelo vento, poderia nos atingir e gerar consequências graves.
Depois de cerca de 1 hora parados no posto Shell, falei com a Bê se não seria melhor dormir por ali mesmo e sairmos novamente no dia seguinte. Afinal de contas o clima estava muito louco.
Vimos que tinha um hotel na cidade e tinha um outro em um posto, que era novo, localizado uns 10km mais para frente, na estada em que seguiríamos. Liguei lá e fiz uma reserva. Partimos, indo atrás da chuva, com o chão molhado mas sem chuva. Fomos devagar para não alcançarmos a chuvarada.
Chegamos ao hotel e era novo, mas não tinha ninguém na recepção para nos atender. Até que uma mocinho gritou de longe, lá do posto de serviços «Já vou!». A Bê tinha descido da moto e estava tentando falar com alguém. Aí decidimos que seria melhor irmos indo, atrás da chuva, mesmo que lentamente. Avisamos a moça que não iríamos mais ficar e partimos.
Quando chegamos em Santo Ângelo, que é uma cidade missioneira também, o céu estava ficando perigosamente carregado. Aí tratamos de ficar por ali mesmo. Tem um belo hotel no centro e foi lá mesmo que ficamos. O rapaz do Hotel nos autorizou a guardar a moto em uma galeria comercial, ao lado do hotel, por onde inclusive tinha uma entrada de acesso. Foi muito bem.
Saímos à pé para jantar ali por perto e voltamos para dormir, afinal no dia seguinte teríamos que rodar muito.
DIA 10/01/2024 - DESLOCAMENTO DE SANTO ÂNGELO - CASA - 750KM
A decisão de ficar em Santo Ângelo foi ótima, pois durante a noite choveu muito ainda. O dia amanheceu limpo e bonito. Levantamos cedo e tomamos café da manhã às 7:00 e logo partimos.
Não pegamos nem uma garoa sequer, chegamos em casa cansados, depois de 750km de deslocamento, mas viemos com tempo bom e a sensação de que foi uma excelente viagem, apesar de todos os perrengues que tivemos que superar.
Estrada na último dia.
Tudo muito lindo.
Chegada em casa - Florianópolis.
Muito a agradecer a Deus e aos nossos companheiros de viagem, que tiveram uma conduta de parceria em todas as situações e a proatividade para tudo pudesse ser superado sem nenhuma dificuldade maior.
Parceiros excelentes com quem se pode viajar até o fim do mundo se for possível.
FIM. Até a próxima.