Imagens do Fin del Mundo

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Eu estive lá. De frente para a vida!

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Bê na Estrada - Floripa - Curitiba


Esse final de semana foi muito especial. Um final de semana para não ser esquecido enquanto vivermos.
Tenho que registrar aqui que a Bê está se saindo melhor do que qualquer um poderia prever como motociclista.

Saímos na sexta-feira de Florianópolis, com destino a Curitiba, tendo em vista que a Louise estaria retornando após 11 meses de permanência na Irlanda, onde foi estudar através do Programa Ciência sem Fronteiras. A permanência dela e a nossa viagem para lá, quando fomos visita-la está publicado aqui no Blog também, entretanto até o momento ainda não tive tempo de terminar a publicação, pois se trata de um período muito grande, 20 dias.
 

Chegada da Lou no aeroporto. Seja bem vinda minha querida filha.


Tinha ainda a primeira apresentação do Lucianinho na festa julhina da escolinha. Não poderíamos perder.
Ainda mais que a festa acabou acontecendo no dia dos avós, dia 26 de julho. Incrível, quantas datas festivas, dia 25 foi dia do motorista, dia 26 dos avós e dia 27 do motociclista. Um final festivo mesmo, pois estamos encaixados em todos os dias de festa. hehehe.
A Bê com os netinhos. Lindos!



Eu e o Lucininho. Ver que no painel, entre minha cabeça e a dele, tem uma foto comigo, a Bê e o Lucianinho. Que querido!

A apresentação do Lucianinho foi demais.
 
Mas retornando a esse final de semana, a Bê estava em dúvida sobre se iria ou não de moto para Curitiba. O Nino, filho dela, estava aqui em casa juntamente com a namorada nesta semana e como eles estavam de carro, ela poderia ir de moto e eu também.
A previsão era de frio, mas não de chuva. Vale frisar que a moto dela não tem para-brisa, pois ela ainda estava andando apenas na cidade e em uma viagem de moto, levando o vento no peito a mais de 100km/h não é bolinho não.
Nós saindo de casa em Floripa. Na Beira Mar.

Mas fomos. Acabamos pegando um trecho na serra onde o termômetro de minha moto estava marcando 7ºC. Paramos para que ela pudesse colocar mais roupas, mas por iniciativa minha. Ela não havia me dado nenhum sinal para parar, realmente uma guerreira.
Assim acabamos chegando em Curitiba no início da noite e ela estava com muito frio mas muito feliz também. Na maior parte do caminho eu vim na frente e o Nino veio atrás com o carro. A Bê se comportou muito bem, não fez nenhuma bobagem e dirigiu com muita segurança e ritmo.

Passamos em casa, deixamos a moto dela e retornamos para o aeroporto a fim de aguardarmos pela Louise. Foi uma bela festa de chegada, depois de tanto tempo longe.


Dá para ver que a Bê está profissional da estrada. Olhe novamente para ver. Hahaha.
Domingo havíamos planejado retornar no máximo às 13:30h, tendo em vista as obras da rodovia, o frio e ainda a possibilidade de chuvas no caminho. Fomos na casa da mãe dela, onde ela fez uma bela galinhada para a família e conseguimos sair para pegar a estrada às 14:20h. Ótimo horário, entretanto já prevendo que deveríamos pegar um trecho congestionado, realmente aconteceu mais próximo a Floripa, à noite.

Foi uma experiência incrível.
Saímos de Curitiba com o tempo muito fechado, logo no início da BR-376, caminho de Floripa, começou a garoar e o frio era intenso. Paramos em um posto depois da Policia Rodoviária para colocarmos roupas impermeáveis, pois estava garoando e o prenúncio é de que iria chover, é sempre melhor a gente poder ir sem ter que se preocupar com a chuva ao longo do caminho, de forma que a atenção precise ficar somente com os cuidados da estrada, que já não são poucos.

Com os impermeáveis, saímos para a estrada e já no início da serra uma serração daquelas que fica difícil enxergar de dia, imagina de noite como a coisa estaria. Além da visibilidade ruim, mas muito ruim mesmo, ainda tinha uma garoa chata e a pista completamente molhada, mas como não havia caído uma chuva forte para lavar a pista estava muito perigoso.
A princípio eu estava preocupado com ela, mas com o tempo fui me preocupando comigo mesmo pois vi que ela estava indo muito bem. Diminuindo a velocidade antes de entrar nas curvas, usando freio moto, à vezes um toque no freio, fazendo as curvas firmemente, acelerando levemente.

Eu vinha preocupado com as curvas do começo da serra por serem curvas difíceis até mesmo para quem é mais experiente, considerando a garoa, a forte serração e o movimento de caminhões para todo lado, além do risco de óleo na pista, etc.
Pois ela veio com firmeza e segurança. Nenhum deslize em sua condução. Saindo para a esquerda para ultrapassar, sinalizando sempre, não ficando mais do que o necessário na pista da esquerda, ligada no retrovisor e no movimento geral da pista. Não ficou na frente de caminhões e nem se meteu em “muvucas” do trânsito.

Quando chegamos no meio da viagem, num posto Shell que tem logo depois do Sinuelo, na pista que vai para o sul, paramos para tirar as roupas impermeáveis, pois a chuva havia cessado e era possível ver que mais ao sul o céu estava mais claro. Tomamos um café e comemos alguma coisa leve e seguimos em frente.
Quando saímos do posto já estava escurecendo, pois já eram 18:00h, a Bê continuou indo na frente pela maior parte do trecho. Em alguns momento quando eu fui na frente achei que fica mais complicado para mim pois eu acabo ficando muito ligado no retrovisor para cuidar dela e posso acabar me descuidando. Conversei isso com ela e que ela não precisaria se preocupar comigo, pois por enquanto ela é que está menos experiente.

Pegamos trechos de engarrafamentos longos, onde não fomos pelo corredor. Ficamos ali parados na fila assim como os demais carros. Demorou um pouco mas preferimos a segurança ao arrojo nesse primeiro momento, até mesmo porque para andar no corredor exige que se tenha uma boa leitura das dimensões da moto e muito equilíbrio em marcha lenta.
Confesso que até mesmo eu, que a 6 anos ando de HD, por vezes tenho dificuldades para seguir pelo corredor, principalmente devido a riscos de algum outro motociclista se atravessar na frente ou de algum motorista abrir a porta do carro, coisas assim que acabam gerando um risco maior na condução pelo corredor que exige que se esteja muito ligado ao que acontece em toda a volta e não no conduzir a moto. Ela achou que seria ruim e eu concordei na hora.

Quando estávamos chegando em Itajaí, uma placa informava que havia tido um acidente com incêndio no Morro do Boi e que o trânsito estaria lento pelos próximos 25km.
Decidimos que seria melhor sair para Itajaí e seguir pela costa até Balneário Camboriú e depois pela Interpraias saindo diretamente em Itapema. Assim fomos e pegamos o atalho. Foi uma bobagem, pois o trânsito em Itajaí estava forte e em Camboriú então nem se fala, principalmente na Av. Brasil por onde passamos.

O pior é que fui até o final da península e lá não tem saída, tivemos que voltar para passar o canal e retornar à BR-101, dando uma volta grande e então descobrimos que a BR já estava liberada e seguimos por ali mesmo. Passamos no Morro do Boi e ainda haviam vestígios de que a via acabara de ser liberada.
Tudo certo, seguimos para Floripa. O frio era grande e a Bê ali firme como uma experiente motociclista, sem o para-brisa eu imaginava que ela estivesse mesmo com muito frio, pois eu na Ultra estava com o aquecimento de manopla ligado no 2 e minhas mãos estavam geladas.

Minha pilota no engarrafamento da via expressa em Floripa. Mais de 1 hora na fila.
Quando entramos na via expressa em Floripa o trânsito estava parado. Falei com ela: - vamos retornar até Barreiros e entrar pelo acesso norte? Mas como eu havia dado uma bola fora no desvio de Itajaí, achei melhor seguirmos pela expressa mesmo. Essa foi mais uma bobagem, como não seguimos pelo corredor novamente, ficamos por mais de 1 hora para chegar na ponte. Havia, perto da ponte, um carro capotado e parece que houve um assassinato com 3 tiros no motorista e uma moça esfaqueada. Uma “muvuca” incrível com IML, IGP, polícia civil, militar, rodoviária federal, pois se trata da BR-282. Coisa de louco.
As 22:20h da noite, estávamos em casa muito felizes e eu estou achando que preciso pedir que ela me ensine algumas coisas sobre a condução de motocicletas nas rodovias, pois ela se tornou uma expert.

Brincadeiras à parte, estou muito orgulhoso da minha pilota!
Agora é só seguir com cuidado e nunca ficar confiante demais, que é onde os problemas costumam acontecer.

Como diz o Kadu: - Fica a Dica!