Imagens do Fin del Mundo

Imagens do Fin del Mundo
Eu estive lá. De frente para a vida!

domingo, 9 de janeiro de 2011

2010 2011 Na Europa

EUROPA 2010 - 2011


VIAJANTES:
LUIZ E BERNADETE - ALCIDIR E ELIANA - CLEUSA - FERNANDO - MATHEUS

PERÍODO: 19/12/2010 A 09/01/2011

MACRO TRAJETO: CURITIBA - FRANKFURT - KARLSRUHE - INNSBRUCK - VENEZA - FLORENÇA - ROMA - PARIS

19/12/2010 - Dia 1: Curitiba - São Paulo - Frankfurt (Este demora um pouco mais)

Prezados Amigos.

Neste final de ano resolvemos mudar um pouco as coisas. Tendo em vista que estou pra lá de estressado, resolvemos fazer uma viagem para a Europa, já que  a uns 15 anos não tiro férias, creio que já deve estar na hora.

Começamos hoje a nossa jornada, embarcamos em Curitiba às 19:00 e viemos para São Paulo - Cumbica.
Neste momento estamos na sala de espera, do Portão 13, aguardando para embarcar.
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A Bê esperando no Aeroporto de CWB


Eu sei que é uma sacanagem a gente estar indo viajar e não estarmos com a nossa HD, mas como lá em Frankfurt está frio para caramba, acho que teremos que rodar por lá em outra oportunidade, quando estiver uns 20 ou 30 graus mais quente.


Em Curitiba, cujo clima está mudando muito estranhamente, o que para mim parece ser a única evidência de que o planeta está esquentando, pois fez sol no final de semana passada e desde domingo não para de chover, aí chega no sábado e faz sol novamente e no domingo também. Isso é surpreendente!!!  Somente quem conhece e já morou em Curitiba sabe do que estou falando. Para quem não conhece, nos últimos 50 anos, pelo menos, sempre choveu nos finais de semana e nos dias de semana faz sol, quando faz, pois me lembro de períodos em que se esquecia de como era um dia com a luz do sol. Agora o tempo está louco, pois tem feito sol nos finais de semana e chuva nos dias de semana. Acho que estamos realmente chegando no final dos tempos. Deve ser em 2012. hehehe


Bem, o que eu queria dizer é que assim que o avião levantou voo de Curitiba, as nuvens apareceram e o tempo estava nublado. É possível isso? Estava um sol maravilhoso em Curitiba e pelo que pudemos ver, apenas em Curitiba!!! Incrível!!


Chegamos em São Paulo, no horário previsto e ficamos esperando para embarcar para Frankfurt.


20/12/2010 - Dia 2: São Paulo - Frankfurt - Karlsruhe  (Este demora um pouco mais)


Finalmente consegui uma internet aqui em Firenze e poderei continuar a atualizar o blog para os que tiverem interesse em acompanhar a nossa jornada.


Embarcamos e o espaço entre os bancos é realmente maravilhoso. Os joelhos ficam confortavelmente encostados no encosto do banco da frente, uma delícia. Ao chegar, havia uma mulher de uns 40 anos esperando e quando entramos no banco, ela veio para se sentar no corredor. Como a Bê estava na janela e eu no corredor, acabei sugerindo para ela trocarmos de banco.


A princípio achei que ela era muda, depois acabei descobrindo que ela era russa e que falava apenas russo, assim não é difícil imaginar que até mesmo isso foi difícil de descobrir.


O grande problema é que, como todas as mulheres, ela deveria se levantar muitas vezes para ir ao banheiro. Pois bem, ela não se levantava para nada. Tive que pedir para ela se levantar para eu ir ao BWC. Depois de algum tempo, tive pedir para ela me desse licença para pegar o colírio que eu tinha que pingar.


Passamos noite toda sem poder levantar para dar uma caminhada pelo corredor, pois ficar 12 horas sentado naquele espaçoso banco não é coisa muito fácil. Pois não é que ela se levantou apenas depois do café da manhã que é servido ao meio dia? O pior é que foi nesta hora que todos os passageiros do avião tiveram a mesma idéia, logo, fiquei numa fila do cão para dar uma mijadinha. O que me surpreendeu é que a Bê também levantou apenas 2 vezes.


O mais interessante foi verificar que, conforme o Gui havia falado, tem uma tela touch screen para cada um e que pode-se ver câmaras frontais do avião, filmes, desenhos, seriados, etc. Bem legal.


Jantamos uma comida de avião, que é boa mas ..., bem, digamos que estava boa. Estava um calor do cão dentro do avião, eu estava apenas de camiseta e calça e a Bê também, os casacos estavam presos na mochila. A russa do meu lado, estava com uma blusa e se cobriu com a manta do avião, fiquei olhando e pensando como será que ela pode estar acostumada com o frio que faz lá no país e cidade que ela mora (Moscow) e consegue se cobrir daquela forma? Curioso. Me lembrei de um comentário que o Halpho, um amigo antigo fez, que quando esteve na Russia estranhou muito o sistema de calefação que era regulado para cozinhar as pessoas. Quando estava fora era um frio do cão e quando entrava em algum lugar era um calor infernal. Fiquei pensando que devia ser isso mesmo pelo que eu estava vendo.


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Apertado no banco do avião com o monitor
A noite foi relativamente longa, como sempre quando se está em um avião, principalmente porque depois de ver algum filme e seriado, fatalmente acaba dando sono e dormir com o avião cheio de gente e apertado é duro, como as poltronas são projetadas para pessoas com menos de 1,70m de altura, quando a gente tem 1,83m fica difícil se acomodar. Depois de algum esforço acabei me ajeitando e aí vem a pior parte, que é a dor no pescoço, um travesseirinho apoiando a nuca acaba ajudando e assim a gente vai, sem a mulher se levantar nunca e dormindo profundamente, fica difícil ficar acordando a danada toda hora para levantar e dar uma relaxada, movimentando as pernas um pouco.


Quando estávamos chegando, olhei no mapa do meu monitor e vi que estávamos no norte da Espanha, no Mar que banha o País Basco. Olhamos pela janela e deu para ver claramente os contornos da costa.


Mais mar, e o céu foi ficando nublado, a temperatura em Frankfurt era de -1 grau. Beleza, quem sabe com sorte teria neve para a gente ver por lá. Quando o avião estava descendo para o pouso, olhamos pela janela e a foto abaixo ajuda a mostrar como a paisagem se encontrava. Tudo branco de neve, apenas as rodovias se apresentavam como artérias escuras na paisagem.


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Paisagem branca chegando em Frankfurt
Eu que não conhecia neve fiquei maravilhado. O avião pousou e estava tudo branco nas laterais da pista e nos canteiros, era possível ver apenas gelo e neve. Como chegamos antes do horário previsto, o avião estacionou na pista e desembarcamos com apoio de um ônibus. Não estava nevando, mas estava garoando, eu achei que a qualquer momento deveria começar a nevar.


Fomos até o terminal e caminhamos um monte, pois o aeroporto de Frankfurt é bem grande e muito organizado também, como tudo na Alemanha. Chegamos até o controle de imigração, onde tem uma quantidade grande de guichês que atendem aos cidadão europeus e uns 2 para atender aos demais cidadãos do mundo. Ficamos um pouco na fila e fomos atendidos por um cara que me perguntou alguma coisa em alemão, incrível, não entendi nada, hehe, aí ele falou em inglês, melhorou muito, ele queria saber onde iríamos. Expliquei que íamos visitar um amigo em Karlsruhe, depois iríamos até a Áustria, Itália e finalmente França. Ele não perguntou mais nada, carimbou os passaportes e nos liberou.


Seguimos o longo caminho até o local das malas e ficamos lá, juntamente com um monte de gente, esperando e torcendo para que a nossa mala chegasse. Depois de muito tempo a nossa mala chegou, a liberação das malas se dá a conta-gotas e demora pra caramba.


Saímos dali e fomos em busca do Terminal de embarque A, para evitar de ir pelo lado externo do aeroporto até a estação de trem que fica ao lado do aeroporto. Já tínhamos comprado os bilhetes de trem para Karslruhe com folga de horário para o caso de o vôo acabar atrasando, até mesmo porque nestes dias haviam sido cancelados mais de 200 vôos devido ao mau tempo.


No caminho ao longo do aeroporto, em direção à Estação de trem (fern - que significa de longa distância) tinham alguns trechos com janelões de vidro, onde se podia ver que estava nevando, paramos para admirar a paisagem que já estava toda branca e ainda por cima os pequenos flocos de neve que caiam preguiçosamente.


Quando saímos do aeroporto, sempre internamente aos prédios, por um corredor em direção à estação ferroviária, aí sim, estava nevando mais grosso e os flocos de neve eram muito maiores. Ficamos ali por algum tempo apreciando a paisagem, que bonito é isso, uma paisagem que emociona.


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A neve caindo lá fora e a Bê pegando as reservas


A Bê havia levado todas as nossa reservas organizadas em uma pastinha. E enquanto separava a reserva, na verdade compra da passagem, que ela fez pela internet, com a impressão do bilhete, ficamos admirando a neve que caía do lado de fora.


Chegamos até o local da plataforma, descemos pelo elevador até a plataforma 5 e quase congelamos, mais que depressa subimos de volta para o andar de cima que estava muito mais quente por ser mais fechado e ter o sistema de aquecimento. Estávamos de agasalho mas sem ciroulas e segunda pele ou polar. Aí deu para ver que estava frio pra caramba. O termômetro mostrava tímidos 0 graus e depois caiu para -1. Mas como ventava muito e estávamos acabando de chegar de nosso verão, estranhamos um pouco.


Não resistimos a um sanduba e um um chopp de 1/2 litro para cada um, o mais interessante foi pedir, pois a atendente não falava inglês e nem espanhol, português então nem pensar, como o meu alemão é igualzinho ao português dela foi bem interessante, mas a gente nunca se aperta muito, basta um pouco de mímica e uso de algumas palavras como bread, chopp, half litre, bockwurst ou bratwurst que tudo acaba bem.


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Pão com Liguiça - uma delícia
Comemos um sandubinha e aí vimos que o pessoal estava comendo salsichão com pão, que ela mesma vendia, não tivemos dúvida, fui lá e peguei 2, um para cada um. Que delícia, parecia uma vina (salsicha tipo Viena em Curitiba) mas muito, muito, muito melhor mesmo. Com uma mostarda deliciosa e um pão também de lascar de tão bom.


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Área de embarque ferroviário em Frankfurt
Depois de uma espera de mais de 2 horas, seguimos para o embarque e quase perdemos o trem que estava atrasado 10 minutos devido ao mau tempo, pois estava nevando muito em alguns lugares. Coisa que na Alemanha é sinal do final dos tempos. Pior que isso, ele acabou chegando atrasado na plataforma 4 ao invés da 5. Com certeza houveram vários avisos no sistema de autofalantes, e daí, não adiantou nada! Quase que perdemos o dito cujo estando lá esperando que o mesmo chegasse e a 10m de distância da porta do trem. Caramba!!! Como pode isso! Na Alemanha! Mas graças a Deus não perdemos e seguimos para Karlsruhe, passando por Mannheim, onde fica localizada a sede da Basf.


Chegamos em nosso destino e desembarcamos. Havíamos combinado de nos encontrar com o Matheus, Eliana, Bidi, Cleusa e Fernando no McDonalds da Estação Ferroviária e fomos direto para lá. Um frio do cão e tudo branco. Não tinha ninguém lá, fui no banheiro e quando voltei, estavam todos lá conversando. Saímos sem comer nada, claro, e fomos para o carro e depois jantar no Cafe Emaille.


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Cafe Emaille em Karlsruhe
Estava um frio muito bom. Eles todos estavam hospedados na casa dos estudantes onde mora o Matheus, mas como os quartos são muito pequenos nós teríamos que ficar em um hotel.


Antes de irmos para o Hotel fomos dar umas voltinhas pela cidade. Tudo branco e muito frio. Passeamos pelos locais mais bonitos da cidade e ficamos impressionados com o tamanho de Karlsruhe uma cidade grande e muito bem estruturada. Restaurantes, hotéis, supermercados, shoppings e avenidas, além dos trens e bondes, é claro. O mais estranho é que os carros podem estacionar em qualquer lugar, em cima da calçada, na contra-mão, muito curioso pois eles são muito organizados e neste item são bagunçados, ao menos parece que são.


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Dá para ver que tinha um pouco de neve em Karlsruhe
A quantidade de bicicletas é enorme e mesmo com o frio que tava fazendo, haviam muitas pessoas andando nelas.




O que concluímos é que o carro que havia sido entregue pela Europcar era do tipo van de grande porte e os passageiros que vão nos bancos de trás ficavam muito abaixo dos que vão no banco dianteiro, somando-se a isso o fato das janelas serem pequenas, o que gerou muita reclamação de todo mundo. No dia seguinte a primeira coisa que teríamos que fazer, antes de sair, era trocar o carro.


Fomos até o Hotel Renaissance no qual  nos hospedamos por € 75,00. Muito bom o quarto e o banheiro, ficamos muito bem instalados. O café da manhã não estava incluso na diária e custava a módica quantia de € 15,00 por pessoa. Moral da história, no dia seguinte tomaríamos o café da manhã com eles.


O que eu estava sentindo era uma certa tristeza de ir até lá em Karlsruhe e não conhecer a casa do Matheus, isso estava me chateando, mas tudo bem, às vezes faz parte da história não ter tudo o que se quer.






21/12/2010 - Dia 3: Karlsruhe - Innsbruck


Na manhã seguinte, descemos para a recepção às 8:30, hora combinada para nos encontrarmos. Eles viriam com todas as malas, assim como nós e iríamos trocar o carro para sairmos em direção à Innsbruck - Áustria.


A paisagem branca de neve é realmente muito bonita. A cidade estava maravilhosa, mais bonita que na noite anterior. Para nós que não conhecemos, ou no mínimo não estamos acostumados com a neve, acabamos aprendendo que a neve não derrete facilmente, quer dizer, na verdade é muito difícil de ela derreter. Nem com a chuva em cima ela se derrete rapidamente.


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Hotel Renaissance
Demorou um pouco e chegaram o Matheus e o Bidi apenas. Sem o resto do pessoal. Aí descobrimos que o Fernando havia passado a noite mal, vomitando, sem dormir. A Cleusa cuidando dele juntamente com a Eliana. Bem, iríamos trocar o carro por um mais adequado para nós 7 e depois iríamos pegá-los na casa do Matheus. Achei muito bom porque assim eu poderia conhecer a casa dele.


A troca do carro foi uma novela à parte. A atendente da Europcar no centro, onde foi retirado o carro, não fazia a menor idéia sobre como poderia trocar o carro e nem se tinha ou não algum carro disponível para nós.


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Pátio Europcar ao lado da Faculdade de Música
Depois de muito tempo perdido e a atendente ter sugerido que fôssemos até Stuttgart trocar de carro, pois naquela cidade poderia ter mais alternativas, é que o Matheus sugeriu irmos até uma outra loja da EuropCar, também na cidade, pois a Indelburga que nos atendia era uma topeira.


Fomos até a outra agência e esta era uma agência de verdade, com um pátio enorme, cheio de carros de tudo quanto era tipo, a maioria deles eram Mercedes e BMW's. Uma paisagem e tanto, principalmente com toda aquela neve em cima dos carros.


Depois de algum tempo, o atendente cancelou o contrato que estava todo errado e fez um contrato novo, isso demorou mais ou menos uma hora. Mas afinal escolhemos um Renault Traffic para 9 pessoas e um espaço para as malas. Saímos de lá muito mais felizes, pois neste carro o conforto era muito maior, era um carro e não um ônibus.


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Entrada do prédio do Matheus
Fomos até a casa do Matheus, estacionamos de acordo com a legislação: em cima da calçada e na contra-mão; e fomos até a casa dele. Um conjunto bem grande de prédios com apartamentos de um quarto com uma pia. O BWC fica no corredor e é muito limpo. Tem também uma área de cozinha coletiva, com geladeiras tipo frigobar, que os moradores dividem entre si, 2 fogões, mesa, sofá, televisão.


O Fernando já estava melhor, levamos todas as malas para o carro e saímos em direção à Innsbruck, com nós 7 no carro. Eu instalei o meu GPS Garmin Zumo 660 com o mapa CN Europe, que veio junto com o aparelho, depois de configurados os mapas corretos ficou uma maravilha. Seguimos cruzando a Alemanha em direção à Áustria, com o GPS e o mais interessante é que na Alemanha ele mostra inclusive as placas de trânsito e indica as mudanças de faixa de tráfego para não se perder as saídas.


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Paisagem ao longo do caminho
As paisagens continuavam muito brancas, cobertas de gelo. O termômetro do carro mostrando temperaturas entre 0 e -3 graus. Estávamos indo em direção aos Alpes e eu esperava ver neve novamente, pois somente na estação em Frankfurt eu tinha visto a neve caindo. Mas até o momento nada, somente a neve no chão mesmo e não era pouca, como dá para ver na foto.


Paramos para almoçar em um posto ao longo do caminho, onde tinha comida para todos os gostos, restaurante por quilo, por qualidade, saladas, pães e sandwiches, cafeteria, etc.


Seguimos em frente com nosso Renault diesel com a paisagem sempre branca nos acompanhando, o que denota que nevou muito em toda a região. Não se podia ver nenhum lugar salvo da neve. Ao longo da pista encontramos alguns caminhões que raspam a neve e ao mesmo tempo vão espalhando sal com areia, o que possibilita que seja possível trafegar pela estrada sem que se forme gelo, pois a água salgada não congela.


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Paisagem da estrada com os Alpes ao fundo
Depois de muito rodar, em quilômetros europeus, como chegamos à conclusão posteriormente, pois parecia que a viagem não rendia, andávamos 1 hora a 100km/h e não rodávamos 100 km, rodávamos uns 50 apenas. hehe. Uma coisa meio estranha que na verdade acabou acontecendo o tempo todo durante a nossa viagem.


Em um determinado momento começamos a avistar os Alpes e esta é realmente uma visão que a foto jamais poderá trazer inteiramente, ainda assim coloquei uma foto desta visão. É simplesmente estupendo a gente se deparar com um local que ouvimos falar durante toda a vida, desde as aulas de geografia do primário e ginásio e de repente estarmos de frente com os Alpes, não tem como explicar isto, apenas como sentir.


Como é inverno anoitece muito cedo, cerca de 5 e meia da tarde já está bem escuro. Tínhamos a intenção de transitar pelos Alpes ainda de dia e fomos seguindo, claro que quando chegamos em Innsbruck já era noite, mas não mais de 6 horas da tarde. O atendente do hotel Heimgart, onde nos hospedamos, estava apenas nos esperando para ir para casa, acho que se demorássemos mais um pouco ele teria ido embora e nos deixado na rua. Mostrou o quarto entregou a chave, disse que não tinha porteiro à noite e foi embora, mesmo assim, até que ele foi educado.


Nos instalamos e ficamos realmente muito bem localizados. Estávamos de frente para o rio Inn, que passa bem no meio da cidade, a cerca de 1000m da rua principal (centro histórico) onde tudo que nos interessava acontece, restaurantes, bares, feira de natal, comércio, prédios históricos, tudo. Sem contar que as estações de trem são construídas como se fossem iglus, não na forma mas por parecerem blocos de gelo formando uma meia lua.


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Estação de trem em Innsbruck
Saímos caminhando pela noite fria de Innsbruck, ao longo do rio visando conhecer um pouco da cidade à noite além de caminhar, pois passar um dia inteiro sentado é bem complicado, as pernas incham e o corpo fica meio estranho.

Chegamos no centro e ficamos rodando por lá para encontrarmos algum restaurante que tivesse alternativas de cardápio que se adequasse a todas as pessoas. O Fernando tinha passado a noite anterior vomitando e durante o dia não tinha comido praticamente nada, logo, tínhamos que encontrar algum lugar que servisse uma sopinha para ele, a Cleusa não come carne e a Eliana tem também uma alimentação mais natural e, ainda por cima, tudo teria que ser barato. Nem preciso dizer que fomos e voltamos mais de uma vez até que o pessoal se resolvesse, pois agradar a 7 pessoas não é nada fácil.


No fim, acabamos escolhendo um local que estava cheio de fumantes, assim que entramos a Eliana quis se mandar. Realmente o cheiro de cigarro estava meio forte, quase todo mundo estava fumando lá dentro. Dali seguimos a um outro restaurante muito bonito, que ficava em baixo de um Hotel (que não me lembro do nome), e entramos. Tenho que confessar que fui um tanto arrojado para poder fazer com que o pessoal me seguisse. Chegando lá dentro nos perguntaram se tínhamos reserva. Claro que não. Nos mandaram embora! Que coisa! Até aquele momento estávamos escolhendo livremente os restaurantes, cheios de frescura e de repente descobrimos que eles tinham que nos escolher também. Aí comecei a ficar preocupado.


Saímos dali e seguimos caminhando e nada de achar algum lugar. O pessoal estava cansado e eu e o Bidi fomos subindo pela rua principal até que chegamos em um calçadão todo enfeitado para o Natal. Voltamos e encontramos o pessoal novamente, resolvemos virar em uma ruazinha e depois de algumas falhas acabamos entrando em um restaurante Bar chamado Loewe. Assim que entramos pedimos quentão (para eles hot wine) eu a Bê e o Bidi tomamos um cada. A Cleusa preocupada com o Fernando que não tinha comido nada e estava meio fraco, foi com a Eliana e o Matheus para uma mesa de 4 pessoas ver se conseguia uma sopa para o Fer.


Nós 3 ficamos na entrada, sentados em poltronas numa mesa para três, curtindo o nosso saboroso quentão. Quando finalizamos o quentão, chamei a garçonete e pedi um vinho. Quando ela saiu, comentei com os demais que pedindo o vinho era bem capaz que ela nos arranjasse imediatamente a mesa que tanto queríamos. Não deu 1 minuto e ela voltou dizendo que a mesa estava disponível. Tivemos que rir, não deu para segurar, pois ninguém havia saído.


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Jantar em Innsbruck - O fotógrafo foi de mais.
Chegando na mesa fizemos nossos pedidos, o Fer pediu a sopa dele, pois na meia hora que ficaram sentados na mesa para 4 não tomaram o pedido de ninguém, ou seja, nada aconteceu. Tomamos nosso vinho e água, eu comi um filé, que estava mais ou menos, a Bê pediu um peixe assado, muito bom e ao final, solicitei uma bebida que tinha em um altar com várias garrafas sobre uma mesa atrás de nós, era um destilado tipo grapa, mas que na Áustria tem outro nome. Um café expresso, que é curto pra caramba, tem somente um golinho mesmo, um fundinho da xícara pequena de cafezinho, poderia ser servido em um dedal. Na Itália aprendi que têm o espresso lungo, este quase chega a meia xicrinha de cafezinho, já seria 2 dedais. hehe.


Voltamos caminhando para o hotel muito satisfeitos, embora num frio do cão, acho que estava -2 graus com um pouco de vento. Descobri que a minha segunda pele, mais o moleton da HD e a minha jaqueta impermeável que tem uma polar por dentro, além da ciroula segunda pele e calça jeans grossa, meia e a bota impermeável com pele por dentro, luva impermeável grossa para esquiar, foram suficiente para ficar bem. Descobri também que precisaria comprar um cachecol. Voltamos por outro caminho, cruzando a ponte na via principal e retornando pela outra margem do rio, já que tínhamos ido pela ponte de madeira, que tem uma cobertura também de madeira.
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Teto da ponte de madeira
Chegando no hotel fomos dormir, como todos os ambientes tem calefação a gente acaba não acreditando que lá fora está frio o que para mim tem uma dificuldade a mais, pois todas as mulheres são friorentas, menos a minha que sente calor e convencê-la a colocar agasalho é complicado, pelo menos no início, depois de um tempo ela acabou aprendendo que dentro é muito agradável, mas que quando a gente põe a cara para fora a coisa muda de figura.


Infelizmente, não vimos cair neve neste dia, embora estivesse tudo coberto de neve que tinha caído na semana anterior, tirando aquela que tínhamos visto no aeroporto, mais nada.




22/12/2010 - Dia 4: Innsbruck - Santo Steffano di Cadori


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Café da manhã
Acordamos no raiar do dia, às 8 da manhã, hehe, o pior é que é verdade, e fomos tomar café às 8:30h conforme estava combinado. A Cleusa e o Matheus estavam lá. O Matheus dizendo que a Eliana, o Bidi e o Fernando iriam ficar dormindo e que depois era para nós pegarmos eles no hotel.


Tudo bem, mas o café da manhã era bom demais e nós ficamos ali comendo frutas, pães e tortas maravilhosas, com yogurte e granola, ovos cozidos etc. Foi tanto tempo lá que depois de algum tempo chegou o Fernando, aí resolvemos esperar ele tomar café para ir junto com a gente, quando ele terminou de tomar café apareceu a Eliana e o Bidi. Bem, a história é longa, mas no final saímos todos juntos do hotel, às 11:30h para visitar alguns locais turísticos de da cidade.


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Eu e a Bê na rua e estava frio 3 graus
Saíndo pela via que acompanha o rio Inn, na mesma mão do hotel, fomos até a Igreja de São José ou da Sagrada Família, que fica localizada no início da subida do morro, bem, Innsbruck fica localizada às margens do rio Inn e cercada de morros dos Alpes por todos os lados, com estações de esqui também por todos os lados. É dos locais mais procurados da Europa pelos esquiadores e já foi palco de Olimpíadas de Inverno ou campeonato de esqui, não me lembro bem.


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Igreja de São José
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Imagem de N.S. grávida na frente da Igreja


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No centro de Innsbruck




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A Bê, o Bidi e a Eliana na Avenida central
Na Áustria se fala Alemão e este idioma entra pelo Tirol, localizado no norte da Itália, onde o nome da maioria dos locais é alemão assim como a língua falada por eles, que eles chamam de tedesco. Como nós estavamos com o Matheus, não tínhamos nenhum problema de comunicação já que ele é um perfeito alemão. Lá eles chamam a língua alemã de Tedesco.


A Igreja não era das mais interessantes, a não ser pela imagem de Nossa Senhora grávida, o que diga-se de passagem não é uma imagem muito comum.


Saímos da igreja e rumamos para o centro da cidade. Entramos com o carro em um estacionamento e a antena do teto do carro começou a raspar, achamos a princípio que fosse a capota e que poderíamos ficar entalados lá. hehe. Retiramos a antena e estacionamos. Em todos os locais que estivemos os sistemas são automáticos e não tem um funcionário sequer para explicar coisa alguma, somente para multar ou guinchar o seu carro se fizer qualquer coisa errada.


Ainda bem que o Matheus estava junto, senão poderíamos acabar tendo que aprender a lidar com os sistemas na base do apanhar muito. As máquinas funcionam muito bem, dão troco e validam os tiques facilmente, é só ler as instruções em alemão, coisa muito simples.


Entramos em uma loja no calçadão para comprar lembranças e eu aproveitei para comprar um cachecol, pois eu não tinha nenhum, já que não uso, mas aqui estava fazendo uma falta danada, afinal caminhar pelos locais com vento e temperaturas às vezes de 0 a -5 graus não é bolinho não, mas é gostoso. Já ouvi comentários do tipo "a Europa no inverno é muito ruim", discordo totalmente, a Europa no inverno é muito legal, até porque é diferente daquilo que estamos acostumados a encontrar no Brasil.


Com o cachecol ficou muito melhor, tanto que depois desse dia, não tirei mais o cachecol do pescoço. Outra aquisição fantástica foi a luva. Levei uma luva daqui do Brasil, uma que é impermeável e que eu uso na moto quando está muito frio e chovendo, mas era muito grande. Acabei comprando uma luva barata, de couro, ou imitação, mas que resolveu maravilhosamente o problema, logo elegi este outro acessório como imprescindível também. hehe.


Passeamos um bocado pelas ruas de Innsbruck, que é uma cidade turística maravilhosa, já que é dos principais locais de estações de esqui da região. Saímos da cidade perto do meio-dia e rumamos para Seren del Grappa, a questão é que passamos por uma infinidade de locais inacreditavelmente belos pelo caminho.


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Estação de esqui próximo a Seren del Grappa
Chegamos no Cumelico Superiore, onde tiramos a foto ao lado defronte a uma estação de esqui. Aproveitamos para pedir a um esquiador que havia acabado de chegar para tirar a foto do nosso grupo.


Passamos por uma quantidade enorme de pequenas vilas, todas muito antigas, nesta região do Veneto que fica na província de Beluno, bem no norte da Itália ainda em plenos Alpes. Região chamada de Dolomitti, devido às formações rochosas da região com altas montanhas de dolomitos expostos.


Nesta região a língua mais falada é o Alemão e mesmo as placas e os nomes dos locais e ruas e comércio, tudo, mas tudo mesmo que eu vi escrito por lá estava em alemão.


Seguimos viagem e quanto mais andávamos, parece que mais alto íamos e a paisagem se tornava mais branca e fria com camadas de gelo cada vez maiores. Eu ainda estava esperando pela possibilidade de ver mais gelo, pois havia visto muito pouca neve, claro que no chão tinha visto bastante, pois estava tudo coberto de neve, como é possível ver nas fotos, mas nevar mesmo que é bom eu tinha visto apenas em Frankfurt, no dia em que desembarcamos e nada mais.


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Estes pinheiros foram enfeitados pelo próprio Deus para o Natal.
Passamos por uma serra muito bonita onde todos os pinheiros estavam enfeitados para o natal. O mais interessante é que o próprio Deus havia enfeitados as árvores. Aqui no Brasil a gente tem que fazer este trabalho, mas lá? Lá não, lá Deus enfeita.
Era uma floresta enorme, de pinheiros plantados, claramente se trata de um reflorestamento, mas que provavelmente o pessoal vai cortando as árvores e replantando nos meios de forma que a floresta fica parecendo intocada.






Acabamos chegando em Casa Manzzano, cidade da família Dambrós, terra dos parentes do Alcidir. Subimos em um morro nevado com o carro que deixou a mulherada arrepiada e apavorada dentro do carro. Ficaram com medo que o carro despencasse morro abaixo. Realmente era um morro meio íngrime e a pista estava branca de gelo, o que mesmo em se tratando de pneus especiais para neve, que tem uma borracha muito mais macia, fazia com que o carro dançasse um bocado pelo caminho.






De qualquer forma acabamos chegando na metade do morro e parei o carro em um local e o Bidi e o Matheus foram subindo à pé em busca da Casa Dambrós. Acabaram achando a dita e souberam que era um café e pousada, entretanto estava fechada e não deu para tomar um café.


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Estação de esqui em St. Stefano di Cadori, bem na frente do Mônaco Sport Hotel em que ficamos hospedados.
O Bidi queria aproveitar para passar na prefeitura, buscar alguns registros de ancestrais, visitar o cemitério para ver alguns ancestrais, mas nada disso foi possível. Havíamos chegado lá um pouco tarde e não deu tempo para fazer estas coisas todas.


Estávamos com reservas no hotel Monaco Sport Hotel, em Stefano di Cadori e teríamos que chegar lá para dormir. Seguimos em frente pelo nosso caminho, sempre lembrando que la', no inverno, os dias são curtos e tínhamos que nos programar bem para passar pelos locais de dia.




Chegamos ao Hotel que era muito acolhedor, do tipo pousada, mas que surpreendentemente estava vazio. Acho que nós eramos os únicos clientes hospedados no hotel. Bem em frente ao hotel havia uma pista de esqui, que estava fechada, mas parecia ser boa para principiantes, pois tinha pequena inclinação. Pelo menos para um leigo total como eu, assim parecia.


Jantamos, tomamos um vinho ou dois, e fomos dormir. Os quartos eram muito acolhedores e tinha uma sacada que circundava todo o prédio, sendo que cada quarto tinha a sua sacada. Ao lado do nosso quarto ficou a Cleusa e o Fernando e logo em seguida, já virando para trás, o quarto do Bidi, Eliana e Matheus.




23/12/2010 - Dia 5: Santo Stefano di Cadori - Veneza




Levantamos de manhã, mas não muito cedo e fomos tomar café da manhã que era muito bom, eu pelo menos gostei muito. Trouxemos todas as malas para baixo, fui buscar o carro que estava lá atrás nos fundos do hotel, e trouxe ele para a frente pois estava frio e chovendo.


A chuva me dava o alento de que poderia nevar a qualquer hora. Incrível que com a chuva o gelo da neve não derretia. Eu fui meio que escorregando na neve misturada com gelo e água da chuva, até o carro. Parei na frente do hotel, de ré, para que pudéssemos ajeitar as malas, coisa que pode parecer simples mas já estava dando um certo trabalho. o pior foi depois que compramos mais uma duas malas em Florença, aí ficou realmente coisa de louco. Precisava fazer um projeto para empurrar todas as malas para dentro do carro.


Saímos de Stefano di Cadore com um certo sentimento de pesar, porque tinhamos ficado muito pouco tempo lá e o lugar parecia chamar para uma permanência maior, mas tínhamos um bom caminho a seguir e muitos outros lugares para ficar.


Se pudesse voltar para o planejamento da viagem, eu votaria em ficar mais uns 2 dias por aquelas bandas e tiraria um dia de Roma e outro de Florença ou Veneza. Não que estes locais sejam menos interessantes é que não ficamos naquela região de Beluno, apenas passamos por lá e é bonito demais para apenas passar.


Continuamos subindo para cruzar os Alpes e conforme subíamos ia ficando mais frio. A paisagem continuava coberta de branco para todos os lados em que se olhava. Num certo momento começou a nevar, estávamos na estrada em frente a um local muito bonito, que como todo o resto estava completamente branco de neve, mas alí tinha uma diferença, estava com pelo menos meio metro de neve sobre o telhado e até mesmo sobre o telhadinho, que cobria uma placa indicando o nome do bar e café, tinha meio metro de neve.


Era um café e paramos, mesmo sob alguns resmungos dentro do carro, para observar a paisagem e tomar um café. A Eliana visivelmente estava com medo, acho que por causa do gelo na pista, e achava que poderíamos não poder sair dali.

Eu já estava até gostando da idéia de ficar preso ali no meio da neve, pois tudo que eu queria era ver muita neve.



Seguimos pela estrada, onde encontramos um caminhão do tipo raspa neve e que também joga sal na pista evitando o congelamento, mas que mesmo assim, o asfalto que era preto estava se tornando branco, devido à grossa camada de gelo que tinha sobre a pista.


O lugar era paradisíaco, uma floresta toda coberta de neve, o chão branco e o asfalto ficando branco, e a Eliana apavorada que não conseguiríamos passar e eu, ignorantemente, achando maravilhosa a paisagem. Chegamos em um local onde estavam construindo uma ponte nova, sobre um vale e tinha um pontilhão, onde o fluxo de veículos era controlado por um semáforo. Paramos no sinal vermelho e havia acabado de começar a nevar, não resisti e saí do carro, abri meus braços para tomar um banho de neve.


Os flocos foram caindo sobre a minha jaqueta e não derretiam pois estava muito frio, acho que uns -5 graus. Quando o sinal ficou verde, eu nem tinha visto pois estava curtindo o meu momento, sem entender porque os demais não haviam descido do carro também, pois na estrada não tinha movimento quase nenhum mesmo, me deram um esporro do cacete, dizendo venha logo, entra no carro, vamos embora, daqui a pouco a estrada pode fechar e ficaremos presos aqui e vamos morrer congelados!!!


Santa Maria, que Deus perdoe as asneiras que o povo fala. Mas tive que voltar logo para o carro antes que fosse apedrejado, pois eu já tinha a fama do cara que gosta de comer, os outros não, que fica enrolando para ver a neve, os outros nem gostam, que sei lá mais o que, que outros não são assim.... Fica aqui registrada a minha reclamação.


Chegamos em Cortina Dampezzo, uma cidadezinha mais do que bonita, tipicamente de "inverneio", já que não dá para chamar de veraneio, hehe, e parei num café. Claro que de novo reclamaram, pois eu só penso em comer (que merda), eu queria era ver o lugar e tomar um café, dar uma mijada, que todos que reclamaram foram mijar antes de mim pois estavam mais apertado do que eu, acho que eles brigam só para não perder o costume, mas tudo bem, não estou nem aí. Paro mesmo. Afinal, provavelmente nunca mais passarei por aquele lugar e não ia parar? Não sou louco não...


Tomamos um café e seguimos em frente. Agora estavamos descendo para cotas mais baixas. Embora eles me dissessem que teríamos muitos dias para ver neve ainda, porque eles já tinham ido para lá e sabiam muito mais do que eu, nunca mais vimos neve nenhuma, nem no chão nem caindo, com uma rala (rala mesmo) excessão que foi em Paris, na Champs Elisée.


Chegamos em Seren del Grappa, uma cidade medieval, mas sem muralhas, chegamos na frente da igreja e tinha um restaurante muito bacana ao lado da dita. Chovia, pois desde que saímos de Stefano não parou de garoar e chover e agora chovia um pouco mais forte. Seguimos atrás do cemitério, que o Bidi queria ver algum túmulo, mas que como chovia muito, acho que ele não se animou e ninguém mais encorajou a ele.


Voltamos para o largo da igreja para almoçar no restaurante legal e fomos informados de que não estavam mais servindo. Que dor no coração que isso deu. Achei que deveria ter parado lá antes de ir atrás do cemitério, quem sabe não estaria aberto??? Perguntamos onde poderíamos encontrar um local para almoçar e nos indicaram um outro local meio perto dali, na mesma cidade.


Parecia ser uma cantina, paramos na frente, ainda haviam alguns clientes comendo, e nos sentamos, pedimos água, vinho e o almoço. Cada um escolheu uma coisa. Eu e a Bê comemos um prato que era um queijo gratinado, salgado pra caramba que não deu para comer, uma carne, mais ou menos e berinjela, bem, em resumo, comemos bem mais ou menos no lugar.




O interessante é que um dos caras que estava na outra mesa veio falar conosco, pois reconheceu que éramos do Brasil e ele já tinha vindo para cá, mais do que isso, tinha vindo para Curitiba, pois trabalha com teatro e veio para um festival de teatro em Curitiba. Disse que gostou muito daqui, que pretendia voltar, se precisávamos de alguma informação que ele pudesse nos auxiliar por lá, etc...


O Bidi esqueceu as luvas, cachecol e casaco dele pendurados lá no restaurante, acho que ele pretende voltar lá para buscar, e seguimos pela chuva, para Veneza. Claro que pelo caminho passamos por muitos lugares, uns mais interessante que os outros, inclusive, novamente, parei pelo caminho para tomarmos um vinho e comermos uns sanduíches de frios, que devido à ansiedade dos demais em perder tempo comendo, fomos comendo no carro mesmo.


Chegamos em Mestre, que é a cidade continental que dá acesso a Veneza, estacionamos o carro em um estacionamento que fica localizado na frente da estação ferroviária, onde embarcamos no trem para chegarmos em Veneza, facilitando assim a nossa vida, pois o Matheus havia nos informado de que estacionar o carro em Veneza deveria custar uma pequena fortuna e que seria muito melhor estacionarmos o carro em Mestre e irmos para lá de trem.


Achei muito legal esta alternativa, pois chegamos na estação de trem em Veneza, que ficava a 3 quadras do nosso hotel e que foi a solução para nós. Lembrar que tínhamos um monte de bagagens para carregar e foi muito tranquilo, embora ainda estivesse chovendo.




A chegada em Veneza é algo que não dá para explicar, pois aquela é uma cidade impossível, ou seja, é resultado da teimosia e capacidade do homem em se adaptar às situações mais estranhas. É um lugar que desafia aos olhos, pois embora a gente esteja vendo, ainda assim não acredita que o lugar exista. Os barcos param, ancoram com uma rapidez incrível, sem nenhuma frescura, como um ônibus que para em um ponto, saem uns passageiros, entram outros e segue viagem na mesma velocidade que chegou, parte. Demora para a gente acreditar naquilo que os olhos estão vendo.


Descemos, e fomos seguindo pela calçada, saindo da estação, virando para a esquerda, passando em frente de uma ponte incrível, em forma de arco, que tinha uma escadaria que subia para cruzá-la, e viramos à esquerda na rua do Hotel Alloggi Agli Artisti, embora não fossemos artistas, aceitaram nos alojar. hehe.


Andamos ainda uns 100m para chegar no Hotel que estava à nossa direita. Demos entrada no Hotel, pegamos as chaves dos nossos aposentos, ponderamos um pouco sobre quanto tempo demoraríamos para nos encontrarmos para sairmos para passear.


Saímos e cruzamos a ponte pela qual havíamos passado em frente anteriormente, e seguimos pelas ruelas da cidade, sendo que aqui e acolá, cruzávamos por canais de portes variados, alguns maiores outros menores, sempre com alguns barcos estacionados nas portas das casas, ou comércios, ou sei lá o que, como se fossem carros ou pior, cavalos, amarrados em frente ao portão. Alguns barcos se deslocando carregados com cargas de todo e qualquer tipo, inclusive pessoas, um local muito incomum, mas mostrando que tem um quotidiano comum como em qualquer lugar, ou seja, o inusitado corriqueiro que acontece aqui, acontece lá.


Seguimos olhando as lojas, muitas de grife, como Lacoste, Hugo Boss, etc..., uma cidade da moda, sem dúvida. Até que chegamos à Praça São Marcos, que era o local que pretendíamos chegar. Naquele momento, já tínhamos recebido dos comerciantes a informação de que teríamos uma maré de sizígia naquela noite, a maré alta seria à 1:30 da madrugada e chegaria a 1,30m de altura.

Quando perguntei para eles onde chegaria o nível da água eles mostravam cotas inacreditáveis nas paredes das lojas. Eu confesso que fiquei meio cético, pois não podia acreditar que a água chegaria naquela altura. O que aconteceria com as mercadorias das lojas? Entretanto observei que as lojas tinham alguns aparatos tipo comportas deslizantes que os lojistas baixavam na frente da porta, mas não conseguia compreender como aquilo funcionava, pois a águas passariam tranquilamente por aquilo.


A Eliana começou a ficar com pressa, e a apressar todos nós pois estávamos longe do hotel e as águas estavam subindo, tanto que tinha um bar muito bacana, localizado às margens de um canal mais largo que tínhamos passado e depois que voltamos da praça São Marcos, fomos até um deles para ver se tomávamos uma cerveja, pois o lugar merecia, e estavam parando de servir pois haviam clientes que vimos, juro por Deus, já estavam com os pés dentro da água. Cada vez aparecia mais gente com botas verdes, umas no meio da canela, outras acima dos joelhos e, algumas, literalmente até a virilha. A grande maioria das botas eram de cor verde milico.


Fomos voltando, confesso que eu estava mais curioso do que com medo, mas que tinha gente entre nós que tinha mais medo que curiosidade, isso tinha. Eu e o Matheus ficamos muito curiosos para ver até onde aquela maré poderia chegar, mas acabamos indo junto com os demais para o hotel. A Bê se deitou e eu fiquei por ali, abria a janela para ver lá fora, se dava para ver a água vindo, mas não dava. Aí ela falou, você está curioso para ir lá ver a água? Porque não vai? Aí eu pensei, caraca meu, porque não vou? E fui.


Quando cheguei em baixo, na portaria do hotel, quem eu encontro? O Matheus, eita companheirão!!!! Conversamos sobre nossa curiosidade, perguntamos para o porteiro do hotel se a água chegaria ali e ele disse que sim, claro que não acreditamos. Resolvemos que deveríamos ir até a rua que ficava na beira do canal, e fomos.


Chegamos lá perto e vimos que a água já havia invadido a entrada da rua e já tinha avançado uns 30 metros mais ou menos. Fui na ponta dos pés e como a minha bota era impermeável até os tornozelos não precisei tirá-las, mas o Matheus, coitado, teve que tirar. Ele me dizia: - Tio! Você não acredita como esta água está gelada!! Caramba! Esta água está muito gelada!!!


A gente riu muito daquela situação, mas como a água estava mesmo muito fria, depois que ele subiu na passarela que a prefeitura montou nas ruas, claro que sentia até mesmo os pés quentes. Fomos caminhando por cima da passarela até a sorveteria e compramos 2 cervejas e ficamos por ali conversando com os comerciantes sobre a maré e até onde chegaria.


Agora não estava mais chovendo, e aí vimos que as lojas tem piso de mármore e que as paredes são revestidas de mármore até um metro de altura, mais ou menos, exatamente para estes dias. Um dos comerciantes nos disse que aconteciam uma 20 marés daquelas por ano, ou seja, era algo relativamente comum. Muitos comerciantes passam a noite ali cuidando de suas lojas, outros fecham e vão embora.


Aí vimos que eles levantam tudo que tem na loja, que as vitrines são completamente impermeáveis, que colocam aquelas comportas na entrada das lojas, que não se destinam a vedar completamente a entrada da água, mas que reduzem a velocidade com a água entra e dentro das lojas tem um poço de bombeamento na entrada da loja, o poço tem acesso removendo-se algumas lajotas deixadas soltas para este fim, e dentro do buraco colocam bombas de mão, blindadas, que eles guardam na loja, e ligam a bomba jogando a água para fora. Como a bomba joga a água fora até que equilibre a vazão de entrada com a vazão de saída, o nível da água acaba ficando uns 30 a 50 cm mais baixo do que o nível do lado de fora da loja. Muito criativa a solução dos caras.




Tem loja que não fica ninguém, mas antes de fecharem eles levantam as mercadorias e deixam a bomba instalada no pocinho. Na porta de aço tem um buraco por onde eles instalam a mangueira da bomba que é ligada por um sensor de nível d'água dentro da loja. Logo, a bomba liga sozinha, joga a água para fora da loja, permanece ligada por um tempo. Quando o nível da água dentro da loja baixa, a bomba se desliga automaticamente. Gostamos do sistema, eu e o Matheus.


Sei que a noite fica agitada, os lojistas ali, conversando e cuidando dos sistemas, uns ajudando aos outros, comentando sobre a maré, muito interessante. Teve um momento em que estávamos na esquina da rua do hotel, sobre a passarela, e o comerciante da esquina nos falou, animadamente, em italiano: - Pôxa! Era para a maré dar 1,30m e já deu 1,45m, muito mais do que estávamos esperando. Acho que é a maior maré do ano!


Bem, já passava das 2:30 da madrugada e nós ainda estávamos por ali, sendo que a hora da maré máxima que haviam dito era 1:30 e nada da maré começar a baixar. O ponto do vaporeto, que é o nome do ônibus naval de lá, estava no meio da água que havia invadido tudo. Acho que Veneza inteira estava em baixo d'água. Resolvemos que iríamos embora porque tínhamos que dormir, no dia seguinte tínhamos mais o que fazer.


Tirei minha bota também, pois a água estava alta pra caramba, e entramos na água. Caraca!!!! A Água estava fria de matar. Acho que devia estar perto de zero graus. Sem sacanagem, a água da praia da Joaquina, que é muito fria, é super morna perto daquilo. Pois não deu para acostumar com a temperatura da água. Fomos caminhando e, depois de uns 100 dos 150 metros que tínhamos que seguir para chegar no nosso hotel, segurei nos ombros do Matheus, e comecei a considerar a hipótese de que não tinha outra alternativa senão chegar ao hotel, pois meus pés estavam doendo muito, e os dele também, fomos nos segurando um outro para chegar às escada de entrada do hotel.


Quando cheguei lá, eu não sentia mais os pés, apenas sentia muita dor nos ossos. Subi sobre o mármore e fiquei ali parado por um ou dois minutos até que a dor foi passando e eu comecei a sentir o piso, que me parecia quente. Aí batemos na porta e o porteiro nos olhou como se olhasse dois doentes da cabeça, abriu a porta para entrarmos, subimos e, no dia seguinte, pela primeira vez na viagem, meus pés estavam totalmente desinchados. Foi um gelo e tanto.




24/12/2010 - Dia 6: Veneza




Acordamos e fomos à sala do café da manhã que estava incluso na diária e era bom. Gostamos mesmo. Tinha café expresso! Que beleza! E saímos por lá. Contamos ao pessoal nossa experiência da noite anterior e que o meu pé não estava mais inchado. Hehe. Saímos na rua e não tinha nenhum vestígio da enchente que tinha tido na noite anterior. O mais interessante, não tinha cheiro, nem ratos, nem nada.


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Vaporeto
Compramos um tiquet para o vaporeto, válido por 24 horas, e fomos até a praça de São Marcos novamente, agora de dia, fomos conhecer o castelo, a prisão, a ponte dos lamentos, que era o caminho para a prisão, que tinha uma janela por onde o preso veria pela última vez o lado de fora. Coisa meio tétrica aquilo, mas é a humanidade, cheia de maldade, sempre.


Aproveitamos o vaporeto e fomos até Lido, que é a ilha que forma a área protegida onde se encontra Veneza. Um lugar mais moderno e visivelmente turístico de muito glamour. Deu para ver que no verão deve ser um lugar que recebe muitos turistas, e que não deve ser nem um barato, pois tinham muitos lugares que lembravam castelos de contos de fadas.


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Passarela até a praia.
Descemos no lado da baia, no porto do vaporeto, e seguimos à pé pela avenida em direção à costa do mar Adriático que banha o norte da Itália, na costa leste. Chegamos lá e encontramos uma infraestrutura asuntosa para turismo, incluindo passarelas que vão até dentro da água para que os frescos que não gostam de pisar na areia possam ir até o mar. Uma praia longa, com areia grossa, para os nossos padrões e muitas, mas muitas, conchas. Ao lado do local que vimos tinha um lugar com um quantidade muito grande de barracas, para trocar de roupas, parecia, com cadeiras de aluguel. Interessante, embora não tivesse ninguém por alí, pois esta frio.

A Bê pegou algumas conchar para a Tia Célia, que tem uma coleção de conchas e adora isso, e guardou na bolsa para entregar para ela. Voltamos pela mesma avenida e paramos em uma cantina de massas. Adivinhe! Pedimos pizza, aí descobrimos que é uma pizza para cada pessoa, e tomamos vinho e água, como sempre. A Eliana e a Cleusa, que sofrem da síndrome do passarinho para comer, acharam que jamais conseguiriam comer a pizza inteira, mas no final, todos nós comemos nossas pizzas e não sobrou nenhum pedaço de ninguém. Nem do Fernando que também é pequeno. Ele também comia sempre a pizza dele inteira.






Voltamos para o vaporeto e pegamos o barco para Veneza novamente.


Era véspera de natal, ou seja, dia 24 de Dezembro. Quando saímos do Hotel pela manhã, havíamos passado em um restaurante que tinha logo ao lado do hotel, e havíamos reservado um lugar para jantarmos na nossa noite de Natal. Voltamos para o hotel para tomar banho, e nos prepararmos para a Ceia de Natal.


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Brinde de Natal. Em Veneza, que xiki.... ihihih


Quando era umas 10 da noite, fomos até o restaurante, pedimos nossos pratos, tomamos champagne, água, vinho, jantamos até que bem, mas nada que tenha ficado para sempre na memória, como foi a pizza do almoço em Lido.





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Missa de Natal.
Ainda saímos, depois da janta, para caminhar por lá. Tinha praticamente somente a gente nas ruas. Fomos atrás de telefone para conversar com o povo do Brasil. Eu utilizei o meu celular para falar com o meu pai e com os filhos, depois me arrependi, porque a conta foi mais salgada que aquele queijo grelhado que comemos em Cortina Dampezzo. Mas caminhamos um bocado por lá ainda, até que chegamos em uma igrejinha muito bonita e antiga. Os sinos estavam tocando para a missa da meia-noite. Não tivemos dúvidas, entramos na Igreja e assistimos à missa em italiano. Muito bom. Deu para agradecermos a oportunidade que estavamos tendo de estar ali.

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Nós e a freira (pena que saiu tremida).


Na saída da missa, seguimos pela rua que retornava ao nosso hotel e encontramos uma freira, que estava em um grupo de freiras, ela veio até nós, falando em português e dizendo que morou muitos anos no Brasil e que gostava demais daqui. Era uma freira muito simpática. Nos disse que estava aposentada, morando em Veneza e que se pudesse algum dia voltaria ao Brasil.

25/12/2010 - Dia 7: Veneza - Florença


No dia de Natal, saímos do Hotel em Veneza e fizemos nosso caminho até a estação ferroviária da ilha e tomamos o trem de volta para o continente, localidade chamada Mestre, onde o nosso carro estava em um estacionamento bem na frente da estação de trem.

Na estação em Veneza, achamos uma loja que vendia lembranças e acabamos comprando a famosa máscara do carnaval de Veneza, que ainda não tínhamos comprado e como era dia 25, e cedo, estávamos com medo de não termos como e onde comprar, embora soubéssemos que seria uma daquelas coisas duras de carregar, pois é muito delicada e teríamos que andar com ela ainda por uns 15 dias, mas achamos que valeria a pena.


O dia estava brusco e chovendo, mas a gente acaba se acostumando com o tempo de inverno, principalmente para quem é de Curitiba o que é perfeitamente normal no ano todo. O problemas é que tínhamos bagagem demais e levar tudo aquilo para o trem é que foi mais chato. Como o trecho é curto, foi muito rápido. Ao longo do caminho fui sentindo uma sensação de plenitude por estar conhecendo lugares que sempre ouvi falar.


Chegamos na estação, desembarcamos em uma plataforma interna da estação e tínhamos que descer escadarias para passar por baixo dos trilhos e depois subir para sair da estação pelo mesmo ponto onde tínhamos chegado. Com as malas desajeitadas foi uma missão ruim, me lembro até hoje daquela situação, mas tudo bem, afinal de contas sofrer carregando bagagens entre Veneza e Mestre não é para qualquer um e se botasse a boca no trambone não faltaria gente para ocupar a minha vaga com alegria. Inclusive eu mesmo. Hahahaha.


Cruzamos a rua com a malarada e fomos até o carro. Arrumar tudo no bagageiro, bem, pelo menos já tínhamos um projeto bem detalhado de como colocar as bagagens. O duro é que tinha até um colchão inflável que o Fernando estava levando por todos os lugares, embora eu não tenha visto ele usar nenhuma vez. Um dia falei para ele porque não jogava fora e comprava outro aqui no Brasil que devia ser da mesma marca e um custo baixo quando comparado com o trabalho que tava dando levar aquilo. hehehe. Mas ele não quis saber, era artigo de primeira necessidade para ele. Hehehe


Dali saímos e seguimos em direção a Rovigo. Passamos no entorno da terra de origem da minha bisavó, a Pasquina, ou Pascoína, não sei como se escreve, cujo nome era Santa Carrara Bianchi e que nasceu em Padova. Vimos várias placas para Pádova, pois passamos no anel rodoviário que desvia a cidade.


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Avenida no Centro de Rovigo.
Seguimos em frente, Rovigo era a terra dos antepassados da Cleusa e do Fernando, por parte do Tio Zico, pai da Cleusa e avô do Fernando. A cidade é pequena mas atraente e antiga como todas as outras cidades da Europa. Vimos algumas referências à destruição da cidade durante a segunda guerra e referências à valorização dos seus habitantes na reconstrução da mesma.


Visitamos uma igreja em frente do local onde estávamos estacionados. A cidade estava muito tranqüila e tudo parado pois era dia de Natal e ainda era cedo. Foi difícil achar um lugar para tomar um café, e como eu estava precisando de um banheiro, pedi para usar na lanchonete e a moça que estava lá abrindo o estabelecimento, limpando a pia, os copos, o balcão, etc., me autorizou, mas já fui pedindo 2 cafés pois ela me olhou com cara de poucos amigos e demonstrando que não estava gostando da brincadeira. Ao final tomamos os cafés, eu e a Bê e usei o banheiro que era extremamente necessário naquele momento.


Seguimos em direção a Bologna, onde entramos para almoçar. A cidade é bem grande mas estava tranqüila por ser dia de feriado. Paramos o carro em um local onde o Matheus nos indicou que era possível estacionar e entramos na cidade à pé por uma Via Dell'Indipendenza. Enquanto caminhávamos passamos na frente da um largo onde tinha uma estátua do Garibaldi. Como o Garibaldi veio para o Brasil e se casou com a Anita, tornando-a Garibaldi, e ela foi para a Itália junto com ele, ficamos felizes de encontrar uma estátua em homenagem a ele.


Seguimos caminhando pela via em busca de um local para almoçar, entramos em um restaurante por quilo, daqueles meio comerciais, vimos que tinha sanduiches, que eles chamam de panini, e no andar de cima tinha um restaurante, mas achamos que estava muito ruim, principalmente por ser meio tarde e os pratos no buffet estavam bastante remexidos. Decidimos seguir em frente, o que foi um ato de muita sorte, pois acabamos virando à direita na Via de Falegname e encontramos uma venda do tipo empório, muito legal que tinha frutas, queijos, vinhos e muitas outras coisas interessantes e na frente o Ristorante Pizzeria Il Moro, este sim com uma cara muito boa.








Entramos, o pessoal nos disse que fechariam em uma hora e se para nós estava bem assim. O que deixou muito claro que caso pensássemos em ficar por mais de uma hora nos colocariam para fora do restaurante, data à grande educação dos europeus no trato com os clientes, os italianos então, uma coisa de louco. Mas pelo menos nos avisaram, o que já estava ótimo, depois não diga que não avisei! Hahaha.



Na verdade haviam muitos clientes sentados almoçando, muitos mesmo, o restaurante era uma casa grande e estava quase lotado. Sentamos em uma mesa que o garçom nos indicou e fizemos nossos pedidos. Nós todos concordávamos que em Bologna deveríamos pedir macarrão à bolognesa. Mais do que lógico. Mais eu não resisti à tentação e pedi uma pizza de presunto cru. Que uma coisa de outro mundo na Itália. A Bê pediu o macarrão, bem ela sempre foi mais esperta do que eu mesmo. Depois que trouxeram os pratos não resisti e provei o prato dela. Hummmmmmm!!!! Que delícia!!!! Caraca! A minha pizza estava muito boa, mas muito boa mesmo! Mas o macarrão dela também estava bom, mas muito bom mesmo. Quando passarem por Bologna, não se esqueçam, Ristorante Il Moro, no endereço citado anteriormente.


Saímos do restaurante e fomos retornando pelo mesmo caminho que havíamos vindo. Chegamos próximo ao estacionamento onde estava o carro, na Praça 20 di Settembre, e alí estava tendo uma feirinha de alimentos. Não tivemos dúvida, pelo menos eu e o Bidi não tivemos, compramos uma copa e um salame, que vocês não vão acreditar, era italiano mesmo!!! E uns queijos também. Como tínhamos acabado de almoçar levamos para comer na janta no hotel ou alguma outra possibilidade.


Pegamos o carro e fomos em direção à E-35 que ia para Florença (ou Firenze ,para eles que não sabem escrever direito). No caminho, ao longo da estrada, nos deparamos com paredões enormes construídos nas laterais da estrada, do tipo guard-rail, só que com uns 5 metros de altura. O Matheus, nosso consultor super especializado em assuntos europeus, nos explicou que se tratava de barreiras contra o som. Tinha uns conjuntos residenciais ao lado da estrada e as muralhas construídas deviam mesmo ser para segurar um pouco o ruído da estrada. Realmente os caras estão lá na frente!


Fomos seguindo em frente, erramos uma entrada para Firenze e não tinha como fazer a volta pois era pista dupla. Fomos indo até que apareceu outra entrada para a cidade, desta vez saímos, embora estivesse meio ruim já que tinham obras na região. Saímos pela direita, cruzamos por baixo da via e entramos em uma via de acesso que era muito urbanizada, tipo bairro residencial. Tinham algumas mansões que nos encheram os olhos também, mas coisa grande, nem vou dizer que eram casas de cinema porque todos sabemos que eram casas de cinema mesmo. hehe.


Paramos em um posto para abastecer e, para variar, ninguém no posto. O Matheus, nosso consultor especial, foi com o Bidi, nosso caixa naquele momento, eu acho???, a máquina para liberar uns 20 euros de diesel na bomba 5, onde o carro estava. Eu fique esperando para abastecer. Minha primeira experiência como frentista. O Matheus gritou de lá pode abastecer. Eu peguei a bomba e coloquei na boca do tanque, apertei o gatilho e nada.


Sei lá o que estava acontecendo, lógico que chamei meu consultor especial. Nada do mesmo jeito. Que merda, lá se foram € 20,00. Trocamos para uma outra bomba onde 2 outros carros abasteceram e colocamos € 10,00, porque 20 dava azar. Hahahaha. Deu certo. Procuramos como nos comunicar com qualquer um e nada de sucesso. Bem, fazer o que, ficar esperando o posto abrir no dia seguinte devia valer mais do que € 20,00.Fomos embora e prometemos para nós mesmos que no dia que fossemos embora passaríamos por ali para reclamar nossos vintão.


Seguimos pelo caminho até que chegamos em um local alto de onde via toda a cidade histórica de Florença. Paramos ali no estacionamento, que estava cheio de turistas estacionados, ônibus, vans, etc., e fomos ver a paisagem. Tiramos uma porção de fotos, depois de um tempo é que conseguimos sair dali para ir em busca do nosso hotel.

Não podemos nos esquecer de estávamos com o meu GPS instalado no carro, que é o Garmin 660, que eu uso na moto. É so mandar procurar o endereço e pronto, seguimos as instruções do GPS e fomos chegar exatamente na frente do Hotel First Firenze, que era o local onde tínhamos reserva pela internet que a Eliana, Cleusa e Bê tinha já feito e pago do Brasil.

O duro foi achar o hotel estando na frente do hotel. Era só uma plaquinha na parede do prédio com um interfone. Shiiiiii!! Pensamos que tínhamos entrado numa fria, mas, tudo bem, quem está na chuva é para se molhar mesmo.


Tocamos o interfone e uma mocinha abriu a porta. Deixa explicar. Uma porta! Imagina uma porta de cinco metros de altura, no mínimo, por 1,5 de largura cada folha, a outra metade ficou fechada. A espessura da porta, que era de madeira era coisa de 15cm. Tanto que tinha um motor que abria e fechava a dita cuja. Depois de um tempo apreciando aquilo, subimos para falar com a moça, mas ali tinha um elevador com grades e porta de abrir com uma outra porta do tipo pantográfica por dentro e uma escada que subia dando a volta no elevador.



 A atendente nos perguntou se queríamos ver os quartos. Eram dois quartos, um para duas pessoas, eu e a Bê, e outro para os outros cinco. Primeiro vimos o nosso, novamente uma porta de cofre, com pinos de aço em ambos os lados, e entramos num quarto paradisíaco. Maravilhoso! Como pode ser visto nas fotos. Ah, sim, e tinha internet WiFi, que lá eles pronunciam exatamente como se escreve, não é “uai-fai” como aqui, é “vi-fi”mesmo. Hahah



O outro quarto, que era para acomodar os 5, era muito grande, com escada, mezanino, sala, 2 banheiros, cozinha, 2 quartos e sala com sofá cama. Coisa de doido, com decoração muito legal também. Sem dúvida o melhor lugar daqueles que já tínhamos ficado até aquele dia.





Descemos para pegar as malas no carro e levar para cima, o que não era tarefa fácil e precisava de todo mundo. A atendente nos disse que iria avisar a prefeitura da presença do carro na zona histórica da cidade e que poderíamos estacionar no estacionamento que tinha na rua de trás, pois na rua do Hotel não era permitido. Eu e o Matheus, depois de levar as malas junto com os demais para cima, fomos atrás do estacionamento. Conseguimos uma vaga para o nosso carro, que não é de morador e não é carro com autorização especial da ZTR nem autorizado da Universidade que tinha em frente ao estacionamento e não era elétrico que tinha vaga especial com carregador. Wow!! Se não fosse o consultor especial para assuntos europeus eu teria me ferrado novamente.


Deixamos o carro e voltamos. Fomos ao quarto deles, que tinha uma mesa grande, e desempacotamos nossas compras da hora do almoço para jantar. Mas temos que agradecer o pessoal do Hotel que nos presenteou com frutas, panetone (italiano!!), uma garrafa de vinho. Mama mia! Jantamos muito agradavelmente os 7 juntos.





O Bidi resolveu fazer um vídeo da nossa estada, com a criatividade que lhe é peculiar, incluindo a sua inerente italianice sanguínea. Afinal tirando a Bê que é portuguesa, os demais éramos todos italianos de origem, ou seja, oriundi. O Vídeo ficou muito legal, seria bom se alguém conseguisse colocar ele no youtube para por o link aqui. Quem sabe ainda dá certo.


Depois de jantar, tomar o vinho, comer o pão e ficar de palhaçada por ali, resolvemos dormir, pois todos nós estávamos extremamente cansados naquela altura dos acontecimentos.


26/12/2010 - Dia 8: Florença


Acordamos de manhã e fomos todos juntos tomar nosso café da manhã na lanchonete/café que tinha do outro lado da rua, na mesma esquina. A gente escolhia um suco, um café e algo para comer. Podia ser ovos mexidos, ou um sanduiche prensado ou outras opções que tinha no cardápio. Achamos meio estranho mas ao final era bom de mais e nos dias que ficamos lá acabamos nos acostumando àquele café e já gostávamos dele, tínhamos que considerar que não é em qualquer lugar que o café está incluso na diária, logo, estávamos no lucro.


Saímos caminhando depois do café em direção à praça Annunziata, próxima de onde estávamos e cercada por muitos Museus. Nosso guia era o Matheus, com o Bidi e a Eliana, eu estava seguindo eles, íamos ver a estátua do David, esculpida por Michelangelo, uma obrinha.


Chegamos ao museu que abriga a obra, pagamos o ingresso e entramos, o museu é muito maior que apenas o David, é lógico, e andamos um bocado por lá vendo um tacho musical, que segurou o Matheus por mais tempo que todos os outros, precursores de violinos e violas, além de outros instrumentos medievais, alguns dos quais muito estranhos.


Não pudemos fotografar no interior do museu, fora algumas poucas fotos que tiramos escondido, quando saímos do museu tinha uma fila enorme para entrar. Vimos que demos sorte em chegar mais cedo senão perderíamos ali mais de uma hora só para entrar.


Dali seguimos à pé para a Catedral De Santa Maria Del Fiore - Florença, mais conhecida por Duomo, que ficava perto dali também. Caramba! Que Igreja grande! Em frente à Igreja principal, tinha um outro prédio enorme, chamado de Batistério, ou seja, naquele tempo não era permitido aos não batizados, ou seja, aos pagãos, entrarem na igreja logo o batistério ficava do lado de fora da Igreja Matriz, onde era permitido que o pagão entrasse para ser batizado e somente então poderia ter acesso à nave da igreja principal.


Andando em direção ao museu Uffizi, vimos diversas estátuas de Michelangelo, daquelas cheias de amor, um guerreiro pisando sobre o corpo de outro com a cabeça do adversário estendida no ar, inclusive com parte da coluna vertebral dependurada. Outro raptando uma mulher enquanto lutava com um porrete matando o coitado que protegia a sua mulher, ou filha, sei lá.


Sei que fiquei novamente impressionado com o “amor” sempre tão presente na conduta dos homens, criaturas de Deus, todo poderoso e senhor de “bondade”. Deve ter algo errado nesta história toda, que infelizmente se escreve com “h” mesmo! Bem, este é assunto para outro momento.


Seguimos até o ao lado da Piazza de La Signoria, no museu Galleria Degli Uffizi, localizada ao lado da praça e vimos que tinha uma fila muito grande para entrar, desta forma, como já era meio dia, achamos mais atraente o Ristorante e Pizzeria Il Progille (não tenho muita certeza do nome do restaurante) localizado na Praça Signoria, onde tem o Palazzo Vecchio.


Neste restaurante, pedi minha pizza como sempre, mas na saída vi que tinha uma carne maravilhosa. Chamei o garçom para perguntar que prato era aquele e me disse que era o Filet Firenze. Guardei até hoje o nome do filet, mas em nenhum outro local onde comemos foi possível encontrar aquela maravilha que vi, logo, deveria ter almoçado novamente para comer aquele filet, pois aí teria passado mal, mas teria comido o dito filet que até hoje aguarda por mim. hehe


Saímos do restaurante passeamos pela praça, a Fonte de Netuno, as esculturas de Micheangelo, que estão em um verdadeiro museu a céu quase aberto, digo quase porque tem teto mas não tem paredes. Eu e a Bê, depois de rodarmos um pouco ali pela praça e tirarmos algumas fotos, decidimos entrar no Palácio Velho, onde tem um museu e fica a administração da cidade de Florença.


Aí então fomos à Galeria Uffizi, que é um grande museu, onde tem diversas obras de Botticelli, entre outras. Mas é muito grande mesmo! Tem vários andares. Dos andares superiores é possível ver o rio Arno, que banha Florença, e a ponte Vecchio, onde originalmente existia o comércio de carnes e ferreiros, mas em 1593, o Duque Ferdinando Primeiro expulsou esta turma e os substituiu por ourives e joalheiros, que até hoje ocupam o local.


No café, localizado no alto da Galeria, tem uma varanda de onde se pode ver a torre de Arnolfo, edificada em 1310 e é parte do Palazzo Vecchio, saímos para tirar umas fotos no lado de fora. Fazia um frio de lascar, próximo de zero graus e ventava muito, desta forma foi difícil ficar lá fora, mesmo que por pouco tempo para tirar apenas umas poucas fotos.

Saímos da Galeria e fomos retornando para o nosso hotel, pois já era noite a algum tempo. Quando chegamos perto da Basílica de Santa Maria, que ficava no caminho do First Firenze Hotel, onde estávamos hospedados, eu, a Bê e o Fernando resolvemos que comeríamos em um restaurante e o resto do pessoal preferiu ir para o hotel, pois estavam muito cansados.




Nós três localizamos uma cantina bem interessante que servia pizza e massas de modo geral. Eu pedi a minha velha pizza de prosciutto crudo e a Bê e o Fernando pediram calzone. Para variar, estava muito bom e, novamente, cada um conseguiu dar conta do seu prato sem maiores problemas, cheguei a pensar que eles não dariam conta do calzone, pois o mesmo era bem servido, mas ao final, não sobrou nada. Tudo acompanhado de água mineral e um bom vinho Monte Pucciano


A casa estava cheia de clientes, com quase todas as mesas ocupadas, embora tenhamos visto que em cima também tinha mesas ficamos no piso térreo. O banheiro ficava no subsolo, cujo acesso se dava através de uma porta de duas folhas de vai e vem, seguida de uma escada longa e reta.


Haviam mais 3 mesas no nosso pavimento térreo que eram ocupadas por famílias de brasileiros. Uma destas famílias era de gente muito simpática de São Paulo e conversamos um pouco sobre os roteiros e lugares a serem visitados, locomoção, etc. A mesa que este pessoal desocupou, rapidamente já estava ocupada novamente por um outro grupo de 5 pessoas, adivinhem! Novamente todos brasileiros.


A rigor encontramos ao longo de todo o tempo em que estivemos por lá, uma grande quantidade de brasileiros, sendo que até um brasileiro conhecido, chamado Newton,  vou omitir o sobrenome para protegê-lo, acompanhado da esposa e alguns amigos, nós encontramos no Museu do Vaticano, mas isto aconteceu em Roma.


Voltamos caminhando pelas ruas frias de Firenzi até o hotel, mas antes passamos pelo estacionamento onde tínhamos estacionado o carro, lá vimos um carro amarelo, elétrico, que estava ligado na tomada carregando para o dia seguinte. Conforme dá para ver na foto.


27/12/2010 - Dia 9: Florença


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Duomo.
Depois de uma noite muito  bem dormida, levantamos tomamos nosso banho e descemos juntamente com todo mundo para tomar o nosso café da manhã, sendo que neste segundo dia eu pedi ovos mechidos com torrada e café expresso lungo, mas muito lungo mesmo, porque o expresso deles é muitíssimo curto.


Saímos do nosso café e fomos caminhando até a Basílica de Santa Maria, ou Duomo, que ficava localizada no início da rua do hotel a umas 2 ou 3 quadras de distância, ou seja bem pertinho.


Aí sim paramos ali para tirar fotos, entramos na Basílica, mas não pudemos entrar no Batistério porque tinha que pagar e não achamos que valeria a pena, afinal de contas nenhum de nós era pagão. Hahaha.
Batistério.
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Domo da Igreja.
Perceba a altura que estão as pessoas, logo abaixo da janela redonda
Entramos na nave principal da Igreja e deu para ter uma boa idéia do poder contido no local. Realmente, na idade média, se um inimigo entrasse lá ficaria boquiaberto com a grandeza do local e, mais do que isso, se sentiria minúsculo diante de tamanho poder. Acho que esta era a idéia geral da coisa. Lá nas alturas tinha um pessoal caminhando em passarelas laterais que subiam em direção ao Domo da Igreja, olhamos para cima, ponderamos, ponderamos novamente, finalmente chegamos à conslusão de que não valeria à pena subir aquilo tudo. Acho que deve ter uns 50 metros de altura (pode ser que tenha mais, ou menos, hehe).
Como sempre tinha um presépio na lateral da nave, um relógio maravilhoso voltado para o interior da Igreja e o piso, como sempre, de tirar o fôlego.


Abaixo do piso da nave principal existe uma escada que dá acesso ao subterrâneo da Igreja, onde, durante uma reforma do piso, foram encontradas ruínas da construção anterior que existia naquele mesmo local e olha que as ruínas indicavam uma arquitetura rica e rebuscada da antiga estrutura que ali estava.


Saímos da Basílica e fomos caminhando pelas ruas em direção ao rio Arno, passamos pela Igreja Franciscana, que é uma construção magnífica e muito antiga onde estão enterrados Michelangelo, Leonardo da Vinci e outros personagens da história Italiana.


Mas antes de chegarmos na Igreja franciscana passamos por uma barraca onde tinha uma koreana ou chinesa sei lá, que estava vendendo malas. Como tinha uma mala muito boa e barata e no nosso carro não cabia mais nenhuma bagagem, eu e o Fernando resolvemos comprar uma mala cada um e a Cleusa também resolveu comprar outra. Todos ajudaram na escolha da qualidade e beleza das malas, eu fiquei com umaa mala preta e o Fernando com uma azul, as duas iguais, e a Cleusa ficou com uma vermelha. Claro que a da Cleusa era muito mais linda que a nossa que “simprinha” mas limpinha, hahaha, na verdade rimos muito da situação, mas é que estávamos mesmo precisando, pois tínhamos algumas lembranças para comprar ainda e não cabia mais absolutamente nada em nossa mala. A gente ia ter que resolver como por no carro, mas tudo bem.


Depois dali claro que tivemos que retornar para o hotel para poder guardar as malas, pois continuar andando com elas o tempo todo ia ser muito para a gente. Foi uma idéia muito boa essa, pois quando saímos do hotel, o que não foi tão fácil, pois quando chegamos lá, sabe como é não? Todas as mulheres resolveram subir ao quarto, cada uma com uma desculpa, mas independente disso, ao sairmos pela rua ao lado, nos deparamos com um restaurante bem pequeno, uma cantina, que servia sanduíches de mortadela, presunto, queijo e tinha também alguns pratos para o almoço.

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Cantina "La Mescitta".
Entramos ali, meio espremidos porque não tinha lugar, nos mandaram esperar lá fora, esperamos... esperamos.... até que nos mandaram entrar, quando um pessoal saiu. Sentamos em uma mesa bem apertada para nós sete, mas estava ótimo. O Bidi pediu Trippa Alla Fiorentina (buchada) sem feijão. Eu e a Bê acabamos pedindo Maccheroni al Ragu. Claro que mesmo assim não deixei de experimentar o originalíssimo panini de mortadella. Sei que ali comemos a preços relativamente baixos e muito bem, mas muito bem mesmo, um almoço tipicamente italiano, daqueles que quem trabalha lá come diariamente.




Depois do almoço, seguimos em direção ao rio Arno novamente, claro que passamos novamente em frente da Basílica e acabamos chegando a um largo com restaurantes, cafés e sorvetes. Como todos dizem que os sorvetes italianos são os melhores do mundo, fomos tomar um sorvete. Eu achei o tal do melhor sorvete do mundo super doce e enjoativo como todos os sorvetes que já comi, incluindo o Fredo (argentino), bem, quem gosta de sorvete disse que era especialíssimo e muito bom. Eu acreditei e me dei por satisfeito de ter tomado o melhor sorvete do mundo e também descobri que realmente sorvete não é realmente o meu forte, porque também não gostei. Hehe.

Dali seguimos para a Ponte Vecchio, mas no caminho passamos em um local que tinha uma caixa de correio e o pessoal foi colocar a correspondência para o Brasil. Nesta era eletrônica os cara ainda usam o serviço postal, que beleza, tão antigo quanto o lugar em que estávamos.


Passamos por mais algumas igrejinhas pra lá de antigas, ruas maravilhosas e cheias de turistas e também de lojas de grife, daquelas que dá medo de entrar, mas também tinham lojas muito boas que vendiam roupas de dormir e meias, de tudo quanto é forma, comprimento, desenho e cor. A Cleusa entrou para comprar meias para a Carol, eu acho.


Passamos também pela feira de Florença, que é um lugar coberto e com muitas estátuas nas colunas, onde o Bidi e a Eliana foram colocar o dedo na boca ou no nariz do javali. Eu muito ignorante nem sabia que tinha que fazer aquilo e até agora não sei, ah sim! Muito bom lembrar disso porque tenho que lembrar de perguntar para eles qual é o barato do nariz do javali.


Finalmente chegamos lá na ponte Vecchio e encontramos um comércio que vendia lembranças de Firenze, mas a maioria das lojas eram joalherias mesmo. O duro foi segurar a mulherada do grupo, mas minha maior preocupação era mesmo a Bê, sabe como é, neste caso o bolso era meu. Hehehe. Mas quando chegamos ao meio da ponte calculei que já teríamos passado por mais de um milhão de euros em jóias. Os preços são muito altos, qualquer correntinha custava milhares de euros, anéis então! Nem pensar.


Saímos correndo dali e foi uma vitória conseguir que nada de mais caro fosse comprado além das lembranças, acho que eu comprei um Pinóquio, que é típico da região. Tiramos um monte de fotos no meio da ponte, onde tem um largo sem lojas e se pode ver o rio ao fundo.


Cruzamos a ponte e saímos pela outra margem do rio Arno e seguimos pela rua que beira o rio caminhando até a ponte Alle Graze para cruzar o rio novamente e seguimos até a Piazza Santa Croce, onde fica a Basílida de Santa Croce. Paramos alí no largo para tirar fotos e descansar, embora descansar fosse difícil porque não podíamos sentar, o frio era muito grande e os bancos estavam úmidos.


Seguimos pela Via Fiesciana até chegamos a um café, entramos e nos sentamos. O Matheus, alemão e organizadíssimo, sabia que o star do carro estava vencendo em uma hora ou em meia hora, sei lá. Eu e ele saímos a jato, deixando os demais ali no café com a promessa de que eles esperariam por nós ali. Caminhamos rápido e como camelos, pois o lugar ficava bem distante de onde era o hotel e o carro estava estacionado na rua de trás do hotel.


Fomos pela mesma Via Fiesciana, até o final da rua e lá viramos à esquerda na Via de Pilasti e esta via vai até a Via Del Castellaccio, que era a rua de trás do hotel onde tinha o espaço de estacionamento na porta da faculdade Cortire Lettere e Filosofia. Não era muito longe, cerca de 1 km para ir e outro para voltar.


Chegamos lá colocamos as moedas no aparelho que vai calculando a hora da saída até que se esteja satisfeito e peça para imprimir o boleto que a gente tem que por no carro. Não tinha limite de tempo naquele local, então fomos pondo euros pra caramba na maquineta até dar na manhã seguinte, quando sairíamos da cidade e pegaríamos o carro novamente.


Quando voltamos e chegamos no local em que eles estavam nos esperando, tomamos nosso café, ouvimos as histórias deles, pois tiveram problemas com o proprietário do café, que queria botar eles pra correr porque estava na hora de fechar, pagamos a conta e fomos embora.


Na volta, passamos em uma fiambreria e compramos pães, frios, queijos, vinhos e fomos para o nosso hotel. Que beleza! Tivemos um jantar de frade. Tá certo que deu trabalho para arrumar os frios nas travessas, mas o Matheus foi mestre nisso e todo mundo ajudou na arrumação. O resultado foi divino.


Depois de comer, beber, rir muito, devido à boa companhia e mais as palhaçadas do Bidi que resolveu fazer um filme, com roteiro e tudo, falado em portulhano ou itaguês, não sei bem, só mesmo indo dormir para curtir o caso. Claro que não antes de tomar muita água da torneira, pois lá se toma água da torneira que é realmente potável e boa, muito boa. Somente a água de Roma era meio estranha, não matava a sede embora a gente tomasse um monte. A barriga ficava cheia e a sede continuava. Meio esquisito... Sei lá que acontecia.


Tínhamos que dormir bem naquela noite, pois no dia seguinte teríamos que pensar muito sobre colocar toda a bagagem no carro. Hehehe.



28/12/2010 - Dia 10: Florença - Siena


Acordamos no horário combinado, no raiar das 9 mais ou menos, acertamos a conta no nosso maravilhoso hotel que dava pena de sair, descemos para tomar o nosso café do outro lado da rua e depois descemos com as malas.


Eu e o Matheus fomos até o estacionamento para trazer o carro na frente do hotel pois andar com toda a bagagem até lá ninguém merecia. Demos uma volta do cão para chegar ao hotel novamente e paramos bem em frente. O pessoal já estava na calçada esperando com a bagagem quando chegamos.


Aí fomos calculando e pondo, mudamos várias vezes o projeto de logística e acabou que conseguimos. Vitória para todos, principalmente para o Matheus, o Bidi e eu que metemos a mão na massa, enquanto os demais ficavam torcendo dizendo: - Claro que não vai caber, vocês não estão vendo? Como vocês são teimosos. Haha. Conseguimos viu gente!


Na saída da cidade passamos pelo mesmo caminho pois queríamos fotografar a cidade do mirante que tínhamos visto quando chegamos e ainda tínhamos que tentar recuperar os nossos € 20,00 do diesel no posto que tinha engolido a nossa nota. Estávamos prontos para brigar pelos vintão.


Foi uma decepção do cão, pois chegamos ao posto prontos para brigar em qualquer língua que fosse, nem que eu chingasse o pessoal em português, mas foi só dizer o que aconteceu e a mulher pegou os € 20,00 do caixa e nos entregou. Que merda! Nem uma confusãozinha tendo razão deu para fazer. Seguimos viagem achando que tínhamos que colocar mais combustível no carro ali para pagar pela honestidade deles, a gente não está acostumado com isso.


Chegamos em San Gimignano que é uma cidade medieval com muralhas bem em um morro. Paramos o carro no estacionamento e entramos na muralha da cidade e fomos subindo a ladeira. Alguns cafés pelo caminho, museus de tortura (acho que é moda no lugar) e fomos subindo até o alto da cidade, onde tinham várias torres de vigia. Acho que eles adoravam alturas e valorizavam muito a cidade ficar no alto de um morro.



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O Fernando ficou apaixonado...
Passeamos um pouco conhecendo os lugares, teatro, largos e a Igreja, que tentamos entrar pela saída e nos disseram que teríamos que comprar ingressos para o museu e para visitar a igreja. Achamos que não valeria a pena pois a cidade já era um museu a céu aberto.


Subimos muito, até o alto, quando o Matheus nos disse que eles não autorizam que a gente sente nas escadas da igreja para comer algum lanche. O Matheus nos disse que isso é proibido na Itália. Ai que vontade de fazer isso que a gente estava.


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Esta pizza estava muito boa.
Entramos em um café e comprei lá um tipo de torrone, que na verdade é um biscoitão grande e embrulhado para não ficar úmido. Achei um negócio bem mais ou menos mas é típico da região da Toscana e comemos. Tomamos café e vinho da região. No alto do morro tinha uma pizzaria, como só eu e a Bê pensávamos em comer, os demais eram meio faquir, a gente se controlava para não ficarem chamando a gente de gordo e glutão. Acabou que passamos pelos restaurantes e comemos uma pizza de pedaço, que compramos em um local que vendia pizza em pedaços para comer na mão, sem pratos. Muita boa a pizza do cara, valeu a experiência. Sentamos em um banco num local coberto de um daqueles prédios medievais e comemos, já que na escadaria da igreja a gente não podia sentar.


Descemos o morro, parei para ir ao banheiro em um café e tomamos um excelente café num lugar muito bonito, cujo ambiente era bem moderno embora em um prédio muito antigo.


Retornamos ao carro e tomamos o rumo de Siena, nosso próximo destino e onde iríamos dormir.


O caminho é muito bonito porque a Toscana é uma região bonita demais e tem um espírito próprio, muito difícil de explicar aqui, mas tem um espírito muito perceptível na região.


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A Bê subindo a ladeira, prá variar.
Assim que retornamos à estrada e andamos um pouco vimos uma muralha à nossa esquerda e não teve como não pararmos novamente. Era uma outra cidade medieval, com a muralha intacta, o nome do lugar era Castello di Monteriggiano. Uma cidade dentro das muralhas. Curiosamente eu achei que o espaço interno das muralhas era muito grande, ou seja, tinha muito espaço desocupado. Pode ser que eles tivessem construído as muralhas esperando que o lugar crescesse mas não deu certo. Sei lá!


Deixamos o carro estacionado em um espaço de estacionamento em baixo do morro e subimos à pé. Dentro da muralha encontramos uma praça e uma igrejinha muito bonita, entramos na igreja e a Bê para variar acendeu uma velinha, aliás, em quase todas as igrejas na qual entramos ela acendeu uma velinha. Como em todas as demais igrejas que entramos sempre tinha um presépio montado e em alguns locais tinha muitos presépios montados, até concurso de presépio nós vimos.


Fomos seguindo as calçadas interiores da muralha e chegamos até uma escada improvisada, do tipo andaime, que dava acesso ao topo da muralha do lado oposto à entrada. Era um ponto muito alto que dava vista a uma planície com muitos e muitos quilômetros de distância, daí se viu o posicionamento estratégico do local.


Ali vimos a história de que aquele castelo era parte de um sistema de defesa da cidade de Siena, ao todo eram 4 ou 5 daqueles castelos, estrategicamente posicionados nos pontos que poderiam dar acesso à cidade. Assim eles tinham como se defender de invasores.


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Esta água estava muito fria!
No interior tinha uma torneira com água fresca, possivelmente água de poço, que é utilizada para o abastecimento da cidade. Nós abrimos a torneira e tomamos um pouco de água com a mão em concha. A água estava muito fria, nem seria necessário uma geladeira para gelar a água. Foi de doer a mão, não só a minha como a do Bidi e do Matheus também, que eu me lembro tomaram da água, todos nós reclamamos da temperatura. O Bidi que queria tirar a foto ficou reclamando que estavam demorando muito para tirar a foto e que a mão dele estava congelando. Hehe.


Aproveitamos um café que tinha ali no interior das muralhas, que estava muito bom. Haviam alguns outros clientes, visivelmente turistas italianos mesmo que deviam estar de passagem por ali. Pode ser que fossem pessoas ligadas a produção de vídeos ou fotos também, tinha cara do tipo artista, mas não eram novos não.


Saímos de Monteriggiano e seguimos no caminho de Siena por uma estradinha bem estreita, do tipo sem acostamento, que passavam dois carros relativamente apertado. Em alguns locais haviam construções antigas ou não que chegavam bem na beira do asfalto, dando uma sensação de mais apertado ainda.


Chegamos no final do dia em Siena e, com a ajuda do GPS, encontramos o Hotel Alex, localizado bem próximo das muralhas de Siena, coisa de 200m de distância. Tinha uma grande escadaria para subir para o hotel e não tinha onde parar o carro. Como na Europa a gente estaciona de qualquer jeito, parei meio em cima da calçada mesmo e descarregamos as bagagens. Aí fomos buscar um lugar para parar o carro do outro lado da Via Arentina, que passa na frente do hotel, novamente a presença do Matheus foi imprescindível para localizar onde pode e onde não pode parar.


Estacionamos o carro em local de sombra e bem bom, era só descer uma escadinha no jardim, chegar na calçada da Via Arentina, cruzar a rua e entrar no hotel.


Nos instalamos nos quartos, que eram muito simples mas tinha banheiro com pia e outro compartimento com o chuveiro. Acho que já era resultado de uma reforma, porque nitidamente muito dos hotéis nos quais ficamos tinham banheiros adaptados.


Quando saímos do hotel para jantar, já era noite, seguimos em direção à muralha para acessar à cidade histórica. Entramos e fomos subindo a ladeira, em uma esquina passamos pelo Panifici Sclavi Forno Pantaneto. Que padaria bacana! Cheia de pães diferente, deu vontade de entrar e comprar tudo quanto era tipo de pão, mas e daí? Fazer o que com os pães? Bem ficamos na vontade. Seguimos subindo a ladeira em direção sabe Deus à onde, algum lugar deveria ter restaurantes para nos atender, pois ali tinham somente casas visivelmente de moradores da cidade e alguns pontos de comércio.


Viramos à esquerda em uma rua que parecia indicar o caminho pelo movimento, entramos em um comércio onde tinham queijos e principalmente vinhos. Compramos umas garrafas de vinho Monte Pucciano e saímos dali carregando a sacolinha.


Caminhamos um pouco mais e chegamos a um largo enorme chamado Piazza Del Campo. Um lugar muito grande com o chão em forma de funil, caindo para um ponto central onde se encontrava o Pallazzo Comunale e a Torre Del Mangia. Em baixo do prédio tinha a entrada do museu da cidade.
Em volta desta praça tinha uma grande quantidade de cafés, bares e restaurantes, pizzarias, muitos com mesas calçada, com cobertura e aquecedores de ambiente. Haviam ainda fechamento lateral com folhas de plástico, pois estava frio à beça e ventando ainda por cima. Desta forma, fomos andando e escolhemos um lugar que nos pareceu mais adequado pela aparência e suposto preço, que no final era igual para todos os lugares.

Pedimos um vinho Montepulciano e, como eu estava traumatizado por ter perdido o macarrão a bolognesa em Bologna, pedi um capeletti com molho bianco. Estava muito bom, todos nós comemos massa ou pizza.


Depois que jantamos e tomamos o nosso vinho e café, passeamos pelo interior do bar, que era muito bonito, com uma decoração bem legal na parte interna, embora frio, do lado de fora era melhor. Eles distribuíram uma manta para colocar sobre as pernas, esta manta aumentou bem o conforto, principalmente para a Eliana, Cleusa e Fernando que  eram os mais friorentos da turma. Pois estava muito frio mesmo, não me lembro a temperatura, mas acho que era algo como 5 ou 6 graus com uma brisa para incomodar mais ainda.


Saímos do restaurante e demos uma volta pela praça, vimos uma fonte que tinha bem atrás, no alto e no meio da praça. Aí nos contaram que quando tem o festival de Siena é que a cidade fica muito legal. Eles simulam uma batalha medieval com cavalos e cavaleiros, lanças. Pelo que o pessoal falou é coisa de cinema. Haviam vários cartazes fazendo chamadas para os turistas visitarem a cidade no festival.


Voltamos caminhando pelo mesmo caminho para o hotel fomos dormir.






29/12/2010 - Dia 11: Siena – Sacrofano


Levantamos e fomos tomar café no salão de café, que ficava no piso inferior. Um bom café da manhã. Depois saímos do hotel, levamos todas as bagagens para o carro, desocupando o Hotel Alex, trancamos o carro e seguimos caminhando pela cidade antiga novamente, pelo mesmo caminho da noite anterior.


Retornamos até a praça do Campo, que deve ter este nome devido ao festival e é onde tem o campo de batalha. E seguimos em frente pelo outro lado da praça. Passamos em frente a um lugar chamado La Fattoria. Lá dentro tinha uma moça fazendo bordados em peças e chamei a Bê para fazer um bordado para o Lucianinho. Aí ela bordou um babador com a frase ”Lucianinho – La Gioia de La Nona”. Ela saiu toda orgulhosa de ter achado algo personalizado para o Lucianinho, porque eu não comentei, mas o que esta avó lembrou do neto durante todo o tempo da viagem foi coisa de doido, mas ela se comportou bem, ou seja, agüentou bem as saudades.

Seguimos até o largo da Igreja Matriz de Siena. E que obra majestosa aquela. Em frente a igreja tinha o Museu Arqueológico de Siena e também o Museu de Ópera Metrolotitana, que nós demos uma olhadela e não pareceu muito interessante.


Decidimos entrar na igreja que tinha muito mármore avermelhado, negro e branco e algum artista dali aprendeu a desenhar riscando em relevo no mármore, formando filamentos escuros. Com esta técnica foram realizados desenhos simplesmente maravilhosos e cheios de detalhes sugerindo movimento de uma forma absolutamente moderna. Aos lados da Igreja tinham ainda colunas encimadas pela loba que criou Rômulo e Remo.


Entrando na igreja se vê logo na entrada uma mandala desenhada e composta entre mármores de cores diferentes. Uma mandala relativamente estranha para a Igreja Católica da época, com a loba e Rômulo e Remo ao centro e diversos outros animais à sua volta. A inquisição consideraria aquilo algo no mínimo ocultista. Toda a igreja é decorada em listas horizontais bancas e pretas, lembrando os turbantes dos Faraós do Egito. Achei tudo muito bonito, mas um tanto estranho na igreja, estranho no sentido de incomum.




Todas as figuras do chão da igreja eram formadas por mosaicos de mármores de cores branca, preta e bordô, com um nível de detalhe espantoso. Os arquitetos daquele tempo eram artistas incomuns para os padrões atuais. Acho que aquela devia ser uma excelente profissão na época. A cúpula da igreja era simplesmente magnífica, o pé direito altíssimo e a quantidade de obras de arte no interior, como sempre, impressionante. Tinha até um carrossel de leões em um púlpito todo trabalhado. Logicamente, como em todas as demais igrejas, não poderia faltar o presépio. Este era em tamanho real com bonecos que pareciam pessoas em tamanho real, bem bonito.


Dali fomos à Igreja de San Giuseppe, sendo que na praça defronte a mesma tem-se uma vista maravilhosa e se vê ainda uma construção muito antiga, uma pequena capela, que acho que é a Capela de Santo Agostinho. Muitas casas e prédios típicos, coloridos e bem cuidados marcam o padrão da cidade. Até mesmo um gato no interior de um apartamento, que fiquei ponderando se era de porcelana ou real, até que depois de muito tempo ele virou a cabeça e vi que estava vivo mesmo. Isso foi de mais.


Já estava na hora do almoço e eu necessitado de um banheiro para necessidades tipo 2. Hehe. Retornando em direção à praça do Campo, passamos diante de uma cantina muito bacana, mas com uma dona muito mal educada, já nem sei mais se são mal educados ou se todos iguais, logo, nós é quem estávamos fora do padrão. Entrei, fizemos uma serinha no balcão, do tipo será que almoçamos ou tomamos um café, deixei o pessoal ali e fui até o banheiro que ficava atrás, dando a volta no balcão e passando pelas três salas que tinham mesas.


O banheiro era mínimo, para eu poder tirar a roupa foi um sofoco, apertado pra caramba, não é que a megera foi atrás de mim? Dizendo que eu não poderia usar o banheiro que era para uso exclusivo dos clientes, etc. Eu gritei para ela que eu era cliente e o Bidi que estava lá fora ajudou explicando para ela que iríamos almoçar, mesmo que fosse mentira.


A Eliana e a Cleusa não estavam querendo almoçar ali de jeito nenhum, não sei porque, pois o lugar era bem bonito, bem arrumado, com toalhas das cores da Itália, tinha vinho e comida boa. Não sei. Mas deu uma confusão do cão, a Cleusa quase saiu nos tapas com a dona do rescinto. Depois que todos se acalmaram comemos ali e estava muito boa a comida, o vinho da casa, servido em jarra, e a água que é da torneira.


Depois do almoço retornamos ao carro e seguimos o rumo, ainda para o sul, em direção a Cortona. O Bidi tinha mais muitos parentes lá em Cortona também. Quando chegamos lá vimos que se tratava de uma cidade bem grandinha e, para variar, com um baita de um morro com uma igreja no topo.


Como turista não tem nada na cabeça e acha que tudo é muito bacana, mesmo sem fumar maconha nenhuma, deixamos o carro e entramos a parte histórica da cidade à pé mesmo, pois nosso carro não podia circular na ZTR (Zona de Tráfego Restrito).


Já de cara uma rampa do cão e lá fomos nós, de cara uma bela Igrejinha, entramos para fazer de conta que estávamos interessados na igreja, quando na verdade era para dar uma descansada mesmo. Hehe. E continuamos subindo, mas que ladeira. Quando estávamos já bem alto, passamos em frente de uma casa onde tinha um rapaz e uma senhora tirando um senhor do carro, parecia que ele tinha quebrado a perna, ou algo assim, também morando em lugar como aquele não se pode escorregar nem que neve. Percebemos que morar ali e estar numa situação daquelas não é bolinho não.


Lá pelas tantas encontramos a Igreja de São Francisco de Assis, muito antiga, subimos a escadaria e entramos na dita. Era muito escura, com quadros enormes nas paredes, relativamente simples. Quando saímos da igreja, entramos no pátio lateral e vimos a chamada para uma exposição de presépios. Eu, a Bê e o Bidi, que éramos os mais novos e que tínhamos fôlego para termos subido lá, entramos para ver, principalmente porque não precisava pagar nada. Deviam ter uns 15 ou 20 presépios, todos feitos com muito carinho. Bem bacana.


Aí, descemos de lá e seguimos em frente, sempre subindo a ladeira, coisa não só de cansar, mas também de enjoar. Só ladeira e mais ladeira. Até que chegamos em uma pracinha muito bacana com uma série de casas muito ajeitadinhas em volta da praça. Um lugar muito bonito e com jardins, embora fosse inverno, bem cuidados. Era um lugar bacana de se morar, não fosse tão alto. Ponderei que deveria ter pessoas que nasceram ali e desceram não mais de uma ou duas vezes até a planície lá em baixo.


O Bidi, sei lá de onde tirou a informação, queria chegar em uma igreja que devia existir lá no alto. Gente, nem os malucos que moravam lá estavam mais fazendo casa naquela altura em que estávamos, e nós, os turistas, continuávamos subindo. Vale lembrar que Cortona é uma das cidades Etruscas da região, que era o povo que habitava o lugar antes da chegada do povo romano.


De repente começou a tocar os sinos da Igreja e nós subindo pela Via Santa Croce, que era equivalente a estar levando uma Croce nas costas mesmo, quer dizer, nem tanto, mas aí, quando ouvimos os sinos, acreditamos no o Bidi tinha falado que existia uma igreja lá em cima mesmo. E aceleramos o passo, quer dizer, aceleramos só um pouquinho, porque a ladeira era brava e tinha um pedaço ali que tinha uma escada para ajudar a continuar subindo, se é que podemos chamar isso de ajuda, pois nem era rolante a escada. Um elevador iria bem ali.








De repente visualizamos o Santuário de Santa Margherita. Uma Igreja grande com um monastério na parte de traz da igreja. Confesso que não fosse pelo fato de poder contar que estive lá, talvez não tenha valido o esforço, mas entramos e até assistimos um pedacinho da missa que estava começando. Acho que mais para descansar do que para assistir mesmo.
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Eliana, Cleuza e Bê na praça em Cortona. Era só alegria.
Começamos a descer pelo mesmo caminho por onde havíamos subido. Dizem que na descida todo santo ajuda, mas na verdade todo santo empurra e quem tem juízo que vá freando, porque senão se arrebenta todo. Em pouco tempo os joelhos já estavam tremendo, mas seguimos heroicamente em nossa conquista de Cortona, afinal de contas, somente nós sete havíamos subido por aquele caminho até lá em cima, mais ninguém. Os demais turista haviam subido de ônibus pelo outro lado. Mas nós não, nós havíamos subido à pé pela Via Cruce. Uns babacas ignorantes.


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Eliana e Bidi. Italianos mas com cara de turista. Hehehe.
Na volta fomos ao cento da cidade histórica até a Piazza della Repubblica, um largo bem bonito e arrumado, com galerias de arte, museus, cafés, restaurantes e lojas. Ah! As lojas! Pronto. Entramos em uma loja muito bonita, que parecia ser do tipo inglês, mas era italiana mesmo, hehe, e compramos sombrinhas para a Bê, um chapéu bem bacana que a Bê usou um pouco. Nunca mais vi ela usando. Nem sei se não jogou fora! Mas tudo bem. Entramos em um mercadinho muito bacana, que tinha frios e queijos, pães e vinhos. Tudo que a gente queria. Compramos uma porção de coisas pensando em jantar no quarto do hotel quando chegássemos lá perto de Roma, em Sacrofano, no Hotel Sereníssima. Ao menos o nome prometia. Com o GPS nós o encontraríamos, éramos pessoas de fé, havíamos subido a Via Cruce e estávamos abençoados, mesmo sem ter assistido a missa.


Saímos de Cortona logo depois do anoitecer e seguimos nosso caminho para Sacrofano, algo sagrado, algo profano, ao menos foi assim que eu entendi o nome do lugar.


Chegamos nas imediações da cidade de Roma, pois não queríamos chegar em Roma à noite pois não conseguiríamos pegar as chaves do apartamento que alugamos para a nossa estada. Até nisso a Eliana pensou. Um planejamento de matar. Andamos por algumas rodovias do tipo rodoanel e fomos seguindo o GPS com a ajuda do Matheus que era o navegador de todas as horas, sempre apoiado pelo competente GPS. Depois de andar por caminhos jamais teríamos achado, não fosse pelo GPS, encontramos o Hotel Sereníssima, olha! Que Hotel! Muito bonito o lugar. Muito frio também.
Fizemos o check in, descarregamos as malas. O quarto da Cleusa e do Fernando estava uma meleca, pois estava fedendo, segundo eles, eu não cheirei nada. Eu e a Bê ficamos no nossa, que era ao lado do deles e estava cheirando menos mal. Bem ficamos ali mesmo.


Aí arranjamos todas as coisas para o nosso queijos e vinhos. O problema é que não tinha faca. Aí o Bidi pegou o canivete dele, que devia estar mais ou menos limpo, começamos a brincar com isso e fodeu. O Fernando não quis comer e não comeu nada, bem fazia um ou dois dias que ele não comia mesmo, então ficou sem comer um pouco mais. Os demais jogaram a sorte para cima e comemos. Moral da história é que ninguém passou mal, ou seja, o canivete estava limpo, VIU FERNANDO!!!!


Depois disso dormimos, pois no dia seguinte teríamos que entrar em Roma e ir atrás do nosso alojamento.




30/12/2010 - Dia 12: Sacrofano – Roma


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Nosso café da manhã em Sacrofano.
O café da manhã foi bom no Hotel Sereníssima, conforme pode ser vista na foto ao lado.


Carregamos novamente o carro, parece que cada vez ficava mais difícil. Ainda bem que iríamos devolver o carro em Roma, senão dali alguns dias teríamos que escolher entre nós e as bagagens para entrar no carro.


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Nosso passeio por Roma na chegada. Entramos pela Via Ápia.
Fomos entrando triunfantes e maravilhados na cidade. Que coisa a gente ir a um lugar que desde sempre se ouviu falar e que tem um berço de história que não é brincadeira.
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A Bê na Catedral de Roma.
Passeando pela cidade fomos até a Catedral de Roma, que é a Igreja onde o Papa é Bispo. É uma senhora igreja. Lembramos muito do Joaquim, irmão da Bê, enquanto estávamos nesta igreja, curiosos, porque passamos por tantas igrejas e, claro que por várias vezes a Bê dizia – meu irmão gostaria de ver isso, ou – meu irmão gostaria de ver aquilo. Mas ali, naquela catedral, nós dois ficamos pensando muito nele, e, se não me falha a memória, chegamos a ligar para falar com ele aqui no Brasil, só para poder dizer isso para ele, que é claro, quem o conhece, sabe que ele respondeu com seu típico – Amém.




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A Bê lidando com o telefone para ligar para o Joaquim
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O inevitável presépio - Catedral de Roma.
O mais interessante é que estávamos ainda com o carro e para visitar a catedral tivemos que largar em cima da praça da igreja. Graças a Deus nenhum guarda nos pegou guinchando o nosso carro.


Saímos de lá e demos algumas voltas pela cidade, visitando lugares históricos, para isso não precisa nem planejar, qualquer lado para onde se olha tem algo histórico. Como disse o Prof. Pedro quando fomos para a Espanha, “- não quero ver nada que tenha menos de 500 anos”. Fomos até o local onde tinham corridas de bigas na Roma antiga e vimos também os palácios que foram dos césares do outro lado da praça.




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Nossa Van (Azul) estacionada sobre a calçada da Catedral de Roma.




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Fernando e Cleuza em frente à Catedral de Roma.




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Nós na praça de corridas de Bigas - Roma Antiga.




A cidade estava se preparando para um grande show que teria naquela noite em homenagem à virada do ano, onde teria apresentação de artistas famosos. Não me interessei nem um pouco, mas algumas pessoas acharam que isso poderia ser super legal. Eu não me animei mesmo. Ir até lá para ver um show de artistas que nem conheço e nunca ouvi falar? Nem a pau, Juvenal!


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Eu e a Bê -  Só faltaram a Bigas correndo ali em baixo.
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Eu e o Matheus, meu querido sobrinho, afilhado e guia dos bons.


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Nós em frente a Cantina onde almoçamos - Trastévere




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Comendo uma carninha. Em Roma. Huummmmm!


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Nosso carro estacionado na beira rio, Tévere.
Passamos o rio Tévere e fomos até o bairro chamado Trástevere, que fica atrás do Tévere, como o nome bem o diz. Paramos o carro na via beira rio, que se chama Lungotevere. Hehe. Andamos um pouco por lá até encontramos uma cantina bem bacana, localizada em um porão, e comemos uma boa carne com massa. Tomamos vinho, como sempre e o preço até que honesto. Mas como era fora de hora, como sempre, foi difícil de encontrar um lugar para comer.
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Sala de Jantar do Apartamento de Roma
Dali saímos e fomos atrás das chaves do nosso apartamento que ficava a uma quadra da Piazza Navona na Via di Santa Maria Dell’Anima número 16. Bem na área histórica de Roma e perto de tudo, desta forma pretendíamos andar a pé.


Depois de algumas peripécias, conseguimos estacionar o carro e o Matheus, o Bidi e a Eliana foram até a imobiliária pegar as chaves e os demais ficamos no carro esperando, parados em um local onde não poderíamos estar estacionados pois todos os carros que estavam ali tinham uma autorização de tráfego no pára-brisa. Bem agora estávamos na Itália, e ainda mais, em Roma, logo, possivelmente poderíamos conversar com um guarda que aparecesse, pois se fosse na Alemanha ou na Áustria, nem pensar.
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Bidi e Cleuza na suite onde ficamos eu e da Bê.




Eles não demoraram muito e depois que chegaram, tiramos as malas e resolvemos ir levar as bagagens até o apartamento para depois irmos até a estação de trem para devolver o carro.


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Sala de Estar.




Andamos pelas ruas irregulares e cheias de gente indo e vindo pelas ruelas estreitas de calçamento irregular, até que chegamos no endereço, abrimos uma porta enorme e fomos subindo de elevador, pois cabiam apenas 2 de cada vez com algumas malas.
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Quarto da Cleuza e do Fernando - Onde tinha a portinha suspeita!


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O Bidi na rua em frente ao prédio no ano novo.




O apartamento era no terceiro andar. Aí abrimos a porta, que era de cofre como as de Florença, e levamos um susto. O apartamento era muito bacana, tinha mais de 200 m2, cozinha do tipo mineira, ou seja, enorme, 2 banheiros, sendo um com banheira, lavanderia, calefação, 3 quartos sendo 2 com mezanino, sala de estar e sala de jantar. Todos ficamos maravilhados e parabenizamos novamente a Eliana que tinha conseguido encontrar aquelas maravilhas para nós.
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Eu na fonte de Benini na Praça Navona.


Enquanto nos ajeitávamos no apartamento, cada um em seu quarto, vimos que não tinha roupas de banho, pisos, etc. Que merda! Mas a gente acharia alguma solução. Aí encontrei com a Cleusa andando como alma penada pelo apartamento. Parecia que estava procurando onde ficar. Eu falei com ela. – o que houve? E ela respondeu: - estou procurando onde ficar. Eu falei: - mas você e o Fernando não vão ficar no quarto ao lado da cozinha? E ela disse: - eu não fico lá de jeito nenhum. Tá louco! Tem uma portinha que... sei lá o que tem do outro lado. Deus me livre! Eu falei para ela: - Oras, vai que vem alguém de noite e se aproveita de você. Sorte sua! Brincando para tirar o tom muito sério que estava ali colocado. Mas ela me disse: - Não é isso! Sei lá o que pode ter ali... sugerindo coisas do além, “da donde véve os morto!” como dizia o Vampiro Brasileiro!


Bem, fui com ela ver a tal da portinha. Abri a tranca da portinha que todo mundo disse que não abria, e chan! chan! chan! chan! Lá estavam todas as toalhas e pisos de que precisávamos e mais uma série de utilidades para nossa utilização. Foi uma gargalhada geral. Aí, ela e o Fernando criaram coragem para ficar por lá mesmo, já que não haviam cadáveres de moças estupradas do Jack, o estuprador, enterradas ali na portinha.


Rimos muito dessa situação, foi algo engraçado, principalmente porque aquilo que a princípio parecia ser algo ruim, acabou sendo parte da solução do nosso problema de falta de toalhas, pisos, etc.


A Fonte de Benini na praça Navona tem uma história interessante. Ela está construída em frente a Igreja Sant'Agnese In Agone, também muito bonita, mas que foi projetada por Francesco Borromini, um arquiteto que o Benini não gostava. Por esse motivo a estátua que está à minha esquerda na foto, está com o braço erguido em uma postura de se proteger da igreja caindo sobre a cabeça dele. Para ver como o tal do Benini devia ser um cara complicado e maldoso para mais de metro.


Dalí saímos para pegar o carro e levar na estação para devolver. Quando chegamos no lugar onde o mesmo estava estacionado ainda não tinham guinchado nem multado, ficamos muito felizes com aquela economia. Lá fomos nós todos em direção à estação de trem, era bom saber onde ficava, pois ali nós embarcaríamos em direção a Paris dentro de alguns dias, eu, a Bê e a Cleusa. O Fernando iria de avião retornando ao Brasil e os demais de avião para a Irlanda, visitar a Thalita em Dublin, coisa que eu ainda não tinha entendido porque nós também não estávamos indo.


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Eu e a Bê na Pizzaria Baffetto


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Bidi e Cleuza no Baffetto.




O trânsito em Roma é um caos, demoramos uma eternidade para chegar na estação, mas deu tudo certo, entregamos o carro e pegamos um ônibus para voltar para casa. No caminho passamos pela melhor e mais barata pizzaria de Roma a “Pizzaria da Baffetto”. Tinha uma fila enorme quando passamos pela primeira vez, indo ao Carrefour para comprar mantimentos para o café da manhã e para a ceia do dia seguinte, ao menos algumas coisas, como champagne, vinho, etc.
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Eu, o Matheus e a Eliana no Baffetto


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A Bê e o Fernando
Depois, quando voltamos do mercado e resolvemos ir comer já era tarde e não tinha mais fila. Muito boa a pizza deles e por um preço incrível de € 4,50 a pizza grande, que como sempre na Itália, serve apenas uma pessoa. Nos mostraram o dono da pizzaria que estava lá comendo também, o que indica que o produto é bom.


Ali, como em todas as pizzarias da Itália, a pizza é individual e tem sempre apenas um sabor.




Como nós somos brasileiros, gostamos de misturar comidas e sabores, eu pedi uma pizza e a Bê outra.


Aí acabamos trocando as metades de nossas pizzas, ou seja, teimosamente comemos meia pizza de cada sabor.


Os italianos que nos viram fazer isso, provavelmente se benzeram com o sinal da cruz, por terem visto tamanha eresia, dois dividindo uma pizza.


Talvez no passado pudéssemos ter sido queimados na fogueira por causa desta atitude. Hahah.


 A jarra de vinho da casa que é servido no Baffetto, e olha que o vinho é sempre bom.


A vantagem de morar lá é que se bebe água da torneira e vinho de jarra e fica tudo bem, pois ambos são de excelente qualidade.
Fomos para a nossa casinha dormir e se aquecer pois estava frio pra caramba, na casa dos 6 graus e na rua fica frio, mas no apartamento, com calefação, ficava uma delícia, dava para andar só de camiseta.






31/12/2010 - Dia 13: Roma


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A Bê na ponte do Castelo Sant Angelo.


Levantamos pela manhã eu, a Bê, a Cleusa e o Fernando e fomos visitar o Museu do Vaticano. A Eliana, Bidi e Matheus resolveram que iriam ficar dormindo até mais tarde, pois estavam cansados, assim como todos nós, e eles resolveram que ao invés de irem conosco ao Vaticano e Museo do Vaticano, iriam passear por outros lugares pois eles já conheciam estes lugares, da outra viagem.


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A Bê, a Cleuza e o Fernando na Via della Concilliazione


Saímos e seguimos à pé até o Vaticano, pois estávamos perto. Cruzamos a Ponte do Castel St'Angelo, onde se passa parte do filme Código Da Vinci e chegamos à Via della Concilliazione que leva até a praça São Pedro.


Aproveitamos para comprar algumas lembranças nas lojas para turistas, que existem ao longo da Via e chegamos na Praça, que estava simplesmente apinhada de gente e a fila para entrar na Basílica de São Pedro devia ter mais de mil pessoas.
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Eu e a Bê na Via della Concilliazione, com o Vaticano ao fundo.




Mas no centro da praça tinham 2 presépios montados, um moderno e outro que era uma remontagem de um presépio montado há mais de 100 anos atrás. Me chamou a atenção que Nossa Senhora estava fora da casa quando receberam a visita dos Reis Magos. Pois lugar de mulher era este no passado, mesmo quando se tratava de Nossa Senhora, pelo que pudemos observar. 


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Praça São Pedro apinhada de gente

Roma foi o lugar mais cheio de gente que encontramos, em todas as ruas e lugares por onde andamos havia uma quantidade enorme de turistas, tanto que pelas ruas da cidade turística, os poucos carros que trafegam pela zona de tráfego restrito ZTR não conseguiam trafegar, de tanta gente que caminhava nas ruas.


Pedimos informações para ver por onde teríamos que ir para chegar ao Musei Vaticani e seguimos pelas vias. Quando chegamos próximo ao Museu encontramos a fila, que estava enorme. Como era véspera de ano novo, o Museu deveria funcionar apenas até as 18:00 horas, e a fila estava enorme.




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Fila para entrar no Museu do Vaticano.
Entramos no final da fila e eu fui até a entrada do Museu junto com o Fernando, a Bê e a Cleusa ficaram na fila. Aproveitamos ir ao banheiro em um café que tem próximo da entrada. Descobrimos que a fila estava mesmo enorme.


Retornamos e aí a Bê e a Cleusa foram até a entrada para ir ao Banheiro e andar um pouco. Ficamos na fila seguramente mais de duas horas, as veias acabaram estourando nas pernas da Bê que ficaram bem inchadas, assim como as minhas, a diferença é que não tenho varizes.


Entramos no Museu e depois das filas para comprar bilhete, fila para entrar, fila para banheiro, seguimos o caminho juntamente com todo mundo. Vimos uma cara conhecido quando fui comprar o guia eletrônico, que é um aparelho com fone de ouvido que você digita o número do lugar que você está e ele te conta a história daquilo.





Mostrei o cara para a Bê e disse que o achava parecido com o Newton. Ela olhou e falou que era ele. Até que ele olhou e aí conversamos um pouco. Tinha realmente muito brasileiro em Roma, a ponto de encontrar gente conhecida mesmo.


O duro foi que entramos no pátio onde começa a visita e para poder entrar para o interior do Museu, tinha um amontoado de gente que achei que não conseguiríamos passar daquele ponto nunca mais.




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As pinturas de Rafael no teto. Parecem estátuas e são pinturas.


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As pinturas de Rafael no teto. Parecem estátuas e são pinturas.


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Podia não ser, mas que parecia um retirante parecia...


Nós queríamos ver as obras de Michelangelo, as pinturas de Rafael, a capela Sistina, e o que estivesse pelo caminho.


Conseguimos sucesso em nossos objetivos, mas não foi mole não.


As pinturas de Rafael, no teto da galeria de Rafael, são muito impressionantes, pois parece que existem estátuas esculpidas fixadas no teto, mas são pinturas tridimensionais de Rafael. O cara manjava muito de pintura, é de ficar boquiaberto olhando para aquilo sem poder acreditar no que se vê.






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"O Pensador"- relação entre o homem e o banheiro.


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Teto da Capela Sistina


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Deus tocando o homem, Capela Sistina.
As pinturas no teto da Capela Sistina são simplesmente maravilhosas, mas muito menores do que eu imaginava, talvez até porque a capela tem um pé direito muito grande e tudo fica pequeno. Demorei para achar o dedo de Deus tocando o dedo do homem. Mas estava lá!
Ficamos algum tempo admirando o monumental afresco pintado por Michelangelo no teto da capela. O mais impressionante é que ele começou com apenas 23 anos e demorou 4 anos para pintar o teto. Não é possível perceber alteração em sua técnica ou representação entre o início e o final da pintura. O cara era bom demais mesmo. Isso tudo sem considerar que ele era na verdade um escultor e não um pintor.




Saímos do Museu e passamos novamente pela Praça de São Pedro, não vimos o Papa e pegamos o rumo de casa pois estávamos em cacos depois de ficar em pé durante tanto tempo.










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Rampa de saída do museu do Vaticano.




A rampa de saída do Museu do Vaticano é um espetáculo à parte, uma obra de arte inesperada e que se apresenta com uma imponência inacreditável.




Não tem que não chegue ali e pare para apreciar as belezas e tirar fotos do local.
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Portal de saída do Museu do Vaticano.














Saímos do museu ao lado da porta por onde entramos, quer dizer, no mesmo largo, pois não é exatamente ao lado já que o tamanho do local é amplo.




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Cansados voltando do Vaticano.


 O caminho de volta para casa foi longo, muito mais longo que o caminho de ida.


Depois de todo o tempo que havíamos ficado em pé na fila para entrar no Museu, qualquer caminho seria muito longo.


Que valeu a pena visitar o museu não tenho dúvida, mas se comparado com ficar naquela fila!!!! Aí fico em dúvida.
Ainda não tínhamos almoçado e era tarde já, fomos andando procurando algum lugar para comer, mas acabamos indo até a esquina do nosso apartamento e almoçamos numa cantina localizada em baixo do nosso prédio. A qualidade da comida da cantina era bem mais ou menos e acho que o cara nos roubou nos preços.


Subimos, o resto do pessoal não estava em casa e fomos descansar um pouco para a noite de Ano Novo, com os pés para cima.



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A Bê e a Cleuza no almoço, na cantina, em baixo do prédio onde estávamos.


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Nossos aperitivos de noite de Ano Novo.


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O ano de 2010 acabou muito bem, como podem ver.



Logo mais o pessoal chegou, e todo mundo foi tomar banho e se arrumar para a chegada do ano. Todos fomos para a cozinha onde o Matheus estava cozinhando nossa ceia, que era macarrão com molho de gorgonzola e macarrão ao Pesto. Tudo receita do Matheus. Nós estávamos ali somente para comer os queijos e frios e tomar vinho e ficar na companhia super agradável do Matheus.







Quando chegou perto da meia-noite, a confusão na rua começou a aumentar e aí o Matheus resolver descer e todos descemos, levando nossas champagnes junto conosco para abrir à meia-noite. Fomos em direção à praça Navona e entramos o ano de 2011 alí mesmo, em excelente companhia e num lugar maravilhoso, que desde Rômulo e Remo viu, com certeza, muitos e muitos anos novos.


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Roma: A arte da Bê, tirou a foto na hora exata em que explodiu o foguete.
Estávamos indo para a Praça Navona a uma quadra do nosso apartamento.


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E assim começa 2011 - Que sejamos muito felizes e realizemos nossos sonhos,
quaisquer que eles sejam.


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Brinde na Praça Navona. O chato é a fonte de Benini ao fundo. hehe.
Roma tem disso!


Não é que tem uns comerciantes, acho que são indianos, ou paquistaneses, não sei bem, mas eles não fecharam os seus comércios na virada do ano. Os caras gostam muito mesmo de dinheiro.
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Nosso maravilhoso cozinheiro. Macarrão ao Pesto e ao molho gorgonzola,
ficou bom demais. Foi uma excelente e rara ceia de Ano Novo.


































01/01/2011 - Dia 14: Roma






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A Bê na subida para a cidade histórica da Roma antiga.
Monumento a Vittorio Emanuele
Neste dia levantamos não tão cedo, lá pelas 9 da madrugada, tomamos nosso delicioso café da manhã, com pão italiano (de verdade), queijo italiano, café italiano feito na cafeteira italiana, e frios italianos. Parecia até que estávamos na Itália. Turma de puxa sacos.


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A loba que criou Rômulo e Remo. Acredite quem quiser.




Fomos todos conhecer a parte antiga da cidade de Roma, incluindo o parlamento, os palácios, os tribunais, portais e o Coliseu, este era realmente magnífico pelo que vimos.


Vale frizar o monumento a Vittorio Emanuele, que foi o governante que conseguiu unificar a Itália formando um único país.


Caminhamos pelas vias passando pelo local onde Pedro foi crucificado, mas não conseguimos entrar, na verdade estava quase tudo fechado por ser dia primeiro do ano e não tinha quase ninguém trabalhando.


Neste item creio que as fotos falam mais e melhor do que eu.


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Esta é a estátua...






 






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Esta é a estátua viva. Pode ser tão igual?


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A turminha e o coliseu.




Do Coliseu fomos à estação do metrô, compramos os bilhetes e seguimos até o Vaticano, agora para visitar a Basílica de São Pedro e o Mausoléo do Vaticano, local onde estão enterrados os Papas.


A fila na Praça São Pedro estava muito grande novamente, como no dia anterior. Insistimos para que a Bê fosse sentar em algum lugar para não piorar as condições das pernas dela. E deu para tirar uma boa foto do presépio antigo, onde aparece a Nossa Senhora do lado de fora quando da visita dos Reis Magos.


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Presépio antigo, remontado na Praça São Pedro. Notar que Nossa
Senhora está do lado de fora quando os Reis Magos foram visitar
o menino Jesus. José estava lá dentro.




Ficamos um tempão na fila, não é necessário comprar ingressos para entrar na Basílica mas como tem controle de segurança, detector de metais, por causa de terrorismo, acaba se formando a fila. O Bidi, quando chegamos no lugar em que a Bê estava sentada ofereceu uma moedinha de esmola para ela, foi engraçada a cena.


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A fila contornando a Praça São Pedro inteira.


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Em Roma o Bidi ficou caridoso e deu uma moeda para uma necessitada.




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Membro da Guarda Suiça. Que é a Guarda do Vaticano.
Como se fosse o exército nacional.
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La Pietá. - Sem palavras...


Depois que entramos a primeira coisa que fomos ver foi a Pietá, de Michelangelo. Que obra impressionante. Ele conseguiu dar uma leveza e um movimento extraordinários à escultura. Pensar que aquilo é rocha. Aparecem as deformações do corpo em contato com as mãos de Maria segurando Jesus. É possível se inferir sobre a espessura do tecido que está cobrindo os corpos. O cara era bom mesmo e tudo isso com uma emoção incrível.


Aí tinha ao lado uma fila para agradecer algo a São Pedro e depois vários quadros. Quando a Eliana me disse que se tratavam de mosaicos e não de pinturas, não acreditei nem quando estava em frente vendo o quadro com uns 3 a 4m de largura por uns 8 ou 9m de altura. Cheguei perto e com o zoom da máquina puxei a imagem e não é que era mesmo um mosaico. O mais interessante é que todos os quadros da Basílica de São Pedro são mosaicos pacientemente construídos por artistas muito habilidosos e com muito tempo pelo que se pode ver.








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Quadro na Basílica de São Pedro.
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Detalhedo quadro, mostrando que é mosaico mesmo!






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Nossa turminha em frente a Basílica de São Pedro.




Vários Papas estão com seus jazigos dispostos no interior da Basílica, um deles é o João 23 e acho que eles deveriam ter encontrado um lugar para o João Paulo II. Acho até que daqui a alguns anos ele deverá ser levado para dentro da Igreja.


Não preciso nem dizer que o lugar é de uma grandiosidade sem paralelo, as obras de arte, o tamanho das estruturas, a altivez de tudo o que se vê ali é coisa de outro mundo mesmo, acho que quiseram trazer para cá as coisa de lá e de, certa forma, conseguiram.


Depois descemos até o Mausoléo, onde estão enterrados os Papas, eu estava todo alegrinho para tirar a foto da Bê na frente do túmulo do João Paulo II mas um guarda da Polícia Suíça, que é a polícia do Vaticano, não me deixou tirar a foto. Em frente o túmulo do João Paulo II tinha uma quantidade impressionante de fiéis rezando e muito guardas cuidando do movimento para que as pessoas não parassem, porque o engarrafamento de pedestres ali naquele ponto é incrível. Realmente este foi um Papa muito amado por todos. Nós também nos emocionamos ao passar por ali.
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Restaurante onde terei que voltar para comer o macarrão ao
frutos do mar.




Aí saímos e fomos embora a pé para casa. No caminho passamos pelo Restaurante "Lo Ottavio" muito bom e de bom preço. Pedimos nossas comidas, depois que já tínhamos pedido, vi eles servindo um macarrão com frutos do mar que Mama Mia!!! Terei que voltar naquele lugar para pedir o tal macarrão. Coisa de doido, sendo que os mariscos são servidos com casca. Um prato maravilhoso.


Aí fomos para casa. Na manhã seguinte o Fernando iria embarcar para o Brasil e o Bidi Eliana e Matheus iriam para a casa da Thalita em Dublin, Irlanda.


02/01/2011 - Dia 15: Roma - Paris


Acordamos neste nosso último dia em Roma, confesso que já com o saco cheio de ver tanta gente andando em tudo quanto era lugar que a gente resolvia ir, sendo que os demais tinham se mandado e ficamos somente eu a Bê e a Cleusa, que passaríamos este último dia em Roma e embarcaríamos em uma viagem de trem, à noite, com destino a Paris. Uma viagem de 15 horas de duração dormindo no trem. A expectativa era grande.


Mas neste último dia, ainda tinham alguns locais que gostaríamos de visitar em Roma. Saímos do apartamento levando nossas malas para guardar na estação de trem, na Terminni, fomos de ônibus com todas as malas, coisa que não foi nada fácil, pois os ônibus estavam cheios e as malas eram grandes.
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Fila para guardar as malas na Termini.
Quando chegamos na Terminni e encontramos o lugar para guardar as malas, nos deparamos com uma fila do cão. Ficamos lá uma hora esperando na fila para guardar as nossas crianças.


Saímos de lá e pegamos o metrô para irmos até a Fontana di Trevi e antes disso passamos em um restaurante para comer a nossa, provavelmente, última pizza na Itália, nesta viagem, pelo menos.


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Nosso último almoço em Roma.


A Fontana di Trevi é uma obra impressionante de Benini, em Roma existem muitas obras de Benini, inclusive na praça Navona, ao lado da nossa casa, tinham 3 esculturas dele. Mas aquilo ali é uma obra de arte muito impressionante. Tudo incorporado em um edifício que não o que abriga hoje, talvez um museu. Lançamos nossa moedinha de frente e de costas, que é como dizem que tem que ser, tiramos uma porca de fotos e saímos pelas ruas apinhadas de gente que mal se podia andar em direção ao Panteão (ou Pantheon).
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hamm.... hammm !!!


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Jogamos a nossa moeda de costas, senão não vale.


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Bê e Cleuza na Fontana di Trevi.
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Pantheon que estava em reformas.




Erramos e acertamos várias vezes até chegar ao Panteon, que estava em reformas e depois passamos na frente do Templo de Adriano.


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A Bê na Fonte da Praça do Pantheon.
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Adicionar legenda
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Templo de Adriano.








Fomos então até o Hard Rock Caffé, comprar algumas camisetas e depois pegamos o metrô de volta para a Terminni a fim de embarcarmos para Paris. Chegamos na estação de trem, pegamos de volta nossas malas, e fomos até a plataforma, validamos nossos bilhetes que havíamos comprado pela internet e recebido pelo correio em casa. Andamos muito para encontrarmos o nosso vagão e nos alojamos. A cabine era para 4 e nós éramos em 3, logo poderíamos ter companhia naquela pequena cabine. Tomara que não fosse um francês daqueles que toma banho uma vez por mês.
 






Nos ajeitamos e descobrimos como se fazia para dormir nos bancos baixados. Compramos alguns paninis para jantarmos, pois o valor da refeição no carro restaurante era um abuso e lá fomos nós chacoalhando de trem.


Lá pelas tantas embarcou um francês que tomava banho em nossa cabine e conversamos um pouco em inglês. Ele trabalhava com conservação de energia, biodigestores e era muito interessado na agricultura do Brasil e nas coisas do Lula.


Aí dormimos. Chacoalhando e o nosso companheiro de cabine nos disse que deveríamos trancar a porta, porque era perigoso dormir com a porta aberta e poderíamos ter problemas com roubo no interior do trem.




03/01/2011 - Dia 16: Paris



Acordamos pela manhã no trem, um tanto quanto mareados. Parece que eu tinha apanhado a noite inteira. Repensei se não teria sido muito mais interessante ter ido de carro mesmo, viajando durante um dia inteiro, mas poderíamos ter passado por uma quantidade enorme de lugares, incluindo a região de Provence no sul da França. Mas ficamos ali sentados na nossa cabine, todos com uma cara mareada, felizes mas bodiados. Hehe.


Quando o trem chegou na Gare Bercy, que fica anexa à Gare Du Nord, já era 10:30 da manhã. Eu confesso que demorei para descobrir que não estava com problemas de pressão, mas sim mareado. De vez em quando me sentia tonto, do nada. Estava em pé para comprar panini para o nosso café da manhã e tomar um café expresso e, de repente, me dava uma tontura. Aí comentei com a Bê ela me disse que também estava assim. Chegamos à conclusão que devia ser pelo fato de ficar tantas horas balançando no trem, que ficamos assim, afinal foram 15 horas chacoalhando.




Perguntamos para um segurança onde ficava a estação do metrô e fomos informados de que ficava ao lado de onde estávamos. Saímos da estação Bercy e logo à frente tinha a estação Gare Du Nord. Descemos com as bagagens e não tinha uma alma viva para a gente poder comprar ticket ou o nosso passe válido por uma semana que queríamos comprar. Tivemos que sair da estação e seguimos por uma quadra, mais ou menos, encontrando a outra estação do Metrô que era a Gare Du Nord.




Ali tinha uma infra-estrutura melhor, conseguimos ser atendidos e pedir os 3 tickets para uma semana que é o Card Orange. Pagamos os ditos e o rapaz nos informou que teríamos que colar fotos nos passes. Achei o passe muito legal, tipo de um cartão com uma proteção de plástico bem resistente e funciona muito bem.


Pegamos a M4 até a Chatelet e depois a linha 1 até o Arco do Triunpho onde fica a estação Charles de Gaule – Etoile. Depois de algum tempo observando o mapa do Metrô, que é desenhado em cima do mapa da cidade e vendo o código de cores e as barras indicativas das estações mostrando onde se pode fazer as conexões entre uma linha e outra, ficou moleza andar de Metrô por Paris. Não é à toa que o Metrô de Paris é tão famoso, realmente qualquer um anda naquele sistema, sem dificuldade nenhuma.


Teve um trecho em que o metrô saiu para a superfície, foi para cruzar o rio Sena e vimos a cidade e a Torre Eifel, não deu para não fotografar, afinal de contas a primeira impressão acaba sendo a impressão que fica.


Vimos também prédios super bonitos com apartamentos que se encontravam com as cortinas abertas e eram muito bem decorados. Parisienses tem muito bom gosto.


Descemos na Charles de Gaule, que tem muitas saídas para a superfície, e fomos buscando a saída para a Avenue Wagram, pois o nosso Hotel ficava na Rue de Etoile, localizada a 4 quadras do Arco pela Wagram.
Achamos a saída e quando chegamos na calçada, paramos para apreciar o majestoso Arco do Triunfo, outro local que a gente ouve falar durante toda a vida e de repente estávamos diante dele. Uma construção impressionante, proporcional aos feitos de Napoleão mesmo.


Seguimos com toda a bagagem descendo pela Wagram e logo que chegamos na esquina da Etoile avistamos a placa do nosso Hotel L’Arc do Triomph Etoile. Fizemos o Check in no hotel, ajeitamos as nossas bagagens no apartamento e saímos novamente, antes que nos jogássemos na cama para dormir e acabar perdendo o dia todo.


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Nosso quarto no Hotel Etoile.


Saímos novamente caminhando pela Wagram em direção à mesma estação de Metrô que havíamos chegado. Entramos na estação e começamos a gostar do Card Orange, muito prático, só ir chegando e passando na roleta. Vimos muita gente sacaneando o sistema, passando pela porta de saída, tem muito imigrante por lá fazendo porcaria, são Paquistaneses, Indianos e sei lá mais o que. Saímos e fomos para Montmartre, claro que descemos na estação errada e tivemos que caminhar mais do que o necessário, sendo que passamos em frente de panificadoras (boulangeries) maravilhosas.


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Nós caminhando pela Wagram voltando à Estação do Metro.


Dava vontade de ficar olhando para aqueles cestos de pães maravilhosos, os doces também eram de lascar. Não resistimos e acabamos comendo uns docinhos.


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Escada muito longa que subimos em Montmartre. Cheia de arte.


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Essas Boulangeries não eram fáceis não!




















Andamos atrás do cemitério e acabamos indo ao cemitério errado pois o famoso é o Pére Lachaise em Montparnasse , mas os ignorantes não sabiam.


Subimos a ladeira até Montmartre que é um lugar muito romântico, lá sim valeria a pena morar em um apartamentinho. Não é à toa que nossos comunistas tem apartamento lá, o Juarez Machado também tem. É um lugar de artistas, tem uma feira ao ar livre e gelado, hehe, bem bacana. Acabamos comprando algumas gravuras e mais algumas lembrancinhas.




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Local onde compramos gravuras.







































Pegamos o metrô novamente, pois agora já estávamos ficando expert no transporte, e fomos em direção à Ile de France, que não é o restaurante aqui de Curitiba.


Passamos novamente pela Champs Elysée e aproveitamos para tirar umas fotos, fomos até a roda gigante e demos umas voltinhas também. A emoção de estar em Paris foi tanta, que nem deu medo da roda que é gigante pra caramba. Acho que é das maiores que existem no mundo.
Saímos de Montmartre depois de vermos diversos cafés, feirinha de artesanatos e o mais curioso é que as pessoas faziam fila em frente a uma janela para comprar crep. Ficamos morrendo de vontade de comer mas não sei porque não comemos. Taí outra coisa que não comi e agora terei que voltar lá para isso. Que pena!!! Fomos descendo o monte e chegamos a uma avenida larga chamada Boulevard de Clichy.










Eu estava apertado para ir ao Banheiro e entramos em um café, ao anoitecer, para ir ao banheiro e tomar um café. Saímos dalí e seguimos pela Boulevard onde deveríamos encontrar o Molin Rouge, famoso bordel do passado, já que Paris era a capital da vida fácil, ou da diversão, na Europa.


Pegamos o metrô e desembarcamos na Champ Elysée, uma maravilha pois estava toda enfeitada para as festas de final de ano. 


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Champs Elysée enfeitada para o final do ano.
Não perdemos de tirar umas fotos bem no meio da avenida, estávamos na altura do Grand Palais. Nesta região existem muitos espaços livres, praças, que são ocupados por vendedores ambulantes, mais do tipo de uma feirinha que vende todo tipo de coisas para turistas ou não. Tem comida, sanduiches, todo tipo de coisa, de lembranças a DVD's, batatas fritas a peixes, roupas e acessórios.


Depois da primeira impressão que é do susto mesmo! Susto de ver algo tão maravilhoso como estar alí, até mesmo sem poder acreditar direito que estávamos aí mesmo, fomos caminhando em direção à Roda Gigante e a distância não é muito pequena não.


Ao longo do caminho estava garoando e muito frio, mas nem pensávamos na possibilidade de vermos neve em Paris, tendo em vista que em meados de Dezembro havia dado uma nevasca muito grande e que o Fernando contou que teve que voltar para casa à pé já que o transporte público tinha parado de funcionar. Mas de repente, começaram a cair pequenos flocos de neve que se misturavam com a garoa, inclusive caindo na mesma velocidade, a diferença é que eram flocos brancos sendo arrastados pelas gotas de garoa.




Ficamos bastante emissionados com a boas vindas que estavamos recebendo da natureza naquele local maravilhoso. Pena que não durou muito tempo, mas o tempo que durou ficará para sempre guardado conosco como o sinal de boas vindas que Paris nos deu. Claro que sabemos que não é nada disso, mas como diria Pablo Neruda, aos olhos do poeta foi isso mesmo que aconteceu.

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Imagens do alto da Roda Gigante de Paris.
Caminhamos até o final, ou seria início?, da Champs Elysée e chegamos à Roda Gigante. Eu e a Bê queríamos subir na roda para uma volta imperdível, mas a Cleuza não queria e ficou para trás. Acho que ela tem medo de roda gigante, ainda não superou isso ou simplesmente não gosta mesmo, só sei que não foi.


Nós dois subimos para dar as voltas que fazem parte do ingresso, acho que eram 3 voltas apenas. Quando nós fomos subindo, preparamos a máquina fotográfica para poder capturar a imagem que tínhamos de lá de cima. Fotografamos para um lado e para o outro, de um lado a Champs Elysée, pelo caminho no qual havíamos vindo e para o outro lado o Museu do Louvre ao final dos Le Jardin de Tuilleries, uma praça enorme com jardins maravilhosos, que do alto da roda a gente conseguia ver a grandesa mas que é todo cercado e àquela hora estava com os portões fechados para visitação.


Que pena que estava fechado, mas de qualquer forma gostaria mesmo de entrar para passear naqueles jardins de dia e mais, em um dia de sol.


Acho que eu me sentiria em um quadro de Monet ou Rembrandt, com aquelas mulheres de sombrinhas pequenas com muitos desenhos em detalhes e com acabamentos em rendas nas bordas. Cavalheiros de ternos escuros ou fraque, com camisas e meias brancas e sapatos pretos, os jardins ao fundo e os caminhos com seus inevitáveis cafés.


Como uma pessoa que não gosta de café pode ser tão sem classe? Ora bolas, vai tomar uma água de coco na Bahia, que também é muito bacana, mas não tem esta classe, de jeito nenhum. Eu posso não ter classe mas adoro café e principalmente, os Cafés.


Buenos Aires já são um lugar maravilhoso por conta disso, tem muitos cafés e os mesmo lembram estes originais que encontramos na Europa.












Passamos na frente da Notre Dame, vimos a catedral por fora, era noite já, mas ainda assim tiramos algumas fotos. O mais interessante foi que quando estávamos atravessando à pé a ponte que vai para a Ile (ilha) perguntamos a uma moça onde ficava o Quartier Latin, pois estávamos indo jantar lá. A moça responde que passando a Notre Dame era só seguir e cruzar a ponte do outro lado. Eu não entendi o Notre Dame e ela explicou – Le Notre Dame, Notre Cathédrale. Que lindo ficou aquilo gravado em nossas lembranças para sempre.






Quando chegamos no Quartier Latin ficamos impressionados com o movimento e com o shoping a céu aberto, cheio de comércio de quinquilharias e de cafés, restaurantes, etc. Escolhemos entrar em um restaurante que tinha uma vitrine maravilhosa, com um baita de um espeto com uma posta de salmão e dois camarões enormes, vinham grelhados ainda.


Entramos, pedimos uma mistura francesa equivalente à sangria espanhola, pedimos água da torneira (já tínhamos aprendido que era maravilhosa), uma dúzia de escargots, hummmmm! Que coisa boa! E dois espetos daqueles da vitrine. A Cleuza pediu o prato vegetariano deles, que quando chegou também parecia ser muito bom. Uma batata assada recheada com queijo, uma berinjela assada com um molho de tomate e alguma saladinha com temperos. O que tem de bom na França é a cozinha mesmo, lá os caras sabem cozinhar e comer bem, e ponto.




O cara que parecia ser o dono do restaurante era muito engraçado, dançava, ficava se engraçando, fazia piada, de tudo um pouco. Não teve como não lembrar do Tio Zico pois tinha um quadro atrás de nós onde dizia “Le Eaux fait pleurer. Le Vin fait Chanter.” Cuja tradução, no meu francês, seria: “A água faz chorar. O vinho faz cantar.” Frase esta que acompanha o tio Zico sempre, quem conhece sabe. Inclusive com a melodia.


Que delícia de escargots
É uma emoção, só para quem gosta....
O Dono do restaurante estava de sacanagem!!!!!
Olha que me dá uma saudade


Saímos dali já era meio tarde e fomos direto até a estação de metrô mais próxima, que ficava na beira rio. Descemos na estação e eu resolvi tirar a foto para colocar no meu passe, em uma máquina que tinha ali. Coloquei o dinheiro, tirei a foto, assim tipo, um sucesso! A máquina me mandou esperar, perguntou que tipo de foto, uma beleza. Aí ela informou que eu poderia pegar as fotos que estava terminado. Eu olhei por tudo e cadê as fotos? Nada.


As duas que estavam do lado da máquina estavam agitadíssimas porque tinha muito maloqueiro no lugar, eu nem tinha percebido a presença dos maloqueiros e elas estavam apavoradas. Fomos pegar o trem, eu puto porque paguei e não recebi as fotos. Que merda! Pegamos o trem e seguimos para o nosso hotel. Como é muito frio de noite, no inverno uma grande quantidade de mendigos invade os metrôs, que são mais quentes, para dormir, então, quando chega perto da meia-noite a coisa fica meio pank mesmo. Tem de tudo ali.









Dormimos como anjos, pois foram dois dias andando como camêlos e uma noite mal dormida, chacoalhando em um trem.


04/01/2011 - Dia 17: Paris


Acordamos em nosso primeiro dia inteirinho em Paris. Fomos atrás de um local para tomar o café da manhã, por que no hotel teríamos que pagar à parte e custava muito caro. A Cleusa quis nos convencer a tomar o café da manhã no McDonalds, mas não conseguiu. Do outro lado da rua tinha um lugarzinho bem bacana e decidimos tomar nosso café lá. Foi bem mais ou menos mas tudo bem.










Seguimos até o Arco do Triunfo, descemos na estação do metrô para subir a praça onde está o Arco. No caminho subterrâneo que dá acesso ao Arco tem até comércio que vende lembranças, que lá são os verdadeiros souvenires, e aí subimos para a superfície.


Vimos o túmulo do soldado desconhecido, que sempre tem nestes lugares, e o tamanho da estrutura bem como os detalhes em todos os locais por onde se olha. Não tivemos vontade de pagar para subir a escadaria que levava ao topo do arco porque eram muitos degraus e nossas pernas já não estavam assim tão bem. As pernas da Bê ainda nem tinham se recuperado do Museu do Vaticano ainda.


Dali seguimos pela Champs Elysées caminhando, passando primeiro pelas barraquinhas das feiras noturnas de alimentos, etc., e depois começaram as lojas mais legais como a da Toyota, a da Renault, e depois as grandes marcas como Dior, CK, Lacoste, Gucci, etc. Acabamos visitando a Zara, onde compramos alguns presentes e a GAP onde também compramos algo. Seguimos até O Grand Palais, o Petit Palais, alguns Museus, praças e a Ponte dos Inválidos.
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Toyota



Renault






Almoçamos no Restaurante Ambasseder, localizado próximo da Roda Gigante, ou seja, acabamos caminhando a Champs Elysées inteira. Comemos posta branca com arroz e vagem e de sobremesa creme Brulée e um coquet.










Aí pegamos novamente o metrô no sentido da outra margem do rio e fomos até a estação Congresso em Montparnasse, quando chegamos já estava escuro. Fomos caminhando por umas 10 quadras até a loja da Harley Davidson para comprar algumas camisetas. A loja é bem legal, o mais bacana foi que achamos uma camisetinha para o Lucianinho e que ficou muito bonita nele.




Na volta passamos no Carrefour, compramos uns vinhos e mais uma porção de coisas para café. Frios, granola, yogurte, queijos, biscoitos e pães e chocolates, a Cleuza comprou um monte de chocolates. Foi legal. Até mesmo shampoo, sabonete, etc.


O duro é que tinham algumas lojas de cosméticos e elas não fecharam até que passamos lá na volta, que saco, acabei gastando um monte de euros ali. Perfumes, lápis, batons, rimel e nem sei mais o que.


Dali voltamos para a mesma estação de metrô e retornamos ao nosso Hotel e jantamos no quarto do hotel os quitutes que tínhamos comprado e dormimos felizes.


O mais difícil em todas as noites não foi o frio, mas sim conseguir regular a calefação. O pessoal do hotel regula o sistema para muito quente e a gente acordava no meio da noite sem conseguir dormir de tanto calor. Acho que ficava em torno de 36 graus mais ou menos, dessa forma, a maneira que encontramos de regular foi abrir a janela pois fechando o registro a coisa não dava resultado. No lado de fora da janela era nossa geladeira, onde colocamos uma cerveja para gelar e olha que ficou muito gelada. Hehe.


05/01/2011 - Dia 18: Paris


Saímos depois do nosso café no quarto, ainda resultado de nossa visita no Carrefour na noite anterior e pegamos o metrô para visitar a Torre Eifel, chegamos La perto e fomos caminhando pelo restante do trajeto. Estava um frio do cão e com tudo quanto era roupa que estávamos usando estava frio. Ventava muito naquela manhã e o vento acaba cortando a gente pelo meio. A fila para subir na Torre estava muito grande e tinha obras de reforma que não permitiriam subir até o topo, lá no restaurante, assim poderíamos ir apenas ao segundo estágio.
























Ficamos mais de um hora esperando para poder subir naquele frio danado, olha que se não fosse a Torre Eifel eu teria ido embora. Subimos de elevador, que é muito grande e chegamos até o tal do segundo estágio. Fomos direto na lojinha de souvenires que tinha ali, principalmente porque tinha aquecimento e estávamos congelados. Compramos umas lembrancinhas, como chaveiros, um relógio de parede pequeno e mais umas bobagens, aí o corpo já tinha esquentado e fomos tirar umas fotos e ver as paisagens. É uma vista e tanto que se tem de lá. Imagino como seria no ponto mais alto da torre que fica muito, mas muito mais alto do que ali onde fomos. Vimos o Louvre, o Arco do Triunfo, o Campo de Marte, que são os jardins que vão até a torre. Olha, não fosse pelo vento gelado, poderíamos ficar ali olhando aquela paisagem por muito tempo.


Saímos de lá pelo mesmo caminho que fomos e próximo à estação do Metrô avistamos uma restaurante árabe onde fomos bem atendidos e comemos muito bem, o sabor das comidas era especialíssimo. Comemos quibe cru, babagnushi (creme de berinjela), de grão de bico, coalhada, pão, kaftan e uns docinhos de sobremesa. Até café tinha.


Pegamos o metro novamente para irmos ao Louvre. O Metro chega até embaixo do Museu do Louvre onde existe um shopping subterrâneo. Neste shopping tem uma loja enorme da Apple. Nós entramos na loja e comprei um iPad lá por € 700,00, com 3G e 16 Gb. Acho que foi caro, mas tudo bem, mais barato que no Brasil foi.




No lobby que dá acesso à bilheteria e à entrada do Museu tem a tal da pirâmide invertida, que quase toca o cume de outra pirâmide embaixo. Que coisa de louco aquela pirâmide. Para o lado de fora tem também uma outra pirâmide de vidro, voltada para fora.


Aí sim entramos no Louvre. Que coisa de louco é aquilo, sabíamos da impossibilidade de visitar tudo, precisaríamos de uma semana para ver tudo, então pegamos o mapa do museu e escolhemos alguns pontos. A Monalisa que eles conhecem mais por Gioconda, A Vênus de Milo. A ala do Egito. E algo mais que estivesse pelo caminho.








Gente, andamos que nem camelos dentro daquele museu, para ver este itens a que nos propusemos. O que foi interessante é que nos museus de merda o pessoal proíbe de tirar fotos, no Louvre, que é um baita Museu, ele proíbem apenas o uso do flash, pode-se fotografar ou filmar à vontade.


A Monalisa é um quadro realmente espetacular, embora seja mesmo pequeno, como todos dizem. Vimos a Senhora das Rochas também do Da Vinci, a Vênus de Milo também e a ala do Egito Antigo é muito grande mesmo, desta forma vimos só uma parte. Acabamos saindo nas descobertas arqueológicas ocorridas durante as escavações para ampliação do Museu e vimos também o Hermafrodita. Que escultura incrível do filho de Hermes e Afrodite que resultou num baita de um traveco. Hehe.












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Que olhar heim Cleusa. Depois ela precisa explicar isso para nós, não é mesmo?










Passamos no café do Louvre, tomamos um café e capuccino, beliscamos qualquer coisa e tomamos muita água, pois estávamos secos e fomos embora através da mesma estação subterrânea do Louvre.




Seguimos até a Wagram e passamos pela rua do hotel, pois duas quadras para baixo tinham alguns restaurantes, escolhemos o da esquina e entramos. Jantamos muito bem e tomamos nosso vinho com água. Que filé gostoso nós comemos ali na esquina da rótula da Wagram com a Des Ternes.


Subimos de volta para o hotel e dormimos, um pouco tristes porque os nossos dias de passeios pela Europa já estavam acabando, ainda assim estava muito bom.




06/01/2011 - Dia 19: Paris


Neste dia, tomamos café no mesmo local da Wagram, em frente ao McDonalds, e seguimos para o metro, direto para a estação do Louvre que eu descobri que a capa do iPad não acompanha e tem que comprar como acessório.


Subimos para a praça e saímos do Louvre pela porta superior. Estava chovendo e frio, mas fomos ver os espelhos de água e a pirâmide de vidro. Não dava para perder aquela visão.


Depois fomos conhecer a Galeria Lafayette, que também tem uma estação de metro que chega praticamente dentro da loja, lá é um feirão de multimarcas. Hehehe. Todas as grandes marcas de cosméticos , roupas, sapatos, etc nós encontramos lá. Os sapatos é que foram demais. Vimos alguns que eram bonitos e perguntamos o preço. Com qualquer € 800,00 para cima se pode comprar um sapatinho feminino. É para gente de bem mesmo.








O teto da Galeria Lafayette vale a pena ser visto, mais precisamente o Domo que tem na parte central, quanto ao resto, bem, para quem comprar é bom, os perfumes tem bom preço também.


Saímos em direção à Notre Dame que queríamos conhecer de dia, pois tínhamos passado por lá à noite, quando estava fechada para visitação. Próximo à ponte que vai para a Ilha, encontramos o Le Louis Philippe, um típico restaurante Francês. Com toldo e mesinhas. Como estava muito frio estava tudo fechado com plástico e tinha aquecedor, daqueles em forma de chapéu para ambiente aberto.








Comemos bem pra caramba, tanto quanto no dia que fomos no Quartier Latin. Aí seguimos pela ponte Louis Philippe, cruzando o braço do rio Sena para acessar a Ilha, e depois cruzamos a ponte Saint Louis e chegamos por trás da Notre Dame.


A Igreja tem tamanho descomunal. Entramos pela porta da frente da igreja depois de tirar algumas fotos do lado de fora. Que capítulo à parte é esta catedral, na Europa não tem jeito, a gente tem que ir visitar as igrejas e os museus, pois é onde se encontram os sinais da história. Um festival de beleza e maravilhas arquitetônicas e artísticas. Bem, como sempre, nestes casos, as fotos falam mais que as palavras.


Depois seguimos para a outra margem do rio Sena e caminhamos até a Boulevard Saint-Germain. No caminho passamos por um enorme estacionamento de bicicletas e eu e a Bê ficamos com muita vontade de andar de bicicleta. Tentei tirar a bicicleta com o passe do metro mas não deu certo. Perguntamos para uma pessoa como fazia para poder pegar a bicicleta e ele disse que tinha que comprar em uma banquinha o ticket. Aí achamos muito complicado e a Cleusa também disse que não estava a fim e seguimos caminhando mesmo, ao longo de uma rua que beirava um afluente do Sena.


Chegamos à Boulevard Saint-Germain, que é uma rua cheia de cafés, restaurantes, lojas de roupas e calçados, de marca e populares, e muitas livrarias também, inclusive sebos com milhares e milhares de livros, em tudo quanto é língua.


Passamos várias horas andando pela Saint-Germain até que entramos em um restaurante - Café Mondrian, que nos pareceu muito atraente por ser todo decorado do tipo cubismo. Entramos escolhemos uma boa mesa, a garçonete demorou muito para nos atender, chegamos pensar em ir embora, depois de usar o banheiro, é claro. Mas ficamos e comemos uns tira gosto e tomamos uma cerveja.




Seguimos caminhando até o Museu D’Orsey, embora já fosse noite. O D’Orsey é um museu diferente, com amplo espaço aberto e as galerias de exposição dispostas lateralmente à nave central. Tem no fundo um piso de vidro com uma miniatura da cidade antiga em baixo do piso.


A galeria de Van Gogh para mim foi a mais impressionante (pois ele é impressionista, não é mesmo?). Até mesmo porque em um quadro, chamado O Baile, apresenta um salão de baile. Isto me chamou a atenção pois com a cabeça que Van Gogh tinha, ele jamais acreditaria em festas. Voltei ao quadro do Baile para analisar melhor e percebi que absolutamente todos estão tristes no salão do baile, localizei apenas uma única mulher que se poderia dizer que estava com um semblante “agradável”, digamos assim, não achei mais ninguém feliz, ou pelo menos alegre. Este era o Van Gogh.


Ali tinham também obras de Renoir, Monet, Degas, Rodin, Gaugin, Manet e outros renascentistas e impressionistas, muito bonito e diferente este museu para quem gosta de arte, como eu gosto.


Depois de caminhar muito, dentro e fora do museu, resolvemos fazer um passeio de ReR, que se pronuncia “err o err”, pode acreditar, é assim mesmo que eles chamam. Fomos até uma estação meio distante e desembarcamos pois ficamos com medo que os nossos tickets não valessem mais ali, porque compramos nossos tickets de metro válidos para as regiões 1 e 2, e, para falar a verdade, nenhum de nós fazia a menor idéia de onde ficava isso.


Depois de algum cansaço a mais, chegamos no hotel e descemos direto a Wagram atrás de um local para comer. Já tínhamos comido no restaurante da esquina e queríamos um outro local. Viramos à direita no restaurante e encontramos bares, nada a ver, pizzaria, acho que não, uma “creperia”, ops, esta é boa, entramos, fomos até o fundo e achamos uma mesa bem legal.


Olhamos o cardápio e achamos que as coisas estavam meio caras e não tinha lá grandes coisas para a Cleusa, que é vegetariana, comer. Bem, tiramos a foto do lugar que era legal, levantamos e fomos embora. Acabamos voltando ao restaurante da esquina e comemos ali novamente, já que o local era bom e de preço honesto.






07/01/2011 - Dia 20: Paris


Neste dia, que seria o penúltimo dia em Paris, seguimos para visitar o Museu Pompidou, que é mais que um museu, trata-se de um centro de arte, cinema e exposições. O próprio prédio é moderno e parece mais uma indústria ou escola do que uma casa de arte.


Chegamos até lá utilizando em parte do trajeto o metro e outra parte caminhando por um bom trecho com o mapa na mão, encontramos um lugar que vendia paninis bem atraentes, entramos em umas lojas também, compramos algumas coisas, apanhamos um pouco, mas chegamos. Quando chegamos, demoramos para acreditar que tínhamos chegado, não parecia ser o que procurávamos, mas depois de dar a volta no prédio, em direção ao largo, aí deu para ver que havíamos chegado, pois a própria praça era cheia de obras de arte.










No fundo da praça tinha a Catedral de Pompidou, a Igreja Saint Merry, uma igreja muito antiga, como as demais e eu fui até lá dar uma olhada e tirar umas fotos. Era muito semelhante arquitetonicamente à Notre Dame, as duas meninas ficaram sentadas na praça conversando.


Entramos no Centro Pompidou e andamos pela área de térreo, tentamos entender como aquilo funcionava, em quais andares poderíamos encontrar o que e depois de andar pelo mezanino, paramos em um café e comemos um doce com um café, neste momento ponderamos se valeria a pena entrar lá e andar como uns camelos novamente, pois era o que estávamos fazendo a muitos dias, quase sem parar, todos os dias. Estávamos muito cansados e aquilo que vimos ali já estava bom.




Saímos de lá e resolvemos ir gastar as nossas energias para conhecer La Defense, que é a parte mais nova da cidade de Paris. Pegamos o metro e fomos, é meio longe da Paris histórica, que é onde estávamos. Desembarcamos na estação do metro cujo nome era La Defense, achamos que assim daria certo e deu mesmo, Quando saímos da estação do metro levamos um susto, pois os prédios que de cara já se apresentaram eram pra lá de modernos. O local onde desembarcamos era um largo enorme, com um prédio vazado em frente que devia ter a altura de uns 40 andares com largura semelhante.


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Grand Arche de La Defense (simboliza uma janela aberta
para o resto do mundo)




Ficamos um pouco ali no largo admirando os diversos prédios que tinha em volta. Depois fomos até um shopping localizado ao lado, onde o Fernando havia dito que tinha roupas por um preço muito baixo. Não tinha coisas assim tão baratas não, mas compramos um casaco de lã para a mãe da Bê.


Quando saímos do Shopping, já era quase totalmente noite, mas ainda se via no horizonte uma claridade do sol o que deixou o céu muito bonito.








Tornamos a pegar o metro e fomos em direção à Bastilha, passeamos pela região, vimos que existe um teatro muito legal ali, monumentos ao heróis da queda da Bastilha e fomos caminhando ao Longo do Canal de Saint Michell, depois pegamos o metro de volta para a região do nosso hotel e fomos atrás de um local para jantar.


Descemos a Wagram, até a Avenue Des Ternes e viramos à esquerda indo até a esquina da Avenue Mac Mahon, uma caminhada agradável e sem pressa. Vimos que a Av. Des Ternes é bem interessante e bonita, aliás como todas as demais, com comércio de móveis, de utilidades domésticas, e muitos bares, cafés e restaurantes como sempre em todos os locais de Paris.


Na esquina da Mac Mahon entramos em um local que nos pareceu chamativo, a L’Orée des Champs. Não era lá essas coisas mas até que comemos bem.


Claro que não poderia ter sido muito bom, porque a nossa primeira idéia para aquela noite seria jantar em um local indicado por um amigo que viveu muitos anos em Paris, uma casa que vende um filet especial, com uma tal combinação de ervas que somente lá é possível experimentar aquele sabor e que no local, vende apenas este prato, mais nada. Como a Cleusa é vegetariana, pensamos em ir lá e depois passar em outro local para comer outra coisa. Mas a danada nos convenceu a desistir do filet. Que pena! Teremos que voltar a Paris para comer o tal filet.


Saímos do L’Orée des Champs e subimos diretamente pela Etoile onde se encontrava nosso hotel, aí vimos que tinham 2 restaurante muito convidativos localizados a menos de 2 quadras do hotel, mas que somente agora havíamos descoberto. Também terá que ficar para a próxima pois no dia seguinte teríamos que sair muito cedo, tanto que chegamos ao hotel, fechamos a conta. Ah! Essa é uma outra história.


Quando pedimos para fechar a conta esperávamos por um certo valor, aproximadamente € 480,00 mais uma dia que havia sido adicionado. Inicialmente  a reserva era para 4 dias e depois foi solicitada a alteração para 5 diárias, logo, imaginamos que as diárias ficariam por aproximadamente € 600,00. Quando o atendente nos passou o valor de uns € 900,00 ficamos assustados. A Cleusa ficou mais puta que todo mundo, a princípio, porque quem ficou puto mesmo foi o cara do hotel, o atendente. Só faltou pular em cima da gente.


Subimos para o quarto e levantamos todas as nossas informações, mas acontece que a diária normal do hotel para quarto com 3 hóspedes era de €420,00, pois o dia a mais não estava na promoção como os demais 4 dias, logo, um dia a mais que pedimos para incluir, do Brasil e pela internet, apenas alguns dias após a primeira reserva, acabou custando praticamente o mesmo preço dos outros 4 dias. Que safadeza do pessoal de lá, mas eles estavam certos, pois não informaram o valor da diária adicional e ninguém perguntou quanto ia custar, pois julgamos, erroneamente, que seria o mesmo preço das outras diárias. Aprendemos a lição, mas custou caro.


Deixamos acertado um taxi para nos levar até a Gare de Leste às 5:00h da matina, para embarcarmos de trem para Frankfurt, no trem das 7:05h da manhã.






08/01/2011 - Dia 21: Paris - Franfurt


Que pena, levantamos as 4h da matina para tomar banho e arrumar o resto das coisas, descer com as bagagens e esperar o taxi que logo chegou. Colocamos as bagagens no carro, que era grande, e fomos para a Gare de Leste. Chegamos lá e fomos tomar um café mas ainda não tinham entregado os paninis da manhã, tomamos apenas café puro.


Aí fui atrás da plataforma do trem e das informações sobre o trem e, que merda, o Matheus me disse que tudo funcionava como um relógio, mas aquele era um relógio chinês ou sei lá o que, nada do trem na plataforma indicada, nada do número do trem nos painéis, o horário avançando e eu ali perdido, pois na plataforma indicada de onde o trem deveria sair, não tinha trem nenhum.


Achei um lugar de informações e lá fui eu, melhor tentar um inglês do que perder o trem. Consegui descobrir que nosso trem sairia da plataforma 3 e não da 15 ou 25, nem me lembro, chamei as duas, pois estávamos em cima da hora e tínhamos que caminhar um monte carregando as malas até a nossa plataforma. No caminho da plataforma, vimos uma maquineta e validamos os tickets e lá fomos nós. Quando chegamos na plataforma do nosso trem, confirmamos que era ali mesmo e ainda caminhamos um monte até chegar em nosso vagão, levando aquele monte de malas não era tarefa muito fácil.


Entramos, nos instalamos e, caramba, que legal aquele trem, do tipo bicudo, parecido com o que pegamos no primeiro dia para Karlsruhe. Super moderno e espaçoso.


O trem saiu quase que imediatamente e aí veio um cara nos servir. Fiquei meio assim, pois poderia me cobrar uns € 30,00 pelo belo café da manhã que me serviu. A Bê não quis porque estava com sono e queria dormir. Eu e Cleusa comemos, tinha até granola e frutas. Coisa chique mesmo.




Somente depois fui ver nos bilhetes, que aquele vagão era de primeira classe. Haha que legal, nós ali viajando de First Class, tão ignorantes que nem sabíamos. Aí não tive dúvida , fui passear pelo trem para ver os fodidos. Hhahaha. Era onde deveríamos estar.


Aquele trem sim era uma beleza, não ficava sacudindo como o que tomamos de Roma para Paris, creio que fosse do tipo que anda suspenso em campo eletro-magnético. Um momento olhei numa telinha que tinha no corredor e estava indicando 240km/h. Caramba! Parecia que o trem estava devagar mas estava muito rápido.


Paramos em algumas cidades, sempre cidades bonitas. Até que fomos chegando perto de Frankfurt e por incrível que pareça ainda tinha neve em alguns locais que ficavam protegidos da luz do sol. Sob os bosques, por exemplo.


Chegando na estação de trem em Frankfurt teríamos que comprar bilhetes para o metro e irmos até o aeroporto. Cheguei a pensar se não seria melhor irmos de taxi, pois agora estávamos na estação de metro, em frente um uma máquina maravilhosa, onde vi algumas pessoas comprarem seus tickets, e tudo escrito em alemão. Wow! Que maravilha! Eu descobri que era analfabeto, completamente analfabeto. Bem, sempre tem uma saída para quem é oriundi, italiano de origem, quem tem boca vai a Roma. Mas a gente queria ir ao aeroporto e precisava achar alguém que falasse inglês, espanhol, ou até mesmo português, mas menos alemão.


Quando veio uma mocinha falar comigo em inglês fiquei muito feliz, o problema é que ela era Suiça e estava passeando por ali e também não sabia alemão por isso queria que eu, veja bem, logo EU, explicasse para ela como ela poderia comprar bilhetes para o metro. Hahahaha. Aquilo foi demais mesmo.


Os alemães são um povo muito dócil, quem conhece sabe, eles já acham que somos inferiores e ainda por cima não falamos, nem lemos alemão? Que tipo de gente pode ser esta?


Mas acabei encontrando um segurança ou policial, que falava um pouquinho de inglês, mas este pouquinho foi o suficiente para eu explicar que queria 3 tickets para ir até o aeroporto. Ainda por cima tinha que explicar qual aeroporto. Que merda! O duro foi agüentar a cara de sacana do companheiro dele, que não falou uma palavra e ficava olhando a gente com um desdém do cão.


Depois daquilo pude até ajudar a tal da moça suíça a comprar o ticket dela. Foi uma experiência bem legal aquela, mas vimos que viajar sozinho pelos caminhos que percorremos, de carro e sem o Matheus, teria sido uma aventura daquelas de nunca mais esquecer, caso não acabasse sendo preso, é claro.
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Que coisa simples de seguir. Qualquer turista se acha neste mapa! Menos eu, é claro...


Conseguimos pegar o metro e conseguimos chegar ao aeroporto, uma vitória e tanto, depois do susto, nós, que iríamos passar o dia passeando por Frankfurt ficamos com um pouco de medo, quer dizer, eu estava com um pouco, mas as duas estavam se cagando de medo. A Cleusa disse que não queria sair do aeroporto, que já estava cansada de tanto andar e que ficaria ali descansando. A Bê me olhou e disse quando chegamos: - Muito Obrigado! Eu perguntei – Pelo que? E ela disse; - Por você ter nos trazido até aqui. Achei que não chegaríamos. O mais engraçado foi ver a sinceridade no olhar apavorado dela. Hehehe. Eu também me pelei um pouco.


Quando eu olhei para o maravilhoso mapa do metro de Frankfurt, me lembrando do de Paris, pensei comigo, é mole. Mas quando comecei a tentar entender o mapa, vi que não era bem assim, tudo em alemão e somente com os nomes das estações indicadas de forma esquemática, um porrilhão de linhas e nenhum mapa para poder saber onde era o que! Concordei com elas que estávamos cansados e que era melhor descansar ali pelo aeroporto mesmo, afinal faltavam somente uma 5 ou 6 horas para a gente embarcar e se desse uma cagada no trajeto, perderíamos o avião.








Assim comemos em um restaurante por ali mesmo, compramos umas canetas e revistas. Andamos pra caramba lá dentro do aeroporto. Até dormimos em umas cadeiras reclináveis deliciosas.


O que foi bom de ficar ali no aeroporto é que encontramos em um café restaurante uma senhora de uns 80 anos, que estava viajando sozinha para algum lugar no oriente que não me lembro o nome, e estava tomando um caneco de chopp de 500ml. Não resisti e pedi um também, um para mim e outro para a Bê. A senhora percebeu e sorriu, ai falamos um pouco com ela e parabenizei a atitude dela, não só pela viagem mas pelos 500ml de chopp. Aproveitei para pedir chucrute e salsichas. Que delícia foi aquela refeição. A Cleusa não comeu nem bebeu nada. Acho que para ela nos ver comer, já era de passar mal. Hehe.


Ao final, a parte da viagem de avião é um saco, pois demora muito e a gente fica cansado de ficar sentado por tanto tempo, coisa de 12 horas. Mas vendo filme até que deu para agüentar, agora sonhar que terá um lugar vago para poder esticar as pernas, pode esquecer, assim como pensar que o espaço será pelo menos aquele que temos nos vôos nacionais? Pode esquecer também. O espaço é muito menor.






09/01/2011 - Dia 22: Frankfurt - Curitiba




Chegamos em São Paulo cedo, embarcamos para Curitiba e chegamos em casa, sem nenhum problema a mais. Só demoramos para descansar o corpo, mas a cabeça estava que era só alegria.
Grato pela paciência de quem ler, mas podem apostar que é muito menos que a minha para escrever. Hahahaha.


Um abraço a todos.....