Imagens do Fin del Mundo

Imagens do Fin del Mundo
Eu estive lá. De frente para a vida!

domingo, 22 de junho de 2014

IRLANDA E REINO UNIDO EM JUNHO DE 2014

Viajantes:

Luiz Bianchi
Bernadete Condello de Oliveira
Louise Hellena Bianchi – Residente em Galway–Irlanda

Datas: 

Saída do Brasil em 29/05/2014
Retorno em 20/06/2014

Transporte:

Avião e Carros Alugados que tem a direção do lado errado!

Dia 29/05/2014  - Quinta-Feira – Saída de Floripa  e embarque para Frankfurt.

Saímos de Florianópolis com embarque marcado para as 13:30h no Aeroporto Hercílio Luz, com destino a Guarulhos em São Paulo.
Ainda tínhamos que arrumar as malas pela manhã, pois até o dia anterior a correria havia sido muito grande.
Decidimos que levaríamos a mala da Fila que é uma bolsa mais leve e ainda por cima foi possível colocar uma malinha pequena e leve, mas muito útil, pois pode ir dentro do avião, dentro da bolsa maior.
Essa acabou sendo uma excelente solução, embora não tenha evitado que comprássemos uma nova mala para trazer as roupas que compramos por lá, em lojas de preços muito bons.
Saindo de Florianópolis. Que delícia!
Saímos de casa de táxi, chegamos no aeroporto com 2 horas de antecedência e embarcamos para Guarulhos. O duro foi ficar esperando  pelo embarque em Guarulhos, até as 20:30h, mas quando se está de férias tudo é festa e estava ótimo na verdade.
Eu é que não estava me sentindo muito bem, acho que estava com um enjôo, que a princípio julguei que pudesse ser falta de água, por isso comecei a tomar água, embora tenha melhorado ao final ainda não estava muito bem. Algo estava me incomodando.
Embarcamos em Guarulhos com destino a Frankfurt, na Alemanha, com previsão de chegada às 14:00h local e nosso reembarque para Dublin, na Irlanda, estava previsto para as 20:00h.
Cruzar o atlântico dá uma canseira danada e eu ainda estava me sentindo meio mal, assim quase não consegui dormir e fiquei assistindo filmes. Para mim, dormir no avião é sempre uma coisa bastante complicada.

Dia 30/05/2014 – Sexta-Feira – Estada em Frankfurt – Chegada em Dublin

Chegamos em Frankfurt no dia seguinte, às 14:00h aproximadamente. Foi uma bela emoção chegarmos novamente àquele aeroporto. Da última vez que havíamos estado lá fomos nos encontrar com o Matheus, minha irmã e cunhado, a Cleusa e o Fernando, filho dela. Uma bela turma a que viajou junto daquela vez na virada do ano 2010/2011, descendo de carro da Alemanha até Roma e depois subindo de trem para Paris. Uma senhora viagem, assim como estávamos apostando que essa também seria uma maravilha.



Estação de trem conjugada com o aeroporto em Frankfurt. Passamos para relembrar.
Desembarcamos, passamos pela imigração sem problemas sendo que teríamos algumas horas de espera pois sairíamos para Dublin somente à 20:30. Chegamos a pensar em dar umas voltas por Frankfurt, paramos em frente ao mapa do Metrô e confesso que me mixei, como se dizia quando eu era criança. É inacreditável, por lá eles escrevem tudo em Alemão e eu não entendo nada quando leio, um verdadeiro analfabeto.

Olha só para onde esse trem ia!
Esse foi o que pegamos quando visitamos o Matheus em 2010.

De qualquer forma, fomos até a estação de trem onde embarcamos da outra vez e partimos em busca de um bom chopp e dois salsichões, bock e bratwurst. Uma delícia que não se pode perder na Alemanha, pois aqui no Brasil não tem nada parecido.
Na Alemanha Salsichão e Chopp. Momentos de muito prazer.
Matamos as saudades da viagem anterior. É uma delícia viajar e poder viver essas emoções. A vida tem um sabor muito diferente. Acho que em minha vida perdi muitas oportunidades de fazer isso. Bobeira minha, mas ultimamente tenho tentado aproveitar o que posso das possibilidades que se avizinham de nós.
Estátua de Goethe no Café de mesmo nome, na área de embarque do Aeroporto de Frankfurt. 
O tempo passou até que rápido e chegou o momento de reembarcarmos, agora para Dublin através da Lufthansa, que opera o trecho pela TAM. A nossa mala havia sido despachada diretamente de Floripa para Dublin, eu na verdade estava curioso para saber se ela realmente chegaria lá juntamente conosco. 
Chegamos em Dublin umas 11h da noite e a Lou estaria nos esperando na área do desembarque. Lá fomos nós. A fila de imigração para cidadão não europeus nem do Reino Unido estava curta mas haviam umas senhoras de idade que estavam na frente e que não saíam mais do guichê. Não sabíamos o que estava acontecendo e ficamos ali esperando enquanto conversávamos um pouco com um dentista de São Paulo que estava indo para um congresso.
Finalmente chegou a nossa vez de passar no guichê. A moça nos pediu muitas informações, mas muitas mesmo. Como iríamos viajar, o que iríamos fazer lá, por quanto tempo, onde ficaríamos. Achei até melhor nem falar de minha filha que estava morando no país e que a gente estava indo visitar ela. Como ela não me perguntou nada sobre pessoa conhecida não achei que valia a pena falar. Fiquei na minha e acabou dando certo. Mas que dá um certo trabalho, isso dá.
O nosso encontro com a Louise foi demais. Eu não a via já desde Agosto do ano passado. É curioso como a gente muda, pois ela estava diferente. Mais magra, mais adulta, mais ... sei lá o que, além do que estava mais bonita também, muito mais bonita.

Depois do encontro, tudo estava fechando no aeroporto e fomos até o guichê da Europcar para pegar o nosso carro. Essa seria minha primeira experiência dirigindo na “contra-mão”, ou seja, na mão inglesa.
Depois de um tempinho nos entregaram as chaves do carro que era um Fluence diesel de 6 marchas. Achei que estava ótimo pelo preço. Utilizamos o site RentalsCar para fazer as reservas e locações dos carros para essa viagem.
Saímos juntamente com um motorista da van que nos levaria até o estacionamento para pegar o carro. Já estava escuro pois devia ser quase meia-noite, de cara quando cheguei na Van adivinha? Fui buscar pela porta do lado errado. Já de cara vi que a coisa era mais complicada do que eu havia imaginado.
Ao longo do trajeto até o estacionamento da locadora, eu fui sentado como guri pequeno no meio do banco falando com o motorista. Qual a velocidade máxima nas cidades? E nas estradas? Quais os cuidados que tenho que ter com isso e com aquilo? Mas na verdade já estava de olho em como ele operava o câmbio, pisca, pedais, etc. Me lembrei de quando era pequeno e ficava vendo como meu pai dirigia. Uma recordação de grande valor.
Chegamos ao local e pegamos o carro. No porta-malas cabiam nossa malas com tranquilidade. Entrei no carro, claro que pela porta errada de cara! Por mais que eu tentasse me concentrar acabava indo pelo lado errado.
Eu estava muito animado com a nova situação. Graças a Deus sendo tarde da noite e em um local mais afastado o pouco trânsito me ajudaria muito. Entramos no carro e fiquei estudando os comandos. Ninguém me explicou nada. Depois de algum tempo a Lou falou: - E aí pai? Vamos? Eu disse vamos, só tenho que saber como faço para ligar o carro. Aí vi que tinha um botão de auto start. Pressionei e o motor ligou. Beleza!
O próximo passo foi encontrar o freio de mão que não era uma alavanca, mas sim outro botão. Assim fomos. Embreagem. Acelerador. Direção. Tudo parecia estar certo e lá fomos nós.
Instalamos o GPS da Lou no para-brisa do carro e saímos do estacionamento e com o endereço do hotel Beechwood como destino. Minha maior atenção era para descobrir como fazer para me sentir dirigindo como os ingleses, dessa forma seria mais fácil para me acostumar. Eu já havia tido essa experiência em diversas oportunidades, inclusive dirigindo a moto no vento da patagônia e havia funcionado bem.
Até que foi tranquila a nossa ida até o hotel Beechwood. As rotatórias girando no sentido inverso, as ultrapassagens pela direita são itens que nos surpreendem no começo. Virar para a direita é muito complicado também quando se está em uma via de mão única.
Acabou que mesmo sem saber o número do Hotel, chegamos na frente dele. Entramos no portão, estacionamos o carro e fomos bater na porta. Tudo estava meio tranquilo demais. Claro que todos estavam dormindo, pois já era mais de meia-noite. 
Tocamos a campainha três vezes e batemos na porta mais umas outras três, até que apareceu um rapaz de meia idade, vestindo camiseta e calção largo com um chinelo, nitidamente com roupas de dormir, abriu a porta e nos recebeu dizendo que o nosso vôo devia ter atrasado e nos levou até os nossos aposentos, mostrou os locais e sumiu, indo novamente dormir. Descemos novamente as escadas para buscar o restante das malas e carregamos tudo até o quarto. Que bom que por lá se pode tomar água da torneira, pois nem mesmo água nos ofereceram.
Aí foi quando pudemos utilizar os adaptadores de tomadas que tínhamos comprado em Frankfurt e ver o quanto os sistemas de tomadas deles são robustos e fortes, nada a ver com nossos sistemas muito delicados e que depois de pouco tempo ficam frouxos na tomada e com mau contato. 
O quarto era ótimo, tudo estava muito bom e dormimos como anjos nessa nossa primeira noite maravilhosa com a Lou e em uma cama, o que já era uma novidade, depois de uma noite sentado no avião.
Eu ainda continuava com a barriga estranha, ou seja, com cólicas que me incomodavam mas não acontecia nada de efetivo, se é que me faço claro.

Dia 31/05/2014 – Sábado - Trecho Dublin  - Cork
Depois do banho em um box daqueles pré-encaixado no BWC, coisa que somente na Europa a gente encontra, descemos para o café da manhã que já era por si só motivo de muita curiosidade, eu estava curiosíssimo para saber o que era o tal do “café irlandês completo”.
Quando chegamos na sala do café, o senhor nos recebeu com uma simpatia singular, aí foi quando comecei a descobrir que falar inglês em um país onde a língua não é inglesa é uma coisa, mas falar inglês na Irlanda me pareceu algo um pouco mais complicado. Primeiro que o cara tinha o sotaque do Gary Cooper, mais rangia do que falava. Parecia um caipira americano. Hehehe.

Nosso café da manhã Irlandês. Que delícia!


O jardim da pousada era muito lindo. Vimos até um esquilo passando. Igualzinho ao Tico ou o Teco.
A Lou que já estava por lá a 10 meses, não tinha dificuldade e ia traduzindo aquilo que eu boiava. Mas a principal característica foi que eles falam muito rápido, mas muito mesmo.
Na sala de café tinha grãos, yogurte, frutas frescas, café, leite concentrado, geléias, sucos de frutas entre outras coisas. Mas não tinha pão. Olhei aquilo e achei que o café irlandês era muito parecido com o nosso. Mas o nosso anfitrião perguntou se iríamos desejar o café irlandês. Ahá! Claro que sim!
Comemos as frutas e granola com yogurte e ficamos de papo aguardando o que será que viria. A Lou havia nos dado uma idéia de que teria bacon, ovo e tal.
Quando o senhor nos trouxe o prato. Hummmmm! Que delícia. Veio 2 fatias de bacon, ovos mexidos, feijão doce ao molho de tomate, black e white pudin, 2 linguiças e 2 fatias grandes de torrada. Wow! Que delícia de aroma.
Cabe um esclarecimento, o bacon não é nem parecido com aquilo que chamamos de bacon por aqui. A coisa mais parecida que encontrei para explicar é uma fatia de picanha com uma bordinha (1cm) de gordura. Cortado fino como uma fatia grossa de presunto. O feijão, uma delícia. É feijão branco, cozido e enlatado que eles aquecem na hora de servir. A linguiça é muito boa, lembra as salsichas alemãs, diferente das que temos aqui no Brasil. O black e o white pudin é algo um pouco mais difícil de explicar, pois eu diria que parece um pouco com o Haggis da Escócia, mas não ajuda. É um tipo de linguiça, do tipo grossa que é servida em uma fatia grossa passada na frigideira ou na chapa. Como a massa tem aveia no meio, fica com uma aparência diferente. É muito boa! Creio que uma seja de sangue, a black, e a outra não sei, pois é branca.
O ovo era normal e a torrada também não tinha nada assim de muito especial, a não ser pelo fato ser muito boa.
Comemos e ficamos saciados, pois parece ser pouco mas não é. Ou seja, não sentimos fome antes das 3 da tarde mais ou menos, e mesmo assim, pouca fome. 
Saímos do hotel depois de muita conversa com o senhor que estava nos atendendo, pois ele não parava de falar conosco. A Lou nos explicou que os irlandeses são assim mesmo. Adoram uma conversa. Realmente foi o que pudemos testemunhar. Uma hora a Lou disse para nós, pelo amor de Deus, ninguém pergunta mais nada ou nós não iremos embora hoje.


Arranjo inicial com a Lou na frente para poder operar o GPS e nos ajudar com a novidade de estarmos lá pela primeira vez.
 É um povo extremamente simpático, arrumamos nossas malas, pagamos a conta e partimos com o nosso Renault Fluence diesel 6 marchas, em direção ao sul. Como o senhor do hostal havia nos dito para passarmos pela praia que tinha, seguindo reto na rua do hotel, pois era uma praia muito bonita, assim fizemos.
Muitas motos rodando nas estradas. Ah que inveja nos deu isso!

Olha lá o pessoal tocando maravilhosamente.
 As paisagens nesse país são surpreendentes, muito diferente das nossas e tem muito de místico, os campos são extensos e com muitas pedras, as quais há muitos anos serviram para fazer os muros das propriedades e que definiram que as mesmas não podem ser muito largas, pois os muros são históricos, ao menos é o que suponho eu.
Assim fomos, sempre pela contra-mão, que foi o melhor dos aprendizados, pois desde criança esse foi um grande sonho a ser realizado, como seria digerir na mão inglesa? Eu penso sempre que o meu pai teria adorado estar lá conosco para viver essa experiência. “ - Pois é paizão! Esse sonho, que na verdade é meu, tive que realizar sem você".
Colocamos no GPS Kilkenny, a cidade destino pela qual passaríamos, que ficava localizada ao sul, devido ao fato de termos ido até a praia, que realmente era bonita, estávamos indo para o norte.
Local onde paramos para visitar a prainha. Era um campo de golf. Legal o lugar.

Devido ao risco de queda nas pedra, a praia não era recomendável para uso até segunda ordem.

No caminho para a praia.
Linda praia de seixos rolados, onde eu e a Lou ficamos arremessando pedras na água. Eu deitei na areia muito grossa, é bom!

Brincando de atirar pedras para provocar repiques. Que gostosas lembranças isso trás.
Vale um esclarecimento interessante sobre as placas dos carros.  nossa carro era modelo 2014, por isso o 14 e foi fabricado ou comprado, no primeiro semestre, por isso o 1, que fica 141. O semestre foi incluído para evitar que no ano anterior as placas fosse 13, o que daria muito azar, então eles acrescentaram o semestre para não impactar nas vendas dos veículos. Interessante não é?
Depois a letra D representa Dublin e em alguns locais tem 2 letras para representar o condado, seguido de um sequencial. IND tem a questão da língua. O inglês é complexo, mas quando comparado com o Gaélico, hã! fica a coisa mais fácil do mundo. Todas as placas de sinalização na Irlanda são bilingues, inglês e gaélico.

Nosso magnífico Fluence diesel de 6 marchas. Uma maravilha!

Essa era a placa do nosso carro. D=Dublin, o texto significa Dublin em Gaélico. A pronúncia então? É muito diferente do que se lê. Interessante! A pronúncia é algo como: "B'lóc xlíath".
Nosso plano era o de girar pelo sul, indo até o Ring of Carry, passar pelos Cliffs of Carry, Cliffs of Mohy e depois Galway para conhecer a casa, a Universidade, os amigos e um pouco da vida da Lou durante esse ano que ela passou lá. Depois disso seguir para o Norte.
Com o tempo fui me acostumando com a situação da direção na mão inglesa, que é muito perigoso até que a gente se acostume. A educação do povo, inclusive ao volante, ajuda muito, pois eles não são nervosos e competitivos no trânsito, ao invés disso eles são pacientes e deram o tempo que eu precisava para me acostumar com a nova situação. Eu estava verdadeiramente maravilhado com aquilo tudo.
As estradas irlandesas começam a se apresentar. Bonitas e estreitas com pouca sinalização.
Mas o povo de uma educação incrível o que torna o trânsito seguro mesmo assim.
A estranha situação de dirigir na mão inglesa.

Comprando "delicados"em uma loja de posto. O sabor é diferente.
Infelizmente o azul não tem sabor de aniz.
 A barriga estava ficando cada vez pior, eu sentia que teria que ir ao banheiro no caminho. Fosse em algum posto ou outro local público. Banheiro em local público não é exatamente uma coisa que a geste goste, mas estava vendo que não teria muita alternativa.

Imagens do caminho.


A cruz celta. Uma mistura de cruz com um círculo no meio.


As cidades e vilas do caminho sempre com muitas construções antigas, algumas delas ainda bem conservadas.

Condomínios muito modernos e bem urbanizados.

Placa de trânsito bilingue em Inglês e Gaélico. 

Chegando em Kilkenny.

Catedral da cidade.

O trânsito engarrafado na rua principal de Kilkenny.



Quando chegamos em Kilkenny eu estava muito apertado, encontramos uma ruazinha para estacionar o carro, coisa que não é nada fácil na Irlanda e, graças a Deus, somente depois vimos que aquele local era exclusivo para moradores, por sorte não fomos multados.


Eu e a Lou nas ruas em Kilkenny.
Saímos caminhando, com alguma pressa devido à minha situação e na rua principal, que o trânsito estava muito lento, entrei em um café e foi ali mesmo que tive que me atracar. Qual foi a minha surpresa ao ver que o banheiro estava absolutamente limpo e cheiroso. Agradeci a Deus pelo local que escolhi.

O café era muito interessante.
Quando saí a Bê e a Lou estavam tomando um chá, gostei da idéia e também fui na linha delas. Para mim só poderia fazer bem.
A Lou estava feliz, como dá para ver. Tomando uma água e um chá.

A Bê também.

As ruas de Kilkenny. Uma cidadezinha muito bonita.
 Depois descemos a rua principal, cruzamos a ponte do rio à pé e vimos a cervejaria antiga ao lado do rio e ao fundo a nova, mas a principal visão foi a do Castelo de Kilkenny. Uma construção impressionante. Descemos pelo caminho para pedestres que seguia entre a muralha do castelo e o rio, na esperança de encontrarmos a entrada do castelo.

No caminho encontramos um Pub muito interessante.


Essa foi uma das melhores cervejas que provamos na Irlanda. Além da Guiness, é claro.

O rio Kilkenny cruza a cidade bem ao centro. À direita tem a fábrica onde iniciou a cervejaria.


O castelo com que nos deparamos localizado às margens do rio era impressionante.
Caminho pelo qual seguimos ao longo do rio.



Torre de vigia entre o rio e o castelo.

O rio muito limpo com patos nadando. Uma bela imagem.

Algo que parecia ser uma Universidade do outro lado do rio.

Imagens de Kilkenny.
Depois de muito caminhar fomos informados por pessoas que estavam fazendo caminhada de que tinha uma entrada na muralha, através de uma pequena abertura que no passado devia ser utilizada por empregados. Achamos meio perigoso, porque somos brasileiros e aqui a gente tem que se cuidar com tudo, mas entramos, subimos as escadas também apertadas e quando chegamos lá em cima nos deparamos com os jardins do castelo. Uma coisa realmente impressionante.

O gramado do Castelo Kilkenny é incrivelmente grande.

O lado do castelo que fica voltado para o gramado.
 Haviam muitas pessoas passeando e fazendo lanches sentados nos gramados que, literalmente, sumiam de vista, um grande gramado ladeado com arvores altas, muito bonito. Em frente ao jardim estava o majestoso castelo, com outros jardins e calçadas, construído para esse lado interno em forma de U.


Nós no pátio do Castelo.
Saímos pelo portão principal localizado do lado oposto da pequena escada pela qual havíamos entrado. Nos deparamos com uma grande construção antiga que parecia ter sido uma antiga estação de trens. 


Do outro lado da rua, na saída do Castelo, um prédio lindo.
Possivelmente uma antiga Estação de Trens.

A porta principal dos Jardins do Castelo.

Nos jardins da frente do Castelo ficamos novamente impressionados.
Descemos a rua e entramos nos jardins da frente do castelo onde tinham novos jardins, inclusive com um belo chafariz.
Na escada da entrada da frente do Castelo Kilkenny. Muito modesta para o tamanho da construção.

Uma selfie que a Lou tirou mirando os jardins.

Alguém que morou neste local tinha muito bom gosto.

Voltando do Castelo pelo outro lado da rua principal.
Hora de seguir em frente, mas antes eu tinha que encontrar um banheiro novamente. A Lou achou que seria um abuso ir no mesmo local e acabamos entrando em um Pub onde tinham várias pessoas bebendo. Procurei pelo banheiro e quando encontrei devia ter umas 6 pessoas lá dentro. Imediatamente pensei:” - Agora me dei mal. Um local desses cheio de gente bebendo e usando o banheiro, vai ser dureza”. Mas que nada, entrei no reservado do banheiro e qual foi a minha surpresa em ver que não tinha nada de sujeira e nem cheiro, nada. Parecia o banheiro da minha casa. Totalmente limpo. 
Pub onde fui ao banheiro muito limpo, como os demais.


Aí foi quando comecei a constatar que o grau de civilidade daquele povo tem um diferencial importante, eles mantém o banheiro limpo para aqueles que vão utilizá-lo depois.
Nosso carro estacionado em local que depois descobrimos que exclusivo para moradores. Parece que eu estou desembarcando como passageiro? Não, é a porta do motorista mesmo.

Ao longo de toda a nossa estada utilizei muitos banheiros em diversos tipos de locais. Em todos havia água quente na pia, o que é normal para um país frio como o deles, mas o principal, estavam sempre muito limpos e não se via pessoal da limpeza, de onde se tira que aqueles que usam cuidam eficientemente dos locais.
Pegamos o carro e seguimos, indo para o sudoeste. Uma coisa que nos chamava a atenção era a quantidade de motocicletas que víamos circulando pelas estradas. A maior parte delas eram BMW’s, principalmente com placa da Alemanha, com a Letra D de Deutschland. Mas também muitas Harleys.
Hora de seguir em frente. Como demora muito para anoitecer a gente vai tocando. Chegamos na cidade de Cork. Uma das maiores cidades de Irlanda. Acho que a segunda ou terceira maior, depois de Dublin e Galway. Ou é maior que Galway, não sei. Notei que a Lou não gostava muito de Cork por razões de difícil entendimento de onde se tira que ela era amante de Galway e quem gosta de Galway não pode gostar de Cork, algo meio assim, ou seja, a Lou já é uma legítima representante de Galway, incluindo o bairrismo. Hahaha.  
Cork é uma cidade portuária, assim como Galway, e tem mais indústrias, parece ainda uma cidade mais fria no sentido humano, embora nós tenhamos sido muito bem tratados por todos.
Como já era final do dia buscamos por algum hotel para nós. Primeiramente no GPS, que nos levou a várias opções. Descobrimos que a cidade é um tipo de polo regional e que recebe muita gente do interior para o final de semana, gente que mora em fazendas da região, mesmo que pequenas fazendas. Acho que para nós o nome seria no máximo sítio. Os hotéis estavam lotados mesmo sem que estivesse acontecendo nenhum evento especial na cidade.
Depois de muitas idas e vindas recebemos uma dica de uma atendente de um dos hotéis e fomos atrás da dica. Demos sorte, pois pegamos o último quarto disponível de um hotel antigo e muito bonito, que infelizmente já estava com o seu pequeno estacionamento lotado. A atendente me disse que poderia parar o carro na rua sem nenhum problema, pois sendo domingo estava liberado o estacionamento na região, entretanto não tinha nenhuma vaga na região e havia a possibilidade de eu não achar mais o hotel caso fosse muito longe procurando por uma vaga. Hehehe.
Hotel onde nos hospedamos em Cork. Foi difícil conseguir um lugar para nos hospedarmos.

Fazendo o checkin no Maldron em Cork.
Lembrei que havia visto um Estacionamento 24 horas a 2 quadras do hotel. A Lou foi junto comigo, pois passei no hotel novamente. A cancela e o tiquet igual aos de shopping. Entrei e estacionei o carro.
Retornamos ao hotel, encontramos a Bê, guardamos as coisas no quarto e saímos para jantar, nesse dia demos sorte pois encontramos um restaurante aberto, coisa rara durante a nossa viagem. Fomos até a avenida beira mar, ou seria beira canal? Próximo ao estacionamento e encontramos um restaurante muito interessante que servia comida italiana.
Restaurante italiano onde jantamos em Cork. Em uma esquina às margens da baía.
Jantamos muito bem, tomamos um belo vinho e comemos um bom filé acompanhado de macarrão.
Depois da janta retornamos direto ao hotel, pois desde a saída do Brasil ainda estávamos com o sono atrasado.

Dia 01/06/2014 - Domingo

Nós imaginávamos que todos os dias da viagem seriam maravilhosos, mas nem de longe, poderíamos sonhar com a surpresa que esse dia nos reservava.
Acordamos, não muito cedo, pois não é do nosso feitio acordar cedo, e fomos atrás de tomar o nosso café da manhã. O do hotel estava com um preço muito alto. Fechamos a conta e fomos, eu e a Lou até o estacionamento para pegar o carro. A Bê ficou no saguão do hotel aproveitando um pouco da internet para publicar fotos e ter notícias de casa.


Quando chegamos ao portão do estacionamento o mesmo estava fechado. Bem, falei com a Lou “E agora? Como será que fazemos? A placa diz que é 24 hs. Deve ser, não?” A Lou disse que poderia ser na rua de trás. Ok. Isso mesmo. Bem pensado. Lá fomos nós. Que nada, atrás, tudo fechado também. Aí começamos a buscar por placas, pois tudo tem as suas explicações, mas como nós brasileiros não temos o hábito de ler placas, temos que nos policiar um pouco.
Depois de muito caminhar, a Lou foi quem encontrou uma placa que dizia: “Entrada de pedestres”. Ufa! Lá estava a nossa salvação.
Só para constar.
Com o tiquet do estacionamento acionamos um sistema de tranca que abriu a porta. Entramos e vimos que tinha uma daquelas máquinas enormes, que parece aquelas de refrigerante, onde pagamos o estacionamento com cartão de crédito! Aí entramos na área das vagas e entramos no carro. Bem agora era somente seguir a placas para sair do estacionamento. Quando chegamos na cancela de saída nos deparamos com o mesmo portão fechado. Foi enfiar o cartão que o portão e a cancela subiram numa velocidade muito grande. Eu nunca tinha visto nada nem parecido. 
Agora era retornar ao hotel para pegar a Bê e as bagagens para irmos tomar nosso café da manhã, darmos umas voltinhas por Cork e seguirmos viagem. Aquela manhã estava fria mesmo que fosse verão.
Avenida central de Cork onde tomamos o nosso café da manhã.
A manhã de domingo estava muito tranquila em Cork.

Seguimos até a avenida principal da cidade onde encontramos uma lanchonete que tinha muitas pessoas tomando café da manhã. Estacionamos quase em frente a mesma e fomos tomar nosso café, que acabou nem sendo assim muito mais barato que o do hotel. As coisas na Irlanda são caras para nós, afinal de contas é o país mais caro da zona do Euro.

Depois do nosso café seguimos passeando pelo centro até a Igreja de São Paulo e São Pedro e depois fomos até o mercado Inglês, que infelizmente estava fechado e abriria somente às 2 da tarde, não valia a pena esperar. A cidade estava dormindo ainda e resolvemos que o melhor que tínhamos a fazer seria irmos rodar.
Igreja de São Pedro e São Paulo
Bê e Lou no interior da Igreja de Saints Peter and Paul's.


Esta estrutura foi reconstruída, pode ter sido alguma destruição da história.
Saímos da Igreja de Saints Peter and Paul's e fomos descendo a rua em direção ao mercado que a Lou queria nos mostrar. Um típico Mercado Inglês. Uma pena, mas como era domingo, o mercado abriria somente após as 14h00 e não poderíamos esperar, uma pena. A Lou ficou meio triste por isso o que só serviu para a gente saber que teria mesmo  sido muito bom tê-lo visitado.

Em frente ao Mercado Inglês de Cork. Pena que estava fechado na manhã de domingo.
Saímos de Cork em direção a Blarney, onde fomos visitar o Blarney Castle. O castelo foi construído antes do ano de 1200, o que o coloca francamente como medieval, anterior inclusive ao período áureo da Igreja Católica na Europa.
Blarney Castle. Construído antes de 1200.


Estar preso nessas celas devia ser mesmo muito pior do que ser morto. Uma coisa incrível!

Me parece quase impossível andar por esses corredores.
Os homens deviam ser menores, não é possível.
Dá para ver que no interior de um castelo como aquele a vida devia ser muito difícil. Ficamos imaginando  que muito poucas pessoas, naquela época, poderiam ter entrado naquele castelo e muito menos ainda poderia andar pelos aposentos por onde passamos, como o quarto das ladies, do casal ou do Padre, p.e., mas que na verdade a vida para quem estava lá dentro não era assim tão boa não. Os aposentos são muito pequenos e as escadas muito apertadas. Alguém se acidentar naquele lugar devia ser muito fácil.
Escada que sobe no castelo. Muito apertada e íngreme.


Os corredores e acessos eram muito estreitos. Apertadíssimos.


A vista que se tem da planície lá de cima é muito boa. Podia se ver alguém chegando desde muito longe.

Construir isso naquela época deve ter sido algo muito complicado. É só ver a altura!
 Quando chegamos lá em cima ficamos conhecendo a Pedra da Eloquência. Uma pedra que quando a gente beija ela por baixo adquire a capacidade da eloquência. Muitas pessoas famosas, como Churchil, beijaram a pedra.
Claro que nós não poderíamos deixar passar. Mas que não é fácil não é. A gente tem que se segurar em um corrimão de aço e se esticar de verdade para alcançar o local. O beijo tem que ser dado na face inferior da pedra. Cada uma que o pessoal inventa! E nós ainda vamos atrás desse tipo de estória. Hehehe.
A Lou

A Bê

E eu. Todos beijamos a pedra da Eloquência.
O caminho onde se defendia a fortaleza através da muralha e à esquerda o jardim de venenos.

A estrebaria do castelo.

Torre de vigia. Essas teres parecem ser mais antigas que o castelo.

Entrada do local onde ficava a cozinha do castelo. Perto da região mais alta e com acesso à Sala de Jantar.
 Claro que essa constatação nos coloca a pensar sobre como devia ser a vida daqueles que moravam fora do Castelo, considerando que dentro já era daquela forma! Incrível como a sociedade humana evoluiu relativamente rápido.
Todas as partes da estrutura que eram de madeira foram totalmente consumidos pelas intempéries e não deixaram mais nenhum sinal de terem estado ali algum dia, mas os apoios de pedras, consolos, etc. indicam que um dia estiveram lá. É muito fácil sonhar em um lugar como aquele. Pensar nas guerras e nas invasões, na vida que os comuns e os nobres tinham na época.
Nessa foto dá para ver os vários níveis do castelo. Os pisos eram de madeira e foram consumidos pelo tempo.
É possível ver os apoios dos pisos de madeira, 3 no total.
Lá do outro lado ainda vemos a fila para beijar a Pedra da Eloquência. Hehehe. Fomos lá também.

A Bê observando a paisagem maravilhosa do lugar.

Descendo as escadas. A inclinação dos degraus não é mole não.

Na saída ainda encontramos um comitê de recepção do Castelo. Quando uma visita indesejada tentava entrar no castelo eles jogavam óleo quente em cima dos invasores. Coisa medieval mesmo!

Nesse mesmo castelo tem ainda um jardins de venenos, ou de plantas venenosas. Imagino a fixação que devia existir sobre o tema. Imagino ainda que deveriam vender para muita gente esses venenos. Hehehe.
A Lou e a Mandrágora. Nos lembramos do Harry Potter, claro.
Foi interessante que na entrada do jardim está escrito em uma placa "Não toque nas plantas, não cheire e cuide para não se contaminar. Plantas venenosas. Sujeito a graves injurias." Assim que entramos no jardim, não deu 10m e a Lou veio correndo dizer para a Bê não pode colocar a mao nas plantas, elas são venenosas. Hahaaha. A Bê somente consegue enxergar quando coloca a mão, acho que ela tem os olhos nos dedos. Quer ver quando a gente entra em um museu. Ela tem que ficar segurando uma mão com a outra. Hahaha.

Jardim de venenos.


Quando a planta é mais perigosa ela fica dentro de uma redoma como essa que está na foto.



Lindo esse caminho com flores do tipo brincos amarelos.
Outra informação interessante que a Lou nos passou, foi relativa aos Druídas, antigos sacerdotes Celtas, é que eles guardavam com tamanho segredo os seus conhecimentos que quando o último Druída morreu, com ele morreram os seus segredos. A fim de evitar que os seus segredos fossem conhecidos por pessoas que poderiam utilizar dos poderes para fins diversos aos que eles julgavam ser corretos, nunca tiveram nenhum dos seus conhecimentos escritos, desta forma, nada existe de registro.
Uma árvore muito interessante nos jardins a caminho da Mansão Blarney. 
Dá para entender como uma árvore fica com essa geometria? Acho que tem a mão do homem aí.
Situada a apenas 200m ao sul do Castelo, a Mansão Blarney foi construída em 1874 e é considerada um dos mais belos casarios da Irlanda.
A Lou e a Bê na porta da Mansão Blarney. Um casaria lindo do Século XIX.
Passamos na estrebaria do castelo, que hoje foi transformada em uma pousada e em um café. Comemos uns doces e salgados, muito bons por sinal e um café. E retornamos para o carro. Na entrada da área restrita do castelo tem uma loja que vende lembranças, livros e mapas. Inclusive algo diferente que são livros infantis do castelo. Achei a ideia muito boa. Fábulas para as crianças criadas a partir dos mitos e das estórias contadas na região. Talvez até mesmo histórias de certa forma adaptadas e romantizadas.


Estrebaria onde tomamos um café com doce no café do Blarney Castle.
Saímos do estacionamento do Castelo de Blarney, que é muito bem arrumado para receber turistas, em direção a Killarney, local por onde deveríamos passar para chegar ao início do Ring of Carry.

Moto passando na rua e o nosso carro parado do lado esquerdo lá na frente.
Teve um momento, quando estávamos chegando em Killarnney, que a Bê disse que devia ter algum encontro de motociclistas pois haviam muitas motos e triciclos e muita gente doida (com tatuagens, coletes de couro, roupas e cabelos diferentes). A princípio achei que devia ser algo comum, pois era domingo, verão, etc..
Que nada, passamos em frente de uma festa enorme, estava tendo um encontro nacional de motociclistas, com o famoso conteiner da Harley e muitas lojinhas, palco com show ao vivo, barraquinhas de comida e tudo o mais.


Estava muito cheio de gente, embora fosse domingo no final do dia quando a maioria do pessoal já devia ter ido embora, pois domingo é o dia de voltar para casa.
Só escutei a Lou pensando em voz alta: “Vocês tem muita sorte!” Verdade, muita sorte mesmo. Eu e a Bê ficamos muito felizes com aquilo. Estacionamos o carro e fomos lá para ver de perto.
A jaqueta da Bê ficou demais. É da Harley e nunca vi nada parecido em lugar nenhum.
Muito linda.

Nós junto com o pessoal da Loja da HD de Dublin. Pessoal muito gente boa.
Na loja da Concessionária de Dublin encontramos uma jaqueta linda para a Bê. Ela provou e ficou perfeito, só um pouquinho apertada, mas nada que não desse para usar. Comprei de presente para a minha Lady. Ela ficou linda. Comprei também um gorro para mim da HD e a camiseta, a Lou disse que era melhor eu comprar em Galway, que era mais barato ela sabia onde tinha.

A Escócia também estava representada e elas quiseram tirar uma foto com os caras. Legal!
Descobrimos que na Irlanda tem pelo menos 3 concessionárias da HD. Depois comemos um cachorro quente, com salsichão do padrão alemão, muito bom, daqueles que a salsicha é muito maior que o pão.

Nossos cachorros-quentes. Muito bom e foi o nosso almoço, ou janta, sei lá.


 De sobremesa comemos um crepe doce no padrão francês. Hummmm! Nem conto se estava bom!


Preparando o crepe.

Incrível.! Mas olhem só o que encontramos lá. Uma moto idêntica à minha.
Que saudades me deu.


Aí fomos assistir ao show que estava rolando solto. Uma banda de poucas pessoas, acho que uns 4 apenas, sendo que o cara do violão era muito animado. O povo em geral estava mais animado do que a gente está acostumado a ver por aqui, acho que o nível etílico da turma ajudava também.
Aí o rapaz da banda começou a tocar Galway Girl, eu nunca havia escutado, mas a Lou entrou em êxtase, foi muito bacana pois era a música da Lou, tinha tudo a ver. Ela sabia cantar a música e mais, a maioria das pessoas que estavam ali também conheciam a letra e imediatamente se levantaram e começaram a cantar junto com a banda.
Um monte de gente cantando e dançando com uma alegria contagiante. Confesso que cheguei sentir vergonha de não saber cantar, pois parecia que estavam cantando “Atirei o pau no gato to…” e eu não sabia a letra. 
Olha nós aí, no Celtic Chapter. Aposto que pouca gente já participou de um.
Um presente que Deus nos deu, sem dúvida.


No palco estava rolando um rock legal. Na verdade Country Rock, a Irlanda é muito country.

O irlandês é muito diferente. Dá uma olhada nos tipos!
O povo irlandês é um povo muito simples, como se fosse gente do interior e são muito animados e festeiros. Aquela mesma simpatia que havíamos visto no café da manhã no hostal de Dublin.
Foi lindo. Deus nos entregou um presente daqueles que cheguei a duvidar de meu merecimento. Ficamos muito felizes mesmo! Claro que não podia ser diferente e tive que ir ao banheiro ali também. Num encontro de motos a coisa com certeza seria meio punk.
Já estavam guardando tudo.

Esse quadro ficou muito bom. Hehehe!

Essa eu não conhecia. Um Trike da Honda Goldwing. Muito bonito por sinal.
Fomos atrás de um banheiro para mim e para elas também. Numa instalação que parecia uma churrasqueira, de alvenaria e vidros, encontramos os banheiros que atendiam à festa, qual foi a minha surpresa ao encontrar tudo extremamente limpo ali também. Nada! Nenhum cheiro ruim, nada!
O encontro estava acabando, pois era domingo à tarde e embora ainda fosse claro já passava das 20 e as pessoas estavam indo embora.
Hora de seguir em frente, com o coração renovado e cheio de uma sensação deliciosa de que havíamos ganhado um presente muito legal de Deus, seguimos em nosso caminho em direção ao Ring of Carry. 
O caminho foi ficando cada vez mais estreito e, chegou um momento, onde não cabiam mais 2 carros na pista. Éramos obrigados a utilizar os recuos para cruzarmos com outros carros ou ônibus de turismo que por ali haviam muitos. Muitas motos ainda persistiam ao longo do caminho também.


Olha só a largura da estrada. Achei que perderia o espelho retrovisor.
Que nada, ao final deu tudo certo. Mas na contra-mão não é muito fácil não. Heheh.
Teve um momento em que tivemos que parar para apreciar a paisagem que estava muito linda. Um lago enorme lá embaixo e uma paisagem que fazia lembrar do livro Brumas de Avalon.


Não tinha como não parar. O vale era muito bonito!

Estacionamos e cruzamos a estrada onde haviam 2 motociclistas alemães que também haviam parado pelo mesmo motivo. Tiramos uma foto para eles e eles tiram uma nossa. Pessoal muito bacana que estavam rodando pela Irlanda de férias desde a Alemanha, passando por muitos países.


Além da bela vista do vale ainda tinha a bela vista das motos. Todos alemães que estavam passeando na Irlanda. Muitos alemães viajando de moto por lá. Mesmo que com moto de coxinha! Hahaha.
Seguimos em frente e quanto mais o tempo passava mais impressionados ficávamos com a educação do pessoal. Teve um momento em que um motorista de um caminhão reduziu muito a velocidade, coisa de 10 km/h, e nós atrás dele por algum tempo, aí, quando foi possível ultrapassar, ele ligou a seta e saiu para a direita. Aí vimos que ele havia ficado atrás de uma bicicleta aguardando por um local onde fosse possível ultrapassar. Sem buzina, sem nervosismo, sem nada, apenas um outro veículo estava na via.
Depois dessa primeira vez, vimos ainda muitas vezes isso acontecer, o que mostra que essa era uma situação normal e não uma exceção.
Rodamos um bom tanto pelo Ring of Carry até que chegamos um vilarejo chamado Sneem. Achamos que o lugar era mesmo muito chamativo e resolvemos conhecer um pouco o lugar. Paramos em frente a igreja da cidade, que ficava escondida em uma das ruas de atrás, onde também encontramos umas casinhas de pedra, que a princípio, julguei que fossem fornos de fazer carvão, mas que nada, mais em frente acabamos aprendendo que aquelas eram casas de povos primitivos que haviam vivido naquela região há cerca de 4000 anos.


A bela e antiga Igreja de Sneem.



Essas construções datam de 4.000 AC. Tempo dos faraós do Egito.
O curioso é que tem um obelisco que parece ter vindo de lá mesmo.
Cruzamos a ponte sobre o rio que cruza o vilarejo e encontramos um B&B, ou seja, Bed and Breackfast, cama e café da manhã. Nos informamos do preço e vimos que era barato, para os padrões locais, pois cobravam 35 euros por pessoa, de sorte que poderíamos ficar em quartos separados pelo mesmo preço que em quarto compartilhado. Muito bom, para que pudéssemos ter uma noite mais à vontade. Se é que me faço claro… Hehe.


Hotel onde nos hospedamos em Sneem - Bank House, o interessante é que ficamos em outros locais que eram chamados de bancos. Na Escócia era um antigo Banco.

Depois de ocupar o quarto e estacionar o carro onde o dono do hostel me indicou saímos pela praça central e encontramos um poço do milênio, onde foram lacradas uma série de cartas encomendadas para serem abertas daqui a 100 anos, na virada do século 21/22. Interessante!

Do outro lado da praça tinha um restaurante que já estava fechado, pois já devia ser mais de 11 da noite e uma lanchonete que servia fish and chips, ou seja, peixe e batata frita.


Local onde comemos o Fish and Chips em Sneem.

Acho que não fiquei muito bem na foto.

Comemos o tal do prato mais comumente servido nas lanchonetes irlandesas que é esse peixe com fritas e não gostei não, achei que não tem muito haver. Mas o legal é que tinha uma mesa de sinuca no lugar, compramos as fichas e eu e a Lou jogamos algumas partidas. Foi muito divertido. A Bê não se animou a jogar conosco. Foi muito bom.



Depois de um momento relaxante fomos para a nossa pensão para dormir, ainda tivemos uma pequena ginástica para conseguirmos colocar os telefones para carregar, entre elas, desligar o cabo do abajur para utilizar a tomada, claro que na manhã seguinte arrumei tudinho da mesma forma que estava antes.
Claro que ainda tive que fazer a minha costumeira visita ao banheiro, embora já estivesse muito melhor, comer peixe frito e batatas fritas à noite não poderia passar em branco, principalmente para mim, pois não tenho o hábito de comer fritura.
Dia 02/06/2014 - Segunda - Feira - Sneem - Galway

Acordar pela manhã foi um prazer enorme. Janelinha de telhado, com uma cortininha fina, sistema de aquecimento central, tudo perfeito. O único problema foi que o banheiro ficava fora do quarto, embora dentro tivéssemos um box com chuveiro instalado no quarto. Tomamos nosso banho maravilhoso e descemos para o nosso café da manhã, aí havia uma grande expectativa, tendo em vista que novamente tomaria o café irlandês completo. Uma delícia!


Minhas meninas no salão do café da manhã em Sneem.

Bem bacana o lugar. Eles chamam de B&B. Bed and Breackfast.


O café irlandês estava maravilhoso como sempre. Comemos muito bem, embora não fosse muito. Mas é muito forte, a gente somente sentia fome depois da 3 da tarde. Assim mesmo nem almoçávamos, normalmente comprávamos pão, queijo, presunto, às vezes uma saladinha e a Lou preparava magníficos sanduíches para nós.
Desse café da manhã eu tenho muita saudade.Mesmo que nesse local não tivesse o white pudin
Tomamos nosso café e fomos em direção ao nosso objetivo. Seguimos pela estradinha muito simples, sendo que o dono da pensão nos deu algumas dicas sobre onde entrar e onde não entrar. Sendo uma das dicas foi visitar um forte que foi construído a milhares de anos. Um lugar com coisas interessantes.

 No portão de entrada que estava aberto, tinha uma caixinha de ferro pedindo doações, inclusive indicando que deveria ser no mínimo E3,00 por pessoa. Claro que contribuímos, embora a caixinha estivesse tão cheia que não cabia mais nada. tivemos que socar ali o dinheiro, nos fazendo pensar que ninguém devia estar retirando o dinheiro dali. Havia ainda uma placa indicando que o dinheiro seria utilizado para a manutenção e conservação do local.
Colocando o dinheiro na caixinha, que estava entulhada de dinheiro, para pagar a visita. Ninguém cuidando somente a civilidade mandando na conduta das pessoas.

Dentro do que sobrou das muralhas da fortaleza.

Estava frio. É só ver a meninas trepadas! Hehe.

Pessoal que encontramos no caminho. Notar que o side-car não era construído para rodar na mão inglesa. Nosso Fluente atrás.

Paisagens do caminho. Um local mais lindo que o outro.

Em Waterville, local onde o Charles Chaplin passava algumas de suas férias.

Nós junto com a estátua do Charles Chaplin.

Lojinha de uma espanhola onde tomamos um chá. Ela vem todos os anos para trabalhar no verão.


Estátua em homenagem a Mick O'Dwyer, "the 'high priest' of Kerry football". Um técnico motivo de muito orgulho para o pessoal local.


As paisagens são mesmo inacreditáveis no Ring of Kerry.

Alguns surfistas encarando o frio e as ondas. Acho que as roupas eram das mais grossas.

Imagem de Cahersiveen, vista de cima do morro.

Da para ver como as fazendas são pequenas. Os campos são maravilhosos.

Como sempre, quando a estrada é muito estreita não tem faixa divisória no centro.

Casas construídas de alvenaria de pedras, sem rejunte, datadas de 2000 A.C.


As construções foram feitas para durar e duraram mesmo. Os pássaros são empalhados.

Saímos dali e seguimos até os Clifs, que são como eles chamam as falésias. Chegamos ao local, onde havia um estacionamento e um senhor que estava cobrando uma taxa de conservação para a visita. Tiramos muitas fotos e ficamos pensando como aquele lugar teria se formado durante os processos geológicos da história.
A vista dos Cliffs of Kerry foram algo impressionante. Nada parecido com qualquer coisa que eu já tivesse visitado antes.

Nós ficamos mesmo impressionados com o que vimos. É de se pensar como foi que esse local se formou. Acho que teve um tempo em que a terra não era um local muito seguro.


Depois da visita, utilizei o banheiro público que tinha ao lado do estacionamento, que também estava como os demais, muito limpo, passamos na lanchonete que tinha logo na entrada e tomamos um café, mas não nos interessamos por almoçar.
Passamos ainda por uma montanha alta, novamente paramos em um largo que parecia um mirante embora não fosse, mas como havia muita serração não foi possível ver muita coisa, mesmo assim o local era admirável. Como diria o Roberto Carlos: são tantas emoções!
A estrada era especialmente estreita neste trecho, como tinham alguns ônibus, era necessário negociar muito bem o cruzamento com eles, assim tinha que procurar locais de refúgio, mesmo quando eles não existiam, se espremendo todo para poder cruzar. 
Logo que começamos a descer em direção às margens de um braço de mar, por onde os barcos podiam entrar, encontramos uma pequena capela às margens da estrada, daquelas muito pequenas, que parecia construída de barro, do tipo imitação de caverna.


Quando chegamos lá embaixo não resisti em cruzar a ponte que tinha sobre o canal. A Lou e a Bê perguntaram onde eu estava indo e eu disse que apenas atravessar a ponte. Hehehe. Pois não tinha para onde seguir em diante, teríamos que retornar ou dar uma volta enorme para retomar o nosso caminho para Galway.

Restaurantes simples mas maravilhosos localizados ao longo do atracadouro, que pareciam nos chamar o tempo todo para comer frutos do mar, mas que estavam fechados devido ao horário e por isso ficamos somente na vontade.
Seguimos em frente, agora em direção aos Cliffs of Mohy. Estes sim são muito famosos e ainda muito maiores que os de Carry. Não sabíamos se teríamos tempo de visitá-los ainda naquele dia, tendo em vista o adiantado da hora, realmente foi o que aconteceu.
Acabamos passando direto pela entrada do local e nos comprometemos a ir visitá-lo no dia seguinte depois de dormir na casa da Lou em Galway. Havíamos ganhado um dia na viagem, eliminando um dos locais de pousada.
A viagem estava rendendo muito e estávamos maravilhados com tudo o que estávamos conhecendo. A Lou também não conhecia muitos dos lugares, desta forma a viagem era interessante para todos. Mas, mesmo quando ela não conhecia o local, ao menos conhecia a história para nos contar. Outra parcela aprendíamos todos juntos, a Bê, ela e eu.
Chegamos em Galway ainda de dia, embora não fosse cedo. A Universidade de Galway é muito grande, tem um campus enorme. Achei que não ia conseguir aprender os caminhos em tão pouco tempo que teríamos para ficarmos ali. Mas até que deu para aprender relativamente rápido, embora tenha ido embora sem saber muito bem como andar na cidade.
Galway é uma cidade muito bonita e simples. Tem uma área portuária, um bom comércio, muitos Pub's, diria que Pub's até demais. O pessoal bebe o dia todo, incluindo as primeiras horas da manhã.
Assim que chegamos, passamos por umas rotatórias e a Lou nos explicou que o estágio dela na universidade era um trabalho relacionado com as questões relacionadas à eficiência da implementação de sinaleiros nas rotatórias, melhorando o trânsito e reduzindo a poluição. Na cidade não haviam semáforos que estavam começando a ser instalados a cerca de 2 anos.
Finalmente nossa chegada na Universidade onde a Lou estudou e morou durante um ano. 2013 - 2014.

Estacinamento da casa da Lou. 

Simples mas muito interessante. Acho que no Brasil deveríamos ter alojamentos nas Universidades, mesmo que cobrando.
Chegamos na universidade, onde está localizada a vila dos estudantes. Um local muito bem arrumado e muito bem arrumado. Um gramado muito bem cuidado com árvores ladeando as vias. Chegamos ao local do estacionamento próximo à casa onde ela morava. Pegamos as malas e fomos até o apartamento. Ela nos cedeu o seu quarto e a sua cama de casal e disse que dormiria dividindo o quarto com uma colega.
No estacionamento tinha toda a infra-estrutura de que precisaríamos, lavanderia, lanchonete, papelaria e restaurante que estava fechado por ser férias de verão na universidade. 
Quando chegamos passamos pela turma de amigos dela, que estavam reunidos na churrasqueira, perto do restaurante, tomando cerveja e comendo. Chegamos no apartamento nos instalamos e ela retornou para junto do pessoal.
Tratamos de tomar banho e ajeitamos as nossas coisas. Logo as colegas dela subiram e ficamos conversando. Gente muito boa. Uma delícia poder compartilhar com a Lou um pouco da vida dela.

Dia 03/06/2014 - Terça-Feira - Casa da Lou em Galway e Visita aos Cliffs of Mohy

Levantamos e a Lou tinha uma reunião de trabalho, no departamento em que ela estava estagiando.
Ficamos de conversa com a Carla, uma mineira muito gente boa. Tomamos um delicioso café da manhã, que não era irlandês, com muita calma, coisa que a muitos dias não acontecia. 
Aproveitamos e juntamos todas as nossas roupas sujas e fomos até a lavanderia a fim de lavarmos as nossas roupas. A lavanderia tem máquinas de lavar e secar que funcionam com moedas. A Lou havia nos dado sabão, que vem em um saquinho de plástico muito legal que já tem sabão, amaciante e tudo. Parece que cada saquinho rompe no momento correto. Sei lá como isso funciona, mas que funciona isso funciona.
Aproveitamos para comprar adaptadores de tomadas na papelaria localizada ao lado da lavanderia.
Não demorou muito e a Lou retornou. Almoçamos a comida que a Carla fez para todas elas. Uma espécie de mãe das meninas pelo que parecia. Uma menina muito querida. Na verdade todas elas eram muito queridas e estavam já ha muito tempo longe de casa, de forma que parecia que careciam de pai e mãe. Dessa forma, qualquer pai e mãe estavam sendo muito bem vindos por elas.
À tarde, depois que a Lou retornou e saímos em direção aos Cliffs of Mohy. No caminho passamos pelo Dunguaire Castle, um castelo medieval localizado nos arredores de Galway.



Até 1968 o castelo era ainda habitado por uma viúva que desistiu de morar lá devido às escadas que judiavam muito dela no dia a dia e se mudou  para a cidade. O castelo ainda pertence à família dessa senhora que já é falecida.

Esse castelo foi habitado por uma moradora até alguns poucos anos atrás.

Entramos no castelo, em uma loja de lembranças logo na entrada. No andar de cima tinha um artesão fazendo uma espécie de pulseira. Para visitar o castelo tinha que pagar uma taxa que julgamos ser muito alta para termos o direito de subir muitos degraus de escada.
Artesão produzindo peças que são vendidas na loja do castelo.

Dali seguimos até uma cidadezinha chamada Kilfenora que tem uma história interessante. Havia uma mulher que era casada com um homem muito rico e ele acabou morrendo ficando ela viúva. Na época as mulheres não tinham como sobreviver sozinhas pois não eram aceitas na sociedade com o poder de administrar os bens, assim sendo ela acabou se casando com um rapaz jovem que a ajudaria na administração dos bens. 
Quando os maridos jovens começavam a se achar donos das coisas ela os matava jogando os caras de cima da torre do castelo onde moravam. Não sei quantas vezes isso aconteceu, ou até mesmo se aconteceu, mas é uma lenda interessante em Kilfenora.

Neste local visitamos uma igreja transformada em museu. Pudemos ver apenas o que estava do lado de fora, pois quando chegamos a cuidadora estava se retirando. Pudemos ver várias obras de arte e várias cruzes célticas. Uma espécie de mistura entre a religião católica e celta. Uma cruz com um círculo no meio, com algumas variações nos tamanhos das travessas da cruz e do tamanho e forma do círculo do centro do cruzamento das hastes.


A cruz celta. Uma mistura das religiões Celta e Cristã.

Depois disso fomos a um café localizado próximo à igreja onde tomamos uma sopa maravilhosa. O dono do lugar nos explicou sobre os detalhes do baile anual, que acontece num salão localizado no outro lado da rua. Ainda ficou maravilhado com a Louise e disse à ela que fosse lá, pois com certeza ela arranjaria um marido para casar. Ele mesmo se encarregaria de arranjar alguém para ela.
Foi muito legal a conversa com ele, mas a Lou já estava ficando meio incomodada com a situação pois ele era um tanto direto nas palavras. Claro que não estava se oferecendo pois já tinha uma certa idade, acho que era mais velho do que eu, mas disse que arranjaria alguém pois conhecia muita gente. Se lastimou do filho dele já ser casado. Hahahaha. 
Lugar onde almoçamos em Kilfenora.

O lugar era interessante. Mas o melhor foi ouvir as histórias do proprietário.

Muito linda mesmo. Ela ficou lisonjeada, pois o dono da casa convidou ela para participar da festa anual onde os solteiros arranjam casamento. Hahahaha. Uma festa muito famosa do local.
Foi engraçado. Os irlandeses são mesmo muito interessantes. Coisas que a gente nem imagina acabam acontecendo, pois é como se a gente estivesse no interior onde as pessoas não tem maldade dos grandes centros, mas uma simplicidade interessante.
Saímos em direção aos Cliffs of Mohy. Ao longo do caminho vimos muitas casas antigas, do tipo medievais, construídas de pedras, que duram uma eternidade quando ninguém as destrói e com telhado de palha, do tipo das casas do interior do Brasil.
Os celeiros da região são muito bonitos e parecidos com as coberturas de Santa Fé do Rio Grande do Sul. Só que de pedras.
As estradas sempre estreitas, onde a gente tinha que ir com o maior cuidado, mas não testemunhamos nenhum acidente, mais do que isso, não vimos nenhum tipo de ocorrência daquilo que podemos chamar de situação que poderia acabar em um acidente. Ou seja, não vimos ninguém conduzindo de forma que pudesse acabar resultando em um acidente.
Pelos caminhos muitos campos e pastos ocupados por vacas, cavalos e ovelhas cercados por muros de pedras que só mesmo Deus é capaz dizer há quanto tempo estão ali e as paisagens sempre simplesmente maravilhosas. A Irlanda é um país muito bonito, como podemos ver nas fotos que estão aqui nesse Blog.
Chegamos finalmente ao nosso destino, estacionamos o nosso carro em um estacionamento enorme e pago, claro. Dalí tínhamos que seguir à pé. A quantidade de carros e ônibus era muito grande, indicando que naquele dia deveriam ter centenas de turistas no lugar.
Estacionamento dos Cliffs of Mohy. Uma senhora infra-estrutura.
Passamos direto pelo local de recepção dos turistas, pois era tarde e queríamos ver o principal que eram as falésias. Uma beleza ímpar e indescritível. Como todos sabemos é impossível capturar a beleza de um lugar através uma fotografia e mesmo assim as fotos são maravilhosas, daí podemos imaginar como é o local ao vivo.

A falésias de Carry ficaram pequenas perto da magnitude daquele lugar. Um paredão com centenas de metros de altura terminando embaixo no mar de águas limpíssimas, na verdade, alto mar, porque a ilha da Irlanda é banhada pelo Oceano Atlântico e fica localizada longe da costa da Europa.
Vimos um castelinho que um antigo proprietário do local construiu para que os turistas pudessem apreciar as maravilhas do local, isso a mais de um século, o que mostra que o local é visitado por turistas há muito tempo.
Mirante construído pelo proprietário das terras para os visitantes observarem os Cliffs há mais de 100 anos.

Castelinho mirante sobre a falésia.
O lugar é muito poderoso e nos faz sentir muito pequenos, ficamos como que expostos aos poderes da natureza, para quem tem espírito de aventura, como nós temos, nada de mais ou de desconhecido, mas ainda assim poderoso. Foi uma sensação parecida com a que tive diante do glacial Perito Moreno, na Patagônia.
Uma selfie para variar. Sentar e olhar para o esplendor da natureza. Contemplação é o nome disso!

Acho que ficamos ali por mais de uma hora. Passei muito tempo parado à beira do abismo, mas não tão na beira assim, pois senti vertigem nas proximidades da borda do precipício, apreciando e sentindo a energia do lugar. Adorei estar ali e agradeci muito pela oportunidade, da mesma forma que desejo, que todos tenham a possibilidade e a coragem de um dia estar nesse local.
Como a água estava muito gelada achei melhor não pular.

Pensa num cara com a barriga gelada de chegar perto da beirada da falésia. Brrrrr!

Se o cara quiser pular, é só pular. Na Irlanda o estado não protege os imbecis. Acho que ser imbecil não dá direito a indenização, ao contrário, talvez a família tenha que pagar indenização ao estado.
As rochas tem xistosidade, ou seja, são estratificadas, de forma que é fácil retirar dali placas planas de argilito ou algo assim. Todos os muros da região são construídos através do empilhamento dessas placas e as casas pré-históricas que vimos na região, também eram construídas através do empilhamento dessas mesmas placas. É o material mais fácil e abundante existente na região.
Depois que saímos de lá, passamos por um local onde haviam muitos morros brancos e sem vegetação, a Lou nos contou que se tratava de uma das maiores reservas de calcário do mundo, exatamente 250 km de extensão. Tipo dos dolomitos na Itália, só que de uma forma muito mais plana que lá. Um morrão arredondado, chamado Burren que significa "lugar pedregoso", em irlandes.


Uma enorme reserva de ROCHA calcária da Irlanda.

Voltamos para casa e no caminho passamos no supermercado, localizado perto da casa dela, compramos vinho, uma garrafa de Jack Daniels, que por lá tem muito, e bacon para a Lou cozinhar para nós na janta do dia seguinte. Um prato típico da Irlanda que a Lou nos presenteou. 

O maravilhoso bacon assado que a Lou fez para nós na casa dela em Galway. Uma delícia.

A Lou e as amigas dela que estiveram no programa. Uma de Brasília e as outras 3 de Minas.

Nem dá para imaginar o que é que eles chamam de bacon, não tem nada a ver com o nosso, pois tem muito pouca gordura e um grande pedaço de carne. A aparência de uma fatia é a mesma que de uma fatia de picanha, só que de carne branca, pois é porco. 
Pensa numa carne de porco gostosa e bem feita. O nome da carne: Bacon. Acredite quem quiser. Parabéns Lou! Ficou uma delícia.
Foi uma delícia a janta japonesa até mesmo porque o Luiz nos ensinou como enrolar o temaki e todo mundo participou de alguma forma na confecção dos sushi. A quantidade que ele fez foi muito grande pois éramos muitos, cerca de 10 pessoas. Obrigado Luiz e demais jovens que participaram deste nosso dia, foi ótimo estar com vocês.
Também teve sushi, graças ao Luiz que era expert em sushi e temaki.

Carla, Flavinha, Dani e Luiz, o nosso sushi man.

Galera no aperitivo, aguardando o sushi e o temaki.
Ficou delicioso.

Dia 04/06/2014 - Quarta-Feira - Casa da Lou em Galway

Dia de conhecer Galway com a Lou. Fomos conhecer a casa onde ela morou antes de ter que se mudar para aquele apartamento. Lugar muito próximo e muito melhor por ser um sobrado onde elas dividiam os quartos, só que em uma casa. Acho que para um jovem deveria ter sido mais legal morar no apartamento mesmo. Um pouco mais de muvuca.

Descemos até a praia, onde encontramos um bom movimento. Havia um grupo de jovens saltando de um trapiche. A Lou nos contou que essa é uma tradição na cidade e que ela e as amigas também cumpriram com essa tarefa. hehe.

Seguimos pela orla até o centro da cidade. Passando pelas instalações portuárias, armazéns típicos, e muitos espaços urbanos, como jardins, praças e esculturas artísticas ou comemorativas. A Lou ainda nos apresentou a Penneis, "centavos" em uma tradução grosseira. Realmente as coisas custam muito barato e são de boa qualidade. 


Galway Hooker Escultura, Eyre Square

Browne Doorway

Estacionamos o carro em uma rua lateral, colocamos dinheiro no parquímetro, que nos entregou um papel com o resumo do pagamento e horário até quando estávamos autorizados a permanecer na vaga.



Cabe ressaltar que o valor do estacionamento é mesmo muito caro. As cidades proporcionam um excelente transporte público, que é utilizado por muitas pessoas, mas caso você decida sair de casa utilizando o seu carro, coisa que nós estamos absolutamente acostumados, pode se preparar que os custos serão muito altos. O objetivo é o de convencer as pessoas a utilizarem o serviço de transporte público.
Trenzinho turistico.


A loja fica localizada em um shopping, onde encontramos uma lanchonete para comermos algo pois estávamos com fome, como citado anteriormente a gente tomava o café da manhã e acabava não almoçando, mas enquanto estávamos na casa da Lou o café da manhã era diferente do café irlandês, o que nos deixava com fome na hora do almoço. 




Lanchonete no shopping onde almojantamos alguma coisa.


A loja é uma loucura. Não quisemos comprar muito pois teríamos que carregar pelo resto da viagem tudo o que comprássemos, por isso julgamos ser melhor deixar para comprar em Dublin, já mais perto do dia do retorno e assim não teríamos que nos preocupar com carregar malas e os trechos que iríamos de avião, onde não poderíamos levar as bagagens sem um custo.

Andamos pelo calçadão da cidade, onde o comércio é muito forte e a quantidade de turistas é muito grande também. A Lou nos levou até a loja onde vende as camisetas da Harley da Irlanda, que ela havia comentado em Killarney. Muito legal! Comprei 2, uma para mim e outra para o Conrado. Pensei em comprar mais, mas o preço é alto, coisa de 28,00, ou seja, uns R$90,00 por camiseta.
As ruas de Galway são muito interessantes e a parte mais antiga, próxima ao porto, é muito 10!
Visitamos ainda a Igreja de Saint Nichola`s. Uma igreja linda e antiga localizada na região do Porto, no centro antigo da cidade de Galway. No piso da Igreja muitas canaletas e sistemas de drenagem. Algum motivo para isso devia ter.

As meninas estavam interessadíssimas na conversa. Acho que a Bê não estava entendendo nada.

Cada fachada! Muito legal!

A região do porto é mesmo muito bucólica! Turística à beça!

A Bê na esquina da Rua do Druida. Hehe.

Compramos lembranças para nossos queridos daqui e caminhamos pela cidade velha. Vimos pessoas pescando truta, ah sim, isso era uma coisa muito comum de se ver em quase todos os lugares por onde passamos. Pegando peixe não vi ninguém, mas pescando vimos muita gente em todos os locais por onde passamos.

Dia 05/06/2014 - Quinta-Feira - Galway - Sligo

Dia de seguir em frente. Acabaram-se os dias de visita na casa da Lou e agora novos locais e paisagens aguardavam por nós. A nossa expectativa era simplesmente enorme, ainda mais que a Lou estava conosco, uma delícia de companhia e tudo o mais. Depois de 1 ano longe.
Saímos de Galway em direção ao norte com Balina em nosso maravilhoso GPS que a Lou nos arranjou. Como é Balina? Ninguém fazia a menor idéia, mas isso também não tinha nenhuma importância já que o caminho é o que mais nos interessava.
Como somos motociclistas nos importa muito mais o caminho dp que o destino, esse é um paralelo que costumo fazer com relação à minha própria vida. O destino será sempre, para todos nós, o cemitério, o que não tem o menor atrativo, portanto temos que aprender a apreciar o caminho, sem esquecer de que partimos exatamente da mesma forma que chegamos, levando apenas aquilo que realmente é nosso.
Chega de filosofia, que é o mais importante, e retornando à viagem, saímos meio tarde de Galway pois a Lou tinha ainda uma reunião a participar pela manhã e almoçamos a comida maravilhosa feita pela Carla e a Flávia, além da companhia da Dani.
Chegamos em Balina e decidimos seguir em frente. Fomos tocando até Sligo, onde saímos da auto-pista em um trevo enorme e entramos em uma avenida. Paramos em um posto para colocar diesel no carro e fomos descendo a avenida em direção às regiões mais habitadas da cidade em busca de um hotel. Vimos à nossa direita uma instalação enorme e tinha uma indicação de Sligo Park Hotel.
Entrada do Hotel. Quando chegamos achamos que o preço seria proibitivo, mas que nada.



Ficamos apreensivos pois o Hotel era realmente muito pomposo e luxuoso. Decidimos que valeria a pena perguntar se tinham vagas e o preço, se fosse caro seguiríamos em frente sem traumas. Foi o que fizemos e o valor da diária era bem razoável, da ordem de 120,00. 
O valor das diárias na Irlanda, mesmo em hotel de interior, tipo B&B, nunca ficam por menos que 30,00por pessoa e nesse caso estava dando 40, o que  era perfeitamente aceitável, tendo em vista as instalações do hotel, que em nada se parecia com o B&B. Decidimos que ficaríamos por ali mesmo, numa noite de reis em um quarto com cama de casal e de solteiro. O quarto era enorme e tinha uma cama de casal e duas de solteiro, na verdade, meio-casal, com 1,20m de largura.
O quarto era mesmo muito amplo. Confortável pra caramba!
Dormimos muito bem e como pagamos pelo café da manhã junto na diária, tomamos o nosso já famoso café irlandês. Eu já estava com saudades dele, depois de 3 dias inteiros sem um café daqueles. Já estava me preocupando com como eu poderia fazer para me acostumar sem esse café depois de voltar para o Brasil, mas esse seria um outro problema. hehehe.


Dia 06/06/2014 - Sexta-Feira - Sligo Belfast, passando por Giant`s Causeway

Pela manhã, saímos de Sligo, por onde demos uma rápida voltinha pelo centro da cidade, que é muito antiga e movimentada também, cheia de carros, ônibus e caminhões de tudo que é tip. Tivemos alguma dificuldade com a quantidade de ruas onde sempre era contra-mão para entrar. 
Passamos por igrejas católicas, protestantes e por mesquitas também. Algumas muito antigas, indicando que o lugar não é novo não. Muita gente andando pela rua também.
Saímos da cidade e nos mandamos em direção a Bushmills, um dos locais esperados onde pretendíamos visitar a destilaria do whiskey de mesmo nome. Vale frisar que é assim mesmo que se escreve. Na Irlanda é como nos EUA, a palavra é whiskey e na Escócia se chama Whisky.
Em Bushmills. A caminho de nossa visita à destilaria de mesmo nome.

Vista da cidade. Enfeitada com bandeirinhas, sabe Deus porque!

Passamos por Coleraine e chegamos em Bushmills, que já fica localizada na Irlanda do Norte e não mais na Irlanda, ou seja, agora já estávamos no Reino Unido, ou seja, na Grã Bretanha. Não foi difícil encontrar a destilaria que é enorme perto de uma cidade relativamente pequena. Haviam ainda outras destilarias de nomes que não conheço.
Destilaria Bushmills. Coisa linda. O cheiro é muito bom.

Painel no interior da área de espera da visita.

Estacionamos o carro nas vagas de visitantes, aí já vimos que a quantidade de visitantes era muito grande e fomos até o centro de recepção onde compramos ingressos para a visita guiada, que é a única forma com que eles permitem que a gente entre na fábrica.
A tranquilidade e paz que se sente no interior de uma destilaria é interessante, porque embora a produção seja grande, não tem muita gente trabalhando. Visitamos os toneis onde é fermentada a cevada malteada, que nada mais é que a cevada que sofreu um processo de início de brota, que sequer chega a alterar a aparência do grão, mas que muda a quantidade de açúcar do grão. 
Os alambiques

Local onde chega o Spirit. Que é como é chamado o líquido da destilação. Na Irlanda o Whiskey é tri-destilado e na Escócia é bi-destilado.

A fermentação ocorre em tonéis enormes, onde se prepara uma cerveja, utilizando-se do mesmo processo que qualquer outra cervejaria, com o diferencial de que ali o teor alcoólico é mais alto, da ordem de 8 a 9%. 
Depois de 5 a 6 dias, dependendo das condições de temperatura do acompanhamento de especialistas, a cerveja é filtrada e vai para os alambiques onde sofre tri-destilação, pois o Whiskey é tri-destilado, essa é uma das diferenças para com o whisky, que é bi-destilado.
O produto da destilação é o Spirit, que tem alto teor alcóolico e que ninguém consome, daí vai por tubulações de aço inoxidável até os barris de carvalho para envelhecimento. Aí é claro que cada casa tem seus segredos, colocando certo tempo em barris de carvalho branco do Canadá, depois barris reutilizados de carvalho também, mas que já serviram para envelhecimento de cherry na Espanha ou vinho do Porto em Portugal e assim por diante.
Uma antiga peça que recebia o Spirit.

A técnica na produção de bebidas de alta qualidade com alto valor agregado é impressionante pois as possibilidade e as variedades são de infinitas combinações o que resulta em cada um com a sua qualidade.

Depois de passeios e provas, que foram comedidas, até mesmo porque nos serviram apenas um pequeno gole de dois tipos diferentes de envelhecimento para provar, acabamos não comprando nenhuma garrafa de whiskey, tendo em vista que o preço era alto e que ainda por cima teríamos que carregar as garrafas com risco de acidentes, preferimos deixar para comprar no free shop do aeroporto quando estivéssemos indo embora. 
Ao final, alguns golinhos para provar o resultado de todo o empenho secular dos irlandeses.

Ahhhhh! Coisa boa!

A Lou mandou ver também. Ficou meio odiada, mas tomou. hehe

Saímos da destilaria, cruzamos o estacionamento e entramos em uma casa de frios e pães, localizada do outro lado da rua. Compramos nosso farnel, incluindo refrigerante e take away coffee, que são aqueles copos com tampas que a gente vê em filmes, bem do tipo que tem nos EUA mesmo, pois eles são de cultura irlandesa sem sombra de dúvida, inclusive no jeito de falar.
Seguimos em frente e a Lou para variar nos preparou sanduíches maravilhosos que íamos comendo no carro. Pão, presunto de parma, queijos variados, salada verde, às vezes uma cenoura ralada e assim por diante, além de uma água ou referi ou ainda café para acompanhar.
Nada como tomar um take off café e comer um sanduíche feito com muito carinho pela Lou.

Assim fomos indo até chegarmos em um dos locais mais interessantes da Irlanda do Norte que é onde foi filmada uma parte do filme Coração Valente, The Giant's Causeway.
The Calseway Giants, ou Calçada dos Gigantes. Um lugar mesmo impressionante. A natureza e as suas peripécias com uma delicadeza surpreendente.

Minhas meninas lindas na Calçada.

Um lugar pra lá de inexplicável! Como diria o mineiro. Não é possível sem uma aula de geologia, que eu não tive, compreender como aquela formação se tornou realidade.
As fotos podem contar melhor do que qualquer palavras sobre como é o lugar. O que vale a pena registrar é a estória que se conta sobre como o local se formou, muito mais fácil de entender do que a parte geológica da questão.
É muito incrível esse lugar.

Parece que cada coluna foi feita à mão por Deus.


Coisa de doido. Não sei quem é mais bela!

Era uma vez um gigante que vivia naquele local e ele tinha um gigante que era seu inimigo, que morava do outro lado do oceano, na Escócia, mesmo que os dois nunca tivessem se encontrado. Entretanto eles viviam se provocando, um de cada lado do oceano.
Um dia o gigante da Irlanda do Norte construiu uma estrada de colunas de pedras para poder cruzar o oceano até a Escócia e quando ele chegou lá, para brigar com o gigante escocês, viu que o outro era muito maior do que ele.
Ficou morrendo de medo e retornou correndo para casa, entrou e se escondeu contando para a mulher o que tinha acontecido. A mulher mandou que ele se vestisse de bebê e ficou esperando. Quando o gigante escocês bateu na porta da casa, a mulher dele atendeu e disse que o gigante tinha saído para o trabalho, mas o convidou para entrar e esperar. 
Enquanto o gigante estava esperando a mulher pediu licença para levar uma mamadeira para o filhinho dela, que era o gigante, marido dela, fantasiado de bebê.
Acontece que quando o gigante viu o tamanho do bebê fugiu com medo pois ficou imaginando: - se o bebê é desse tamanho, imagino o tamanho do pai dele!
Saiu correndo fugindo rapidamente e para evitar que o gigante fosse atrás dele, foi destruindo o caminho sendo que somente naquele começo ficaram os restais da calçada que o gigante havia construído.
Hahahaha. Que tal! Muito boa a estória, não? Se é verdade não sei, só sei que foi assim!

Estacionamos o carro em frente ao hotel onde havíamos ponderado a possibilidade de dormir, caso tivéssemos chegado à noite, entremos em um edifício lindo todo projetado para dar apoio ao turista. Lojinhas de recordações, café, livros, fotos, etc. Tinha ainda um vídeo que ficava tocando o tempo todo explicando o fenômeno geológico da formação daquela estrutura.
Incrível!

Até eu fiquei pequeno lá!

Que legal ficou essa foto.

Logo na saída do edifício alugamos 3 aparelhos que contam a história do lugar, são guias eletrônicos, e fomos caminhando ao longo da costa. O local é por si só muito bonito e tem uma paz enorme, com algumas aves voando. O guia eletrônico foi nos dando as informações e nós ali tentando reconhecer tudo o que ele falava. Camelos ou dromedários, tartarugas gigantes, até mesmo a bota do gigante estava por lá.

Mais à frente chegamos à tal da Giant’s Causeway que é realmente impressionante, um lugar que valeu muito a pena termos ido. Na verdade todos os lugares por onde andamos valeram muito à pena. O novo é mesmo uma delícia.
Terminada a nossa visita, hora de seguir em frente. A idéia de dormirmos por ali mesmo não estava agradando pelo rendimento da viagem, desta forma decidimos que seria muito mais conveniente seguirmos em frente. 
Nosso objetivo agora era Belfast, cidade que no passado relativamente recente foi palco de muita luta entre os irlandeses do norte e do sul através do IRA. Felizmente nosso objetivo agora era conhecer essa cidade e se possível ver o muro que divide a cidade até hoje.
Ainda existe separatismo por lá, os bairros onde moram os protestantes e os bairros onde vivem os católicos ainda ficam separados. A informação que tivemos é que cerca de 30% da  população residem em bairros incompatíveis com suas religiões.
Entretanto na Irlanda não devem existir quantidades importantes de imigrantes que não sejam católicos ou protestante. Nós ao menos não vimos muçulmanos, indús, nem judeus, que acredito que tenha em todos os países do ocidente.
A moeda da Irlanda do Norte é a Libra ou Pound Sterling ou simplesmente Pound, pois pertence ao Reino Unido, juntamente com a Escócia, Inglaterra e País de Gales. Deu para notar de cara que os preços subiram muito, ou seja, o número do preço era o mesmo mas o câmbio era muito maior, de R$3,30 para R$4,20.
Embora a Irlanda seja o país de mais alto custo de vida da Comunidade Européia, perde longe para o Reino Unido. Não é à toa que Londres é a cidade que tem o turismo mais caro do mundo. Ao menos é o que sempre ouvi dizer.
Quando chegamos em Belfast ainda estava claro e nos deparamos com uma cidade muito grande. Fomos até o Hotel Wellington, graças ao GPS apanhamos pouco, mas ainda assim não foi muito fácil não. Havíamos feito a reserva pelo Booking, com fizemos muitos dos lugares, conforme nos deslocávamos e íamos decidindo onde iríamos dormir.
Nossa chegada em Belfast. O Monumento Belfast Rise Sculpture. Lindo!

A cidade tem ares da Europa muito antiga.

Hotel onde nos hospedamos. Muito bom.
Subimos até o quarto, que tinha uma cama de casal e duas para semi-casal, um quarto enorme. Nos acomodamos e saímos novamente com o carro para ver a cidade. Passamos em frente a universidade, igrejas, casarões maravilhosos. A cidade é muito antiga, como tudo na Europa.


Fomos até o centro da cidade e visitamos o Parlamento. O tempo estava mesmo ruim e demos mais de uma volta em torno do parlamento para tirarmos fotos de dentro do carro pois não dava nem para descer do carro por causa da chuva que estava apertando.




Logo que saímos do hotel havíamos passado em frente de um local que servia kebab, não sei se é assim que se escreve, voltamos na tentativa de reencontrar o local. Tivemos que dar algumas voltas, estacionamos o carro em um outro local, pois vimos um restaurante interessante, mas quando chegamos lá nos informaram que não estavam mais servindo janta, somente bebidas.
Retornamos à avenida de cima, de onde havíamos vindo e acabamos encontrando a lanchonete árabe que servia kebab. Estacionamos o carro e fomos até lá. Eram imigrantes Marroquinos que estavam morando lá a pouco tempo. Diferentemente da Irlanda, no Reino Unido a comunidade árabe já é muito grande.
O kebab estava uma delícia e havia um churrasco grego, do tipo daqueles que tem em São Paulo. Achei que lá seria mais seguro provar e na conversa com o rapaz que estava nos atendendo perguntamos se era bom e ele nos cortou um bom bocado para provarmos. Comemos um monte. O churrasco grego que eles fazem lá tem um sabor parecido com mortadela, ou seja, parece ser algo processado. O sabor é bom.
Já era tarde, cerca de meia noite e era noite, fomos para o hotel e dormimos. Eu estava feliz porque na diária estava incluso o café da manhã irlandês. O coisa boa!

Dia 07/06/2014 - Sábado - Belfast - Edimburgo

O dia amanheceu e o tempo continuava muito feio e chovia, na verdade um tempo muito Curitibano, frio, nublado e garoando. O café irlandês estava tão bom como nos outros locais. Uma delícia!



A maior atração da cidade, que também é um orgulho do povo, é que o Titanic foi construído lá. Construíram um museu em homenagem a este fato, localizado ao lado das docas, que tem uma arquitetura muito legal, são praticamente 4 proas de navio. Não entramos no museu. Mas tiramos ao menos uma foto da Lou ao lado do enorme letreiro com o nome do navio. 
Monumento ao Titanic, construído aqui em Belfast.


A Lou ficou linda junto ao Monumento. Linda a foto. Chovia bem nesse dia.
Depois seguimos até o Belfast Castle, localizado no alto de uma colina com jardins maravilhosos e que acabou passando para o município que o transformou em uma casa de recepções. Naquele dia estavam arrumando tudo para um casamento.
Jardins do Castelo de Belfast.
O Castelo virou uma Casa de Eventos.

Entramos no castelo e passeamos um pouco pelos locais onde era permitido acesso. Há um restaurante muito bonito mas que infelizmente não tem janelas e creio que somente por isso não almoçamos lá, tinha uma cerveja muito atraente mas que ninguém se interessou em beber. 
Buscamos pelo banheiro, pois estávamos precisando de um. O restaurante tinha muitas salas e em uma delas havia uma grande quantidade de artesanatos e o próprio artesão estava ali trabalhando.


A chuva não desanimou o pessoal da passeata na saída da Catedral. Tivemos que esperar a passeata sair para tirar o carro do estacionamento.

Era uma passeata trabalhista referente aos portuários.



Igreja em Belfast.

Interior da Catedral de Belfast. 


Tinha um cara tocando o órgão na hora que entramos. A música era linda. Depois ele pegou a vassoura e saiu valendo o chão. Conversamos com o rapaz.

Maravilhoso o órgão da Catedral.



Antiguidades expostas em uma espécie de museu atrás do altar.




A cúpula era muito impressionante.

Saímos e retornamos para a cidade descendo a encosta do morro sendo que nesse caminho haviam muitas casas bonitas, parecia ser um bairro de qualidade. 
Saímos de Belfast em direção a Dublin novamente que era o nosso destino do dia, pois à noite teríamos que seguir pela Ryan Air para Edimburgo, na Escócia, onde deveríamos dormir.
Era uma auto-estrada de pista dupla, o que facilita muito em andar na contra-mão, embora depois de quase 2000km rodados por estradas variadas incluindo as muito estreitas que passava um carro de cada vez, nessas condições aquela estrada estava boa demais.
Chegamos em Dublin e ainda demos uma boa volta pela cidade, de carro, sendo que a Lou nos deu uma aulinha sobre como a cidade é organizada, onde ficam as ruas principais em relação ao rio que corta a cidade, onde fica o calçadão e as lojas que iríamos passar depois que retornássemos para o nosso último dia de viagem e que, infelizmente, ela não estaria mais conosco pois talvez ela tivesse que retornar par Galway. Depois de nosso passeio por Dublin, que foi muito proveitoso, pois realmente, quando chegamos lá sozinhos, as dicas dela valeram muito. 

O clima em Belfast estava lembrando muito Curitiba. Nos sentimos em casa. Não fosse pela antiguidade das paisagens e a civilidade do povo.


Agora era o momento de devolver o carro exatamente no mesmo local onde o havíamos retirado. Pois bem, onde era esse local? Onde ficava? Como chegar lá?
Bem, conseguimos achar o aeroporto e paramos em um posto para encher o tanque para entregar o carro. No posto alguém deveria poder nos ensinar o caminho para chegar ao estacionamento da Europcar. Fomos à loja do posto para comer alguma coisa e tomar um café. Achamos um LepRechaun, que é o duende típico da Irlanda. Comprei um de lembrança para a Bê.


O Leprechaun que comprei de presente para a Bê.

Por sorte tinha uma van da Europcar e perguntei ao motorista se ele estava indo ao estacionamento ele disse que não mas me disse que era simples de chegar lá me explicando qual o caminho. Estava perto e muito fácil mesmo de achar.
Estacionamos o carro, um rapaz veio para receber, deu olhada no carro, perguntou se tinha algum problema ou se tinha acontecido alguma coisa. Dissemos que não e ele pediu pelo contrato que foi meio difícil de encontrar. A cabamos achando e entregando para ele e pronto. Disse que estava tudo certo e que poderíamos ir embora. Ok. Pegamos nossas bagagens e uma carona com a van para irmos até o terminal do aeroporto.
Chegamos lá e fomos buscar por um local para guardar a nossa mala grande, pois retiraríamos ela somente em nossa volta para Dublin, um dia antes de nossa partida para o Brasil. Aí precisávamos tomar a cerveja que havíamos comprado em Kilkenny e que ainda estava conosco. Como não poderíamos embarcar com aquela garrafa acabamos indo na região da praça de alimentação, onde quase tudo estava fechado, somente as lanchonetes estavam abertas. 
Sentamos em uma mesa meio isolada para tomarmos a nossa cerveja, escondidos pois é proibido beber em público, pegamos 3 copos plásticos e tomamos. Meio rápido. Depois que estávamos indo para o embarque vimos um grupo de gente que acumularam umas 10 garrafas de cerveja. Que sacanagem, a gente achando que éramos verdadeiros criminosos por termos tomado uma cerveja em três. Hehehe


Em Dublin, no posto onde enchemos o tanque do carro e ficamos tomando um café para encontrar o local onde teríamos que devolver o carro.
A Lou sabia que nós, por sermos estrangeiros, tínhamos que carimbar a passagem em um balcão que tinha apenas uma moça e somente a Lou era capaz de achar aquela moça. Eu fiquei pensando se aquilo seria mesmo importante pois eu jamais teria feito isso. Acho que nenhum brasileiro que viaja por lá saberia fazer isso. Só mesmo se na hora do embarque o funcionário da empresa mandasse o cara voltar até lá para procurar pela carimbadora de passagem.
O embarque da Ryan Air é muito simples e o voo também. Padrão Brasil. Só que muito mais barato. O vôo não foi assim tão rápido, acho que demorou umas 2 horas.


No aeroporto em Dublin.

Acho que a gente estava muito feliz!

Chegamos em Edimburgo tarde e já era noite. Fomos atrás da empresa onde iríamos pegar o nosso novo carro. Como o aeroporto estava em reforma, tivemos que andar muito até encontrarmos a loja da Hertz. Pegamos a chave do carro e saímos caminhando até o estacionamento, onde a atendente nos indicou e chegando lá na vaga indicada havia um Renault azul celeste metálico. Chegamos a pensar em trocar o carro, mas como as malas couberam no porta malas que era maior do que parecia, decidimos ficar com ele mesmo.
Embora fosse um carro pequeno, tinha motor diesel também, assim como o Fluence da Irlanda. Agora estávamos na Escócia. Juro que demorei para me convencer de que estava mesmo lá. Saímos do aeroporto e fomos em direção à cidade com o endereço do hotel no GPS Tom Tom da Lou. Fomos direto até o hotel. Entramos e fomos até o quarto, deixamos nossas coisas e saímos para comer, mas como era muito tarde a solução foi ir até uma pizzaria, do tipo que só faz entrega, disk pizza, que estava localizada na avenida por onde tínhamos vindo do aeroporto. Descemos e paramos na frente da pizzaria. O pessoal dali era árabe também, tinham vindo do Líbano. A senhora, que havia aberto a casa juntamente com o marido, estava viúva a menos de um ano e agora ela e os filhos estavam tocando o negócio.
Pedimos 3 calzones, que foi demais, pois não conseguiríamos comer, vimos isso logo que nos entregaram a comida em caixas para viagem. Compramos uma Coca também e fomos embora para o hotel, pois era proibido comer ali, pois a licença de funcionamento deles não era de restaurante.
Estava muito bom o calzone mas sobrou muito. Nos ajeitamos para dormir, pois já era tarde e abandonamos os calzones.
Dia 08/06/2014 - Domingo - Edimburgo - Rothes

Levantamos, tomamos nosso café irlandês, que agora era escocês, mas dava na mesma pois era exatamente igual. Tinha uma fila e nos apresentamos para o café da manhã e aguardamos pelo metre que nos indicou uma mesa para três. Tudo muito chique.

Nosso hotel era muito bonito.
Depois saímos para conhecer a cidade que é simplesmente um abuso de beleza. O castelo localizado no cimo de um morro, de onde se pode ver todo o vale e a cidade, é muito legal. Daqueles que tem foço com ponte levadiça e tudo. 
A montagem das arquibancadas e o carrinho de sorvete.
Sem palavras... Dá para ver as arquibancadas que estão montando no largo em frente ao Castelo.
Out door chamando para visitar o Castelo aberto o ano todo.


Estacionamos o carro em um local meio distante, que foi onde achamos uma vaga, pois o centro antigo estava cheio de carros e ônibus e ainda vários carros antigos e outros veículos estranhos que seus donos desfilavam alegremente.


Caminhamos um bocado subindo ladeiras até chegarmos ao castelo, na área em frente ao castelo estavam montando uma estrutura enorme em uma praça ampla. Perguntamos aos seguranças e iria ter o Festival Anual de Edimburgo, que acontece sempre nas 3 últimas semanas de outubro. A cidade recebe mais de 1 milhão de visitantes durante o período do festival.
Igreja de Saint Giles.

Meu amor em frente a Igreja de Saint Giles.

Coração na calçada que representa a queda de um tirano. Quando os mais antigos passam cuspem neste coração representando o desprezo pelo seu significado.




Nós em frente ao coração.
Descemos do castelo e passeando pelas ruas chegamos à Igreja de Saint Giles, na calçada havia um mosaico em forma de coração no chão. Antigamente em frente a esse coração existia o edifício administrativo da cidade, onde aconteciam as prisões e execuções públicas na cidade. Como o povo não era a favor dessa situação criou o hábito de cuspir sobre o coração. O mais interessante é que enquanto estávamos por ali vimos várias pessoas passarem e de fato cuspirem no mesmo. Tivemos mesmo que prestar a atenção pois eles cospem muito sutilmente e se você não estiver de olho nem sequer vai perceber. Mas no chão era possível notar várias cuspidas.
Depois fomos a um café, onde tomamos água e café e utilizamos o banheiro, pois estávamos apertados. Um rapaz que estava sentado à mesa em nossa frente não suportou a vontade de falar conosco em português. Embora falasse com algum sotaque de Portugal e com algumas palavras em espanhol no meio. Ele nos contou que estava muito feliz de poder falar conosco pois ele sabia falar muitas línguas mas o Português era uma língua difícil de praticar, ele era de algum país árabe e estava morando na Europa ha muito tempo e em Edimburgo há 5 anos.
Saímos do café descemos em direção à parte baixa da cidade, passando por cima de uma ponte sobre as linhas de trem. Chegamos a um edifício estilo romano, que devia mesmo ter alguns milhares de anos e em frente a esse tinha um outro prédio muito grande também. Os dois edifícios são hoje museus.






Os jardins eram enormes em amplitude. Muitos quilômetros de jardins com muitas pessoas espalhadas neles. Crianças e cachorros brincando, etc.
As meninas na entrada do Castelo de Edimburgo.

A vista lá de cima do Castelo é muito linda.






Um Castelo que tinha até mesmo fosso para proteção. 

Nós na ponte levadiça.

O fosso do Castelo tem umas portas que não sei era para soltar animais que atacariam os invasores. Não parecia, por esta foto, que ficava cheio de água. 
A Bê e a Lou se agarrando no caminho que descemos. Uma ladeira enorme.
Edimburgo é uma cidade maravilhosa. Senti não poder ficar mais. A cidade tem muitos locais para se visitar. Acho que alguém teria ao menos 100 lugares para visitar na cidade. Mas o legal mesmo foi ver uma exibição de cinema em plena praça. Muitos adultos e crianças assistindo "O Mágico de Oz”, com uma paisagem como aquela da cidade. Muito legal.
Apresentação do Mágico de Oz para o público em uma praça da cidade.
Depois quando retornávamos ao carro para podermos seguir viagem, para o norte da Escócia, encontramos com um escocês vestido de york, que é um povo escocês que nunca foi dominado. Esse povo foi retratado no filme “Coração Valente”.
Ele tirou foto com a Bê, brincou, cantou, dançou. O cara era muito bom. Dei um dinheiro para ele pois o cara merecia.
A Bê com um guerreiro à moda do Coração Valente.
Saímos em direção ao norte, pois pretendíamos subir para a rota do Whisky, pois na Escócia é assim que se escreve diferentemente da Irlanda e Estados Unidos que é Whiskey.
Nosso destino era Aberdeen, passaríamos por lá e depois entraríamos pelo interior a caminho de Inverness. Íamos sem destino específico e dormiríamos em qualquer lugar pois não tínhamos reservas em local nenhum.
Ônibus de turismo.

Nosso valente carrinho. Pequeno e movido a diesel.
A ideia era a de andar pelo interior do país e ver como são as paisagens, o povo, as culturas e criações. Conhecer as paisagens do interior do país. A mesma coisa que havíamos feito na Irlanda onde rodamos pouco mais de 2000km. Agora estávamos novamente na estrada. Acho que esse é o resultado da nossa experiência que adquirimos como motociclistas.
A caminho de Aberdeen.





As paisagens da Escócia são muito lindas também.
Subimos para o Norte até Aberdeen e seguimos em diante. Quando chegamos nas regiões interioranas do norte da Escócia começaram a aparecer muitas destilarias. As estradas em muito lembravas as estreitas estradas da Irlanda, o povo sempre muito educado na direção e não muito movimento. O GPS nos conduzia maestralmente pelos caminhos sendo que o nosso destino final anotado era Inverness.




Paisagens da cidade de Aberdeen. Passamos meio rápido por lá.
No caminho vimos muitas ovelhas e plantações de aveia que eles comem bastante. Eu estava muito interessado nas ovelhas, pois na patagônia, onde também tem muitas ovelhas eles comem a ovelha assada à moda patagônica, que é do tipo fogo de chão com a ovelha limpa espetada com as patas dianteiras e traseiras abertas.
Mas lá não encontrávamos referencias ao Lamb que é como eles chamam as ovelhas por lá. Na verdade ovelha é ship mas a carne é lamb. Não sei esclarecer o porque disso, talvez algo parecido com ovelha e carneiro, um referencia à lã e o outro à carne.
Depois descobrimos que o Haggis, algo muito escocês é produzido com carne de carneiro e que os blogs onde pesquisamos dizia que embora existisse ninguém tinha tido a coragem de comer por ser algo preparado com sangue e com miúdos de carneiro doidos dentro de uma tripa ou estômago do próprio carneiro. Ficamos muito curiosos para provar aquilo.
Depois de um trecho especialmente bucólico em uma descida de uma serrilha passamos sobre uma ponte que cruzava o rio Spey. Achamos interessante o riacho, que era relativamente grande. Logo à frente eis que chegamos em vila e na mesma tinha a entrada para o centro de recepção de visitante da Refinaria GlennGrant. Como era cerca de umas 21h30 da noite, embora fosse dia com o sol alto no céu, decidimos que dormiríamos lá. Na verdade mais uma vila do que uma cidade. 

Pelo caminho passamos por uma destilaria que produz para a Casa Chivas Brothers.

Olha a maravilha que é a ponte sobre o rio Spey. Muito antiga e passa apenas um carro de cada vez..

Foto do Rio Spey, tirado de cima da ponte da foto anterior.
O nome do local era Rothes e haviam algumas hospedarias do tipo hostal. Nenhum hotel. Entramos em um desses locais onde apareceu uma mulher para nos atender. Não tinha mais ninguém ali. Tratamos o preço dos quartos e pegamos 2 quartos lá. A danada da mulher nos enganou pois ela disse que não tinham quarto para 3 pessoas, apenas para duas e teríamos que alugar 2 quartos.
Era muito caro, £85,00/quarto. Aí vimos que a coisa por lá seria mesmo punk. Nada fácil. O valor representava R$350,00/quarto, ou seja, R$700,00 por uma noite em uma vila do interior da Escócia. Mas tudo bem, estávamos por lá de passagem e realmente o país tem valores muito diferentes dos que estamos acostumados a viver por aqui. Acho que por lá somente não falta dinheiro mesmo é para as bebidas, pois o povo manda bem na cerveja da mesma forma que na Irlanda.
A esse altura estávamos muito mais ao norte do que no norte da Irlanda, e o sol visivelmente estava muito mais no céu do que jamais eu havia visto, mesmo no Ushuaia, onde no solstício de verão não chega a escurecer completamente mas fica muito escuro. Lá ainda estava muito dia, com o sol no céu e já eram mais de 22h00 da noite. 


Nos alojamos e vimos que a mulher havia nos enganado quando em nosso quarto tinha uma cama de casal e ainda mais 2 camas de meio casal. Sacanagem! Alguma coisa não deu certo em nossa comunicação com ela.

Levamos nossas bagagens e fomos atrás da Lou. Em frente ao quarto dela tinha um cofre, um cofre daqueles de banco mesmo. O nome do lugar era East Bank Hotel, porque no passado ali havia funcionado um banco.
Tínhamos rodado muito e uma cerveja caiu muito bem. Como era tarde comemos apenas queijos e presunto. Embora fosse dia com sol lá fora, era mais de 23h00.


Estava mesmo de se lambuzar...
No restaurante do hotel tomamos uma cerveja e pedimos um sanduíche que ela poderia preparar para nós pois comida já não tinha mais como fazer. Muito bom. Para a gente estava tudo ótimo.
Haviam alguns escoceses ali conversando, gente que durante muitos anos trabalhou nas destilarias da região e que estavam aposentados. Eles chamam a cidade de Rodexxx (com o x soando como chiado mesmo). Tanto que tivemos que perguntar várias vezes como era o nome da cidade. Até que ele soletrou para nós. Aí é que foi possível compreender o nome. Heheh. Interessante a pronúncia do inglês deles.
Nos informaram que no dia seguinte era possível visitar a destilaria GlennGrant localizada praticamente ao lado do hotel. Muito bem! Um deles chegou e sentou-se ao lado da Louise que é uma moça muito bonita, embora ele tenha sido extremamente respeitador, durante todo o tempo, parecia que ela exercia um certo fascínio sobre ele e o amigo que estavam lá bebendo. Foram momentos muito agradáveis.
Olha como estava escuro! Era meia noite e meia. Acerte quem quiser. Não anoiteceu.
Quando saímos para irmos aos nossos quartos, era meia noite e o céu estava literalmente azul embora o sol já tivesse se posto. Mas era claro como quando o sol acaba de se pôr. Tiramos uma foto de nossos rostos com o céu azul como pano de fundo.
Essa é uma curiosidade. No Reino Unido e na Irlanda as tomadas são assim. Com interruptor de liga e desliga e com proteção. O pino terra é que desbloqueia a fase e o terra. Muito seguro.
Durante a noite, acordei para ir ao banheiro urinar, eram 2h30 da manhã e o sol estava batendo em nossa janela muito forte. Quando passavam os caminhões na rua fazia sombra sobre a cortina da janela. Muito legal. A Latitude de lá era cerca de 57 graus Norte.

Dia 09/06/2014 - Segunda-Feira - Rothes - Inverness
Claro que tomamos o café da manhã escocês que era o mesmo que o irlandês e por isso muito bom. A Lou agora me diz que não gostava do café mas tomou todos os dias juntamente conosco. Não sei o que acontece, mas é assim que as coisas funcionam.
Saímos do Hotel e fomos até a destilaria que ficava a cerca de 500m de distância. Paramos no estacionamento e fomos caminhando através de uma trilha no meio da vegetação, um lugar muito bonito.
O becos nitidamente medievais das cidades antigas como Rothes.

Aí está o Hotel onde nos hospedamos. Muito caro pela simplicidade da pousada.

Esta janela com a cortina aberta era o nosso quarto, meu e da Bê.

Mesmo pequena a cidade tinha um trânsito bom devido a passagem da rodovia que interliga muitas das destilarias.
Chegamos a uma construção e ficamos esperando pelo horário de início das visitas. Fomos recepcionados por um pessoal extremamente educado e atencioso. Quando deu o horário fomos chamados por uma acompanhante e fomos caminhando ao longo dos processos.
O sistema era muito parecido com o que tínhamos visto em Bushmills. A diferença maior é que este é bi-destilado e o irlandês era tri-destilado. Achei até que o irlandês deve ser gaúcho! Tri-legal! Hehehe.
No pátio interno da pousada.

Na entrada da destilaria GlenGrant, ou seja, riacho Grant. 

Esperando pelo início da visita.

Um alambique antigo e a vista geral da destilaria.

Sala onde teve a degustação. Whisky à vontade.

Saindo da destilaria, pelo caminho ao longo da mata. Lugar muito bonito.
Na visita passamos pelos toneis onde se faz a cerveja de cevada malteada, que fermenta por 5 ou 6 dias, depois a filtragem e o escoamento da cerveja aos alambiques, redestila e obtém-se o que eles chamam de Spirit, que não é whisky, esse tem a graduação alcoólica muito alta e é muito forte. Essa bebida não é tomada por ninguém, apenas por provadores profissionais e então esse spirit é aduzido aos barris para envelhecimento. 
A bebida somente pode ser chamada de whisky se envelhecida ao menos 3 anos, entretanto ninguém vende com essa idade, no mínimo são 8 anos. Aí tem o 12 anos, o 15, 18 e 21. Vimos ainda outros locais com whiskeis envelhecidos até 50 anos. Os preços é que ficam muito altos.
Depois da visita pela destilaria, onde eles tem uma estrutura enorme de engarrafamento, inclusive eles envasam bebidas para outras indústrias locais, fomos até o mesmo local por onde chegamos e aí nos foi ofertado uma garrafa de GlenGrant 12 anos para provarmos à vontade. Pena que eu estava dirigindo e pude tomar apenas um golinho, mas a Bê e a Lou poderiam beber à vontade. Adivinhem só, a Lou bebeu mais do que devia e começou a ficar com aversão à bebida. Hehehe.
Vimos o córrego Grant e fiquei pensando se o whisky Grant`s, que meu pai gostava muito, seria produzido com a água daquele mesmo córrego.
Ficamos sabendo que essa destilaria havia sido vendida para uma empresa italiana, que é a mesma que produz o Campari e ainda uma enormidade de outras bebidas conforme rótulos que estavam colados na torre da caixa d`água.
Fomos atrás da tal da fábrica que recupera barris para serem reutilizados. Todos os locais que a gente visitou são locais onde a cobrança é feita por pessoa para entrar. No caso da GlenGrant valeu muito a pena pois €9,00/pessoa é pouco perto do que poderíamos ter tomado. Mas na fábrica de barril a coisa era diferente, pois pagaríamos 15,00/pessoa e não teríamos direita de beber nada. Acho que isso tudo acabou virando um papa nickel do cão. Para minha sorte a visitação da fábrica de barril estava fechada devido ao horário de almoço. Que bom. 

Assim seguimos em direção a uma outra grande destilaria, a GlenFiddich, de onde se tira, que o nome do riacho que fornece a água para a indústria é Fiddich.
Nós na entrada da Destilaria GlenFiddich.

Sistema de tratamento de água do riacho.

A tradição do Gamo Rei.

Lidos prédios antigos.


Muito para beber e eu dirigindo na Escócia. Muito perigoso....
No passeio pela Glenfiddich foi possível tirar fotos. O único local que eles não deixam fotografar é onde se destila, pois o teor alcoólico é muito alto no ar e pode haver um incêndio.

Os toneis onde se fermenta a cerveja que deverá ser filtrada e destilada.

A nossa guia escocesa.

Os alambiques onde se obtém o Spirit.

Lindo e muito organizado.

Tirei a foto de longe pois lá embaixo não se pode fotografar.

Local da degustação.
Essa é uma destilaria das mais famosas, ao menos atende ao mercado da América Latina, pois a GlenGrant, que é das mais antigas do país atende ao mercado italiano principalmente.
Mas a GlenFiddich é uma outra coisa. Uma infra-estrutura de impressionar. O passeio pelo sistema produtivo foi o mesmo, entretanto a prova não achamos nenhuma como aquela da GlennGrant.
Fomos ao café e almoçamos. Comemos ainda uma tortilha doce de sobremesa. Tudo muito bom. O ambiente era muito legal.
Nós bloqueando com a estátua do Gamo.


A Bê sumiu atrás da estátua. Ela queria montar no gamo de vestido.

No restaurante da destilaria onde almoçamos um lanche bem bom.
Saímos de lá e não voltamos na fábrica de barris seguimos em direção a Inverness. A Lou já manifestou sua opinião, nem me venham mais com essa história de visitar destilarias, eu não aguento mais. Hehe. Coitada. Estava entupida de whisky.
No caminho ainda passamos em frente à destilaria Chivas Brothers. Muito legal poder ver aquelas instalações, mesmo que de fora, pois havia uma placa dizendo que não realizavam visitas e não aceitavam visitas. Ok. Ok. Não sei como é que podia a maior e mais conhecida das refinarias não ter recepção de visitantes.
As estradas são simplesmente maravilhosas e víamos muitas plantações de cevada, aveia e ovelhas ao longo do caminho.
Chegamos em Inverness já era tarde mas ainda não era noite e o sol estava alto no céu. Na verdade não chegamos a saber o que era noite na Escócia, pois acho que nessa época do ano simplesmente não anoitece. O sol se põe mas não anoitece.
Assim que chegamos fomos a um posto de combustível, comemos alguma ciobinha e colocamos diesel no nosso carro e seguimos em frente rumo ao Lago Ness. Vamos ver o Monstro do Lago Ness?
Lá fomos nós. Ficamos parados em um mirante namorando o lago. Pensei em quantas vezes havia ouvido falar desse lago e que talvez ele seja o lago mais famoso do mundo, exatamente por causa da história do monstro. Grande jogada de marketing.
É como se ele fosse digno de uma reverência, pois estávamos diante de uma celebridade. Na verdade é apenas um lago encrostado em uma grande falha geológica. Mas é um lago estreito e muito longo. Navegável e de um lado tem acesso ao mar e do outro tem um sistema incrível de eclusas, construídas a muito tempo, que liga ao oceano também. Muito interessante.
Cidade de Inverness, ao lado da ponte que vai para o centro.

Este é o famoso Lago Ness. Talvez o lago masi famoso do mundo.


Aí está a onda deixada pela passagem do monstro.

Mais uma palhinha da onda que o monstro deixou. Hehehe!
O monstro do lago Ness infelizmente não nos deu bolse tivemos que sair sem tê-lo visto.
Buscamos por um hotel e nos hospedamos em um hostil muito legal. Uma casa tipicamente inglesa ou escocesa, do tipo da do filme do Harry Potter, onde moravam os tios do Harry. Um loteamento do tipo BNH de casas idênticas. Sendo que uma delas a proprietária havia transformado em um hostal. Eram cerca de 6 quartos e a Lou e a Bê haviam feito a reserva pelo Booking.
Esta foi a pousada onde ficamos em Inverness. Uma casa em um bairro residencial transformada em pousada. Muito confortável com uma cama excelente. Difícil foi saber onde ligava o chuveiro! Quanta segurança.
Pegamos nosso quarto, no segundo piso que tinha 4 camas, sendo uma de casal e um banheiro, inclusive com chuveiro. Estava ótimo. Teve ainda uma parte difícil que foi aprender como é que se ligava o chuveiro. Pois bem, do lado de fora do banheiro, por cima do armário descia do teto uma cordinha do tipo daquelas de acender abajur, bem no canto junto à parede. Puxei e ela ligou um interruptor acendendo uma luz vermelha no quarto informando que o chuveiro estava ligado, e você teria que desligar após a utilização.
À noite, mais não escuro, saímos do hotel e fomos passear junto ao rio onde vimos que tinham alguns restaurantes. Entramos em um restaurante italiano e comemos macarrão e era bem especial. Ficamos muito satisfeitos.
Dia 10/06/2014 - Terça-Feira - Inverness - Hollyday Inn na M6
Novamente tomamos um café irlandês, que era escocês, estava muito bom como sempre. Mas estávamos aprendendo que as linguiças e os pudins branco e escuro, mudavam conforme a cidade ou mesmo o hotel.
Tínhamos que cumprir com uma função que era a de comer o tal do Haggis e que ainda não tínhamos tido a oportunidade de pedir.
Nosso Café da manhã foi muito bom. A Lou não ficou com a gente porque ela tinha que fazer algum trabalho para a Universidade dela.
Saímos para nosso destino que seria descer ao longo do Lago Ness na direção sul e ir seguindo em direção a Londres, embora estivéssemos muito longe de Londres ainda, cerca de 920km de distância. No princípio tínhamos a ideia de dormir em Glasgow, mas como teríamos que embarcar na noite seguinte para Paris, pois já estávamos com as passagens compradas para passar o dia dos namorados em Paris, um pequeno capricho que queríamos realizar, ficaríamos a uma distância muito grande de Londres para embarcarmos na noite seguinte.
Nós às margens do lago mais famoso do mundo, o Lago Ness!

Dá para ver a onda que o monstro do lago Ness deixou quando passou. Nós não vimos, mas que ele estava lá, isso estava.

As estradas continuavam muito atraentes e bonitas.
A Lou iria para Galway e depois retornaria para se encontrar conosco em Londres depois da nossa volta. Dessa forma, decidimos que ao invés de ficarmos em Glasgow iríamos descendo mais, em direção a Londres e dormiríamos em algum lugar pelo caminho, sem nenhuma reserva e sem saber sequer onde ficaríamos. Novamente a nossa vida de motociclistas interferindo com a nossa maneira de viajar.


O córrego não parecia grande mas as dificuldades da travessia nos pareceram enormes, caso não tivesse a ponte.
  
Uma sereia que saiu do rio!

Cada caminho que a gente fica olhando para o passado, imaginando quantos passaram por ali nos séculos passados.

Esta ponte foi parte de um plano para interligação das Highlands, o qual inclui o canal da Caledônia, com as eclusas, que havia sido construída entre 1803 e 1823, apenas 20 anos, ligando o Lago Ness ao Oceano Atlantico do lado sul da falha geológica na qual se localiza. 

A Bê estava animada. Hehe. A Lou ficou no carro. Estava com dor de cabeça.
Fomos seguindo margeando o lago Ness e nada do Monstro. O que fazer se ele não queria se mostrar para nós. As chances dele estavam diminuindo pois estávamos indo embora.
No final do lago, chegamos a um lugar chamado Fort Augustus. Muito lindo e atraente. Cheio de campings e traillers parados por todos os locais. 
Vista geral da eclusa em Fort Augustus.

Lugarzinho típico para se comer.

A eclusa de Fort Augustus.

Paisagem de Fort Augustus.

Os cavalos de sapato. Nunca tinha visto isso.
Aí nos deparamos com uma eclusa de 7 níveis e o mais interessante é que estavam descendo um barco para o lago. Em baixo haviam vários barcos esperando para subir. Não aguentei, paramos o carro em fui lá caminhando para assistir e acompanhar a operação de descida do barco.
A Bê ao lado do tocador de gaita escocesa. Acho que tinha que dar uma gorjeta.
Logo embaixo, na primeira célula da eclusa tinha um escocês tocando uma gaita de fole vestido a caráter. A Bê e a Lou quiseram tirar fotos com ele. fui subindo até a posição onde estava o barco. Vi que os volumes das piscinas eram semelhantes e que passando por válvulas e tubulações a metade da água de uma eclusa para a de baixo acabava equilibrando os níveis de ambas.
O barco que vinha de cima, ia baixando conforme se soltava a água por gravidade de cima para baixo e uma vez equilibrados os níveis, abria-se a comporta puxando o barco para a próxima célula e descarregando-se a água para baixo abrindo a comporta quando equilibrados os NA`s e assim sucessivamente. Em cerca de 1 hora eles desceram o barco pelas 7 células e o mesmo saiu navegando lá embaixo para dentro do lago Ness.
Durante essa operação fui conversar com o operador das comportas da eclusa para saber dele onde poderíamos comer o Haggis. Tão típico e característico da Escócia, coisa que somente lá poderíamos comer. Ele me informou que no restaurante que tinha logo no início da eclusa, do outro lado, tinha um Haggis muito bom. Agradeci e falei com a Bê e a Lou. Lá fomos nós até o restaurante. Quando chegamos lá, meio fora de horário, perguntamos se tinha e eles nos disseram que tinha mas que infelizmente já tinham fechado e que não estavam mais anotando pedidos, pois a cozinha havia fechado embora ainda tivesse muita gente comendo. Que pena!
Perguntei onde poderíamos achar e se tinha outro restaurante que ainda estivesse aberto. Ele nos informou que havia um outro que fechava normalmente mais tarde e que possivelmente ainda estaria servindo almoço.
Maravilha, lá fomos nós em busca do nosso Haggis. Quando chegamos ao local a atendente nos disse que ainda estavam abertos e que tinha Haggis sim. A Lou estava preocupada com a idéia de comer haggis mas estava conosco. Qualquer coisa ela comeria outra coisa. 
Na verdade descobrimos que o haggis era mais para uma entrada do que para o almoço propriamente dito. Assim fizemos. Ela nos perguntou se queríamos o branco ou o preto e pedimos um de cada para provar. Não era caro.
Fomos ao banheiro e adivinha? A Bê deixa o celular cair dentro do vaso sanitário quando foi sentar. Que coisa! A Lou nos disse que uma amiga dela havia dito que colocando dentro do arroz o celular seca e podia ser que desse certo. Lá fui eu até um cercadinho que tinha do outro lado do canal, perto de onde o escocês estava tocando a gaita de foles e comprei 1 kg de arroz integral, que segundo a Lou era melhor que o branco.
Voltei e quando passei novamente pela eclusa agora eles estavam levando para cima 4 barcos ao mesmo tempo. A célula ficava cheia de barcos. Legal!
Voltei ao restaurante e abrimos o saco de arroz e colocamos o celular lá dentro para secar. Assim ficou por 24 horas quando então a Bê tento ligar e aos poucos ele foi voltando a funcionar. A câmera fotográfica do celular é que não estava querendo voltar a funcionar e, realmente, somente voltou no Brasil. O celular voltou a funcionar por um período de 3 meses e depois parou novamente. Quando o funcionário da Apple do Louvre, em Paris, nos disse isso não quisemos acreditar, mas eis que foi exatamente o que aconteceu, ou seja, quando o iPhone cai na água ele funciona por 1, 2 ou 3 meses, pode ser que até por mais tempo, mas vai acabar parando de funcionar, não tem jeito mesmo.


A localidade é muito bonita.
Mas voltando ao nosso passeio, quando chegou a haggis, acabamos comendo e vendo que era uma delícia. Muito semelhante ao tal do black e white pudin que estacamos comendo em quase todos os cafés da manhã irlandeses. Para o almoço comemos o tal do fish and fries, que é muito típico por lá também. Dessa vez achei que o peixe era melhor e a fritura estava mais seca que da outra vez que comemos em Sneen, na Irlanda.
Haggis. Já meio no final. 
Fish and chips que almoçamos. Típico, bom e estranho. Hehe.
Hora de sair daquele lugar muito bonito que mereceria que ficássemos mais um tempo de tão agradável que era apenas o fato de estar ali. Mas seguimos indo para o sul até que depois de muitos quilômetros acabamos encontrando novamente um sistema de eclusagem que era do mesmo sistema. Ou seja, nesse local acabava a embarcação novamente chegando ao mar, muitos kms ao sul do Lago Ness. Haviam ali mais uma 8 células de eclusagem exatamente com o mesmo sistema que tinha em Fort Augustus, mas aqui havia menos glamour. Nenhuma cidade turística exatamente no caminho da eclusa como lá. 
O pátio de estacionamento que na verdade estava um grande banhado devido às chuvas.

Aí está o viaduto onde o Harry Potter e o Ronny, com o carro do pai do Ronny, ficam circulando o trem que vai para Hogwarts. Hehehe.

A Lou ficou feliz de irmos até lá. Dá para ver na carinha dela.
Nosso destino agora era a Ponte de Glenfinnan, onde o carro do pai do Ronny, no filme do Harry Potter, ficou circulando o trem que ia para Hogwarts. A Lou e eu queríamos muito ir conhecer esse lugar, que era um viaduto muito bonito. De fato ali tinha um centro de visitantes e tudo, mas era tarde e estava chovendo quando chegamos lá. Em volta do local tem muitas placas de propriedade particular avisando proibida a entrada.
Embora tenha dado muita vontade de burlar a lei, achamos que ao final seria melhor não irmos, até mesmo porque não sabíamos se lá de dentro seria possível enxergar a ponte, que na verdade é um viaduto, de um ângulo melhor do que aquele que tínhamos dali.
Paramos no estacionamento e tiramos muitas fotos. Sendo que caminhamos por um verdadeiro atoleiro para podermos chegar mais perto da cerca para tirar fotos. Foi uma desvio grande do caminho que valeu à pena, pois quando se está viajando tudo vale a pena, a menos é claro, que a alma seja pequena. hahaha.
Ficamos ali por pouco tempo e seguimos novamente pelo nosso caminho, voltando a cruzar novamente o canal com as eclusas em Port Williams e seguimos agora em direção a Glasgow, por onde teríamos que passar. Mas antes disso, chegamos em um local onde haviam ônibus de turismo parados e muitas pessoas caminhando, indicando que deveria ter algo de interessante para vermos.
Seguimos até um local próximo onde era possível estacionar o carro, a Lou quis ficar no carro e eu e a Bê fomos caminhando ao longo da via, que era muito estreita, até um local onde um caminho já meio tomado por mato levava até uma ponte muito antiga, construída de pedra e que estava condenada para o trânsito de veículos.

Havia uma placa em um obelisco de rocha indicando que o governo teria investido em um programa de unificação da Escócia nos anos 1700 e que como parte desse plano aquela ponte havia sido construída, assim como a idealização do Canal da Caledônia, aquele com as eclusas, que nós havíamos passado. Sendo que o sistema de eclusas havia sofrido algumas modernizações desde sua construção iniciada em 1803 sendo que a última teria ocorrido aproximadamente em 1995 a 2005. O canal recebe meio milhão de visitantes todos os anos e tem uma extensão de 96km.
Paisagens do caminho. Passagem por locais como Fort Williams.


O mais impressionante são mesmo as paisagens. Acabamos passando por uma região de serras, onde as altitudes ficaram muito maiores que as que estávamos rodando, praticamente ao nível do mar. As temperaturas caíram muito, embora fosse final da primavera e início do verão.

Paisagens de tirar o fôlego.





O pessoal que vinha caminhando havia iniciado a caminhada pela manhã e estavam retornando somente agora, já no final do dia. Sempre lembrando que o final do dia nada tem a ver com a luz do sol. Hehehe.

A Lou estava com frio ou cansada. Hehe.

Muito bonito!


As estradas nos remetem a tempos imemoriais, embora sejam asfaltadas. Me senti em um filme.
Depois de muitos quilômetros começamos a rodar por auto-estradas, a viagem passa a render muito mais, entretanto não se vê praticamente nada, somente a estrada mesmo. Pista dupla, velocidade de 70 milhas/hora, o que equivale a 112km/h. Aí vale um comentário. As estradas tem muitos radares, coisa de 1 a cada 5 km por exemplo. 



Em muitos locais existem placas informando que o controle da velocidade é através da velocidade média do veículo e não da velocidade medida naquele momento em que você passa pelo radar, ou seja, um computador vai calculando a sua velocidade média conforme o tempo que você demora para passar em cada um dos pontos de controle, que são os locais conhecidos onde os radares estão instalados.
Achei muito legal esse sistema, acredito que além disso o sistema ainda controle em qual faixa você está se deslocando, pois o correto, assim como a legislação aqui do Brasil, você sair para a pista da esquerda somente quando for ultrapassar algum veículo que esteja se deslocando mais lentamente e não para o deslocamento constante, como muitos motoristas fazem aqui no Brasil. Lá funciona, não sei se pelo controle ou se pela educação do pessoal. Talvez ambos.


Descobrir qual a velocidade da via foi uma outra coisa que não consegui ao certo. Hoje alguém poderia me dizer que é 70 ou que era 75 milhas/hora. Pois eles não colocam placas de velocidade máxima, apenas são sinalizados os locais onde as velocidades são menores que a máxima. Acredito que a velocidade máxima das vias esteja na legislação e que todos os motoristas necessitam saber, como eu estava dirigindo lá, não podia alegar ignorância, que isso é a pior das coisas, eu brincava de siga o mestre, ou seja, fui vendo a velocidade da maioria do pessoal, com o piloto automático ligado e assim fui ajustando. Daí foi onde tirei que a velocidade deveria ser de 70mi/h.
Assim fomos descendo pelas estradas em direção a Londres entretanto não queríamos chegar em Londres naquela noite, pois deveríamos chegar somente no dia seguinte e dormir em Londres seria sempre mais caro que dormir em qualquer outro local.
Rodamos o dia todo, parando nos postos de gasolina para abastecer e para comer algo, tomar um take away coffe, que é o café americano, que como eu gosto de café, até aquele estava bom, pois ia no carro tomando enquanto o mesmo esfriava e durava um monte.
Compramos pão, queijo e presunto, salada etc. para os sanduíches que a Lou sempre ia fazendo para a gente ao longo do caminho. Assim fomos descendo para o sul.
Qual a nossa surpresa ao ver que estava anoitecendo, ou seja, já teríamos rodado um bom tanto ao ponto de anoitecer, coisa que em Inverness, de onde havíamos saído pela manhã isso não acontecia.


Ao final do dia nós já estávamos procurando um lugar para dormir e em um local apareceu um hotel à beira da estrada. Era um Holliday in, Julgamos que seria um lugar muito bom par ficarmos e fomos ver se tinha lugar e o preço. Bem tinha lugar sim e o preço era por pessoa e não era mais caro que os hotéis da Irlanda onde havíamos ficado. Tinha uma surte com banheiro e banheira, que usamos para um belo banho relaxante e tinha uma cama de casal e duas de solteiro. 
Ganhamos um vale café da manhã para tomar no shopping que tinha logo ao lado do Hotel utilizando a mesma área de estacionamento. Tinha ainda um posto de combustíveis junto no complexo. Uma instalação muito de acordo com tudo que estávamos precisando naquele momento.

Dia 11/06/2014 - Quarta-Feira - Hollyday Inn na M6 - Paris

Na manhã tomamos nosso café ao lado do hotel, onde a moça da recepção nos indicou. Eu e a Bê é claro que fomos direto no Café Inglês, que é o mesmo que os demais e estava tão bom quanto. A Lou já preferiu dar uma variada.
Arrumamos tudo no carro e nos mandamos em direção a Londres, que ainda estava longe. Continuamos seguindo pela auto-pista em direção a Londres, passamos pelo trevo que indicava Liverpool, onde pretendíamos voltar e pelo trevo de Manchester, um centro enorme que na verdade não nos interessou muito.
Quando estávamos chegando em Luton o trânsito na estrada parou. vimos o nosso destino no GPS e pareceu que valeria a pena cortar por dentro de Luton e assim fizemos.
Bem, o trânsito em Luton estava uma coisa de doido também, mas creio que se valeu à pena foi pelo conhecimento do local e não pelo tempo que ganhamos, pois acho que acabamos demorando mais tempo do que se tivéssemos nos mantido na estrada.

O mais incrível foi ver o tamanho da comunidade árabe residente ali. Uma quantidade enorme de mulheres usando vestimentas típicas dos árabes, dirigindo e buscando crianças nas escolas. Acho que era exatamente o horário que as pessoas iam buscar os filhos na escola e por isso que o trânsito estava do jeito que estava.

Depois de algum tempo a coisa foi ficando melhor e o trânsito começou a fluir muito melhor. Seguimos o GPS e como sempre não tem erro, ele nos leva mesmo ao destino. O problema era que o nosso destino não era exatamente o aeroporto de Luton mas sim o local onde deveríamos entregar o carro.
Depois de algumas idas e vindas acabamos achando e aí tínhamos que ir encher o tanque ainda. Lá fomos nós até o posto e retornamos, mas foi uma verdadeira maratona, pois o trânsito nessa região é bem mais complicado que nas demais, acho que o terceiro mundo nos encontrou por ali. Pessoas muito mal educadas no trânsito, se não fôssemos brasileiros, acostumados a esse tipo de direção acho que talvez a gente tivesse acabado se envolvendo em algum problema mais sério. Pois levamos fechadas e tudo.
Finalmente entregamos o carro e pegamos um ônibus para o terminal aeroportuário. A Lou foi embora para um Terminal e nós fomos para o outro, ela ia para Dublin e depois para Galway de ônibus e nós iríamos para Paris. Depois de 2 dias nós voltaríamos de Paris para Londres e ela, um dia mais tarde retornaria para se juntar a nós em um Hotel que já havíamos reservado em Londres.
Embarcamos de EaseJet, que é muito parecida com a Ryan Air, a única diferença é que a EaseJet permite que você despache um volume e a outra te cobra qualquer bagagem que você queira levar a não ser um volume de mão, que caiba no interior da aeronave e mais uma bolsa de mão.
Embarcamos e chegamos em Paris já tarde, depois de 9h00 da noite. Queríamos pegar o metrô para irmos para o hotel, mas não sabíamos direito como fazer. Fomos pedir ajuda a um funcionário da segurança do aeroporto e ele se desdobrou tanto para nos ajudar que cheguei a ficar incomodado. 
Paris não é assim uma cidade muito segura, ao menos nos subúrbios, claro que na cidade histórica não tem nenhum problema, mas ali a coisa era meio diferente. Ao final achei que seria melhor pegar um taxi para o hotel, pois no mapa descobrimos que o metrô não chegaria muito perto do Novotel au Bois, quem conhece sabe do que estou falando. Na verdade nem o metrô chegava lá, teríamos que pegar o RER (que se pronuncia erroerr) e depois ainda pegar um ônibus de linha para chegar até uma rotatória a 100m do hotel.
A melhor coisa que fizemos foi pegar o taxi, pois chegamos já bem noite mesmo e o taxi acabou custando €35,00 o que foi barato, pois o hotel ficava mais perto do Aeroporto Charles de Goule do que da cidade de Paris. Hehehe. Que mancada a nossa de ficar no local errado. Mas é bom para aprender que é necessário olhar bem antes de reservar, pois quando fizemos a reserva parecia que era perto.
Tudo bem, fizemos o nosso checkin e tentamos jantar. Claro que não conseguimos, mas ao menos um sanduíche fizeram para nós, pois a cozinha já havia encerrado os serviços. É sempre assim, na Europa o pessoal tem horário para tudo e para almoço e jantar também, pois acredito que a mão de obra seja muito cara e se ficar aberto acaba custando mais caro do que o faturamento, já que eles sabem qual a hora da janta, uns pouco turistas como nós é que não sabíamos.
Fui até a moça da recepção e me informei sobre como a gente teria que fazer para chegar à Paris histórica. Museu do Louvre por exemplo. Aí vimos que a coisa era complicada, teríamos que pegar um ônibus, depois descer na estação de trem e pegar o RER até uma conexão com a Linha 1, amarela, do metrô de Paris. Eita nóis! A gente estava com a vida arrumada. Mas isso ainda não era nada. O pior é que estava tendo uma greve dos ferroviários, que afetava todo o sistema de trens e o RER estava incluído nessa greve. Maravilha. A redução era de 1 para 3, ou seja, estaríamos coma  vida bem arranjada no dia seguinte. Teríamos uma boa possibilidade de termos que pegar um taxi no dia seguinte e o hotel era longe, ou seja, o custo da corrida poderia chegar fácil aos €70,00. O que em Reais é bom nem fazer a conta.
Fomos dormir, pois já sabíamos que o dia segunde seria meio que de aventura.

Dia 12/06/2014 - Quinta-Feira - Paris

Levantamos, tarde e quando fomos tomar o café da manhã descobrimos que já havia encerrado às 9h00 da madrugada. Ok. O que fazer? Pedimos um café e uma cestinha de croissants doces e salgados com manteiga e nos atracamos por ali mesmo.
Hall do Hotel


Estação do RER



Aguardando o RER
Confirmamos com a moça da recepção nosso entendimento sobre chegar em Paris, estava tudo certo, saímos em direção ao ponto de ônibus, fomos até o ponto final que era na estação de trem, ou seja, um alimentador. Aí pegamos o RER e fomos realmente até o cruzamento com a linha 1 do metrô, trocamos de trem e chegamos até a estação do Louvre.

Estação do Metrô no Louvre
Como o iPhone da Bê tinha caído na água e estava meio estranho, pois não tirava fotos e não estava com todas as funcionalidades, decidimos que iríamos até a loja da Apple no subterrâneo do Louvre. E lá fomos nós. 
Na loja nos disseram que poderíamos trocar o aparelho pois ele não voltaria mais a ser um aparelho normal. Dissemos que ele estava retornando a funcionar aos poucos, mas ele nos explicou quando molha não tem jeito. Poderia funcionar por mais um mês, dois ou até três, mas que depois disso acabaria parando de funcionar. Para trocar teríamos que entrar em uma fila enorme para sermos atendidos e a fila estava com espera de 2 a 3 horas. Claro que não tínhamos esse tempo e ele nos disse que no Brasil também poderíamos trocar. Na verdade em qualquer lugar do mundo a gente poderia realizar a troca.
Saímos da loja e fomos atrás do banheiro que a Bê estava apertada e na porta do banheiro não reconhecemos. Coisa incrível o banheiro ali. Um lugar muito lindo como dá para ver nas fotos.
Depois entramos em um café para um doce e café e seguimos para o metrô onde embarcamos em direção ao Arco do Triunfo. Descemos na estação e passamos até a praça do Arco, tiramos algumas fotos, ponderamos de subir lá em cima e desistimos, pois teria que ser pelas escadas. Haviam obras de manutenção e conservação do monumento.
Depois de passear por lá um pouco, decidimos que desceríamos a Champs Elysées à pé e assim fizemos. 


Quando passamos por uma pizzaria com algumas mesas na calçada e um toldo para proteger do sol que estava muito forte, vimos um cara comendo mariscos, mas aquilo estava uma maravilha! Paramos e a Bê ficou maluca para comer aquilo. Falamos com um garçom que nos arranjou uma mesa e pedimos o tal do Moule Marinière. 



Moule Marinière
Uma maravilha mesmo! Claro que eu e a Bê lembramos imediatamente da Path e do Zani, que temos certeza gostariam extremamente de estar conosco ali, comendo aqueles mariscos cozidos com um tempero tão especial que acho, somente quando retornarmos a Paris poderemos repetir a dose.
Depois do marisco, continuamos descendo à pé pela avenida, cruzamos para o lado direito e entramos em uma rua transversal e fomos caminhando em direção à Torre Eiffel, esse seria o nosso novo destino. Mama mia, caminhamos pra caramba, parece que quanto mais a gente caminhava mais longe a torre ficava de nós. Mas não desistimos. 
Passamos em farmácias para comprar protetor solar e escovas de dentes, que achei caro pra caramba. Acho que por isso que os europeus tem os dentes ruins. Passamos em frente ao Museu de Arte Moderna além de outros 2 pelo menos. Passamos por um local que aluga carros elétricos, sendo que você se cadastra na prefeitura e simplesmente pega o caro e entrega em outro local, no mesmo esquema que eles fazem com as bicicletas. Muito legal isso. Conceito de carro comunitário.
Museu de Arte Moderna
Continuamos até o rio Siena e descemos em direção à passarela que leva à torre. Aquilo é realmente uma maravilha. Ces’t Paris! Vimos os barcos passeando pelo rio e queríamos fazer um passeio daqueles para comemorar o dia dos namorados, mas eis que não conseguimos pois realmente tínhamos muito pouco tempo. Quase descemos o porto pois havia um Bateaux que estava por sair, mas ao final decidimos subir na torre e deixar o passeio para uma outra visita, afinal de contas é sempre muito bom ter uma razão para voltar para Paris.
















Enfrentamos a fila e subimos na torre, compramos lembranças, tiramos muitas fotos e depois fomos caminhando até a estação do metro que tem a cerca de 1km da Torre Eiffel. Claro que no caminho tem uma creparia onde paramos para comprar um crepe doce, pois estávamos relembrando a outra vez que estivemos lá com a Cleusa, minha prima, em 2010.

Uma delícia!
 Campos Elísios



Paris - A Cidade Branca
 Hora de retornar ao hotel, pois estava começando a ficar tarde e tínhamos um belo percurso a percorrer.
Pegamos o metrô e depois outro até que cruzamos com a linha do RER e trocamos novamente de trem e quando chegamos à Gare, que é como eles chamam as estações de trem, descobrimos que as linhas de ônibus também estavam em greve, assim como os trens. Haviam poucas pessoas ali e nenhum ônibus. Acho que todos haviam ido embora mais cedo, pelo que parecia.
Vimos quais a linhas que poderíamos pegar no mapa, 3 delas tinham a indicação de que os carros haviam sido recolhidos e não estariam mais circulando no dia. Bem, vamos atrás de taxi. Hã! Quem disse que tinha? Nada de taxi em lugar nenhum. Achei isso incrível, uma estação d trem sem ponto e taxi.
Vimos que talvez ainda tivesse uma linha, que passaria por perto do hotel e que havia a indicação no painel eletrônico da linha de que em 20min sairia um ônibus. Ficamos ali esperando e se aparecesse algum taxi a gente pegaria, pois estacamos perto do hotel, mas para ir à pé teríamos que saber para onde ir, o que não era tão simples, principalmente porque estávamos sem sinal no celular e o mapa não funcionava.
Nada de taxi, por sorte realmente o ônibus chegou e nos levou até o nosso ponto. Foi tenso mas acabou dando certo.
Aí fomos até um restaurante que tinha na esquina do hotel e jantamos uma carne que estava muito boa. Paris é uma cidade ótima para se comer. Ninguém sabe disse, correto? Hehehe.
Jantamos e fomos dormir, pois no dia seguinte teríamos que acordar muito cedo para irmos para o aeroporto. Já deixamos o táxi tratado na recepção do hotel, para evitarmos problemas pela manhã.

Dia 13/06/2014 - Sexta-Feira - Paris - Londres

Achamos que poderia não ter café da manhã devido ao horário mas deu para comer algo antes de sairmos do hotel e ficamos esperando o táxi. Ele chegou um pouco atrasado, coisa de 5min, mas eu já estava preocupado com a situação. 
Fomos rapidamente até o aeroporto, embora o movimento estivesse já muito intenso, mesmo que antes das 7 da manhã. Vimos que o trânsito não tem mais jeito em lugar nenhum, talvez apenas nos EUA onde parece que investem muito em infra-estrutura e as pessoas moram muito longe umas das outras é que se tornou possível um sistema que funciona na maioria das cidades. Mas no geral a coisa na Europa é mesmo punk, assim como no Brasil.
Embarcamos e chegamos em Londres no horário esperado. Compramos a passagem para o ônibus, o que por si só já é uma vitória, e embarcamos com as malas em direção ao centro da cidade. Ah sim, no aeroporto retiramos a nossa mala grande que estava guardada, pois embarcaríamos em outro aeroporto e não mais em Luton, quando fôssemos voltar para Dublin.
Aí foi de lascar, carregar a mala foi um caso a parte. Descemos do ônibus na Estação Baker Street e compramos as passagens válidas por 2 dias. Me senti o próprio cidadão quando estava de posse do meu passe de transporte público. Mas carregando uma mala que devia estar pesando coisa de 30 a 40kg. Além da mochila e da mala pequena. A coisa estava complicada, principalmente porque depois de tanto caminhar em Paris meu pé estava dolorido, principalmente porque o danado ainda me incomoda quando eu fico muito tempo em pé ou quando faço muito esforço com ele.
Descemos até a plataforma e embarcamos, depois trocamos de linha e assim fomos apanhando pelo caminho, descendo e subindo escadas, pelas estações, pois novamente o nosso hotel não ficava no centro da cidade. 
Londres é um lugar onde não é difícil se encontrar hotéis com diárias de 3 a 10 mil libras. Ou seja, coisa de 1300 a 40.000 Reais. Está duvidando? Entra no Booking, abra o mapa de Londres e vai vendo o preço dos hoteis que é incrível. Sei lá quem paga esses valores, mas que existe existe. Bem ficamos em um que era bonzinho, chamava Queens e ficava em um bairro afastado mas que era possível chegar de metrô. Depois a danada da Lou que tem mais tarimba do que nós, encontrou uma linha de trem que ia muito mais rápido para o centro do que aquele caminho que nós havíamos descoberto.
Finalmente chegamos no hotel. Ufa!!!! Verdadeira Odisséia.
Chegamos no hotel, ainda era relativamente cedo, coisa de 2h da tarde e eu acabei desmontando na cama e dormi. Pena, mas eu não estava aguentando de cansaço. Acordei lá pelas 5h da tarde e resolvemos sair e irmos até o centro novamente. A gente queria visitar ao menos o Big Ben. Mas como chegar lá a gente não sabia muito bem. 
Decidimos seguir o caminho inverso do que o que havíamos vindo e ao invés de ir para a Baker Street que ficava longe do rio Tâmisa, fomos até perto dele, pois ali a gente deveria encontrar onde conhecer algo. 
Descemos da Estação Westminster, que parecia ter um nome bem legal e famoso. Quando fomos subindo as escadas da estação o Big Ben foi aparecendo na nossa frente. Foi uma sensação incrível a gente ter chegado, sem saber, exatamente em frente ao Big Ben.
Muito, muito cansados mas extremamente felizes. Essa foi nossa primeira visão quando desembarcamos do metrô.
Depois caminhamos um pouco pela redondeza, cruzamos o rio Tamisa e fomos até o Olho de Londres, que é a Roda Gigante enorme que foi montada ao lado do rio. Compramos o ingresso e demos uma volta na roda. Depois saímos e fomos tentar comer algo mas tudo já estava fechado, inclusive a roda fechou. 



London Eye
Não tivemos alternativa a não ser voltarmos para o hotel. Agora já conhecíamos o caminho, metrô e depois a linha de ônibus e três pontos para cima descer em frente ao Hotel Queens. Muito bom.
Chegamos no hotel, tomamos um pine de cidra e um de cerveja. Foi quando experimentamos a cidra, que, na verdade, achei bem mais ou menos, preferi a cerveja mesmo. A moça do bar do hotel estava fechando já e pedi dois sanduíches do tipo pão de forma com queijo e presunto dividido no meio e empacotado em formato triangular, exatamente como tem aqui no Brasil, principalmente em aeroportos para vender. Comemos o sanduda e tomamos a cerveja e a cidra.
O pessoal estava no saguão do hotel assistindo a um jogo da copa, pois a Inglaterra estava jogando. Encontramos uma turma de brasileiros e alguns deles não sabiam falar nada em inglês e estavam mais perdidos que cego em tiroteio. Mas é a vida. Cada um vivendo a sua aventura terrena. Tudo é válido.
Subimos e fomos dormir, pois na manhã seguinte a Lou chegaria para tomar café da manhã conosco e teríamos um dia longo  de caminhada e ainda estávamos cansados dos outros dias. Sem parada para descanso a coisa vai ficando pesada, com o tempo. Mas, ainda assim preferimos descansar depois da volta, sempre. A vida está aí para ser vivida!

Dia 14/06/2014 - Sábado - Londres

Descemos para o café da manhã e a Lou logo cedo estava mandando mensagens que já havia chegado no aeroporto. Disse para ela que estávamos indo para a lavanderia para lavar as roupas e explicamos onde ficava a lavanderia.
Colocamos todas as roupas em uma mala e fomos caminhando, a Bê e eu, até a lavanderia que ficava a umas 5 quadras do hotel. No caminho entramos em um supermercado mas não tinha lavanderia e seguimos até a lavanderia que a moça do hotel havia nos indicado.
Chegando lá, vimos que não tinha sabão e amaciante, etc. que precisa para lavar as roupas. A lavanderia tinha somente as máquinas de lavar e de secar e mais nada. Fui a uma venda ao lado e comprei um pacote de sabão e amaciante, que depois acabei dando de presente para uma senhora que estava lavando as roupas dela.
Passou muito pouco tempo e a Lou apareceu carregando a sua malinha de viagem com rodinhas, prateada, de tamanho bem modesto para uma mulher. Ela vinha utilizando sempre essa mesma malinha que ia dentro do avião e fácil de carregar.
Aí eu e ela fomos até o barbeiro, pois eu estava precisando dar um jeito na minha aparência, pois no aeroporto o pessoal da segurança estava me escolhendo para checar se tinha restos de drogas nas mãos e coisas assim, além do que, ficavam fazendo muitas perguntas para entrar no país, por exemplo quando voltamos de Paris, foi uma longa conversa com a policial da imigração para ela me autorizar a entrada.
A Bê ficou na lavanderia e lá fomos nós. Na esquina tinha um salão, mas infelizmente não tinha como cortar. Aí fomos subindo pois a idéia era ir até o hotel para a Lou deixar a mala dela para que depois pudéssemos ir passear por Londres. 
No caminho encontramos um barbeiro e depois de alguma espera, cortei o cabelo e pedi a ele que aparasse a minha barba também. Gostei do novo visual e resolvi manter a barba. Até hoje continuo mantendo a barba aparada, mais ou menos como o barbeiro de Londres desenhou.
Aí a Lou nos contou que veio através de um outro arranjo de trens, pois ela chegou uma hora mais cedo do que eu havia previsto. Aí ela ao invés de metrô, havia uma linha de trem metropolitano que vinha muito mais rápido do centro até a Estação Palácio de Cristal, próximo do nosso hotel.
Nos encontramos novamente com a Bê e levamos as roupas para o hotel e fomos para a estação, dessa vez fomos à pé mesmo e não de ônibus, para caminhar um pouco, pois a Lou achou que éramos preguiçosos. Pode isso? Bem, somos mesmo.
Aí ela nos ensinou o caminho para chegarmos ao centro e realmente foi muito mais rápido que o outro esquema de metrô, descemos na Estação Vitória, que por si só é uma atração turística. O tamanho da estação é algo inacreditável. A unidade de medida tem que ser do tipo quilômetro quadrado e não metro quadrado. Pelo jeito, todo o sistema de trens tem alguma conexão com essa estação em Londres.
Estávamos com a idéia de irmos conhecer a Ponte da Torre, ou Tower Bridge, que é um marco famoso na cidade. Descemos do metrô, perto da ponte e fomos caminhando por uma coçada que tinha ao longo do rio Tâmisa. Esse caminho foi algo muito legal e inesperado. Ali encontramos muitos turistas brasileiros, quase embarcamos em um sistema público de transporte que é um barco que vai de ponto em ponto pelo rio, sendo que o nosso passe Oister nos daria direito a um desconto sobre o preço da passagem, mas ainda assim teríamos que pagar.

Como o barco passou e nós não pudemos embarcar devido a uma fila para comprar os bilhetes então decidimos que seguiríamos à pé pelo mesmo caminho que vínhamos vindo. 
Um pouco mais à frente nos deparamos com a Hay’s, uma Galeria a céu aberto com muita gente. passeamos por ali pois era realmente um lugar exuberante que no passado era um mercado onde os barcos carregavam e descarregavam mercadorias sendo que aquele foi durante muitos anos o ponto de distribuição mais importante de Londres.



Continuamos a caminhar e de repente nos deparamos com estátuas enormes de mulheres gordas, na verdade muito gordas, mas que o artista dotou-as de uma destreza corporal de fazer inveja a qualquer magro, mesmo que seja um atleta.
Alegria.

Diversão.
Prédios maravilhosos de escritórios pelo caminho, edifícios de Universidades e a Ponte da Torre que é um monumento sobre o rio Thames, ou Tâmisa, como se diz em português.




Cruzamos a ponte e chegamos ao outro lado onde nos deparamos com um forte muito antigo, que devia guardar o rio contra invasores indesejados.



Depois retornamos à estação do metro e fomos em direção à Concessionária da Harley, uma das mais antigas do mundo,  quase com a mesma idade da própria marca, pois comemorou 90 anos em 2014. A Warr’s estava fechando quando chegamos e como somos insistentes acabamos entrando pela porta dos fundos na loja. O pessoal não gostou muito mas usamos o argumento de que éramos brasileiros e que não teríamos outra oportunidade para estarmos lá. 


Assim conseguimos ser atendidos e rapidamente compramos uma camiseta para cada um e fomos embora pois o pessoal estava esperando que saíssemos para fechar a loja.
Depois que saímos da loja, seguimos descendo pela avenida até que encontramos um restaurante italiano que nos chamou a atenção, afinal de contas ainda não tínhamos almoçado e estávamos com fome. 
Entramos e fomos atendidos em português, mesmo que com algum sotaque de Portugal, mas em português. Aí o dono veio falar conosco e contou muitas histórias. Muito bom de conversa ele que era nascido na Ilha da Madeira e que estava há alguns anos trabalhando em Londres, sendo que tinha um restaurante na Ilha mas quando se separou teve problemas e a ex acabou complicando tanto a vida dele que ele acabou fechando o restaurante que estava lá abandonado devido a demandas judiciais.


Comemos uma picanha maravilhosa e mal passada como se fosse uma carne argentina. Foi uma experiência das boas. A foto pode mostrar o porque de ficarmos até mesmo com saudades de Londres. Hehe. Claro que o preço era alto, mas não era nada muito diferente do que vínhamos pagando em todos os outros lugares, embora esse restaurante fosse muito mais agradável e bem decorado que os demais.
A Lou comeu uma massa com uma carne que estava também o bicho de boa. Olha foi uma das melhores refeições que tivemos por lá, a menos do Haggis na Escócia, esse bateu todos os recordes. Como sobremesa o dono ainda fez questão de nos servir um Limon Cielo que ele mesmo fazia ali nas instalações do restaurante que funcionava como bar também, depois que o horário do jantar. tudo muito bom, inclusive a simpatia do pessoal do restaurante. Ele nos atendeu, porque fomos antes do horário normal, pois a casa estava lotada, ou seja, todas as mesas estavam reservadas para o jogo da copa que aconteceria logo mais à noite.
Saímos caminhando e pegamos um daqueles ônibus londrinos e fizemos questão de ir no andar de cima. Foi bem legal o passeio. Fomos até a Estação Vitória e depois pegamos o trem que nos levou até o hotel.

Dia 15/06/2014 - Domingo - Londres - Liverpool

Dia de levantar cedo, tomar o café da manhã e ir ver a troca da guarda. Mas ainda tínhamos um problema, teríamos que dar baixa no hotel e eu teria que levar a nossa mala, aquela de uns 40kg.
A idéia era chegar ao centro, na Vitória, irmos até a locadora pegar o nosso carro que estava reservado para aquela manhã, guardar as malas dentro dele e assim podermos ir ver a troca da guarda. 
Quando chegamos na Europcar da Estação Vitória, que na verdade fica fora da estação, havia uma fila grande e muita gente nervosa. Fiquei observando e vi que o problema é que eles não tinham carros para entregar para as pessoas que tinham reservado.
Perguntei à atendente se isso valia para todos, pois eu tinha feito a minha reserva já há muito tempo, cerca de 1 mês, ela disse que não tinha carro nenhum. Eu fiquei muito indignado. Que é isso! Parece que exportamos o Brasil para a Inglaterra? Isso nós temos por aqui, não precisamos ir até lá, não é mesmo? Mesmo aqui acho que é bem difícil de acontecer algo assim. Mas o que fazer?
A Lou estava muito brava porque queria ir ver a troca da guarda que ela ainda não conhecia, na verdade todos nós queríamos ir, mas ela estava muito mais brava do que nós. 
Saímos da Europcar, pois ali não teríamos carro mesmo, nem no aeroporto eles tinham e fomos até a Hertz, que ficava logo ao lado. Muitas das pessoas que tinham tido o mesmo problema que nós estavam indo lá para pegar carros. Os preços é que estavam salgados e eles somente tinham carros maiores, pois os pequenos já tinham ido todos. 
Vimos um Peugeot 506 do tipo Van. Sem dúvida um carrão, mas o problema era o preço que ficaria pela módica quantia de uns R$ 4.500,00 por 3 diárias, incluindo esse dia que já estava indo embora.
Depois de pegar o documento do carro e tudo, decidi que isso não poderia ser assim. Ligamos para a Rentalscar, que era quem tinha nos agenciado nos alugueis de carros. Eles entenderam a nossa história e pediram algum tempo para ver uma solução. Nos pediram que devolvêssemos o carro que estávamos pegando, pois se fosse essa a única solução eles é que teriam que fazer a reserva. 
Incrível que quando a gente fica meio nervoso porque as coisas começam a dar errado acaba fazendo coisas erradas. Ainda bem que eu me acalmei e vi o que tinha que fazer, pois a ideia de pedir reembolso do valor da locação, não iria dar certo nunca.
Muito bem, o problema é que nos arranjaram um carro em uma outra locadora mas teríamos que ir retirá-lo no aeroporto de Luton. Lá fomos nós até o aeroporto, utilizando um ônibus que nos levaria até lá. O problema é que demorou muito para tudo isso acontecer.
Bem, nem preciso falar que a gente não estava exatamente feliz em perder um dia em Londres tentando pegar um carro e ainda por cima perdemos a troca da guarda e teríamos que ver como faríamos para ver na volta, pois não queríamos deixar de ver.
Conseguimos pegar o carro devia ser uma 5 da tarde. Ou seja, foi o dia mesmo, e saímos do aeroporto em direção a Liverpool. Nossa idéia originalmente era a de ir até o País de Gales dando uma volta pela península, mas agora, como tínhamos perdido muito tempo, não dava mais para fazer o que tínhamos planejado originalmente. A gente tem que aprender a dançar conforme a música ou gastar muita energia estragando a viagem porque algo não deu certo. Preferimos a primeira opção, no caso.
A estrada até Liverpool era muito tranquila, uma auto-estrada muito boa de andar. Como é longe, demoramos um pouco para chegar, quando chegamos era tarde já. A Lou nos disse que a mãe dela e o Conrado quando foram ficaram em um hostel, que parece que era muito bom. Lá fomos nós direto até esse lugar.

Realmente era muito legal o local, era barato e por isso estava cheio de garotada em idade escolar. A maioria eram estudantes espanhóis que estavam em uma excursão escolar. Um grupo enorme e barulhento de jovens na faixa dos 15 a 17 anos.
Maravilha! Deixamos nossas coisas no quarto, o carro na rua em frente ao hotel e fomos caminhando até a cidade em busca do The Cavern, local onde os Beatles tocaram em público pela primeira vez, antes de serem famosos. Os garotos de Liverpool.
Andamos pela cidade que é muito bem arrumada, tem um calçadão bem legal, onde vimos a Loja Primark, que é a Penneis da Inglaterra, a H&M e ainda uma grande quantidade de lojas. O comércio na cidade é forte.
Rua de Liverpool

Entrada do Cavern Pub
Caminhamos um bocadinho até chegarmos ao The Cavern, estávamos esperando que tivéssemos que pagar ingressos mas na verdade acabaram não nos cobrando, não sei porque.

Entrando no The Cavern. Lugar onde os Beatles começaram.


Cartazes fixados nas paredes do Pub.
Tomamos cerveja e escolhemos uma mesa no canto ao lado do palco, primeiramente juntamente com um casal que permitiu que compartilhássemos a mesa com eles e depois que eles foram embora ficamos ali sozinhos.

A Lou saboreando uma deliciosa cerveja.
Tomamos cerveja local, que é muito estranha, meio forte e com gosto estranho, mas é artesanal. Aí começou a tocar uma banda chamada Xande and the Peace Pirates. O Xande, que era o guitarrista e vocal não tinha a mão direita, no local tinha um tipo de um gancho. Ele tocava com aquele gancho de forma maravilhosa. O cara realmente é um ícone. Tocou muito rock e muito blue. Valeu muito a pena ir lá.

Xande - The Peace Pirates
O mais interessante que vale a pena registrar é que quando fomos ao bar, pensei em encontrar um local que desde o aparecimento dos Beatles devia estar vivendo à custas daquela fama de ter sido o local onde por primeiro eles tocaram. Qual foi a minha surpresa ao ver que não era nada disso. Ou seja, não era quase que um museu dos Beatles, mas sim um bar que continuou a ter a mesma postura que tinha quando os Beatles tocaram lá pela primeira vez, ou seja, um bar que abre as portas para os novos músicos e que continua a receber iniciantes que tem talento. 
Quando fui ao banheiro, vi na entrada uma foto dos Beatles. Todos eram muito novos, Acho que deviam ter uns 16 anos mais ou menos.
Aí estão os meninos em closed! Quem diria, tão meninos e com tamanha visão e genialidade.

Vale salientar que a Inglaterra é um berço de música de qualidade e ainda hoje tem muita coisa boa sendo produzida por lá, embora aqui no Brasil a gente não esteja nesse momento consumindo muita música, mas que ela existe, existe.
Saímos tarde do bar e fomos indo pelo caminho do nosso hotel, mas decidimos que valeria a pena pegarmos um Táxi Inglês. Aquele típico que parece um carro antigo. As portas abrem uma de frente para a outra e tem um banco nas costas do banco único do motorista, que a gente abaixa para sentar, pois ele fica dobrado para cima.
O motorista era meio louco, andou muito mais rápido do que deveria em minha opinião, mas chegamos bem em nosso destino.


A caminho do hotel - taxi londrino.

o Luiz, de frente conosco - taxi londrino.

Dia 16/06/2014 - Segunda-Feira - Liverpool - Londres

Levantamos e tomamos nosso café da manhã. Infelizmente ali não tinha o nosso café inglês. Mesmo assim o café estava muito melhor do que poderíamos imaginar. 
Anexo à sala de café, uma sala de jogos no Hostel.

Sala de café.
Depois saímos e pegamos o nosso carro, que não poderia ficar parado na rua. Na noite anterior pagamos no parquímetro para o pernoite, mas durante o dia teríamos que tirar o carro. Não é muito fácil andar de carro na Europa, sempre você tem que estar pagando estacionamentos e olhe lá, isso quando tem onde parar, muitas vezes tem que ir longe pra caramba para pagar ainda por cima pelo direito de estacionar na rua mesmo.
Saímos com o carro e fomos visitar uma igreja antiga que foi atingida por uma bomba incendiária durante a segunda guerra mundial. Realmente ficaram somente as paredes de fora. A igreja não foi reconstruída e encontra-se preservada como uma memória do acontecido.
Dalí fomos até uma igreja enorme que não era tão antiga quanto parecia, mas valeu muito a pena termos caminhado pelos seus meandros. Acho que se alguém fosse brincar de esconde-esconde ali nunca mais a brincadeira acabaria. Quando achamos que tínhamos visto tudo encontramos, no sub-solo, uma nova igreja, com uma nave no mínimo do tamanho da Igreja da Ordem em Curitiba. Uma coisa realmente incrível.
Depois dali descemos para o centro da cidade, paramos o nosso Fiat 500 grande, em um edifício estacionamento de uns 6 ou 7 andares, localizado relativamente próximo ao hotel onde ficamos, e olha que foi bem difícil de encontrarmos uma vaga, daí fomos caminhando de volta ao centro comercial da cidade. 
Passamos por um largo onde havia uma barraquinha vendendo frutas e compramos cerejas frescas e fomos comendo pela rua. Chegamos na Primark e entramos. A loja é realmente muito boa. Compramos algumas coisas, o principal foram uma camisas do Brasil para a Lou e as amigas dela usarem para assistir ao jogo do Brasil. Eu nem estava sabendo quando seria, mas a Lou, que adora futebol, iria assistir com alguns amigos dela em Dublin.
Depois fomos a uma lanchonete enorme, onde tomamos um chope e comemos algo, retornamos ao carro, demos uma boa volta pela cidade para conhecer a região do porto e a orla. A cidade é bem interessante e tem uma excelente infra-estrutura.
Aí pegamos o nosso caminho de volta para Londres. No caminho passamos ainda para conhecer o Palácio de Windsor, que é o local preferido da Rainha. A cidade é muito legal também e o Palácio é brincadeira. Como chegamos meio tarde as visitas já estavam encerradas. Vimos que tinha um restaurante muito simples e com cara de ser secular, bem em frente ao castelo. Tinha um outro carro parado bem na frente do restaurante e fiz como ele, estacionando ali mesmo.
Castelo de Windsor
Janela do restaurante, em frente ao castelo
Entramos no restaurante e pedimos algo muito típico de Londres para comer. Ele nos indicou o prato típico de lá que eram rins (que eu nunca havia comido) ensopado, coberto com uma massa folhada e assado. O prato era servido em uma pequena travessa funda. Como era típico da região não tive a menor dúvida, pedi esse mesmo. As duas me olharam com uma cara de quem não estava acreditando no meu pedido.
Pois quando veio o pedido elas provaram e acabaram gostando muito também. Eu adorei o prato. Muito simples e bom demais. Pena que não sei fazer, pois enquanto o cozinheiro, que também era português, me explicava que era muito simples de fazer, me perguntou se o carro que estava parado em frente ao restaurante era nosso. Disse que sim e ele me falou, corre lá que os guardas estão ali. “Esses guardas são muito bravos” me disse o cozinheiro.
Saí correndo e o guarda já tinha batido uma foto do carro. A sistemática é a seguinte. Uma foto de cada um dos 4 lados do carro, depois registra na máquina de mão a placa e por internet a multa é lançada imediatamente no carro e não tem mais nada que se possa fazer, a não ser pagar a multa.
Falei com o guarda que eu estava saindo e ele me perguntou se eu não tinha vista a faixa contínua dupla, indicando que era proibido parar ali naquele local. Eu pedi desculpas, disse que tinha visto sim, mas que havia parado somente um pouco pois havia vindo trazer a minha filha no restaurante. Ele estava muito bravo! Me perguntou novamente se eu não tinha visto. Disse que sim e pedi desculpas muitas vezes. Aí ele falou que eu estava parado ali a mais de 15 minutos, que ele havia visto. Caraca! Eu estava bem enrolado! O guarda estava mesmo puto da vida e queria me multar de qualquer jeito. Fui levando ele, dizendo que já estava de saída, que não iria mais parar ali, pedindo desculpas. A Lou saiu para me ajudar mas nem deu tempo de falar nada. 
Uma loucura. Aí ele me disse, vai embora. Tire o carro daí. Se te pegar renovo não terá nenhuma chance! Entraram no carro e se foram. Eu me mandei dali. O cozinheiro que também estava ali fora me disse: “Você deu muita sorte. Eles não costumam deixar sair. Siga pela direita na rua abaixo e na primeira vire a esquerda que lá embaixo tem um estacionamento”.
Caramba, lá fui eu. Achei a entrada do estacionamento, onde tinha uma tabuleta indicando. Hoje está ocorrendo fiscalização policial. Caraca, vai dizer isso para mim? Achei uma vaga e aí fui ver como eu tinha que fazer para pagar, pois não tinha ninguém por ali. Até que vi uma máquina, do tipo daquelas de coca-cola, que serve para cobrar estacionamento. Fui colocando dinheiro para dar uma 2 horas, que deveríamos ficar por lá. De repente a máquina cuspiu um papelzinho e eu vi que estava pago até o dia seguinte à 9h00 da manhã. Ufa! Subi a rua à pé e retornei ao restaurante, que devia estar a uns 500m de distância.
Quando voltei ao restaurante, a minha janta estava meio fria mas ainda assim muito boa. O cozinheiro me falou novamente, como se fosse uma novidade muito grande, o guarda foi muito bom com você, eles costumas ser mais bravos ainda. Não sei como você conseguiu sair livre dessa. Quando eles pegam eles pegam mesmo. Não tem deixa não. Eles não param na primeira, eles dão uma chance para você sair, mas se passam e veem que você está abusando, deixando o carro parado em local proibido por muito tempo eles não dão trégua não. Você teve mesmo muita sorte. Acho que ele viu que você era turista e como pediu desculpas etc. ele te deu a chance. Não faça renovo que você não terá a mesma sorte. Pode acreditar em mim.
Que susto!
A experiência foi muito boa no final das contas, aprendi uma coisa importante, quando você pensa que está fazendo igual a eles na verdade não está, pois eles sabem dos limites e eu não sabia. O outro carro que estava parado ali junto já tinha saído e eu nem vi quando ele saiu, mas o meu ficou mais tempo do que seria seguro e quase me dei mal. A multa seria da ordem de £85,00, ou seja, cerca de R$360,00.
Aí pensei: imagina se ele coloca aquele bloqueados de rodas do carro? Aí eu não poderia mais sair, teria o carro guinchado. Teria que pagar as multas e custas do guincho e ainda me explicar com o juíz sobre porque o meu carro estava parado em local proibido. Se eu não conhecia as leis do país e ainda assim estava dirigindo e colocando em risco a segurança das pessoas, e daí por diante. A coisa não mole no primeiro mundo não, eles são super rigorosos com as coisas que para nós podem até parecer simples.
Saimos caminhando ao longo da muralha do palácio, chegamos a um lugar que parecia ser o acesso dos empregados. Uma belíssima instalação.



E fomos caminhando até o estacionamento. O tempo estava passando e já começava a ficar escuro.
Aí é que a coisa começou a se complicar, pois precisaríamos arranjar um local para dormir, estava anoitecendo e nada de acharmos algum lugar. 
Todos os locais que encontrávamos estavam lotados. O tempo ia passando e já era bem tarde quando conseguimos uma reserva no Novotel London Wembley. Coisa de doido! A diária custou, para nós 3 em um quarto, sendo que a Lou dormiu em um colchete no chão, a bagatela de £170,00. O carro, no estacionamento do estádio, custou mais £60,00, ou seja, uma noite de cerca de R$850,00. Wow!!! Aí a coisa fica mesmo preta. 
Novo Hotel
Mas ao menos dormimos bem. Ah! Esse preço era sem o café da manhã, pois o café custaria mais £17,00 por pessoa, ou seja, mais uns R$200,00. É mole?

Dia 17/06/2014 - Terça-Feira - Londres - Dublin

Na manhã seguinte saímos do hotel, nem tão cedo assim, pois fomos dormir as 2 da manhã, colocamos a bagagens todas no carro, e fomos até a estação de trem de Wembley e seguimos até a Estação Vitória.
Wembley
Nossa idéia era finalmente conseguirmos ver a troca da guarda. Descemos na Vitória e fomos caminhando em direção ao Palácio de Buckingham. No caminho paramos em uma lanchonete para tomar o nosso café da manhã e depois ficamos parados em frente ao palácio por umas 2 horas assistindo à troca da guarda. É realmente um espetáculo que vale a pena ser visto. Muito interessante e organizado. É na verdade muito mais que uma troca da guarda é um espetáculo para os turistas oferecido pela coroa britânica.
Portão de Entrada do Palácio de Buchingham.



O largo do Palácio, repleto de turistas.




Saímos e passamos em lojas onde compramos algumas lembranças para trazermos. Mas é tudo sempre muito caro em Londres. Não dá para converter o preço de nada para Reais, se converter não compra, pois o câmbio é £1,00=R$4,20. Qualquer coisinha que custa £5,00 resulta em R$21,00. Sendo que uma lembrança um pouco melhor custa na ordem de £15,00 a £25,00, ou seja, R$60,00 a R$100,00.
Até um café espresso custa como aqui, de 3 a 4 Libras, só que quando a gente multiplica por 4,2 a coisa fica muito doida.
Retornamos para pegar o carro no estacionamento e fomos para o aeroporto devolver o carro e embarcar para Dublin. Estava chegando ao fim a nossa jornada. Que pena! A Lou dormiria conosco em Dublin e na manhã seguinte, muito cedo, iria embora para Galway e possivelmente não a veríamos mais até a sua volta ao Brasil.
Devolvemos o carro e embarcamos pela Ryanair novamente para Dublin. No aeroporto de Dublin guardei novamente a minha mala grande, compramos o ticket para irmos de ônibus para a cidade. Descemos nas proximidades do hotel e do ponto fomos caminhando até o hotel, que tínhamos o endereço e a Lou com o celular nos orientava. Caminhamos uma boas 6 quadras.
Quando chegamos no hotel nos pareceu um lugar muito simples. Nossa dúvida era se a Lou poderia ficar conosco, pois havíamos reservado o quarto para um casal e embora tivesse espia;o poderia ser que tivéssemos que pagar uma taxa adicional. A recepcionista disse que não tinha problema, pois o quarto estava alugado por nós e poderíamos ficar como quiséssemos.
Bem, quando abrimos a porta foi um susto. Era um apartamento de 3 quartos, com banheiro, lavanderia, sala de jantar e estar, com televisão e uma cozinha. Tudo com instalações mais do que adequadas para as nossas necessidades. Foi uma boa surpresa. 
Sala de jantar

Cozinha

Lavando a louça como os europeus fazem. (mais ou menos porque eles fecham a segunda cuba para enxaguar a louça na mesma água, confesso que não consegui)
Naquele dia haveria jogo do Brasil e eu pude assistir lá em casa. Heheh. A Lou saiu e foi se encontrar com os amigos dela, também estudantes residentes em Dublin e depois voltaria para dormir lá em casa. Assim foi.
Eu e a Bê saímos para comprar coisas para o nosso café da manhã, pois eu pretendia fazer um café da manhã irlandês para nós na manhã seguinte, para a janta e também uma garrafa de vinho.
Quando fui pagar a conta o comerciante me explicou que não poderia me vender a garrafa de vinho pois era mais de 22h00 e somente bares podiam vender bebidas após esse horário.
Questionei o porque e ele me disse que era a lei. Que ele não podia mesmo vender. Achei bem interessante, pois mesmo que eu fosse sair do mercado com uma sacola, com a garrafa de vinho dentro, ele não quis me vender, pois era ilegal. Achei bem interessante. Era um cercadinho desses bem pequenos que tem em bairros, embora fosse uma região não muito distante do centro.
Retornamos sem o vinho e preparamos algumas salsichas e pão com café e suco. Aí fomos dormir sendo que a Lou não demorou muito para chegar.

Dia 18/06/2014 - Quarta-Feira - Dublin

Na manhã seguinte combinei com ela o horário que ela iria levantar e enquanto ela tomava banho preparei para ela um café irlandês da melhor qualidade que pude preparar. Ficou bom. Ela comeu e foi correndo embora, coitada perdeu o ônibus e teve que pegar o próximo. Fiquei com pena dela.
Eu voltei a dormir e depois fiz um novo café para a Bê e para mim. hehe. E ficou mesmo bom. A Lou se foi e agora estacamos nós dois somente. Teríamos esse dia e o próximo para fazer nossas compras, passear por onde desse, conhecendo Dublin um pouco mais e embarcarmos no dia seguinte de volta para casa. Como se diz, tudo que é bom dura pouco e acaba logo.

Cozinheiro do Dia
Huummm!!!! Deu muita saudade. Ficou delicioso.
Saímos e fomos caminhando ao longo do rio, fomos ver onde era o ponto do ônibus que nos levaria ao aeroporto. Compramos nossos bilhetes do ônibus para a manhã seguinte e fomos até o calçadão onde tinha uma grande quantidade de lojas. Nosso interesse maior era mesmo em ir na Penneis (centavos) para comprar roupas e calçados. Compramos um monte de coisas e depois fomos até a Dunni’s, que é outra loja do mesmo tipo mas que tem produtos de qualidade um pouco melhor. Pois queria comprar calças e camisas sociais que não achei de boa qualidade na Penneis.



Assim fizemos e quando vimos a quantidade de coisas que tínhamos comprado decidimos que teríamos que comprar uma mala nova também, pois não teríamos como carregar aquilo tudo. Nossa passagem de volta nos permitia trazer uma quantidade grande de bagagem e assim fizemos. Compramos uma mala do tipo daquela que a Lou usava mas só que umas 4 vezes maior. Hehehe.
Subimos até o restaurante/lanchonete da Dunni’s e começamos a colocar todas as coisas dentro da mala. Tiramos os papelões e todas aquelas coisas que colocam na gola das camisas para diminuir o volume e fomos colocando tudo dentro da mala. Depois saímos carregando a mala pela cidade até o Hotel. Foi um dia legal onde fizemos compras apenas e passando o dia inteiro em pé e andando dentro das lojas a gente cansou muito.
No caminho, quando chegamos nas margens do rio Liffey, que banha Dublin, havia uma confusão danada, uma mulher estava dentro da água e tinha um barco a remo indo resgatá-la. Ficamos assistindo ao resgate. Foi bem difícil para ela subir no barco, mesmo com a ajuda dos dois homens que estavam nele. Depois que ela subiu, ficou toda encolhida e chorando e os caras foram remando em direção um local onde tinha uma escada do tipo marinheiro e ela subiu. Aí fomos embora e não acompanhamos mais o ocorrido. 
Mellows Bridge - Rio Liffey
Bela foto que o Luiz tirou

Em seguida é que começou a confusão. Apareceram carros de polícia, vários inclusive, circulando pela região, buscando aparentemente por ela. Depois vieram os bombeiros e ambulâncias. Foi uma movimentação enorme. É mesmo incrível o sistema público em um local onde não se tem milhares de ocorrências por dia. Quando chama a polícia eles vem rápido e com vontade.
Depois que deixamos as coisas em casa, saímos novamente em direção rua de cima do nosso hotel, no sentido contrário ao do rio e caminhamos até uma igreja bonita que vimos ao longe. Aí passamos por algumas pessoas que estavam chamando na rua para vender ingressos de algo que não sabíamos o que era. Aí na esquina vimos a tal da Guinnes Experience. Mas já estava tarde, achamos que estava fechando e por isso o cara estava vendendo os ingressos na rua e acabamos não indo.
Retornamos caminhando em sentido contrário, entramos em uma lanchonete de um árabe e comemos Kebabe, que estava muito bom como sempre é. Encontramos ainda um local que tinha bicicletas de aluguel na rua. Vimos a máquina e tentei ver se conseguíamos dar uma volta de bicicleta. Mas não deu certo pois teríamos que nos registrar no site da prefeitura, colocar um número de cartão de crédito válido e então receberíamos um nome de usuário e uma senha e com isso poderíamos retirar a bicicleta. Era muito complicado para quem iria embora no dia seguinte.
Fomos para nosso apartamento dormir.

Dia 19/06/2014 - Quinta-Feira - Dublin - Frankfurt - Florianópolis

No dia seguinte foi fazer o café da manhã irlandês, pela última vez na Irlanda ao menos, pois aqui no Brasil não conseguiremos de forma alguma um bacon como aquele para preparar, arrumar todas as nossa coisas.
Demos baixa no hotel e saímos caminhando para o ponto de ônibus às margens do rio.
Chegamos no aeroporto, pegamos a mala que estava guardada no guarda-volumes para depois irmos ao outro Terminal onde provavelmente teríamos que embarcar. Ainda bem que perguntei e um funcionário se o embarque internacional era no outro Terminal e ele me disse que para Frankfurt poderia ser ali naquele, pois tinham alguns vôos da Lufthansa que partiam daquele Terminal mesmo. Fizemos a volta e fomos checar e não é que era ali mesmo? Que maravilha.
Estávamos meio que em cima da hora e não tínhamos muito tempo para ficar indo e vindo. Poderíamos ter nos complicado com aquele engano se Deus não tivesse nos dado uma mãozinha.
Fizemos o checkin na Lufthansa e a atendente nos explicou que teríamos que retirar as bagagens em Guarulhos, e despachar novamente devido às questões relacionadas com a aduana do Brasil, sendo que em Frankfurt não seria necessário nada.
Fomos para a área de embarque não tivemos tempo para praticamente nada. Até um sanduíche que comi tive que engolir rapidinho pois estavam já chamado o vôo para embarque  e o café que estava quente tive que jogar fora, pois não dava tempo de esperar esfriar um pouco para poder tomar.
Em Frankfurt caminhamos um pouco, fomos à nossa lanchonete onde se come um bom salsichão com chope de despedida da viagem e embarcamos na TAM para Guarulhos.

Dia 20/06/2014 - Sexta-Feira - Chegada em Florianópolis

A chegada é sempre boa mas dá uma sensação de vazio. Como era feriado na sexta no Brasil, fomos passear um pouco de moto com os amigos de Curitiba que estavam em Florianópolis. Almoçamos juntos e passeamos um bocado. Era uma forma de não sentir de imediato tanta saudade da Louise que havia ficado por lá, mas que em um mês estaria de volta ao Brasil e também das paisagens que havíamos tido o privilégio de ver.



Lar doce lar.

Foi um período lindo que estamos registrando aqui nesse Blog para que sirva de referência para nós no futuro e também para que possamos compartilhar com as pessoas que tiverem o interesse em ler.

Obrigado!